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Capítulo 1<br />
Mairin Stuart ajoelhou-se no chão de pedra ao lado de seu leito e inclinou a cabeça em sua oração da<br />
noite. Sua mão escorregou para a pequena cruz de madeira presa no cordão de couro, pendurada em seu<br />
pescoço. Seu polegar traçou <strong>um</strong> caminho sobre a superfície agora lisa.<br />
Por longos minutos, ela sussurrou as palavras que aprendeu quando ainda era <strong>um</strong>a criança e então<br />
terminou <strong>com</strong>o sempre fazia. Por favor, Deus. Não deixe que eles me encontrem.<br />
Levantou-se do chão, os joelhos raspando nas pedras irregulares. A vestimenta marrom que usava era<br />
simples e indicava seu lugar entre as noviças. Embora estivesse ali há muito mais tempo que as outras,<br />
nunca fez os votos que <strong>com</strong>pletariam sua jornada espiritual. E essa nunca foi sua intenção.<br />
Dirigiu-se para a bacia no canto onde derramou a água que estava no jarro. Quando pegou o pano,<br />
sorriu ao se lembrar das palavras da Madre Serenity. A Limpeza está próxima da Piedade.<br />
Enxugou o rosto e <strong>com</strong>eçou a remover seu vestido para se limpar, quando ouviu <strong>um</strong> barulho<br />
terrível. Assustada, deixou o pano cair e correu para a porta fechada. Assustada, ela correu e se lançou<br />
pelo corredor.<br />
Em torno dela, as outras freiras corriam pela sala, <strong>com</strong> murmúrios consternados. Um ruidoso<br />
estrondo ecoou pelo corredor da entrada da abadia. Um grito de dor seguiu-se ao estrondo e o coração<br />
de Mairin congelou. Madre Serenity.<br />
Mairin e o resto das irmãs correram em direção ao som. Alg<strong>um</strong>as ficaram para trás e outras corriam<br />
decididas. Assim que chegaram à capela, Mairin ficou paralisada pela visão diante dela.<br />
Havia guerreiros por toda a parte. Pelo menos uns vinte, todos vestidos <strong>com</strong> roupas de batalha, seus<br />
rostos encharcados de suor, sujos da cabeça aos pés. Mas não de sangue.<br />
E decididamente não vieram atrás de refúgio ou de preces.<br />
O líder segurava Madre Serenity pelo braço e de longe Mairin via a expressão de dor desenhada no<br />
rosto da freira.<br />
— Onde ela está? – o homem exigia, <strong>com</strong> <strong>um</strong>a voz fria.<br />
Mairin deu <strong>um</strong> passo para trás. Era <strong>um</strong> homem de aspecto feroz. O mal. A raiva brilhou em seus<br />
olhos quando a freira não respondeu e foi sacudida <strong>com</strong>o <strong>um</strong>a boneca de pano.<br />
Mairin fez o sinal da cruz e sussurrou <strong>um</strong>a rápida oração. As freiras ao seu redor também se<br />
juntaram nas orações.<br />
— Ela não está aqui. – Madre Serenity arfou. – Já lhe disse que a mulher que procura não está aqui.<br />
— Você está mentindo! – ele rugiu.<br />
Ele olhou <strong>com</strong> frieza para o grupo de freiras.<br />
— Mairin Stuart. Diga-me onde ela está.<br />
Mairin suou frio, <strong>com</strong> o medo crescendo em seu estômago. Como ele a encontrou? Depois de todo<br />
esse tempo, seu pesadelo não acabou. Estava, de fato, apenas <strong>com</strong>eçando.