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onde Chico lançaria 2 novos livros de sua psicografia. Participei<br />
ao lado dela daquela noite inesquecível, trabalhando na<br />
arrumação dos livros que Chico autografaria. Quando já não<br />
mais havia ninguém na fila, às 7:30 horas chegou a nossa vez<br />
de abraçá-lo. Fiquei estupefato quando Chico chamou-me de<br />
Geraldinho (conforme todos em família me chamam) e revelar<br />
que gostava muito de receber as minhas cartinhas, que<br />
muito lhe alegravam, mas que não entendia o por quê de duas<br />
coisas: do fato de eu não as assinar e da razão de não colocar<br />
o endereço do remetente para que ele pudesse me responder.<br />
Não pude dizer coisa alguma já que as lágrimas me rolavam<br />
pelas faces. Em seguida Chico ofertou-me um buquê de rosas<br />
e me convidou a visitá-lo em Uberaba. Não preciso dizer que<br />
15 dias depois lá estava eu em Uberaba para conhecer o seu<br />
trabalho extraordinário de assistência e consolação em nome<br />
da Doutrina Espírita.<br />
Atração: E essas idas à Uberaba foram proveitosas?<br />
Geraldo: A partir daí desenvolvemos uma amizade que para<br />
mim foi um verdadeiro tesouro em minha vida. Passei então<br />
a ir mais frequentemente a Uberaba, hospedando-me com<br />
Chico, com quem pude desfrutar de longas conversas nas<br />
madrugadas.<br />
Atração: Afirmam que o Chico gostava muito de música e<br />
cinema. É verdade?<br />
Geraldo: É verdade sim. Chico psicografava em casa usando<br />
um gravador com fitas de música clássica que os amigos<br />
lhe ofertavam ou que ele buscava. Apreciava muito os compositores<br />
clássicos românticos como Beethoven, Lizt, Chopin,<br />
Mendelsson, Brahms e também os mais recentes Sibelius,<br />
Mahler, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazaréh, e Heitor Villa<br />
Lobos, as músicas de canto popular e uma vez ele nos contou<br />
que a sua música preferida era o Hi Lily, Hi Lo de um compositor<br />
norte-americano. Chico também apreciava muito a música<br />
popular brasileira.<br />
Quanto ao cinema meus tios avós costumavam relatar<br />
que Chico adorava ir ao cinema de Pedro Leopoldo acompanhado<br />
dos amigos e depois se reuniam todos em sua casa ou<br />
na casa de André Luiz seu irmão para os comentários.<br />
Atração: Fale do período da psicografia em Pedro Leopoldo,<br />
sobretudo lá na Fazenda Modelo, no porão da casa do Dr.<br />
Rômulo Joviano?<br />
Geraldo: Sim, o período da psicografia de Pedro Leopoldo<br />
sem dúvida nenhuma foi o mais fecundo. É simplesmente incrível<br />
a gente hoje verificar a exuberância da obra recebida<br />
por Chico Xavier naqueles primeiros anos de mediunidade,<br />
afinal aos olhos do mundo tratava-se apenas de um rapaz<br />
simplório e humilde, trabalhador e aparentemente inculto, a<br />
assombrar o Brasil com a força de seu caráter e a mais pura e<br />
lídima sintonia com o plano da Vida Mais Alto ! Nos primeiros<br />
tempos de mediunidade Chico conheceu o Sr. Fausto Joviano,<br />
no Centro Espírita Luiz Gonzaga, que impressionado com a<br />
mediunidade autêntica do rapazola e condoído de sua situação<br />
econômica precária, resolveu levá-lo à presença de seu<br />
irmão Dr. Rômulo Joviano, então diretor da Fazenda Modelo<br />
do Ministério da Agricultura em Pedro Leopoldo. A afinidade<br />
natural se estabeleceu entre os dois espíritos que certamente se<br />
