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Série “Os Sucessores” [Gustavo Franco, do GF Supermercados]<br />
GÔNDOLA: Qual foi a maior importância da sua chegada<br />
à empresa, na sua avaliação?<br />
Gustavo: Minha maior contribuição, até o momento,<br />
foi dar mais anos de presidência a meu pai, para ele<br />
poder estar à frente do GF com menos peso nas costas.<br />
Desta forma consegui aprender sobre o negócio,<br />
entender a cultura da empresa, ganhar a confiança<br />
das pessoas e desenvolver minha liderança de maneira<br />
natural.<br />
GÔNDOLA: Que mudanças você motivou ou implantou<br />
na empresa?<br />
Gustavo: Além do foco na profissionalização já citado<br />
anteriormente, o encaminhamento da empresa<br />
para a transformação digital. O GF já tinha em seu<br />
DNA o gosto por tecnologia, mas eu turbinei um<br />
pouco isso, e hoje somos referência em inovação,<br />
não somente na área tecnológica, mas também em<br />
sustentabilidade empresarial.<br />
GÔNDOLA: Como é a relação com os diretores da primeira<br />
geração? Há conflitos ou é tranquila?<br />
Gustavo: Tranquilo, pois somos somente meu pai<br />
e eu. Pensamos de forma divergente em diversos<br />
momentos, mas sabemos respeitar o espaço um do<br />
outro, e a convivência tem sido bastante benéfica à<br />
empresa.<br />
GÔNDOLA: Como você avalia a ascensão de vários<br />
jovens sucessores hoje aos cargos estratégicos e de<br />
chefia nas empresas supermercadistas?<br />
Gustavo: No desenvolvimento das empresas familiares,<br />
que é o caso predominante no setor supermercadista,<br />
esta ascensão é natural. Algumas empresas<br />
não buscam a profissionalização e acabam se perdendo<br />
na terceira ou até mesmo na segunda geração,<br />
mas as que evoluíram e continuam crescendo<br />
precisam de sangue novo na direção, senão vão ficar<br />
pra trás.<br />
GÔNDOLA: O que isso traz de mudanças no setor?<br />
Gustavo: O mercado de consumo está mudando<br />
cada vez mais rápido e vejo como necessário às empresas<br />
terem pessoas que entendem essas mudanças<br />
na linha de frente. É fundamental mesclar gerações<br />
na tomada de decisão do dia a dia, pois assim a<br />
estratégia da empresa consegue abranger visões<br />
de mundo diferentes e a chance de acerto é muito<br />
maior.<br />
GÔNDOLA: Eticamente, o que você pensa sobre o<br />
empresariado hoje?<br />
Gustavo: Bastante variado. Existem ainda alguns<br />
empresários “lava-jato”, que pensam apenas no seu<br />
umbigo, mas isso está mudando. Acho que a grande<br />
maioria sempre pensou de maneira coletiva, senão o<br />
País não teria caminhado. Penso que fazer o bem é<br />
sempre o caminho, e trabalhar por uma sociedade<br />
melhor é o que leva todos nós ao sucesso empresarial.<br />
Falando do empresário de supermercado, vejo<br />
os últimos anos da Abras, sob a gestão do presidente<br />
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