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Futebol na Olimpíada Rio 2016: história e comunicabilidade no Jornal Nacional (Lucas Rodrigues Félix)

Trabalho sobre o predomínio do futebol em relação aos demais esportes na repercussão midiática, especialmente televisiva, analisando em retrospectiva o seu impacto no país e o histórico de exibições da TV Globo na área. Averigua-se de forma destacada a cobertura realizada pela emissora diante da final masculina entre Brasil e Alemanha durante a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, e a edição do Jornal Nacional sobre a conquista brasileira.

Trabalho sobre o predomínio do futebol em relação aos demais esportes na repercussão midiática, especialmente televisiva, analisando em retrospectiva o seu impacto no país e o histórico de exibições da TV Globo na área. Averigua-se de forma destacada a cobertura realizada pela emissora diante da final masculina entre Brasil e Alemanha durante a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, e a edição do Jornal Nacional sobre a conquista brasileira.

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Em 1988, o torneio olímpico de futebol de Seul trouxe uma <strong>no</strong>va prata ao futebol,<br />

dessa vez com a derrota diante da União Soviética, em partida decidida por 2 a 1 <strong>na</strong><br />

prorrogação. Mais uma vez, o país conquistou ape<strong>na</strong>s um ouro, o de Aurélio Miguel <strong>no</strong> judô.<br />

Na Copa de 1990, contudo, a chegada à decisão ficou distante do time brasileiro,<br />

elimi<strong>na</strong>do pela Argenti<strong>na</strong>, que seria vice-campeã em fi<strong>na</strong>l contra a Alemanha, ainda <strong>na</strong>s<br />

oitavas de fi<strong>na</strong>l. O time trei<strong>na</strong>do por Sebastião Lazaroni não era o único alvo de protestos <strong>na</strong><br />

época, com o gover<strong>no</strong> de Fer<strong>na</strong>ndo Collor, o primeiro presidente eleito de forma direta após a<br />

ditadura militar, também envolto em uma série de <strong>no</strong>tícias negativas, tanto pelos maus<br />

resultados da eco<strong>no</strong>mia, como por escândalos de corrupção. Em 1992, ele acabaria sendo alvo<br />

de impeachment. Nesse a<strong>no</strong>, a Seleção nem mesmo se classificou para disputar o futebol <strong>na</strong><br />

<strong>Olimpíada</strong> de Barcelo<strong>na</strong>, marcada pelo primeiro ouro do país em esportes coletivos, o do<br />

vôlei masculi<strong>no</strong>.<br />

A Seleção de futebol, por sua vez, vivia uma profunda crise, com o time correndo pela<br />

primeira vez o risco de não se classificar para o Mundial. Romário, o principal jogador do<br />

país <strong>na</strong> época, não era convocado por causa de uma briga com o trei<strong>na</strong>dor Carlos Alberto<br />

Parreira. Diante da possibilidade de ficar fora da Copa, porém, o presidente da CBF Ricardo<br />

Teixeira forçou o chamado do então atleta do Barcelo<strong>na</strong>, que marcou os dois gols <strong>na</strong> vitória<br />

diante do Uruguai dentro do Maracanã <strong>no</strong> duelo decisivo das Elimi<strong>na</strong>tórias, num contexto<br />

descrito pelo próprio Baixinho, como foi apelidado o hoje se<strong>na</strong>dor, em depoimento ao jor<strong>na</strong>l<br />

O Estado de S. Paulo, como o ponto de virada do elenco para o tetracampeo<strong>na</strong>to.<br />

Eu estava meio fora da Seleção desde 1992, quando tive um problema com o<br />

Zagallo e também com o Parreira num amistoso contra a Alemanha. Depois daquilo,<br />

eles me esqueceram e nunca mais fui chamado. Até teve gente que falou <strong>na</strong> época<br />

que eu não queria mais ser convocado para a Seleção porque não tinha aceitado ficar<br />

<strong>no</strong> banco, mas isso é mentira.<br />

Na verdade, fiquei irritado por ter ido para o banco contra a Alemanha, mas não pedi<br />

para não ser mais chamado. Foram eles que não me quiseram mais lá.<br />

Mas eu tenho certeza de que se o Brasil tivesse vencido o jogo contra o Uruguai sem<br />

mim, eu não iria para a Copa dos Estados Unidos e talvez nunca mais voltasse para a<br />

Seleção. Ocorre que eles precisaram de mim. Eu sabia que era um jogo em que eles<br />

não tinham outra opção e que eu era a última esperança. Só que quem me convocou<br />

mesmo foi o Ricardo Teixeira. Descobri isso depois.<br />

Então, até por isso, tinha uma responsabilidade maior do que os outros atletas. O<br />

chefe me botou lá, né? O engraçado é que mesmo assim eu me preparei como se<br />

fosse um jogo qualquer. [...]<br />

O Maracanã estava lotado, com mais de 100 mil torcedores, mas eu estava<br />

tranquilão. Sabia que ia fazer coisas diferentes <strong>na</strong>quele jogo. Logo <strong>no</strong>s primeiros<br />

minutos, percebi que ia matar a pau. [...]

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