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OPINIÃO<br />
Entendendo o RenovaBio<br />
Sua importância está relacionada à possibilidade de os biocombustíveis<br />
continuarem sendo valorizados por suas características energéticas e ambientais<br />
PLÍNIO NASTARI (*)<br />
OBrasil é considerado o<br />
país mais avançado do<br />
mundo em biocombustíveis<br />
por substituir entre 36% e<br />
45% da gasolina por etanol e 8%<br />
do diesel fóssil por biodiesel<br />
(10% a partir de março de<br />
<strong>2018</strong>). Em volume, o Brasil é o<br />
segundo maior produtor mundial<br />
de etanol e biodiesel, e tem um<br />
grande potencial não só através<br />
desses dois energéticos, mas<br />
também do biogás/biometano e<br />
do bioquerosene.<br />
Mas, as bases sobre as quais<br />
esses mercados têm se desenvolvido<br />
ainda são frágeis. A falta<br />
de condições estáveis tem causado<br />
instabilidade na área de<br />
biocombustíveis e de derivados<br />
de petróleo, e pode levar a retrocessos<br />
indesejáveis. A inexistência<br />
de uma regulação<br />
mínima resulta num mercado<br />
com precificação basicamente<br />
à vista, e sem condições que<br />
estimulem o investimento em<br />
expansão da capacidade de<br />
produção.<br />
O País tem a oportunidade de<br />
integrar sua política de desenvolvimento<br />
agroindustrial com<br />
a sua política energética, ao<br />
mesmo tempo em que viabiliza<br />
atingir objetivos de política ambiental,<br />
industrial, e de desenvolvimento<br />
econômico descentralizado.<br />
As diretrizes do programa<br />
RenovaBio, visam trazer<br />
previsibilidade e credibilidade,<br />
viabilizando condições estáveis<br />
para a retomada do investimento<br />
privado sustentado na<br />
área.<br />
O RenovaBio é uma<br />
proposta de regulação<br />
que visa induzir<br />
ganhos de eficiência<br />
energética na produção<br />
e uso de biocombustíveis,<br />
e reconhecer<br />
a capacidade de cada<br />
energético contribuir<br />
para atingir metas de<br />
redução de emissões<br />
de carbono. Diferente<br />
de medidas tradicionais,<br />
não propõe a<br />
criação de imposto sobre carbono,<br />
ou de subsídios aos biocombustíveis.<br />
O imposto sobre<br />
o carbono (CIDE - Contribuição<br />
de Intervenção sobre o Domínio<br />
Econômico), não se contrapõe<br />
ou substitui o RenovaBio - ambos<br />
podem caminhar em paralelo.<br />
A elevação da CIDE, como<br />
imposto ambiental, pode ser encarada<br />
como uma ponte até que<br />
o RenovaBio esteja em pleno<br />
funcionamento.<br />
Uma das vantagens do programa<br />
será estabelecer metas de<br />
redução das emissões de carbono<br />
para o mercado de combustíveis,<br />
em sintonia com os<br />
compromissos assumidos pelo<br />
País no Acordo do Clima, criando<br />
um farol para o tamanho do<br />
mercado futuro de biocombustíveis,<br />
inserindo-os de forma definitiva<br />
na matriz de combustíveis.<br />
Sua aprovação abre oportunidades<br />
e a perspectiva de um desenvolvimento<br />
futuro equilibrado, sustentável e<br />
com mais previsibilidade, a nível<br />
nacional e internacional.<br />
O RenovaBio não contrapõe biocombustíveis<br />
aos combustíveis<br />
fósseis. Não está sendo proposto<br />
automaticamente qual deve<br />
ser o tamanho do mercado de<br />
etanol, biodiesel, biometano ou<br />
bioquerosene. O tamanho do<br />
mercado de biocombustíveis estará<br />
relacionado à ambição e à<br />
velocidade em atingir as metas<br />
de redução de emissões de carbono,<br />
o que deve ocorrer em<br />
harmonia com os biocombustíveis<br />
e os combustíveis<br />
fósseis.<br />
Os conceitos preconizados<br />
poderão ser<br />
aplicados, inclusive,<br />
e, caso seja assim decidido<br />
no futuro, aos<br />
combustíveis fósseis,<br />
produzidos localmente<br />
e importados. A regulação<br />
pretendida melhora<br />
a organização, confere<br />
previsibilidade, promove<br />
menores custos e preços aos<br />
consumidores, maior eficiência<br />
e controle contra fraudes no comércio.<br />
O RenovaBio introduz a meritocracia<br />
na produção de biocombustíveis,<br />
premiando e estimulando<br />
à crescente eficiência na<br />
sua produção e uso. O programa<br />
Rota2030 tem a oportunidade de<br />
induzir a otimização da frota flex<br />
para o uso de etanol, a introdução<br />
dos híbridos flex, e dos veículos<br />
equipados com células a<br />
combustível movidos a biocombustíveis,<br />
como o etanol, o biodiesel<br />
e o biometano.<br />
A aplicação do RenovaBio vai<br />
viabilizar a certificação voluntária<br />
dos produtores de biocombustíveis,<br />
que irá definir a capacidade<br />
de os produtores emitirem Créditos<br />
de Descarbonização<br />
(CBios), a serem negociados em<br />
bolsa, em um mercado livre. O<br />
governo deverá definir a meta<br />
global de descarbonização para<br />
o setor e as metas individuais<br />
para as empresas distribuidoras,<br />
que deverão comprovar anualmente<br />
o seu cumprimento através<br />
da aquisição de CBios.<br />
A troca de CBios irá determinar,<br />
em condições de mercado, o<br />
valor da tonelada de carbono,<br />
criando uma referência sobre a<br />
participação futura dos biocombustíveis<br />
na matriz de combustíveis<br />
utilizados em transporte. O<br />
RenovaBio é uma proposta de<br />
regulação construída a partir de<br />
conceitos e do aprendizado obtido<br />
com as mais modernas iniciativas<br />
internacionais, como a<br />
da Califórnia, dos EUA e da União<br />
Europeia.<br />
Mas, vai além ao introduzir a meritocracia<br />
no setor de biocombustíveis,<br />
ao induzir e premiar a<br />
busca por maior eficiência energética,<br />
produtividade e competitividade<br />
crescentes, e menores<br />
custos e preços para a sociedade<br />
e os consumidores. No<br />
caso do etanol, o objetivo é recuperar<br />
a trajetória de crescimento<br />
da produtividade<br />
agroindustrial, interrompida a<br />
partir de 2010 por políticas equivocadas<br />
e pelo desestímulo aos<br />
investimentos em modernização<br />
e expansão.<br />
A importância do RenovaBio<br />
para os mercados de biocombustíveis,<br />
açúcar e bioeletricidade<br />
está relacionada à possibilidade<br />
de os biocombustíveis<br />
continuarem sendo valorizados<br />
por suas características energéticas<br />
e ambientais. A sua aprovação<br />
abre oportunidades e a<br />
perspectiva de um desenvolvimento<br />
futuro equilibrado, sustentável<br />
e com mais previsibilidade,<br />
a nível nacional e internacional.<br />
* Presidente da Consultoria<br />
Datagro<br />
2<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
SAFRA 2017/18<br />
Colheita no <strong>Paraná</strong><br />
avança sobre <strong>2018</strong><br />
Faltam ainda esmagar 2,5 milhões de toneladas de cana. A previsão inicial<br />
era encerrar até meados de dezembro, mas as chuvas atrapalharam a moagem<br />
MARLY AIRES<br />
Com cerca de 2,5 milhões<br />
de toneladas<br />
de cana-de-açúcar<br />
ainda para serem<br />
colhidas no <strong>Paraná</strong> na safra<br />
2017/18, a colheita deve continuar<br />
no ano que vem. Dos<br />
36,763 milhões de toneladas<br />
previstas para esta safra,<br />
foram esmagados 93,5% do<br />
total. A previsão inicial era encerrar<br />
