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Claro Enigma - Carlos Drummond de Andrade

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Índice <strong>de</strong> primeiros versos<br />

À beira do negro poço<br />

A igreja era gran<strong>de</strong> e pobre. Os altares, humil<strong>de</strong>s<br />

A madureza, essa terrível prenda<br />

A sombra azul da tar<strong>de</strong> nos confrange<br />

Agora me lembra um, antes me lembrava outro<br />

Amar o perdido<br />

Às duas horas da tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste nove <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1847<br />

Bem quisera escrevê-la<br />

Bom dia: eu dizia à moça<br />

Cada dia que passa incorporo mais esta verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> que eles não vivem<br />

[senão em nós<br />

Chegas, e um mundo vai-se<br />

Como esses primitivos que carregam por toda parte o maxilar inferior<br />

[<strong>de</strong> seus mortos<br />

Deus me <strong>de</strong>u um amor no tempo <strong>de</strong> madureza<br />

E como eu palmilhasse vagamente<br />

E não gostavas <strong>de</strong> festa…<br />

Era tão claro o dia, mas a treva<br />

Escurece, e não me seduz<br />

Eu quero compor um soneto duro<br />

Já não queria a maternal adoração<br />

Meu pai perdi no tempo e ganho em sonho<br />

Na rua escura o velho poeta<br />

Não amei o bastante meu semelhante<br />

Não calques o jardim<br />

Noite. Certo<br />

Num bar fechado há muitos, muitos anos, e cujas portas <strong>de</strong> aço<br />

bruscamente se <strong>de</strong>scerram, encontro, que eu nunca vira<br />

o poeta Mário Quintana<br />

Numa incerta hora fria<br />

O coração pulverizado range<br />

O filho que não fiz<br />

O mundo não vale o mundo<br />

Onda e amor, on<strong>de</strong> amor, ando indagando

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