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Revista Dr. Plinio 224

Novembro de 2016

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Reflexões teológicas<br />

atingindo, portanto, a disposição<br />

da vontade, da inteligência<br />

e da sensibilidade, o<br />

cumprimento do Primeiro<br />

Mandamento em toda<br />

a sua amplitude pelo<br />

homem. Mas numa<br />

amplitude tal que<br />

não fica apenas<br />

o preceito a ser<br />

cumprido, mas um<br />

voo da alma para<br />

Deus, que se realiza,<br />

por assim dizer,<br />

independente do preceito,<br />

por uma propriedade da<br />

alma que vai para o Criador.<br />

Fundamentalmente, é a<br />

impostação das almas em face<br />

d’Ele, não só para que todas vão<br />

para o Céu e sejam felizes, mas é para<br />

que possam ordenar para a glória<br />

de Deus esta Terra, teatro de batalha<br />

esplendoroso da glória d’Ele.<br />

Nosso Senhor Jesus Cristo amará<br />

a Terra mesmo depois de destruída<br />

pelo incêndio, por ocasião do Juízo,<br />

como um general preza um campo<br />

de batalha no qual ganhou um grande<br />

embate. Se depois houve um homem<br />

que ateou fogo e liquidou com<br />

as gramas do campo de batalha; para<br />

o general isso é uma coisa muito<br />

secundária. O importante é que ele<br />

venceu a batalha naquele campo.<br />

Assim também a Terra. Os homens<br />

bons, os justos tornaram-na<br />

sagrada pela batalha que venceram<br />

com Nosso Senhor Jesus Cristo.<br />

É nessa amplitude que se pode<br />

falar do caráter fundamentalmente<br />

moral desse plano.<br />

Gustavo Kralj<br />

Um só todo na ordem moral<br />

Ao estudar certas correntes teológicas,<br />

vi que faziam uma distinção<br />

entre o plano moral e o ontológico.<br />

Entretanto, não me parecia adequado<br />

distinguir o plano moral do ontológico<br />

daquela maneira, porque a<br />

raiz da Moral está na Ontologia. A<br />

boa Ontologia das coisas é o funda-<br />

O Divino Mestre - Igreja de<br />

São João e São Paulo,<br />

Veneza, Itália<br />

mento, o ponto de partida da Moral,<br />

pois a ordem das coisas está na natureza<br />

das mesmas coisas, é um imperativo<br />

desta natureza.<br />

...devemos<br />

pensar em Nosso<br />

Senhor Jesus<br />

Cristo Sacerdote:<br />

oferecendo esse<br />

imenso bonum,<br />

verum, pulchrum<br />

que o precioso<br />

Sangue d’Ele<br />

tornou possível.<br />

Na época, eu li aquilo, percebi<br />

que estava errado e não sabia refutar.<br />

Com o curso dos anos, fui refletindo<br />

e conseguindo explicitar.<br />

Ademais, a ordem moral latu<br />

sensu é intimamente vinculada<br />

à ordem moral em seu<br />

sentido estrito. Elas se<br />

condicionam mutuamente.<br />

De maneira<br />

que não pode haver<br />

uma ordem moral<br />

sem verdadeiro<br />

pulchrum, sem um<br />

autêntico verum; e<br />

não pode haver um<br />

autêntico verum sem<br />

pulchrum; os três elementos<br />

do triângulo por<br />

sua vez se revertem uns nos<br />

outros e constituem um só<br />

todo no qual, entretanto,<br />

podem-se fazer distinções.<br />

Então, um mundo pulcro, acontecimentos<br />

pulcros, almas pulcras,<br />

uma História pulcra, tudo isso faz<br />

parte desse conjunto moral ao qual<br />

me refiro.<br />

É assim também que devemos<br />

pensar em Nosso Senhor Jesus Cristo<br />

Sacerdote: oferecendo esse imenso<br />

bonum, verum, pulchrum que o<br />

precioso Sangue d’Ele tornou possível.<br />

Enquanto Rei, Ele tinha o plano de<br />

fazer com que a História apresentasse<br />

um verum, bonum, pulchrum resplandecente,<br />

e que a Terra fosse mais bela,<br />

depois de ter vencido a prova e as<br />

tentações do demônio, do que seria se<br />

ao demônio não fosse dada a oportunidade<br />

de tentar.<br />

Pensemos nas naus de Vasco da<br />

Gama procurando atravessar o cabo<br />

da Boa Esperança. Aquilo tem um<br />

pulchrum em si que é o pulchrum da<br />

tormenta e o do homem procurando<br />

enfrentá-la. Tem uma beleza própria<br />

da luta do homem contra os elementos.<br />

Maior ainda é a beleza da luta do<br />

homem contra o homem. E uma batalha<br />

— que é a luta de muitos contra<br />

muitos — tem uma beleza muito<br />

maior do que a luta de um contra<br />

outro.<br />

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