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9 Sobre essa “repetição narcótica do som”, essa “vitória do som sobre o sentido”<br />
na poesia <strong>de</strong> raiz mágica e encantatória, ver o ensaio clássico <strong>de</strong> Northrop Fry e,<br />
“Charms and riddles”, em Spiritus mundi (Bloomington: Indiana University Press,<br />
1976), pp. 124-6.<br />
10 Para um comentário valioso das articulações narrativas, sintáticas e<br />
imagéticas do poema, é indispensável a leitura <strong>de</strong> Alfredo Bosi, “A máquina do<br />
mundo entre o símbolo e a alegoria”, em Céu, Inferno: ensaios <strong>de</strong> crítica literária<br />
e i<strong>de</strong>ológica (São Paulo: Ática, 1988).<br />
11 Leiam-se a esse respeito as muitas observações <strong>de</strong> José Guilherme Merquior<br />
em “‘A máquina do mundo’ <strong>de</strong> <strong>Drummond</strong>”, em A razão do poema (Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro: Civilização Brasileira, 1965), e <strong>de</strong> Betina Bischof em Razão da recusa:<br />
um estudo da poesia <strong>de</strong> <strong>Carlos</strong> <strong>Drummond</strong> <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> (São Paulo: Nankin, 2005).<br />
12 Uma exposição excelente <strong>de</strong>ssa trama <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes encontra-se em Alci<strong>de</strong>s<br />
Villaça, “O poeta, a máquina e o mundo”, em Passos <strong>de</strong> <strong>Drummond</strong> (São Paulo:<br />
Cosac Naify, 2006), que igualmente <strong>de</strong>sloca o acento interpretativo do <strong>de</strong>sengano<br />
para a altivez (especialmente nas páginas 99 e 100). Em linha semelhante, José<br />
Miguel Wisnik compara a máquina <strong>de</strong> <strong>Drummond</strong> ao aleph <strong>de</strong> Borges — cf.<br />
“<strong>Drummond</strong> e o mundo”, em Adauto Novaes (org.), Poetas que pensaram o<br />
mundo (São Paulo: Companhia das Letras, 2005), especialmente a página 59.<br />
Quanto ao contexto e à possível conotação i<strong>de</strong>ológica da recusa drummondiana,<br />
leia-se Vagner Camilo, <strong>Drummond</strong>: da rosa do povo à rosa das trevas (São Paulo:<br />
Ateliê, 2001).<br />
13 Leia-se novamente Alci<strong>de</strong>s Villaça, op. cit., pp. 99-100.<br />
14 O termo e o conceito vêm <strong>de</strong> Erich Auerbach, que os cunhou a propósito <strong>de</strong><br />
Dante em seu livro Dante als Dichter <strong>de</strong>r irdischen Welt (Berlim: Walter <strong>de</strong><br />
Gruyter, 1929); o essencial do argumento está recolhido no ensaio “Farinata e<br />
Cavalcante”, em Mimesis (São Paulo: Perspectiva, 1970).