até meados de dezembro,<br />
mas as chuvas intensas<br />
e constantes durante os últimos<br />
meses prejudicaram o<br />
andamento do trabalho.<br />
“Nas últimas três quinzenas<br />
foram colhidas em média 1,5<br />
milhão de toneladas de cana<br />
em cada uma, quando normalmente<br />
se colhe entre 2,5<br />
a 3 milhões ou mais em cada<br />
quinzena. Apenas quatro usinas<br />
encerraram as atividades<br />
até o dia 1 de dezembro”,<br />
afirma o presidente da Alcopar,<br />
Miguel Tranin.<br />
O presidente comenta que<br />
as usinas sucroenergéticas<br />
do <strong>Paraná</strong> ainda estão<br />
avaliando se continuam esmagando<br />
cana até colher<br />
tudo que foi previsto ou se<br />
paralisam agora para manutenção<br />
da usina e retomam<br />
mais cedo as atividades,<br />
como já é tradição no Estado.<br />
Atendendo a determinação<br />
do Ministério da<br />
Agricultura, Pecuária e<br />
Abastecimento, tudo que é<br />
colhido antes do dia 1 de<br />
abril é contabilizado como<br />
safra 2017/18.<br />
Segundo dados da Alcopar,<br />
até a segunda quinzena de<br />
novembro foram colhidos<br />
34,371 milhões de toneladas<br />
de cana. Como sempre acontece,<br />
o mix de produção tem<br />
sido mais açucareiro, com<br />
59,11% da matéria prima<br />
destinada a produção de açúcar<br />
e 40,89% para a produção<br />
de etanol. No período<br />
foram industrializados 2,753<br />
milhões de toneladas de açúcar,<br />
96,7% do volume total<br />
esperado (2,848 milhões),<br />
além de 1,176 bilhão de litros<br />
de etanol, 98,1% dos 1,176<br />
bilhão de litros.<br />
Quanto à estimativa para a<br />
próxima safra, <strong>2018</strong>/19, Miguel<br />
Tranin diz que ainda é<br />
cedo para avaliar. “Estamos<br />
fazendo esse levantamento<br />
junto às unidades produtoras,<br />
mas muita coisa ainda pode<br />
mudar até lá”, afirma.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3
SAFRA <strong>2018</strong>/19<br />
Cenário é de preços desafiadores<br />
Primeiras estimativas são de produção menor de cana-de-açúcar e<br />
com tendência mais alcooleira no destino da matéria-prima<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Com a safra 2017/18<br />
chegando ao fim no<br />
Centro-Sul do Brasil,<br />
maior região produtora<br />
de açúcar do mundo, toda<br />
a atenção se volta para as<br />
perspectivas de moagem em<br />
<strong>2018</strong>/19. Porém, o cenário<br />
está repleto de incertezas, segundo<br />
os especialistas da<br />
Consultoria Datagro.<br />
“Clima irregular, dificuldades<br />
de caixa para investimentos<br />
em renovação de plantio e tratos<br />
culturais, volatilidade no<br />
mercado de petróleo, que por<br />
sua vez tem afetado a paridade<br />
do etanol, são algumas<br />
das principais variáveis a<br />
serem analisadas para compor<br />
os cenários iniciais da próxima<br />
temporada, que começa<br />
em abril de <strong>2018</strong>”, diz nota da<br />
consultoria.<br />
“Embora ainda seja cedo para<br />
quantificar o volume de cana,<br />
há um consenso de que o<br />
mercado conviverá com condições<br />
de preço ainda mais<br />
desafiadoras em <strong>2018</strong>, à medida<br />
que o mundo converge<br />
para um quadro superavitário<br />
no balanço e fluxo de comércio<br />
mundial de açúcar”, complementa<br />
a nota.<br />
As primeiras estimativas<br />
apontam para uma safra<br />
menor, no Centro-Sul do Brasil<br />
no próximo ano devido a adversidades<br />
climáticas. Para os<br />
especialistas da Datagro, a<br />
moagem de cana pelo Centro-<br />
Sul na temporada <strong>2018</strong>/19<br />
deve cair de 601 milhões de<br />
toneladas esperados nesta<br />
safra para 580 milhões de toneladas<br />
na próxima, o que<br />
seria o segundo ano de queda<br />
consecutiva. No ciclo passado<br />
foi de 617 milhões de toneladas.<br />
Produção de açúcar será menor<br />
Com o preço do açúcar em<br />
queda e uma menor moagem<br />
de cana-de-açúcar, a indústria<br />
açucareira do Brasil, a<br />
maior do mundo, se prepara<br />
para uma queda que pode<br />
chegar a 10% na produção no<br />
ano que vem, segundo especialistas.<br />
O motivo é o desvio<br />
de uma quantidade maior de<br />
cana-de-açúcar para o renascente<br />
mercado do etanol, mudança<br />
que pode repercutir em<br />
todo o mundo.<br />
A Archer Consulting cortou<br />
sua estimativa de fabricação<br />
de açúcar de 35,5 milhões<br />
de toneladas para 32,7 milhões<br />
de toneladas e a de<br />
etanol foi elevada para 25,5<br />
bilhões de litros, ante 24,6<br />
bilhões de litros esperados<br />
em outubro. Isso porque o<br />
biocombustível está oferecendo<br />
melhores retornos que<br />
o açúcar, diante de uma alta<br />
nos preços da gasolina no<br />
mercado interno, avaliou.<br />
Clima adverso e baixa renovação do canavial prejudicaram rendimento<br />
Já a Louis Dreyfus, uma das<br />
maiores traders de commodities<br />
agrícolas do mundo,<br />
dona da segunda maior processadora<br />
de cana-de-açúcar<br />
do Brasil, prevê queda<br />
de 4,1 milhões de toneladas<br />
na produção da principal região<br />
açucareira do País. A<br />
Datagro projeta queda de<br />
3,8 milhões de toneladas,<br />
caindo de 36,4 milhões de<br />
toneladas em 2017/18 para<br />
32,6 milhões de toneladas<br />
A Archer Consulting também<br />
reduziu sua projeção para a<br />
moagem de cana no Centro-<br />
Sul do Brasil na safra <strong>2018</strong>/19<br />
para 585 milhões de toneladas,<br />
ante 591 milhões de toneladas<br />
na previsão anterior,<br />
de outubro, de acordo com<br />
números repassados pelo diretor<br />
da consultoria, Arnaldo<br />
Corrêa.<br />
A Biosev, braço sucroenergético<br />
da operadora de commodities<br />
Louis Dreyfus, projetou<br />
uma safra de cana menor no<br />
Centro-Sul do Brasil em<br />
<strong>2018</strong>/19, com 586 milhões de<br />
na safra <strong>2018</strong>/19.<br />
“O mundo conta com essa<br />
mudança no mix para o etanol<br />
no Brasil” para consolidar<br />
essa redução esperada para<br />
o excedente global de açúcar<br />
e dar suporte aos preços,<br />
disse Enrico Biancheri, chefe<br />
de trading de açúcar da Louis<br />
Dreyfus. “Se isso não ocorrer,<br />
o cenário muda”.<br />
Segundo a INTL FCStone,<br />
toneladas, ante 599 milhões<br />
de toneladas em 2017/18. As<br />
usinas em geral reduziram a<br />
renovação de canaviais e cortaram<br />
o trato cultural para diminuir<br />
custos, o que levou a<br />
companhia a estimar uma<br />
menor safra no próximo ano,<br />
além do fechamento de usinas<br />
devem reduzir a capacidade<br />
de moagem no Centro-Sul do<br />
Brasil disse o CEO da Biosev ,<br />
Rui Chammas.<br />
apesar da queda de produção<br />
esperada para o Brasil,<br />
que calcula ser de 5,5% na<br />
próxima safra (33,3 milhões<br />
de toneladas), o superávit<br />
global de açúcar foi<br />
elevado para 2,8 milhões<br />
de toneladas devido a produções<br />
maiores em países<br />
como Índia e Paquistão,<br />
além de União Europeia<br />
(UE), que deixou de seguir<br />
o regime de cotas de produção.<br />
4 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
E a de etanol<br />
deve crescer<br />
O petróleo mais caro está ajudando<br />
o etanol no Brasil, onde<br />
a maioria dos motoristas tem<br />
