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DOIS<br />
PONTOS<br />
Renovabio<br />
A futura negociação de créditos<br />
de descarbonização<br />
estabelecida pelo RenovaBio<br />
tende a ficar restrita a produtores<br />
de biocombustíveis e<br />
distribuidoras, embora uma<br />
eventual participação de outros<br />
agentes pudesse levar liquidez<br />
a esse mercado, avalia<br />
lideranças do setor. Um<br />
primeiro decreto com orientações<br />
gerais foi publicado,<br />
mas ainda serão definidas as<br />
metas de descarbonização e<br />
a forma como serão negociados<br />
os chamados CBIOs,<br />
créditos que as distribuidoras<br />
terão de adquirir junto a<br />
produtores de biocombustíveis<br />
para o cumprimento de<br />
objetivos anuais de redução<br />
de emissões. Pelos termos<br />
do decreto, a distribuidora<br />
que não atingir seu objetivo<br />
anual, comprovado via compra<br />
de CBIOs, poderá ser<br />
multada em até 50 milhões<br />
de reais. A expectativa é de<br />
que o Conselho Nacional de<br />
Política Energética divulgue<br />
essas metas até junho, dentro<br />
do prazo de seis meses<br />
após a sanção da lei.<br />
Toyota<br />
Etanol de milho<br />
Duplicação<br />
A Toyota quer ser a primeira montadora a produzir um veículo<br />
capaz de rodar com gasolina, álcool ou eletricidade. A empresa<br />
apresentou o Prius Hybrid Flex, que ainda é um protótipo. O<br />
desenvolvimento está sendo feito por engenheiros brasileiros,<br />
que já conhecem o sistema bicombustível dos carros nacionais.<br />
O casamento com o motor elétrico ocorre da mesma<br />
forma que no Prius convencional, a gasolina. O protótipo é<br />
capaz de rodar consumindo apenas eletricidade no trânsito urbano.<br />
As baterias são recarregadas durante desacelerações ou<br />
por meio do motor a combustão, mais usado na estrada e nos<br />
momentos em que é preciso mais potência.<br />
CTC<br />
Já iniciou no Brasil o plantio<br />
da primeira cana geneticamente<br />
modificada com genes<br />
de Bt (Bacillus thuringiensis)<br />
para resistência à<br />
broca. De acordo com o<br />
Centro de Tecnologia Canavieira<br />
(CTC), foram implantados<br />
os primeiros 400 hectares<br />
da cultura em 100 unidades<br />
do País. Em um primeiro<br />
momento essa cana<br />
não será moída nesta temporada.<br />
O objetivo é que as<br />
usinas trabalhem primeiro na<br />
sua multiplicação à espera<br />
da aprovação dos países importadores<br />
de açúcar. Projeta-se<br />
um prazo de cerca de<br />
três anos de multiplicação<br />
no campo para só então<br />
atingir o plantio em escala. O<br />
CTC planeja submeter à<br />
CTNBio mais duas variedades<br />
da planta resistente à<br />
broca na safra <strong>2018</strong>/19.<br />
A produção de etanol de<br />
milho deverá atingir 830 milhões<br />
de litros neste ano no<br />
Brasil, 58% mais do que em<br />
2017, conforme estimativa<br />
da consultoria Datagro. Em<br />
2021, a produção deverá<br />
atingir 3 bilhões de litros,<br />
com a utilização de 7,1 milhões<br />
de toneladas do cereal.<br />
Os dados levam em consideração<br />
projetos já em andamento<br />
e os que estão para<br />
ser instalados.<br />
Centro-Oeste<br />
O Centro-Oeste encontrou<br />
no etanol um caminho para<br />
verticalizar parte de sua<br />
crescente produção de milho,<br />
que em sua maior parte<br />
vai para exportação. Agricultores,<br />
usinas de cana e investidores<br />
estrangeiros estão<br />
tirando do papel projetos de<br />
usinas do biocombustível à<br />
base do cereal que deverão<br />
acrescentar mais de 1 bilhão<br />
de litros de capacidade até<br />
2019, volume equivalente a<br />
quase um mês de consumo<br />
de etanol hidratado no país.<br />
Ao menos seis usinas do gênero<br />
deverão ser construídas<br />
ou ampliadas em <strong>2018</strong> na<br />
região, a partir de cerca de<br />
R$ 2 bilhões em investimentos.<br />
Quando todas estiverem<br />
operando a pleno vapor, sua<br />
demanda por milho deverá<br />
superar 3 milhões de toneladas<br />
por ano, ou cerca de 6%<br />
da safra do Centro-Oeste.<br />
Hoje, as usinas que usam<br />
milho para fabricar etanol demandam<br />
aproximadamente 1<br />
milhão de toneladas - 2% da<br />
oferta da região.<br />
Cana transgênica<br />
A FS Bioenergia, a primeira<br />
usina de etanol 100% do<br />
milho do Brasil, iniciou a<br />
obra de duplicação da planta<br />
de Lucas do Rio Verde. O<br />
investimento é de R$ 350<br />
milhões, gerando mais 720<br />
empregos diretos e indiretos.<br />
A planta, inaugurada em<br />
2017, apresenta bons resultados,<br />
surpreendendo positivamente<br />
nas vendas de<br />
DDGS e etanol. Com a ampliação<br />
da planta, a previsão<br />
é que sejam moídas 1 milhão<br />
e 300 mil toneladas de<br />
milho por ano, com produção<br />
anual de 530 milhões<br />
de litros de etanol, 400 mil<br />
toneladas de farelo de milho,<br />
15 mil toneladas de óleo<br />
de milho e capacidade de<br />
cogeração de energia de<br />
132MW/h, suficiente para<br />
abastecer uma cidade de<br />
cerca de 55 mil habitantes.<br />
A Embrapa Agroenergia assinou<br />
contrato de parceria de<br />
quatro anos para a produção<br />
de uma nova variedade transgênica<br />
de cana resistente à<br />
broca, maior praga da cultura,<br />
e ao herbicida glifosato, o mais<br />
usado no setor. A expectativa<br />
é que em até quatro anos a variedade<br />
esteja disponível para<br />
negociações. A diferença dessa<br />
cana será a combinação de<br />
dois modos de ação para ampliar<br />
a proteção contra a broca<br />
e oferecer resistência ao herbicida.<br />
A broca é responsável<br />
por perdas que chegam a R$ 5<br />
bilhões por ano ao reduzir as<br />
produtividades agrícola e industrial<br />
e a qualidade do açúcar,<br />
além de gerar custos com<br />
inseticidas. O objetivo de incluir<br />
a resistência ao glifosato tem<br />
como objetivo diminuir o total<br />
de aplicações do herbicida, reduzindo<br />
o gasto com o produto<br />
e mão de obra no campo. Os<br />
primeiros testes de campo começarão<br />
em dois anos e deverão<br />
durar mais dois anos.<br />
10 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>