Revista TOP MARCHADOR MARCHA PICADA

Rampa
São as alturas excessivas nos pré-molares inferiores.
A má queda dos dentes de leite (capas), ou
a não-queda desses elementos, não deixam que
os dentes permanentes desenvolvam, levando
assim a um crescimento maior dos dentes correspondentes.
Um trabalho realizado por pessoas
não capacitadas gera também um desgaste excessivo
dos dentes, levando à formação de rampas.
Gancho
O desencontro das arcadas (fisiológico) e
movimentos mastigatórios fora do ideal levam a
um encontro desajustado dos dentes, o que
pode gerar o crescimento da parte interior ou
posterior dos dentes. Animais prognatas terão
esses dentes desencontrados, com uma formação
natural desses ganchos levando ao não
registro em várias raças e a problemas de mastigação.
Tratamentos ortodônticos, quando o animal
ainda jovem (menos de 4 meses), têm grande
sucesso de correção dessa anormalidade.
Onda
Como o princípio das rampas, as ondas acontecem
entre pré-molrares e molares, seja por
falta de algum elemento dentário ou nas fases
de geriatria. As ondas são corrigidas muitas
vezes em mais de um tratamento, procurando
deixar o animal com o encontro dos dentes normais
e triturando o alimento com qualidade.
Retenção de capas
Quando temos capas retidas, é um indício
de que não houve correta friccão entre os
dentes ou pouco uso dos mesmos. É muito
comum que esse problema seja encontrado
em animais de cocheira, uma ve que recbem
alimentos fracionados, não usando os elementos
dentários como deveriam. Um cavalo a
pasto se alimenta, em média, 16 horas por dia,
levando a queda fisiológica dessas capas. A
presença dessas leva a incômodos, dor, odor
fétido na boca, queda na performance e chances
de comprometimento dos dentes permanentes.
O tratamento periódico com um profissional
especializado em odontologia equina evitará ou
resolverá todos esses problemas no seu animal,
trazendo uma vida saudável e uma melhor
desenvoltura atlética.
Economia
Já é costume em muitos haras e estabelecimentos
equestres a rotina odontológica para os
equinos. Cuidados regulares com a boca dos nossos
campeões são indispensáveis para a qualidade
de vida do animal, aproveitamento alimentar,
resultados almejados em competições e, em primeiro
lugar, saúde e bem-estar do animal. Sendo
assim, procuramos disseminar os benefícios que
um tratamento odontológico de qualidade pode
trazer para sua tropa e para seu bolso.
É sabido que os valores gastos com a alimentação
para equídeos é um dos maiores gastos na
manutenção de um estabelecimento equestre. Por
esse motivo, devemos sempre procurar o melhor
cuidado com a saúde. Além de vacinas, vermífugos
e outros tratamentos preventivos, a ODONTOLO-
GIA EQUINA é uma das áreas mais reconhecidas e
com benefícios comprovados pelos proprietários,
treinadores e veterinários. Diga-se de passagem
que a saúde dos cavalos começa pela boca; A boa
mastigação traz inúmeras vantagens desde que
tenhamos uma harmonia entre todos os fatores
ligados ao aproveitamento do alimento oferecido.
Logo, precisamos entender que ODONTOLOGIA,
não se resume somente em “lixar pontas de dentes,
dentes-de-lobo e fazer assentamento de
embocadura… É muito mais do que isso!
Animais criados em sistema extensivo (soltos)
pastam, em média, 16 horas e bebem em torno
de 40 litros d’água por dia. Rico em sílica, o
“verde”, que é o alimento natural dos cavalos,
ajuda no desgaste homogêneo dos dentes. Em
sistema de confinamento (baias), a dieta é fracionada,
o que não é de natureza do cavalo,
diminuindo o tempo de mastigação, causando
desgastes irregulares dentários e fazendo com
que os animais confinados tenham
um maior índice de problemas odontologicos.
Cada órgão do corpo recebe uma função. A
boca macera e tritura o alimento, e, junto com a
saliva e a língua, prepara esse para que o estômago,
que, por conseguinte, envia o bolo alimentar
para os intestinos, onde ocorre a absorção
dos mesmos. Se o animal não mastiga bem,
não haverá absorção alimentar adequada!
Num total de 44 dentes, 24 são ligados diretamente
à mastigação (pré-molares e molares) e
com contato direto para triturar o alimento; é
preciso manter a superfície dentária em ideais
condições para tal.
Animais com que comem rápido demais, que
deixam a comida cair da boca e parecem se alimentar
com dificuldade tendem a ter problemas
secundários, como diarréias recorrentes, baixa
performance e perda de peso, entre outros.
Levando esse texto para a parte da economia,
é valido lembrar que animal que ingere todo alimento,
NÃO é sinônimo de absorção dos
nutrientes. Muitas vezes, são encontradas grandes
partículas alimentares nas fezes, que passaram
por todo o sistema digestório, porém não
foram absorvidas. Fibras longas de capim que
não foram bem macerados podem ficar parados
no intestino, não sendo aproveitadas e levando
o animal a dor abdominal (síndrome cólica).
Matematicamente falando sobre valores, se um
cavalo adulto Mangalarga Machador come um
saco de ração a cada dez dias, esse animal consome
três sacos por mês. Imagine que esse mesmo
animal deixa cair ou não absorve 30% do alimento
oferecido, teremos o prejuízo médio de um saco
de ração/mês. Não queremos que isso aconteça!
Vários fatores podem levar esse animal a má alimentação,
entretanto o que mais se destaca são
os problemas ligados à odontologia equina.
Tratamentos odontológicos devem ser realizados
no mínimo uma vez ao ano, normalmente
iniciando as análises com 2,5 anos ou, antecipadamente,
ao início da doma, para evitar danos à
saúde do animal e ao seu bolso.
O investimento feito com médicos veterinários
capacitados a trabalhos orais é sim um grande
fator econômico que se liga à longevidade de
sua tropa, desempenho no trabalho almejado e
menos dor de cabeça com tratamentos curativos
para os animais.
A real descrição desta página serve para alertar a
todos sobre a grande importância de um bom cuidado
e acompanhamento odontológico, auxiliar
na escolha de um profissional competente para
esta função e disseminar um pouco mais sobre
essa área, a qual é antiga e de grande valia. É também
nossa função informar e esclarecer sobre esse
assunto ainda pouco conhecido em grande parte
do território nacional. Só assim, conseguiremos
contribuir cada vez mais com a nossa grande
riqueza, os cavalos Mangalarga Machadores.
“Cavalo sem cascos, não temos cavalo. Cavalo
sem dentes, definitivamente não temos cavalo!”.
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