You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Depois de <strong>um</strong>a hora em sua vigília de oração, <strong>um</strong>a <strong>com</strong>oção atrás dela a fez sentar-se e olhar<br />
fixamente para a escuridão. Ao redor dela, soldados sonolentos levantavam-se <strong>com</strong> as mãos em suas<br />
espadas, quando o grito de <strong>um</strong>a criança rasgou a noite.<br />
Um menino, chutando e esperneando, foi arrastado para dentro do círculo de homens. Ele se agachou<br />
e olhou em torno, de forma selvagem, enquanto os homens riam ruidosamente.<br />
—O que é isso? – Finn perguntou.<br />
— Peguei-o tentando roubar <strong>um</strong> dos cavalos. – o captor da criança disse.<br />
A raiva transformou o rosto de Finn, tornando-o mais demoníaco a luz do fogo. O menino que não<br />
tinha mais que sete ou oito anos, ergueu seu queixo provocadoramente, <strong>com</strong>o se desafiasse o homem a<br />
fazer o que ele quisesse.<br />
— Você é <strong>um</strong> insolente, filhote de cachorro. – Finn rugiu.<br />
Ele levantou a mão e Mairin voou através do chão, jogando-se na frente da criança, quando o punho<br />
acertou seu rosto. Cambaleou, mas rapidamente se lançou de volta sobre a criança, protegendo-a o<br />
máximo possível.<br />
O menino lutou descontroladamente debaixo dela, gritando obscenidades em gaélico. A cabeça dele a<br />
atingiu no queixo e Mairin viu estrelas.<br />
— Fique calmo – disse no idioma dele. - Fique quieto. Não deixarei que eles o machuquem.<br />
— Saia de cima dele! – Finn rugiu.<br />
Ela apertou o pequeno menino que finalmente parou de chutar e bater. Finn se abaixou e enrolou<br />
suas mãos nos cabelos de Mairin, puxando-a brutalmente, mas ela se recusou a abandonar seu protegido.<br />
— Você terá que me matar primeiro. – ela disse friamente quando ele a forçou a encará-lo.<br />
Soltou os cabelos de Mairin, então recuou e chutou-a nas costelas. Ela se curvou de dor, mas teve o<br />
cuidado de manter a criança protegida do bruto maníaco.<br />
— Finn, é o suficiente. – <strong>um</strong> homem gritou. – O laird a quer inteira.<br />
Murmurando <strong>um</strong>a maldição, ele recuou.<br />
— Deixe-a ficar <strong>com</strong> o mendigo imundo. Uma hora terá que soltá-lo.<br />
Mairin levantou seu pescoço e encarou Finn.<br />
— Se tocar mais <strong>um</strong>a vez nesse menino, eu corto minha garganta.<br />
A risada de Finn cortou a noite.<br />
— Isso é <strong>um</strong> blefe louco, moça. Se estiver tentando negociar, precisa aprender a ser crível.<br />
Lentamente, ela se levantou até ficar a centímetros do homem muito maior. Encarou-o até que os<br />
olhos dele cintilaram e Finn desviou o olhar.<br />
— Blefe? – ela disse suavemente. — Não penso assim. <strong>Na</strong> verdade, se eu fosse você, estaria<br />
escondendo de mim todos os objetos cortantes. Você acha que não sei qual é o meu destino? Deitar-me<br />
<strong>com</strong> aquele laird bruto até que minha barriga fique inchada <strong>com</strong> <strong>um</strong>a criança e ele possa reivindicar<br />
Neamh Alainn. Eu prefiro morrer.<br />
Finn estreitou os olhos.