carros flex, que rodam com o<br />
biocombustível e com gasolina.<br />
A estatal Petrobras tem<br />
elevado os preços da gasolina<br />
para alinhá-los mais ao mercado<br />
internacional.<br />
Atentas à maior competitividade<br />
do etanol, as usinas do<br />
Centro-Sul do Brasil deverão<br />
destinar maior parcela de<br />
cana para a produção do biocombustível<br />
na safra <strong>2018</strong>/<br />
19, aumentando em 5,1% a<br />
produção total de etanol, totalizando<br />
26,1 bilhões de litros,<br />
sendo 10,7 bilhões de<br />
litros de anidro (alta de 0,1%)<br />
e 15,4 bilhões de litros de hidratado<br />
(8,9%) projetou também<br />
a INTL FCStone.<br />
Na avaliação da consultoria,<br />
a expansão na produção de<br />
etanol será puxada pelo hidratado,<br />
uma vez que o concorrente<br />
direto da gasolina<br />
passou a ser mais atrativo<br />
que o derivado de petróleo a<br />
partir de agosto, na esteira da<br />
nova sistemática de formação<br />
de preços Petrobras,<br />
atrelada ao mercado internacional.<br />
“A decisão do consumidor<br />
ainda deve pender para<br />
o etanol. O consumo de hidratado<br />
deve continuar acima<br />
em <strong>2018</strong>”, comentou o consultor-chefe<br />
de açúcar e etanol<br />
da INTL FCStone, Bruno<br />
Lima.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 5
VARIEDADES<br />
Concentração diminuiu,<br />
mas ainda preocupa<br />
Os dados são do segundo censo nacional de variedades de<br />
cana feito pelo IAC. A RB867515 ainda predomina absoluta<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Aconcentração varietal<br />
de cana-de-açúcar no<br />
Brasil, índice que considera<br />
as três variedades<br />
mais cultivadas no país,<br />
diminuiu de 77% para 75,1%, o<br />
que indica que as empresas<br />
passaram a se preocupar com<br />
esse aspecto. Esse resultado é<br />
positivo para o setor sucroenergético<br />
brasileiro, por proporcionar<br />
maior segurança biológica<br />
frente ao surgimento de novas<br />
pragas e doenças. Porém, a<br />
concentração da variedade RB-<br />
867515 ainda é grande, o que<br />
pode colocar em risco a canavicultura<br />
de alguns estados,<br />
como <strong>Paraná</strong> e Espírito Santo.<br />
Os dados fazem parte do segundo<br />
censo nacional de variedades<br />
de cana-de-açúcar realizado<br />
pelo Instituto Agronômico<br />
de Campinas (IAC), que é o<br />
maior levantamento sobre uso<br />
de variedades desta cultura no<br />
Brasil. Seis milhões de hectares<br />
foram recenseados nos Estados<br />
de São Paulo, Espírito Santo,<br />
Goiás, Mato Grosso, Mato<br />
Grosso do Sul, Minas Gerais e<br />
<strong>Paraná</strong>, com informações de<br />
216 unidades produtoras. O IAC<br />
fez também o levantamento das<br />
intenções de plantio em 700 mil<br />
hectares, dentro de um milhão<br />
de hectares plantados na safra<br />
2017/18.<br />
A recomendação do Programa<br />
Cana IAC é de que em uma<br />
área de produção, uma única<br />
variedade de cana-de-açúcar<br />
não represente mais do que<br />
15% do total. A diversidade varietal<br />
é estratégica para garantir<br />
a segurança biológica e evitar<br />
que, em caso do ataque de<br />
praga ou doença severa, grande<br />
parte do canavial seja atingida,<br />
segundo o pesquisador e<br />
líder do Programa Cana IAC,<br />
Marcos Guimarães de Andrade<br />
Landell.<br />
O censo aponta que há regiões<br />
onde há mais de 50% do canavial<br />
plantado com um único<br />
material - a RB867515. Este é<br />
o caso do Espírito Santo, que<br />
mantém 59% dos 47.736 hectares<br />
plantados com a variedade<br />
e a intenção de plantio<br />
mostra que esse número será<br />
aumentado. Também, as três<br />
variedades mais plantadas somam<br />
78% da área. O Mato<br />
Grosso tem 56% desta variedade<br />
em 146.302 hectares, onde<br />
apenas quatro variedades<br />
ocupam 79% do total.<br />
No <strong>Paraná</strong> onde a concentração<br />
também é significativa, só três<br />
variedades ocupam 62% da<br />
área destinada à cana-de-açúcar<br />
- RB867515 (com 43%),<br />
RB966928 (14%) e RB835054<br />
(5%), o que traz risco fitossanitário.<br />
“São Paulo tem a menor<br />
proporção de RB867515, com<br />
21%, isso significa que o estado<br />
é mais eficiente na modernização<br />
de variedades”, diz o<br />
Uso de novos materiais<br />
devia ser maior<br />
Segundo Rubens Braga Júnior,<br />
os produtores do Centro-Sul<br />
do Brasil também não estão<br />
usando novas variedades na<br />
proporção devida. O censo<br />
mostrou, assim como em<br />
2016, uma grande concentração<br />
de plantio com a variedade<br />
RB867515, que representa<br />
26% dos canaviais e<br />
soma 18% das intenções de<br />
plantio. “A região de Assis usa<br />
variedade mais novas, assim<br />
como o <strong>Paraná</strong>, já Araçatuba<br />
adota mais antigas”, comenta.<br />
Conceitualmente, as variedades<br />
modernas são adaptadas<br />
ao plantio mecanizado e não<br />
apresentam falhas, têm alta<br />
produtividade e resistência às<br />
doenças e ao acamamento.<br />
“Vale destacar que o menor<br />
índice de atualização varietal,<br />
ou seja, o uso de variedades<br />
modernas representa maior<br />
produtividade”, resume o pesquisador<br />
do IAC.<br />
O levantamento sobre as intenções<br />
de plantio para a próxima<br />
safra de cana-de-açúcar,<br />
quando deverão ser plantados<br />
cerca de um milhão de hectares,<br />
aponta ainda para uma<br />
tendência na queda no índice<br />
estatístico e consultor do Programa<br />
Cana IAC, Rubens Braga<br />
Junior. Goiás mantém 29% da<br />
RB867515.<br />
de concentração. Foram recenseadas<br />
cerca de 70% da<br />
área que será plantada.<br />
Segundo Marcos Landell, o<br />
Índice de Atualização Varietal<br />
é um indicador positivo na<br />
avaliação das propriedades,<br />
além de representar um incentivo<br />
a todos os programas<br />
de melhoramento genético de<br />
cana no Brasil. Além do IAC,<br />
a Rede Interuniversitária para<br />
o Desenvolvimento do Setor<br />
Sucroenergético (Ridesa) e o<br />
Centro de Tecnologia Canavieira<br />
(CTC) mantêm esses<br />
programas no País.<br />
6<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
RECONHECIMENTO<br />
Santa Terezinha recebe o Prêmio VisãoAgro<br />
Tradicional premiação evidencia<br />
profissionais, entidades e empresas<br />
do setor sucroenergético que se<br />
destacaram ao longo de 2017<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Mais uma vez a<br />
Usina Santa Terezinha<br />
figura entre<br />
as 25 unidades industriais<br />
do setor sucroenergético<br />
brasileiro a receber o Prêmio<br />
VisãoAgro, que chega a<br />
sua 15ª edição. O evento, que<br />
segundo a organização, se<br />
consolida como a principal<br />
premiação do segmento canavieiro,<br />
foi no dia 6 de dezembro,<br />
em Ribeirão Preto (SP). O<br />
objetivo foi destacar iniciativas<br />
de sucesso que contribuíram<br />
para o fortalecimento do setor<br />
durante o ano de 2017.<br />
O prêmio é concedido a profissionais,<br />
empresas e entidades<br />
que fizeram a diferença e desenvolveram<br />
seus negócios<br />
com excelência e em prol do<br />
setor sucroenergético em diversas<br />
áreas do segmento. “O<br />
propósito é valorizar profissionais<br />
