Claro Enigma - Carlos Drummond de Andrade

More documents

Recommendations

Info

perguntas em forma de cavalo-marinho Que metro serve para medir-nos? Que forma é nossa e que conteúdo? Contemos algo? Somos contidos? Dão-nos um nome? Estamos vivos? A que aspiramos? Que possuímos? Que relembramos? Onde jazemos? (Nunca se finda nem se criara. Mistério é o tempo, inigualável.)
os animais do presépio Salve, reino animal: todo o peso celeste suportas no teu ermo. Toda a carga terrestre carregas como se fosse feita de vento. Teus cascos lacerados na lixa do caminho e tuas cartilagens e teu rude focinho e tua cauda zonza, teu pelo matizado, tua escama furtiva, as cores com que iludes teu negrume geral, teu voo limitado, teu rastro melancólico, tua pobre verônica em mim, que nem pastor soube ser, ou serei, se incorporam, num sopro. Para tocar o extremo de minha natureza, limito-me: sou burro. Para trazer ao feno o senso da escultura,
Page 2: coleção carlos drummond de andrad
Page 5 and 6: iv. selo de minas Evocação marian
Page 7 and 8: A Américo Facó
Page 9 and 10: i. entre lobo e cão
Page 11 and 12: E sem alma, corpo, és suave.
Page 13 and 14: a ingaia ciência A madureza, essa
Page 15: confissão Não amei bastante meu s
Page 19 and 20: sonetilho do falso fernando pessoa
Page 21 and 22: memória Amar o perdido deixa confu
Page 23 and 24: ser O filho que não fiz hoje seria
Page 25 and 26: Nalgum lugar faz-se esse homem… C
Page 27 and 28: sonho de um sonho Sonhei que estava
Page 29 and 30: germinando à superfície deste sol
Page 31 and 32: de meninos internados ou de freiras
Page 33 and 34: oficina irritada Eu quero compor um
Page 35 and 36: aspiração Já não queria a mater
Page 37 and 38: amar Que pode uma criatura senão,
Page 39 and 40: tarde de maio Como esses primitivos
Page 41 and 42: fraga e sombra A sombra azul da tar
Page 43 and 44: decifra minha mensagem, deseja bom
Page 45 and 46: campo de flores Deus me deu um amor
Page 47 and 48: iii. o menino e os homens
Page 49 and 50: asta cerrar os olhos para que nele
Page 51 and 52: o chamado Na rua escura o velho poe
Page 53 and 54: aniversário Os cinco anos de tua m
Page 55 and 56: evocação mariana A igreja era gra
Page 57 and 58: na rósea nave triunfal. Por que ta
Page 59 and 60: morte das casas de ouro preto Sobre
Page 61 and 62: de quem é douto no assunto. (Quant
Page 63 and 64: de neutro brasão escócio… Meu p
Page 65 and 66: os bens e o sangue i Às duas horas
Page 67 and 68:
Num magoado alvoroço o queremos ma
Page 69 and 70:
se rirão se rirão porque os morto
Page 71 and 72:
v. os lábios cerrados
Page 73 and 74:
permanência Agora me lembra um, an
Page 75 and 76:
em distribuir navios desse calado i
Page 77 and 78:
e até o sono, o sono que era grato
Page 79 and 80:
a mesa E não gostavas de festa…
Page 81 and 82:
E quanto ao peru? Farofa há de ser
Page 83 and 84:
uma força que não sabe chamar-se,
Page 85 and 86:
que raios de amor radiam, e em meio
Page 87 and 88:
uma tinta mais diversa da mesma bra
Page 89 and 90:
a máquina do mundo E como eu palmi
Page 91 and 92:
no sono rancoroso dos minérios, d
Page 93 and 94:
elógio do rosário Era tão claro
Page 95 and 96:
Posfácio um poeta do mundo terreno
Page 97 and 98:
Maduro, clássico, filosófico. Des
Page 99 and 100:
sem remédio. É o caso da impossí
Page 101 and 102:
imas paupérrimas em -er e -uro, de
Page 103 and 104:
público, o amoroso e o político
Page 105 and 106:
9 Sobre essa “repetição narcót
Page 107 and 108:
villaça, Alcides. Passos de Drummo
Page 109 and 110:
que regressam de excursão às cida
Page 111 and 112:
1953 Exonera-se do cargo de redator
Page 113 and 114:
1978 A Editora José Olympio public
Page 115 and 116:
Índice de primeiros versos À beir
Page 117 and 118:
Copy right © 2012 by Carlos Drummo
Page 119:
Canto negro Os bens e o sangue V. O
show all

Claro Enigma - Carlos Drummond de Andrade

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

Delete template?

Save as template?