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O pensamento filosófico de <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong><br />
Um terremoto a derruba! Nada derrubou<br />
Santo Atanásio!<br />
Ele tinha a graça de Deus que o<br />
ajudou. Mas ele correspondeu! A<br />
muitos Deus oferece a graça e não<br />
correspondem. A ele não, Deus ofereceu<br />
e ele correspondeu largamente,<br />
generosamente! O nome dele ficou<br />
com uma espécie de glória de fogo<br />
na História da Igreja.<br />
Santo Atanásio transcende as colunas.<br />
Quer dizer, ele é de uma natureza<br />
superior. Aquilo que a coluna<br />
tem por analogia ele tem com muito<br />
mais propriedade, pois está na natureza<br />
humana.<br />
Deus é transcendente. O que tem<br />
o esquilo, o rubi, a coluna, Santo<br />
Atanásio, Deus é tão superior, mas<br />
tão superior que Ele transcende a<br />
isso. É de uma superioridade que é<br />
um abismo entre Ele e nós. Para lá<br />
desse abismo está a perfeição d’Ele.<br />
Pelo seguinte: podemos<br />
dizer que Santo Atanásio<br />
era fiel, era forte. Deus<br />
não é nem fiel nem forte,<br />
Ele é a Fidelidade, a Força.<br />
Todo mundo que é fiel<br />
o é por uma participação<br />
d’Ele. Ele é o Motor Imóvel.<br />
Tudo subsiste porque<br />
Ele sustenta. Por cima de<br />
tudo está Ele!<br />
Em busca do<br />
mais excelente<br />
Para compreendermos<br />
essa relação e para se ter<br />
uma certa noção da infinitude<br />
de Deus, consideremos<br />
que Ele criou uma<br />
coleção enorme de coleções,<br />
de tipos e de arquétipos.<br />
O homem não é o<br />
arquétipo da coluna; Santo<br />
Atanásio está para a coluna<br />
numa relação, não<br />
igual, mas um tanto parecida<br />
com a relação entre<br />
Deus e o homem. Deus,<br />
Gustavo Kralj<br />
não tem ninguém acima de Si, Ele é<br />
supremo, perfeito, infinito.<br />
Então o que acontece com a natureza<br />
humana? Quando ela é reta, instintivamente<br />
procura os arquétipos.<br />
Uma criança deitada no berço,<br />
que apenas sabe dizer “maaaaa”, se<br />
amarrarem num fio de linha uma bolinha<br />
de pingue-pongue, branca e comum,<br />
o seu instinto lhe diz que algo<br />
existe. E ela procurará desajeitadamente<br />
com os braços, pegar a coisa.<br />
Quando pega, ela tem o instinto<br />
de propriedade. Tenta-se tirar e ela<br />
não deixa… Mas há algo que não falha:<br />
há bolas bonitas que se põem<br />
em árvores de Natal. Eram bonitas,<br />
com cores reluzentes, dourado, verde,<br />
vermelho, azul, cores lindas! Se<br />
suspenderem ao mesmo tempo diante<br />
da criança a bolinha de Natal e a<br />
de pingue-pongue. Ela tem um movimento<br />
para o maravilhoso: ela vai<br />
para aquilo que tem mais luz! É uma<br />
coisa instintiva!<br />
Ponham para uma criança um instrumento<br />
de música que bata: pam!<br />
pam! pam! — um só som. A criança<br />
se habitua e não nota. Imaginem<br />
que se ponha um pouquinho de música.<br />
A criança, estando um pouco<br />
mais desenvolvida, presta mais atenção.<br />
Por quê?<br />
Porque a sua natureza é apetente<br />
de maravilhoso, no fundo apetente<br />
de Deus! Se de algum modo, nos<br />
seus sentidos, ela fosse tocada por<br />
Deus, ela inteira se voltaria para Ele.<br />
A criança apetente do maravilhoso<br />
e no fundo, por isto mesmo, apetente<br />
de Deus, ela, quando se coloca<br />
diante de algo mais excelente, ela<br />
tende para aquilo que é mais excelente.<br />
Isso é reto. Pode ser que depois<br />
a criança abuse, tenha a mania<br />
de ter uma coisa, desordens próprias<br />
da natureza humana.<br />
Mas, em si, este primeiro<br />
movimento é um<br />
movimento reto. É um<br />
movimento pelo qual<br />
o homem quer aquilo<br />
que é mais excelente,<br />
que lhe convém mais!<br />
“Enorme”, um<br />
cavalinho de pano<br />
Por causa disso, a<br />
criança tem uma imaginação<br />
muito fértil. Ela<br />
facilmente atribui aos<br />
brinquedos que tem<br />
uma qualidade que eles<br />
não têm.<br />
Uma vez passei por<br />
uma cruel decepção.<br />
Eu tinha talvez três ou<br />
quatro anos e possuía<br />
um brinquedo comum:<br />
um cavalinho de pano<br />
posto sobre umas rodinhas<br />
com eixo de metal<br />
e havia um laçozinho<br />
pelo qual eu podia pu-<br />
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