de todas as instâncias da<br />
cadeia produtiva da cana-deaçúcar”,<br />
afirma Alex Ramos,<br />
presidente da AR Empreendimentos,<br />
organizadora do evento.<br />
Dividida em oito categorias:<br />
Homens de Visão; Personalidades;<br />
Destaque Profissional do<br />
Setor Sucroenergético por região;<br />
Área Administrativa; Área<br />
Agrícola; Área Industrial; Melhores<br />
Usinas e Empresas Certificadas,<br />
foram entregues cerca<br />
de 90 prêmios.<br />
“O setor sucroenergético passou<br />
por períodos complicados,<br />
ainda enfrenta grandes desafios,<br />
mas as perspectivas para<br />
o futuro são cada vez melhores<br />
com a crescente demanda<br />
por fontes renováveis. Essa<br />
tendência indica que investimentos<br />
devem ser feitos, gerando<br />
assim um grande impacto<br />
em toda a cadeia do setor”,<br />
afirma Ramos, ressaltando<br />
a importância de reconhecer<br />
quem manteve a eficiência<br />
mesmo em um período<br />
adverso.<br />
“O RenovaBio, em vias de ser<br />
implantado, possibilitará traçar<br />
uma estratégia eficiente para<br />
todos os tipos de biocombustíveis<br />
na matriz energética brasileira,<br />
conforme foi destacado<br />
por nossos representantes durante<br />
a Conferência das Nações<br />
Unidas sobre Mudança<br />
Climática (COP23) realizada<br />
nos últimos dias, em Bonn, na<br />
Alemanha”, lembrou Ramos.<br />
Criado em 2003, pelo jornalista<br />
Alex Ramos, o Prêmio Visão<br />
Agro Brasil tornou-se um dos<br />
principais eventos sociais do<br />
setor agroindustrial nacional da<br />
cana-de-açúcar, reconhecendo<br />
pessoas, empresas e instituições<br />
que vêm ajudando a estabelecer<br />
os padrões de Qualidade<br />
e Competitividade deste que<br />
é um dos principais segmentos<br />
econômicos do país.<br />
Ao longo de suas últimas edições<br />
(às quais se somou à edição<br />
Sudeste, a partir de 2007,<br />
intitulado VisãoAgro - Sudeste),<br />
o evento foi prestigiado por um<br />
público qualificado, tendo homenageado<br />
cerca de 840 empresas<br />
e 246 de personalidades<br />
do setor sucroenergético.<br />
A Usina Santa Terezinha tem<br />
dez unidades industriais no <strong>Paraná</strong><br />
e uma greenfield no Mato<br />
Grosso do Sul. Recentemente<br />
também se posicionou entre as<br />
50 companhias Campeãs de<br />
Inovação no Sul do País, conforme<br />
levantamento feito pela<br />
Revista Amanhã em parceria<br />
com o instituto pelo IXL-Center,<br />
de Cambridge, região metropolitana<br />
de Boston (EUA), sendo<br />
destaque, ao longo de décadas,<br />
por seu pioneirismo em<br />
inovação.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 7
PREVENÇÃO<br />
Saúde da mulher e do homem é prioridade<br />
Campanhas que visam à prevenção e diagnóstico precoce dos<br />
cânceres de mama e próstata são realizados na Santa Terezinha<br />
DA ASSESSORIA<br />
DE COMUNICAÇÃO<br />
AUsina Santa Terezinha<br />
investe na<br />
saúde de seus colaboradores<br />
e colaboradoras.<br />
E nos meses de outubro<br />
e novembro, as ações<br />
preventivas na empresa se<br />
intensificam. Durante as<br />
campanhas do Outubro Rosa<br />
e Novembro Azul foram<br />
entregues materiais informativos<br />
que visam à prevenção<br />
e diagnóstico do câncer na<br />
mulher e homem nas dez<br />
unidades produtivas, Corporativo<br />
e Logística da usina.<br />
Além dos materiais informativos,<br />
os colaboradores participam<br />
de palestras. Este<br />
ano, as mulheres da Unidade<br />
Iguatemi e Corporativo tiveram<br />
um encontro com o<br />
tema: Saúde da Mulher, ministrada<br />
pelo médico ginecologista<br />
Rui Bertolino Júnior.<br />
O objetivo foi a conscientização<br />
sobre a luta contra o<br />
câncer de mama e a importância<br />
do diagnóstico precoce.<br />
Ao final, muitas dúvidas<br />
foram esclarecidas.<br />
“A realização de exames de<br />
imagem é fundamental na<br />
detecção precoce e, consequentemente,<br />
sucesso no<br />
tratamento do câncer de<br />
mama. Mas devemos nos<br />
atentar ao nosso dia a dia,<br />
cuidando da saúde e tendo<br />
hábitos saudáveis”, explica o<br />
médico. Ele ainda reforça<br />
orientações primordiais, como<br />
alimentação adequada,<br />
prática de exercícios físicos<br />
e, dentro do possível, redução<br />
do estresse diário.<br />
A colaboradora Eunice Pelicon<br />
Horcese, 52 anos, diz<br />
que o Outubro Rosa serve<br />
com um lembrete de que<br />
todas as mulheres precisam<br />
fazer o autoexame de mama,<br />
exames preventivos e, quando<br />
solicitado pelo médico, a<br />
mamografia ou ultrassonografia.<br />
“Este ano, já fiz todos<br />
os meus exames preventivos.<br />
Fiquei muito feliz com<br />
os resultados”.<br />
Eunice é encarregada de laboratório<br />
de entomologia e lidera<br />
45 mulheres na Unidade<br />
Iguatemi. Ela acredita que<br />
a orientação é essencial para<br />
as funcionárias. “As mulheres<br />
precisam estar atentas à<br />
realização dos exames, pois<br />
devido à rotina, a maioria<br />
acaba priorizando outras atividades.”<br />
Natalia Larissa Garcia, 26<br />
anos, trabalha no setor de<br />
Medicina do Trabalho da<br />
Usina Santa Terezinha, Unidade<br />
Iguatemi, e conta que<br />
sempre procura realizar as<br />
campanhas com o foco na<br />
saúde preventiva para proporcionar<br />
melhor qualidade<br />
de vida aos funcionários.<br />
“Qualquer doença descoberta<br />
no início, têm grandes<br />
possibilidades de cura”.<br />
O colaborador Claudimar<br />
Donizete Mazaia, 46 anos,<br />
lembra que sempre participa<br />
das campanhas de saúde<br />
preventiva da empresa ao<br />
longo do ano, por exemplo,<br />
prevenção do tabagismo e<br />
alcoolismo; controle e combate<br />
à hipertensão e diabetes;<br />
e prevenção da Aids<br />
(Síndrome da Imunodeficiência<br />
Adquirida) e outras<br />
DSTs (Doenças Sexualmente<br />
Transmissíveis).<br />
No Novembro Azul, Mazaia<br />
reforça o intuito da campanha.<br />
“O foco dessa campanha<br />
é a prevenção do câncer<br />
de próstata. O Novembro<br />
Azul abre a mente de muitos<br />
homens, que por vergonha<br />
ou acharem que o exame<br />
pode causar algum constrangimento,<br />
acabam deixando<br />
de lado.”<br />
Mazaia, funcionário a 20<br />
anos da Unidade Iguatemi,<br />
afirma que o câncer de próstata<br />
é silencioso e as orientações<br />
na empresa servem<br />
de alertas. “Sem a devida<br />
orientação a doença é descoberta<br />
em estágio mais<br />
avançado. Quanto mais cedo<br />
é diagnostica, maiores<br />
são as chances de cura.”<br />
Além das orientações dentro<br />
da empresa, funcionários<br />
ainda recebem assistência<br />
médica extensiva aos dependentes,<br />
por meio do plano de<br />
saúde e dos dez ambulatórios<br />
Santa Terezinha no <strong>Paraná</strong><br />
e Mato Grosso do Sul.<br />
8 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
ESPORTE<br />
Corrida Rústica de Iguatemi<br />
chega à décima edição<br />
Cerca de 1 mil atletas participaram da prova que, desde 2008, promove<br />
integração, saúde e incentiva o esporte no distrito de Iguatemi, em Maringá<br />
DA ASSESSORIA<br />
DE COMUNICAÇÃO<br />
No feriado do dia 15<br />
de novembro, o<br />
Distrito de Iguatemi,<br />
em Maringá (PR),<br />
recebeu mais de 1 mil atletas<br />