reencontravam para o desempenho de sagrados deveres para<br />
com a vida comunitária e a espiritualidade maior.<br />
Chico foi então admitido como colaborador da Fazenda<br />
Modelo e depois dos serviços que terminavam às 17 horas, foi<br />
convidado a participar duas vezes por semana das reuniões particulares<br />
que se realizavam na residência da família Joviano. Assim<br />
a partir de 1934 até o ano de 1952, quando a família Joviano<br />
se mudou para o Rio de Janeiro, Chico Xavier psicografava duas<br />
vezes por semana nas reuniões do Culto do Evangelho no Lar<br />
do Grupo Doméstico Arthur Joviano, às terças e quartas feiras.<br />
Naquelas inolvidáveis reuniões os espíritos de Arthur Joviano<br />
( depois revelado como o mesmo Neio Lúcio de 50 Anos Depois<br />
e também Jaques Duchesne Davemport de Renúncia ) e Emmanuel,<br />
além de outros espíritos, passaram a coordenar informações<br />
preciosas sobre o trabalho psicográfico de lançamento<br />
de livros dos autores espirituais que escreviam através de Chico<br />
Xavier. Hoje temos a alegria de ter essas mensagens esclarecedoras<br />
publicadas através dos livros SEMENTEIRA DE LUZ; DEUS<br />
CONOSCO; MILITARES NO ALÉM; PÉROLAS DE SABEDORIA; ILU-<br />
MINURAS; SEMENTEIRA DE PAZ (a ser lançado em 4 de Abril ) e<br />
COLHEITA DE BENÇÃOS (a ser lançado em 8 de Julho ).<br />
Além dessas reuniões, nos outros dias disponíveis Chico,<br />
após o serviço profissional, ao qual se dedicava com profundo<br />
desvelo e disciplina, também passou a receber pela psicografia<br />
os romances de Emmanuel, os primeiros livros de André Luiz e<br />
também os de Humberto de Campos.<br />
Para tanto Dr. Rômulo reservara uma sala no primeiro<br />
andar da Fazenda Modelo (não era propriamente um porão)<br />
onde Chico pudesse se desincumbir da tarefa sem ser importunado<br />
por ninguém. Este clima de proteção e cuidado em torno<br />
da mediunidade de Chico Xavier foi essencial para que o nobre<br />
medianeiro ficasse em absoluta tranqüilidade espiritual e em<br />
paz de espírito, longe do burburinho da cidade e do assédio dos<br />
que o procuravam, e pudesse assim nos brindar com livros como<br />
o PAULO E ESTÊVÃO; o 50 ANOS DEPOIS; o RENÚNCIA; a série<br />
NOSSO LAR até 1952; e outros mais.<br />
Atração: E sua trajetória de pesquisas junto a Francisco Cândido<br />
Xavier?<br />
Geraldo: Passei a me interessar pelas mensagens ainda inéditas<br />
de sua abençoada psicografia. A princípio me dediquei a reunir<br />
acervos, dando-lhe a necessária e útil divulgação.<br />
Assim surgiu o primeiro livro em 1º de Dezembro de 1984<br />
pela União Espírita Mineira, reunindo as 33 mensagens de meu<br />
primo William Machado de Figueiredo, que desencarnou em<br />
Pedro Leopoldo em 1941, dirigidas ao conforto de sua mãe,<br />
minha tia avó Adélia Machado de Figueiredo. Depois foi a vez<br />
das inumeráveis mensagens de Dr. Bezerra de Menezes dirigidas<br />
a vários de meus familiares em comunicados pessoais. Tive<br />
ocasião de reuni-las todas tirando delas o aspecto particular e<br />
transformando-as no livro APELOS CRISTÃOS, de 1984, também<br />
editado pela União Espírita Mineira que o relançou estes dias. A<br />
terceira produção foi a compilação das mensagens de Margarida<br />
Soares, minha tia bisavó, desencarnada em 1915 em Sabará, e<br />
que se comunicava frequentemente por Chico Xavier. Utilizando<br />
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