Revista Penha | março 2018
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França. Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França. Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
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OS FAMOSOS<br />
LOMBINHOS<br />
E MUITO MAIS<br />
JOÃO AMORIM,<br />
O ABRIGO<br />
RUA MESTRE ANTÓNIO MARTINS, 23A<br />
TELEFONE: 218 078 711<br />
O Sr. João, dos mais novos, chegou a Lisboa<br />
com 12 anos para trabalhar para um restaurante<br />
em Campolide, onde já estava outro<br />
dos irmãos.<br />
Voltando ao Abrigo. Vêm clientes da Freguesia,<br />
quem cá mora ou aqui trabalha, mas<br />
também pessoas de fora. “Bom dia Sr. João”,<br />
cumprimenta animado um casal, ainda não é<br />
meio-dia. São clientes antigos, que vêm de<br />
propósito à <strong>Penha</strong> de França para almoçar.<br />
Há quem se refira a este restaurante na<br />
Rua Mestre António Martins pelo seu nome,<br />
O ABRIGO. Mas também há quem o conheça<br />
pelo seu prato mais emblemático, ‘os lombinhos’,<br />
umas fatias suculentas e tenras de<br />
lombo de porco grelhadas na chapa que têm<br />
uma longa história. E há quem venha de toda<br />
a cidade para as saborear, acompanhadas de<br />
um ovo a cavalo e batatas fritas.<br />
O prato nasceu na Adega dos Lombinhos,<br />
um mítico estabelecimento da Baixa lisboeta<br />
que fechou portas em 2013, após 96 anos de<br />
existência. “Trabalhei ali trinta e quatro anos<br />
com o meu irmão, que era quem os cozinhava,<br />
e que lá esteve quarenta e seis”, recorda<br />
o SR. JOÃO AMORIM, o proprietário. A casa<br />
era “de uns senhores de Valença do Minho”,<br />
conta, e quando estes se reformaram, o Sr.<br />
João e o irmão (também minhotos) tomaram<br />
o trespasse.<br />
Mas só puderam gozar o negócio durante<br />
nove anos. “O prédio foi comprado pelo Grupo<br />
Espírito Santo, pelo Sr. Ricardo Salgado,<br />
para fazerem um hotel. Mas ainda lá está<br />
tudo na mesma, tudo a cair”, lamenta-se o Sr.<br />
João. “Tenho bastantes saudades. Não estou<br />
mal aqui, vem cá muita gente, mas lá não parávamos<br />
de manhã à noite”.<br />
Já conhecia esta zona porque outro dos seus<br />
irmãos explorava uma taberna, já desaparecida,<br />
na Rua da <strong>Penha</strong> de França. Aliás,<br />
vem de uma família dedicada à restauração:<br />
de oito irmãos, só um seguiu outro rumo.<br />
Se na Adega o espaço disponível limitava a<br />
ementa, neste restaurante há espaço para<br />
cozinhar outros pratos da cozinha tradicional<br />
portuguesa. O espaço abriu há quatro anos e<br />
diariamente utiliza produtos frescos comprados<br />
no Mercado. O arroz de pato, às terças, o<br />
‘cozido à portuguesa’, às quartas, o bacalhau<br />
à minhota e à lagareiro alternam à sexta-feira,<br />
em parceria com a carne de porco à portuguesa<br />
ou à alentejana.<br />
E nunca esquecendo os famosos lombinhos<br />
na chapa que foi trazida da Adega. Sr. João,<br />
qual é a receita do sucesso? “São cortados<br />
em fatias fininhas, por mim, sem gordura nenhuma.<br />
É porco, mas não é um prato gordo.<br />
E depois levam o tempero, mas esse é segredo.<br />
Um segredo muito antigo”.<br />
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