participantes da X Corrida<br />
Rústica de Iguatemi Elenilson<br />
Silva – Pare de Fumar Correndo.<br />
Promovida pela Usina<br />
Santa Terezinha, conta com<br />
a parceria do Projeto Tabagismo,<br />
do Mudi (Museu Interdisciplinar)/UEM<br />
(Universidade<br />
Estadual de Maringá)<br />
e da Prefeitura de Maringá<br />
por meio da Sesp (Secretaria<br />
de Esportes e Lazer).<br />
A prova faz parte do calendário<br />
anual do Projeto Atletismo<br />
da usina que tem o<br />
objetivo de promover o progresso<br />
na qualidade de vida<br />
dos colaboradores da empresa,<br />
seus dependentes e<br />
da comunidade em geral incentivando<br />
a participação<br />
em corridas de rua e também<br />
trabalha com a promoção<br />
de campanhas de prevenção<br />
de doenças relacionadas<br />
ao sedentarismo.<br />
esporte e promoção da saúde<br />
para moradores de Maringá<br />
e região. Com a proposta<br />
de ser um evento democrático,<br />
as inscrições para<br />
a Corrida Rústica de<br />
Iguatemi mantiveram o valor<br />
solidário de duas caixinhas<br />
de leite longa vida por pessoa.<br />
Ainda pensando em<br />
abranger todos os públicos,<br />
a prova é dividida em dez categorias<br />
que envolvem de<br />
crianças a partir dos 8 anos<br />
a idosos, sem limite de idade.<br />
Neste ano, além dos profissionais<br />
e amadores que<br />
completaram percursos de<br />
700 m à 5 km, a prova teve<br />
a honra de contar com a participação<br />
do atleta que dá<br />
nome à corrida. Aos 45<br />
anos, Elenilson Silva – que<br />
carrega o título de campeão<br />
Pan-americano de 1999 –<br />
fez bonito no retorno às ruas<br />
e completou o percurso de 5<br />
km em 17’03’’, conquistando<br />
a sexta colocação no ranking<br />
masculino geral e o terceiro<br />
lugar na categoria Master<br />
40 (40 a 49 anos).<br />
A Usina Santa Terezinha<br />
também marcou presença<br />
na prova, com quase oitenta<br />
atletas representando a empresa.<br />
Colaboradores, familiares<br />
e convidados contaram<br />
com uma barraca de<br />
apoio para a distribuição dos<br />
chips e kits de corrida, água,<br />
suco, frutas e lanches.<br />
Sempre pensando em incentivar<br />
a participação dos funcionários<br />
no evento, além do<br />
apoio logístico e estrutural, a<br />
empresa fez um sorteio de<br />
brindes esportivos como camisetas,<br />
meias e braçadeiras.<br />
Também foi realizada<br />
uma premiação interna, que<br />
distribuiu vale-tênis de 150 a<br />
250 reais para os três primeiros<br />
colocados nas categorias<br />
feminina e masculina.<br />
Os destaques ficaram com<br />
os colaboradores Dorval do<br />
Santos (Tapejara), que concluiu<br />
a prova em 16’53’’,<br />
conquistando a sétima colocação<br />
geral e o 3º lugar na<br />
categoria Master 30; e Luciano<br />
Miguel dos Santos<br />
(Paranacity), oitavo lugar<br />
geral e 4º colocado na categoria<br />
Master 40 com 17’08’’<br />
de tempo de prova.<br />
A Corrida Rústica de Iguatemi<br />
é realizada com apoio<br />
da RPC, Lions Clube, Unimed<br />
Maringá e das rádios<br />
CBN, Maringá FM e Mix FM.<br />
A corrida chegou ao seu décimo<br />
ano realizando ações<br />
de integração, incentivo ao<br />
Atividade física e saúde integral<br />
Mais do que um evento esportivo,<br />
a Corrida Rústica de<br />
Iguatemi é uma iniciativa de<br />
promoção da saúde preventiva<br />
e integral e faz parte do<br />
Projeto Tabagismo, da UEM,<br />
que visa possibilitar a troca<br />
de experiências e informações<br />
para a prevenção e o<br />
combate do uso do tabaco,<br />
por meio de palestras, oficinas,<br />
apresentação de trabalhos<br />
e corridas.<br />
Neste contexto, as atividades<br />
propostas no dia da<br />
prova vão além da estrutura<br />
essencial para a corrida de<br />
rua. Atletas e espectadores<br />
puderam visitar estandes<br />
temáticos da Feira de Saúde,<br />
com profissionais e estudantes<br />
que oferecem<br />
orientações sobre saúde<br />
bucal, realizam exames de<br />
glicemia e aferição de pressão<br />
arterial. Também houve<br />
a distribuição de mudas de<br />
árvores e a oferta de brinquedos,<br />
recreação e distribuição<br />
de guloseimas para<br />
as crianças.<br />
Além da prova de Iguatemi, o<br />
calendário de corridas do<br />
Projeto Tabagismo engloba a<br />
Maratona de Revezamento<br />
Vanderlei Cordeiro de Lima e<br />
a Corrida Rústica do Jardim<br />
Alvorada, em Maringá, e a<br />
Corrida Rústica de Ivaiporã.<br />
10<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
VALORES<br />
BSBIOS apresenta<br />
“Relatório de Sustentabilidade<br />
O documento expõe os impactos da companhia nas comunidades<br />
na região onde atua no <strong>Paraná</strong> e Rio Grande do Sul<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Para a BSBIOS, sustentabilidade<br />
é um dos<br />
valores estratégicos.<br />
Por isso, busca respeitar<br />
o meio ambiente, privilegiar<br />
a saúde, o bem-estar e a segurança<br />
dos colaboradores e estabelecer<br />
uma relação aberta e<br />
de desenvolvimento com as<br />
comunidades onde atua. A<br />
BSBIOS lançou na unidade matriz,<br />
em Passo Fundo (RS) e em<br />
Marialva (PR), o primeiro Relatório<br />
de Sustentabilidade produzido<br />
de acordo com as diretrizes<br />
da Global Reporting Initiative<br />
- GRI.<br />
A BSBIOS fundada em 15 de<br />
abril de 2005 conta com duas<br />
unidades industriais, sendo a<br />
matriz em Passo Fundo (RS)<br />
e, sua filial em Marialva (PR).<br />
Com capacidade para produzir<br />
aproximadamente 576 milhões<br />
de litros de biodiesel/<br />
ano, utiliza como principais<br />
fontes de matérias-primas a<br />
soja e a gordura animal. A<br />
planta industrial gaúcha também<br />
conta uma unidade de<br />
processamento de grãos, que<br />
consome 1 milhão toneladas<br />
de soja ao ano, produzindo<br />
óleo vegetal e farelo de soja. A<br />
Estrutura<br />
O presidente da BSBIOS, Erasmo<br />
Carlos Battistella, destacou<br />
que com esse Relatório foi possível<br />
mensurar e apresentar<br />
com transparência à sociedade<br />
as conquistas e desafios da<br />
companhia. “Expomos os impactos<br />
diretos e indiretos dos<br />
empreendimentos nas comunidades<br />
em que atuamos, mostrando<br />
os retornos econômicos,<br />
ambientais e sociais de<br />
sua instalação e produção,”<br />
afirma o empresário ressaltando<br />
que uma das premissas da<br />
empresa é de estar integrada às<br />
comunidades.<br />
O doutor Ariaster Chimeli, professor<br />
da Fundação Instituto de<br />
Pesquisas Econômicas – FIPE,<br />
que prestou consultoria, destacou<br />
que foi realizado um estudo<br />
para verificar a contribuição da<br />
BSBIOS ao PIB de Passo Fundo<br />
e Marialva. Utilizando uma metodologia<br />
inovadora, foi possível<br />
fazer uma análise do que<br />
seria o PIB desses municípios<br />
se a empresa não tivesse se<br />
instalado.<br />
“Verificamos que a BSBIOS<br />
contribuiu de forma direta e indireta<br />
para o PIB de Passo<br />
Fundo com um total de R$ 7,6<br />
bilhões no acumulado entre<br />
2005 e 2014 e, com 14,9 mil<br />
empregos adicionais em 2014.<br />
Já em Marialva, a contribuição<br />
companhia que possui faturamento<br />
superior a R$ 2,2 bilhões,<br />
emprega diretamente<br />
