Revista TOP MARCHADOR MARCHA PICADA
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
O notável crescimento<br />
da marcha picada<br />
Para Faria, a diferença ainda existente entre o<br />
número de animais das marchas batida e picada<br />
é fruto do direcionamento dado à raça pela<br />
ABCCMM, que por muito tempo ficou sem realizar<br />
os julgamentos de marcha picada, limitando<br />
a divulgação e a valorização deste andamento, e,<br />
desta forma, também limitando o número de<br />
novos criadores que ingressavam na raça através<br />
dos animais de marcha picada, situação inversa<br />
à que é vista atualmente na Bahia. “Observe que<br />
há 10 anos, em 2007, durante a Nacional, o<br />
número de animais de picada julgados corresponderam<br />
a menos de 12% do total de animais<br />
inscritos. Então, o que podemos concluir é que<br />
o número de animais de marcha picada na<br />
Nacional mais que dobrou nesse período, já<br />
que, em 2016, somaram 27% dos animais inscritos,<br />
mostrando um crescimento expressivo dos<br />
expositores desse andamento”. Para ele, o crescimento<br />
de animais de marcha picada na<br />
Nacional é um reflexo do que acontece em todo<br />
o país, também nas especializadas, não se restringindo<br />
somente ao Nordeste.<br />
O presidente cita alguns fatores preponderantes<br />
no crescimento da marcha picada, como o aumento<br />
constante de novos criadores e o consumo dos<br />
produtos pelos usuários. “Além desses, há outro<br />
que acredito ter sido fundamental, a evolução dos<br />
animais de marcha picada, tanto no quesito marcha<br />
quanto no quesito morfologia. O último CBM<br />
aconteceu em Salvador, durante a Fenagro, juntamente<br />
com a reciclagem dos árbitros, e foi impressionante<br />
observar o quanto a marcha picada evoluiu<br />
em tão pouco tempo”, destaca.<br />
O cenário do Marchador na Bahia<br />
Faria acrescenta que, em geral, na Bahia, os<br />
criadores são unidos, independentemente do<br />
tipo de marcha que criam, e isso ajuda no fortalecimento<br />
do estado no cenário nacional. “O<br />
que tenho percebido é que, hoje, os usuários<br />
em geral procuram mais por animais de marcha<br />
picada, mas nossa raça é grande e tem espaço<br />
para os dois tipos de andamento. Eu mesmo sou<br />
um admirador dos dois tipos de marcha e tenho<br />
animais de batida e picada. Logicamente, cada<br />
criador direciona seu comércio de animais a<br />
criadores e admiradores da sua marcha específica”,<br />
observa o presidente.<br />
O trabalho desenvolvido na ACCMMB é o de<br />
fomentar a raça Mangalarga Marchador na Bahia<br />
visando a raça como um todo, e não um tipo de<br />
marcha específica. Entre as estratégias adotadas<br />
pela associação, estão o apoio e a orientação dos<br />
eventos comerciais do estado, com divulgação dos<br />
meios de comunicação da ACCMMB, uso da estrutura<br />
física e fornecimento de baias, já que as instalações<br />
da associação ficam dentro do parque de<br />
exposições de Salvador (BA), que recebe diversos<br />
tipos de eventos comerciais durante todo o ano,<br />
como vendas diretas, leilões e apresentações.<br />
A ACCMMB desenvolve, também, juntamente<br />
com a ABCCMM, um projeto específico que visa<br />
acompanhar os eventos não oficiais que ocorrem<br />
no Estado da Bahia. “Estamos acompanhado os<br />
poeirões que ocorrem no estado e, nesses eventos<br />
não oficiais, premiamos os animais campeões<br />
e reservados campeões que sejam registrados no<br />
Mangalarga Marchador. Desta forma, nos aproximamos<br />
mais do usuário e inserimos o nosso<br />
cavalo na maior base comercial que são as pessoas<br />
que usam nosso cavalo para o lazer, cavalgada<br />
e poeirões. Nesses eventos, ainda, captamos<br />
novos associados, que muitas vezes possuem o<br />
animal e não têm vínculo com a ABCCMM nem<br />
com a nossa associação”, esclarece Faria.<br />
Principais dificuldades do mercado<br />
Na opinião de Saulo Faria, uma das maiores<br />
dificuldades do mercado atual é encontrar uma<br />
modalidade de venda de animais que seja mais<br />
acessível, tanto para o vendedor quanto para o<br />
comprador. “A cada dia que passa, os custos<br />
envolvendo a venda de animais através de leilões,<br />
principalmente os virtuais (transmitidos via<br />
canal), têm ficado mais altos. Existem muitas ferramentas,<br />
como a internet, que podem ser usadas<br />
para baratear esses custos. É possível<br />
aumentar o número de eventos com vendas<br />
diretas, que permitam ao comprador ter acesso<br />
ao criador sem intermediários”, reflete o criador.<br />
Faria acredita que, em geral, a raça se mostra<br />
cada vez mais forte e estabilizada.<br />
“Semanalmente são realizados eventos comerciais<br />
e ficamos espantados com os resultados, e<br />
a marcha picada segue na mesma linha, com<br />
grande procura. Apesar de haver uma crise que<br />
afeta todos os setores da economia brasileira,<br />
vejo que realmente em nossa raça ela tem passado<br />
de forma muito mais branda”.<br />
<strong>TOP</strong>Marchador • Marcha Picada | 157