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O pensamento filosófico de <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong><br />
Éric F. S. Varela<br />
“La Virgen Blanca” - Catedral de Toledo, Espanha<br />
Todos os camarões desde o começo<br />
do mundo até o fim, todos os camarões,<br />
no fim, esgotam uma coleção.<br />
De maneira que quem os visse<br />
— se fosse possível ver todos os camarões<br />
que houve e haverá até o fim<br />
do mundo — compreenderia que é<br />
uma verdadeira beleza.<br />
Alguém poderá dizer:<br />
“Por que Deus faz isso? Se esses<br />
bichos desaparecem e Ele, no entanto,<br />
é eterno e tem em Si todas as perfeições,<br />
que lucro tem em ver esses<br />
bichinhos?<br />
Para dar uma resposta: basta que os<br />
Anjos vejam para se justificar. Os Anjos<br />
assistem a tudo isso. Eles estão colocados,<br />
de algum modo, fora do tempo.<br />
Para eles tudo é de algum modo simultâneo;<br />
de algum modo, eu estou<br />
simplificando. Então, eles têm essa<br />
noção, eles cantam glórias a Deus.<br />
Alguém dirá: “Mas quando acabar<br />
o mundo acabou isso também”.<br />
Não, porque na recordação deles<br />
fica. Fica na nossa admiração, porque<br />
nós não vemos como eles e não podemos<br />
imaginar como é. Então, é uma<br />
bonita coisa, por exemplo, olharmos<br />
para o esquilinho e perguntarmo-nos:<br />
“Quantas modalidades de esquilo<br />
houve e haverá até o fim do mundo?<br />
Em cada gênero, quantas espécies?<br />
Em cada espécie, quantas famílias?<br />
Em cada família, quantos indivíduos?<br />
Que riqueza da obra de Deus!<br />
Que maravilha há dentro disso!” Dá<br />
para uma meditação muito bonita.<br />
Seria interessante um dia, com<br />
calma, tomarmos alguns exemplos e<br />
analisar. Seria uma coisa muito adequada,<br />
muito boa!<br />
Imaginem todas as criaturas, já<br />
não apenas cada gênero formando<br />
uma coleção, mas todas as criaturas<br />
que há ou houve na Terra, formando<br />
uma coleção de coleções — notem<br />
que os Anjos veem isso assim! — podemos<br />
imaginar a variedade.<br />
Depois, em cada pináculo de uma<br />
coleção, um arquétipo, que é como o<br />
rei e o monarca daquela coleção! Várias<br />
modalidades de arquétipo, porque<br />
a natureza, vamos dizer, dos esquilos é<br />
tão rica que não basta ver um para dar<br />
uma ideia do “tipo” de esquilo. Oito,<br />
cinco, cinquenta, cinquenta mil arquétipos<br />
de esquilos. No fim pode-se imaginar<br />
o rei dos esquilos!<br />
Mensagens de Deus<br />
Isto que estou falando é acessível,<br />
é fácil de entender. E distrai o espírito.<br />
Por exemplo, não dá certo repouso<br />
tratar disso? Ora, a matéria é filosófica…<br />
Acredito que sendo apresentada<br />
a coisa de um modo humano,<br />
vivo e não apenas esquelético, as<br />
coisas da Filosofia podem atrair, e<br />
aqui está um exemplo concreto.<br />
Agora, por que que Deus criou tudo<br />
isso? É para os Anjos verem. Está<br />
bem. Só para isso? Haverá uma outra<br />
razão? Há. É que todas essas coisas<br />
exprimem de algum modo a perfeição<br />
infinita d’Ele. Cada ser que<br />
existe é como que uma mensagem de<br />
Deus que nos diz:<br />
“Meu filho, note, Eu também sou<br />
isto! O esplendor de todas as auroras,<br />
a majestade de todos os meios-<br />
-dias e a dignidade vitoriosa de todos<br />
os ocasos, tudo isto reflete-Me a<br />
Mim. E se Eu devesse ser conhecido<br />
apenas nesse filme fantasmagórico<br />
que representasse todas as auroras,<br />
todos os meios-dias e todos os ocasos<br />
de todos os lugares do mundo,<br />
em toda a História, ainda Eu, nem<br />
de longe, estava esgotado para tu teres<br />
uma ideia do que Eu sou. Mas<br />
enfim, aqui está uma coleção que<br />
pode dar uma ideia genérica, global<br />
do que sou Eu, debaixo desse ponto<br />
de vista.<br />
“Olhe agora para o esquilo! Na<br />
sua agilidade, naquilo em que ele faz<br />
sorrir, compreenda que há algo por<br />
onde Eu sou infinitamente aprazível,<br />
atraente, distensivo. Infinitamente…<br />
Sendo infinito, Eu tenho também<br />
em Mim a matriz infinita daquilo<br />
por onde o esquilo é engraçadi-<br />
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