350 colaboradores.<br />
A usina também produz reflexos<br />
no campo, pelo menos<br />
40% de toda a aquisição de<br />
grãos é fruto da produção de<br />
cerca de quinze mil agricultores<br />
familiares. Nos últimos<br />
anos a empresa vem se destacando<br />
entre as três maiores<br />
produtoras de biodiesel do<br />
país, sendo que em 2016 foi a<br />
companhia que teve o maior<br />
volume de vendas.<br />
foi de R$ 818 milhões, no período<br />
de 2010 a 2014, gerando<br />
857 empregos adicionais em<br />
2014”, destacou Chimeli.<br />
O prefeito de Passo Fundo, Luciano<br />
Azevedo, fez uma relação<br />
dos desafios econômicos que<br />
o Brasil enfrenta e o que a instalação<br />
da empresa proporcionou<br />
ao município. “A BSBIOS<br />
está descolada do restante da<br />
realidade empresarial do país.<br />
Aqui se tem salário em dia, investimentos,<br />
produção a pleno,<br />
o que reflete na qualidade de<br />
vida da população. E há a identificação<br />
da empresa com os<br />
projetos da cidade”, ressaltou<br />
Azevedo reconhecendo a importância<br />
da BSBIOS para a comunidade.<br />
Impacto econômico e<br />
social na região<br />
Outro ponto destacado no<br />
Relatório foi em relação à<br />
aquisição de matéria-prima<br />
para a produção do biodiesel.<br />
“A BSBIOS gera um expressivo<br />
impacto econômico<br />
e social na região quando<br />
adquire 40% da matériaprima<br />
de que necessita da<br />
Agricultura Familiar, visto que<br />
em 2016, foi pago adicionalmente<br />
de bônus e de assistência<br />
técnica para os pequenos<br />
produtores de R$<br />
11,9 milhões, beneficiando<br />
mais de 15 mil famílias,”<br />
destacou Fernanda Gabriela<br />
Borger, pesquisadora da<br />
FIPE.<br />
O vice-presidente da Câmara<br />
de Vereadores, Wesley Araújo<br />
disse que as conquistas não<br />
são só da BSBIOS, mas da<br />
cidade de Marialva. “A empresa<br />
está de parabéns pelo<br />
Evento de<br />
apresentação:<br />
um dos valores<br />
estratégicos<br />
trabalho realizado. A BSBIOS<br />
tem uma grande importância<br />
para o nosso município não<br />
só pela sua produção, mas<br />
também pelas ações que realiza<br />
na área social”, afirmou<br />
Araújo ressaltando que muitos<br />
jovens quando ingressam<br />
no meio acadêmico veem a<br />
empresa como uma oportunidade<br />
para poderem buscar<br />
trabalho e aplicarem seus<br />
conhecimentos.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 11
BIODIESEL<br />
BSBIOS amplia capacidade<br />
em Marialva em 38%<br />
Unidade passa a produzir 288<br />
milhões de litros/ano, com<br />
faturamento adicional de R$ 230<br />
milhões/ano e acréscimo de<br />
R$ 27 milhões em ICMS<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
ABSBIOS, unidade de<br />
Marialva, foi autorizada<br />
no início de novembro,<br />
pela Agência<br />
Nacional do Petróleo, Gás Natural<br />
e Biocombustíveis (ANP)<br />
a operar sua unidade industrial<br />
com capacidade ampliada em<br />
38%. Com isso, passa, dos<br />
atuais 208,4 milhões, a produzir<br />
288 milhões de litros de biodiesel/ano.<br />
“Essa autorização chega em<br />
um ótimo momento para nós e<br />
também para Marialva, que<br />
completou 66 anos em novembro.<br />
Esse investimento é mais<br />
uma retribuição ao município e<br />
a região por acreditarem em<br />
nós”, afirmou o presidente da<br />
BSBIOS, Erasmo Carlos Battistella.<br />
Ele ressalta que em um estudo<br />
realizado pela FIPE/USP constatou-se<br />
que a companhia contribuiu<br />
de forma direta e indireta<br />
para o PIB de R$ 818 milhões,<br />
no período de 2010 a 2014, gerando<br />
857 empregos adicionais<br />
para o município em 2014.<br />
Battistella ainda contou que a<br />
empresa gerará um faturamento<br />
adicional de R$ 230 milhões/ano<br />
e um acréscimo de<br />
R$ 27 milhões em ICMS ao<br />
município. A empresa já é a<br />
maior arrecadadora de impostos<br />
de Marialva.<br />
O investimento em equipamentos<br />
e tecnologia na planta<br />
girou em torno de R$ 20 milhões.<br />
Com a ampliação estão<br />
sendo otimizados insumos e<br />
mão-de-obra, e haverá uma<br />
maior demanda por matériaprima<br />
- óleo de soja e gordura<br />
animal -, para atender a essa<br />
nova capacidade. “Com essa<br />
ampliação a companhia reafirma<br />
sua crença no Programa<br />
Nacional de Produção e Uso do<br />
A empresa já é a maior arrecadadora de impostos no município<br />
Biodiesel – PNPB e se capacita<br />
ainda mais para atender ao<br />
mercado de Biodiesel que está<br />
em expansão, além do aumento<br />
orgânico de combustíveis<br />
esperado com o retorno<br />
do crescimento da economia”,<br />
afirma o diretor industrial, Ézio<br />
Slongo.<br />
O Brasil está atualmente com o<br />
B8 – 8% de mistura de Biodiesel<br />
ao óleo diesel -, e chegará<br />
ao B10 em março de <strong>2018</strong>.<br />
Esse é o quarto aumento de<br />
capacidade da planta desde<br />
que ela entrou no mercado em<br />
2010, com 127,08 milhões litros.<br />
Em 2013 passou para<br />
183,6 milhões litros, em 2015<br />
para 208,8 milhões litros e<br />
agora para 288 milhões litros.<br />
Presidente da BSBIOS entre os 100 mais influentes<br />
O presidente da BSBIOS,<br />
Erasmo Carlos Battistella aparece<br />
pelo quinto ano consecutivo<br />
no ranking das 100 pessoas<br />
mais influentes do agronegócio<br />
brasileiro, que é formulado<br />
pela Revista Dinheiro<br />
Rural, da Editora Três. O empresário<br />
se destacou na área<br />
da bioenergia por exercer o<br />
papel de liderança na divulgação<br />
do biodiesel.<br />
Em 2016 a BSBIOS teve um faturamento<br />
de R$ 2,2 bi e alcançou<br />
a marca de maior produtora<br />
brasileira do biocombustível.<br />
Apostando sempre no<br />
futuro das energias renováveis,<br />
neste ano, realizou importantes<br />
ampliações de capacidade produtiva<br />
em suas duas unidades<br />
industriais em Passo Fundo/RS<br />
e Marialva/PR, passando de<br />
424,8 milhões para 576 milhões<br />
de litros de biodiesel/ano.<br />
“O agronegócio e, em especial,<br />
o biodiesel são causas que eu<br />
acredito e defendo. Ter sido escolhido<br />
uma das lideranças do<br />
setor, que é fundamental para o<br />
Brasil, é uma grande honra e<br />
uma satisfação para mim.<br />
Quero dividir este reconhecimento<br />
com todo meu time,<br />
pois ninguém faz nada sozinho”,<br />
afirmou o empresário<br />
ao ficar sabendo da publicação.<br />
Battistella ainda destacou que<br />
a companhia também está nutrindo<br />
relações internacionais<br />
com fins a exportação do biocombustível,<br />
sendo que recentemente<br />
se associou à Associação<br />
Americana de Biocombustíveis<br />
Avançados - ABFA.<br />
Outro importante destaque da<br />
empresa é a aquisição de no<br />
mínimo 40% das matérias-primas<br />
utilizadas para a produção<br />
do biodiesel ter como origem a<br />
agricultura familiar, sendo que<br />
no ano passado foram destinados<br />
R$ 11,9 milhões para o<br />
pagamento de bônus e assistência<br />
técnica a cerca de 15 mil<br />
famílias.<br />
O empresário, Erasmo Carlos Battistella,<br />
destaca-se pela liderança exercida<br />
no setor do biodiesel<br />
A Revista Dinheiro Rural homenageia,<br />
anualmente, as personalidades<br />
que fazem do campo<br />
a maior força da economia brasileira<br />
e, geram riqueza superior<br />
a R$1,3 trilhão por ano.<br />
12<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
DOCE EQUILÍBRIO<br />
O açúcar é essencial<br />
como fonte de energia<br />
Pesquisa mostra que 67% das pessoas que praticam atividade física<br />
consomem o produto e 73% desse total apresentam peso adequado<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Resultados da pesquisa<br />
“Consumo equilibrado:<br />
uma nova percepção<br />
sobre o açúcar”,<br />
realizada pelo Instituto<br />
Dante Pazzanese de Cardiologia<br />
no âmbito da Campanha Doce<br />
Equilíbrio, apontam que dos entrevistados<br />
praticantes de atividade<br />
física, 67% consomem<br />
açúcar, sendo que a maioria<br />
(73%) está com peso adequado.<br />
De acordo com o preparador físico<br />
Marcio Atalla, o dado está<br />
alinhado com as recomendações<br />
das principais organizações<br />
de saúde. “Manter hábitos<br />
saudáveis significa ter uma alimentação<br />
adequada e fazer<br />
exercícios regularmente. Precisamos<br />
de todos os nutrientes<br />
para o bom funcionamento do<br />
organismo e o açúcar faz parte<br />
deste contexto. No caso dos<br />
esportistas, por exemplo, o ingrediente<br />
é essencial como<br />
fonte de energia”, explica.<br />
Segundo o Daniel Magnoni,<br />
cardiologista e chefe de nutrição<br />
do Instituto Dante Pazzanese<br />
de Cardiologia, o fato de<br />
67% dos praticantes de atividade<br />
física ingerirem açúcar e<br />
73% desse total apresentarem<br />
peso adequado sugere que o<br />
ingrediente não é a principal<br />
causa da obesidade ou do sobrepeso,<br />
e sim um coadjuvante.<br />
“Quando a pessoa se alimenta<br />
bem, faz exercícios e segue um<br />
estilo de vida equilibrado, o<br />
açúcar pode e deve fazer parte<br />
da rotina. Não vai causar problema.<br />
Vale lembrar que nenhum<br />
alimento isoladamente é<br />
Números<br />
•<br />
71% dos entrevistados consomem<br />
açúcar habitualmente<br />
•<br />
85% têm preferência pelo<br />
tipo branco<br />
•<br />
88% afirmam adicionar açúcar ao<br />
café e ao chá<br />
•<br />
26% ingerem alimentos açucarados<br />
todos os dias<br />
•<br />
Menos da metade dos diabéticos<br />
entrevistados consome açúcar<br />
•<br />
67% dos que praticam atividade física<br />
consomem açúcar.<br />
•<br />
Destes, 73% têm o peso<br />
normal<br />
o responsável por problemas<br />
de saúde”, ressalta Magnoni.<br />
Para o cardiologista, o ingrediente<br />
só é prejudicial quando<br />
ingerido em grande quantidade<br />
e somado a uma vida de excessos,<br />
estresses e sedentarismo.<br />
De acordo com a Organização<br />
Mundial da Saúde (OMS), até<br />
10% das calorias totais diárias<br />
podem ser obtidas via açúcar.<br />
Marcio Atalla explica que existe<br />
uma recomendação da OMS<br />
para uma pessoa ser ativa.<br />
“Para adultos entre 18 e 64<br />
anos é preciso pelo menos 150<br />
minutos de atividade por semana,<br />
o que é aproximadamente<br />
30 minutos por dia. Vale<br />
lembrar que o movimento está<br />
relacionado à medicina preventiva”,<br />
finaliza.<br />
O objetivo da pesquisa realizada<br />
pelo Instituto Dante Pazzanese<br />
de Cardiologia é compreender<br />
os hábitos e comportamentos<br />
de quem consome<br />
açúcar. Foram realizadas 1.199<br />
entrevistas com homens e mulheres<br />
de 18 a 85 anos - pacientes<br />
do ambulatório do<br />
hospital e pertencentes às classes<br />
A, B e C - durante os meses<br />
de setembro e dezembro<br />
de 2015.<br />
Quando há<br />
equilíbrio o açúcar<br />
pode e deve<br />
fazer parte<br />
da rotina<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 13
A agricultura e o agronegócio<br />
no Brasil contribuíram<br />
com 23,5% do Produto Interno<br />
Bruto (PIB) do país<br />
em 2017, a maior participação<br />
em 13 anos, segundo<br />
a Confederação da<br />
Agricultura e Pecuária do<br />
Brasil. A criação de empregos<br />
foi a mais alta em 5<br />
PIB<br />
DOIS<br />
anos nos setores de agricultura<br />
e produção de<br />
carne, os únicos segmentos<br />
da economia que aumentaram<br />
o emprego.<br />
Espera-se que o setor<br />
agropecuário cresça em<br />
até 11% neste ano e deverá<br />
crescer mais 5% no<br />
próximo.<br />
Importações<br />
As novas cotas trimestrais<br />
de importação de etanol<br />
impostas pelo Brasil recentemente<br />
não conseguiram<br />
inibir a chegada de produto<br />
norte-americano, que continua<br />
abastecendo o mercado<br />
doméstico brasileiro.<br />
Enquanto as novas regras<br />
implementadas em setembro<br />
levaram a uma reestruturação<br />
das operações de<br />
importação favorecendo<br />
cargas menores, a política<br />
agressiva de preços praticados<br />
por produtores dos<br />
Estados Unidos ajudou a<br />
amenizar o impacto da alíquota<br />
de 20% incidente sobre<br />
as importações acima<br />
de 150.000m³ por trimestre.<br />
Metas climáticas<br />
Quem acompanha a implementação<br />
dos compromissos<br />
que o Brasil impôs a si<br />
mesmo no âmbito do<br />
Acordo de Paris não tem dúvida:<br />
o país caminha na<br />
contramão de suas próprias<br />
políticas climáticas. Para<br />
além das crescentes emissões<br />
de carbono no país -<br />
que subiram 8,9% em 2016,<br />
tornando mais distante a<br />
meta de redução de 37% até<br />
2025. O que mais preocupa<br />
as organizações ligadas ao<br />
clima são a falta de coordenação<br />
entre os atores estatais<br />
e a descontinuidade na<br />
implementação da agenda<br />
ambiental.<br />
PONTOS<br />
Dados da Câmara de Comercialização<br />
de Energia Elétrica<br />
indicam crescimento de 9%<br />
na geração das usinas térmicas<br />
movidas à biomassa entre<br />
janeiro e setembro, 2.865<br />
MW médios, na comparação<br />
com 2016: 2.630 MW. A capacidade<br />
instalada das plantas<br />
movidas à biomassa do<br />
Sistema Interligado Nacional<br />
também evoluiu, chegando a<br />
13 GW ao final de setembro,<br />
11,8% superior ao registrado<br />
no mesmo período de 2016<br />
Petróleo<br />
Biomassa<br />
(11,6 GW). O bagaço de cana<br />
foi o combustível mais utilizado<br />
com 85% do total (2.435<br />
Joint venture<br />
A BP Biocombustíveis e a Copersucar<br />
anunciaram a intenção<br />
de formar uma joint<br />
venture para operar o terminal<br />
de armazenagem de etanol<br />
conhecido como Terminal Copersucar<br />
de Etanol, em Paulínia<br />
(SP). Cada empresa terá<br />
50% de participação na joint<br />
venture, que operará de forma<br />
independente e continuará<br />
prestando serviços aos demais<br />
clientes. Em operação<br />
desde setembro de 2014, o<br />
terminal pertence à Copersucar<br />
e possui dez tanques, com<br />
capacidade total de armazenagem<br />
de 180 milhões de litros<br />
de combustível e de movimentação<br />
de 2,3 bilhões de litros<br />
por ano, com possibilidade<br />
de ampliação. O terminal<br />
opera de forma multimodal,<br />
com acesso a importantes<br />
rodovias, dutos e, num<br />
futuro breve, à ferrovia.<br />
As importações de derivados<br />
de petróleo pelo Brasil em<br />
outubro, 21,438 milhões de<br />
barris, subiram 60% ante o<br />
mesmo mês do ano passado<br />
(13,386 milhões) e cresceram<br />
21% em relação a setembro<br />
(17,656 milhões), evidenciando<br />
que o produto importado<br />
continua ganhando mercado<br />
da Petrobras, que detém<br />
quase 100% da capacidade<br />
de refino do Brasil. A Petrobras<br />
admitiu que estava perdendo<br />
mercado para concorrentes,<br />
que têm elevado compras<br />
externas para suprir a demanda<br />
doméstica. Isso ocorre<br />
enquanto a empresa tenta<br />
calibrar seus reajustes de preços.<br />
No acumulado do ano,<br />
as importações totais de derivados<br />
do petróleo pelo Brasil<br />
cresceram 25% para 193 milhões<br />
de barris, próximo de<br />
um recorde anual registrado<br />
em 2014, que somaram<br />
196,735 milhões de barris.<br />
MW médios). No <strong>Paraná</strong><br />
foram produzidos 164 MW<br />
médios.<br />
Crescer<br />
Conforme projeções publicadas<br />
por vários economistas,<br />
a economia mundial está<br />
prosperando novamente e<br />
deve ganhar impulso e amplitude<br />
em <strong>2018</strong>. As apresentadas<br />
pelo Goldman Sachs<br />
Group e pelo Barclays<br />
são as mais otimistas até o<br />
momento, com um crescimento<br />
global previsto de 4%<br />
para o próximo ano. Esta<br />
seria a taxa mais alta desde<br />
2011 e superaria a proporção<br />
de 3,7% que o Goldman<br />
Sachs estima para este ano.<br />
14 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou<br />
para cima sua estimativa para a produção global de açúcar<br />
na safra 2017/18, 184,949 milhões de toneladas contra<br />
179,636 milhões de toneladas no relatório anterior. Se confirmada<br />
a nova projeção, serão quase 13,5 milhões de toneladas<br />
a mais que na temporada 2016/17: de 171,472 milhões de toneladas.<br />
Entre os fatores para a revisão de safra global está a<br />
expectativa de aumento da produção brasileira no ciclo<br />
2017/18, que subiu de 39,650 milhões para 40,2 milhões de<br />
toneladas, por conta de clima favorável, melhora de tratos culturais<br />
e pelo menor uso da cana para etanol. Apesar do aumento<br />
na estimativa de consumo global de açúcar, de 171,559 milhões<br />
em maio para 174,223 milhões de toneladas, o superávit de<br />
oferta no mercado mundial passou de 8,07 milhões no relatório<br />
anterior para 10,7 milhões de toneladas no atual.<br />
Os produtores de milho dos<br />
EUA poderão entrar em<br />
breve no mercado japonês<br />
de biocombustíveis, ameaçando<br />
o domínio da canade-açúcar<br />
brasileira sobre<br />
um dos maiores consumidores<br />
de gasolina do mundo.<br />
O Ministério do Comércio<br />
Exterior do Japão planeja<br />
Açúcar<br />
Japão<br />
Fechada<br />
PET<br />
A Braskem está testando um<br />
processo químico renovável<br />
que pode fazê-la entrar em<br />
novo segmento de mercado,<br />
o de insumos para plásticos<br />
PET, muito usado em garrafas<br />
de bebidas e que possui uma<br />
demanda global de milhões e<br />
toneladas por ano. Maior petroquímica<br />
das Américas, a<br />
Braskem fez parceria com a<br />
especialista dinamarquesa em<br />
catalisadores Haldor Topsoe<br />
para construir uma fábrica em<br />
miniatura que testará a viabilidade<br />
de produção em larga<br />
escala do componente monoetilenoglicol<br />
(MEG), um dos<br />
permitir que suas refinarias<br />
usem o etanol americano,<br />
baseado no milho, em um<br />
aditivo misturado à gasolina.<br />
Atualmente, o Japão usa<br />
apenas cana-de-açúcar brasileira.<br />
O Japão busca diversificar<br />
suas fontes de abastecimento<br />
de gasolina para<br />
expandir o uso de energia<br />
sustentável no país.<br />
O número de usinas sucroalcooleiras<br />
que ficará de portas<br />
fechadas no Brasil na<br />
safra <strong>2018</strong>/19 deverá ser<br />
maior que no ciclo atual. A<br />
tendência ainda reflete a<br />
crise que abalou muitas empresas<br />
do setor na primeira<br />
metade desta década e que<br />
até hoje recai sobre a produtividade<br />
dos canaviais, mas<br />
também tem relação com os<br />
problemas climáticos que limitaram<br />
a produção nos últimos<br />
anos. De um total de<br />
444 usinas no país, 79 não<br />
ligarão as máquinas na próxima<br />
temporada, conforme<br />
levantamento da RPA Consultoria.<br />
Em 2017/18, 76<br />
unidades não operaram. Mas<br />
o número poderá ser maior,<br />
já que diversas companhias<br />
com poucos recursos em<br />
caixa ainda estão definindo<br />
sua programação.<br />
principais ingredientes do PET,<br />
atualmente produzido a partir<br />
de petróleo ou gás natural.<br />
Testes de laboratório e pilotos<br />
realizados pela Braskem demonstraram<br />
que o MEG a partir<br />
de açúcar tem um rendimento<br />
maior que o obtido a<br />
partir de etanol.<br />
Etanol de soja<br />
Desde 2012, quando a Caramuru<br />
Alimentos começou a<br />
produzir proteína concentrada<br />
de soja, no Mato Grosso, a empresa<br />
passou a aproveitar o resíduo,<br />
cerca de 230 toneladas<br />
diárias melaço de soja, para alimentação<br />
do gado e geração<br />
de energia. Agora decidiu produzir<br />
etanol de soja, um projeto<br />
pioneiro no País em escala industrial,<br />
para ser usado como<br />
combustível e matéria-prima na<br />
indústria química. Em parceria<br />
com o Finep, empresa pública<br />
de fomento à tecnologia e inovação,<br />
a Caramuru está implementando<br />
a fábrica, que começa<br />
a funcionar em dois<br />
anos, com capacidade de 6,8<br />
milhões de litros de etanol por<br />
ano e 3 mil toneladas de lecitina<br />
de soja. O investimento<br />
total será de R$115 milhões. A<br />
tecnologia para produção de<br />
etanol de soja é nacional.<br />
OPEP<br />
A demanda por petróleo<br />
crescerá a um “ritmo saudável”<br />
nos próximos cinco<br />
anos em meio à expansão<br />
mais veloz das fontes renováveis<br />
que o de todos os<br />
demais tipos de energia,<br />
disse a Organização dos Países<br />
Exportadores de Petróleo<br />
(Opep). A demanda bruta<br />
aumentará em média 1,2<br />
milhão de barris por dia até<br />
2022 e diminuirá para<br />
300.000 barris por dia entre<br />
2035 e 2040. A participação<br />
dos combustíveis fósseis<br />
na matriz energética<br />
global ficará em menos de<br />
80% em 2020 e cairá para<br />
75,4% em 2040.<br />
Estudo<br />
Um estudo publicado na revista<br />
“Nature Climate Change”<br />
mostrou que a expansão<br />
da produção de canade-açúcar<br />
entre 37,5 e 116<br />
milhões de hectares, com<br />
fins na conversão em etanol,<br />
poderia reduzir em até<br />
5,6% as emissões globais<br />
de dióxido de carbono, basicamente<br />
com a substituição<br />
do uso da gasolina. O<br />
estudo aponta ainda que a<br />
expansão do uso do etanol<br />
pode ser uma solução no<br />
curto prazo para que a meta<br />
ratificada no último acordo<br />
climático em Paris seja atingida.<br />
Vinhaça<br />
Um processo de tratamento<br />
da vinhaça por filtragem em<br />
materiais que permitem a<br />
melhoria das características<br />
poluentes desse resíduo e,<br />
com isso, seu uso para o<br />
cultivo em algas, é resultado<br />
de uma tecnologia recente<br />
desenvolvida na Universidade<br />
Federal de São Carlos<br />
(UFSCar). Tecnologia promete<br />
reduzir danos ambientais<br />
da indústria.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 15