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Jornal Paraná Abril 2018

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DOIS<br />

PONTOS<br />

Renovabio<br />

A futura negociação de créditos<br />

de descarbonização<br />

estabelecida pelo RenovaBio<br />

tende a ficar restrita a produtores<br />

de biocombustíveis e<br />

distribuidoras, embora uma<br />

eventual participação de outros<br />

agentes pudesse levar liquidez<br />

a esse mercado, avalia<br />

lideranças do setor. Um<br />

primeiro decreto com orientações<br />

gerais foi publicado,<br />

mas ainda serão definidas as<br />

metas de descarbonização e<br />

a forma como serão negociados<br />

os chamados CBIOs,<br />

créditos que as distribuidoras<br />

terão de adquirir junto a<br />

produtores de biocombustíveis<br />

para o cumprimento de<br />

objetivos anuais de redução<br />

de emissões. Pelos termos<br />

do decreto, a distribuidora<br />

que não atingir seu objetivo<br />

anual, comprovado via compra<br />

de CBIOs, poderá ser<br />

multada em até 50 milhões<br />

de reais. A expectativa é de<br />

que o Conselho Nacional de<br />

Política Energética divulgue<br />

essas metas até junho, dentro<br />

do prazo de seis meses<br />

após a sanção da lei.<br />

Toyota<br />

Etanol de milho<br />

Duplicação<br />

A Toyota quer ser a primeira montadora a produzir um veículo<br />

capaz de rodar com gasolina, álcool ou eletricidade. A empresa<br />

apresentou o Prius Hybrid Flex, que ainda é um protótipo. O<br />

desenvolvimento está sendo feito por engenheiros brasileiros,<br />

que já conhecem o sistema bicombustível dos carros nacionais.<br />

O casamento com o motor elétrico ocorre da mesma<br />

forma que no Prius convencional, a gasolina. O protótipo é<br />

capaz de rodar consumindo apenas eletricidade no trânsito urbano.<br />

As baterias são recarregadas durante desacelerações ou<br />

por meio do motor a combustão, mais usado na estrada e nos<br />

momentos em que é preciso mais potência.<br />

CTC<br />

Já iniciou no Brasil o plantio<br />

da primeira cana geneticamente<br />

modificada com genes<br />

de Bt (Bacillus thuringiensis)<br />

para resistência à<br />

broca. De acordo com o<br />

Centro de Tecnologia Canavieira<br />

(CTC), foram implantados<br />

os primeiros 400 hectares<br />

da cultura em 100 unidades<br />

do País. Em um primeiro<br />

momento essa cana<br />

não será moída nesta temporada.<br />

O objetivo é que as<br />

usinas trabalhem primeiro na<br />

sua multiplicação à espera<br />

da aprovação dos países importadores<br />

de açúcar. Projeta-se<br />

um prazo de cerca de<br />

três anos de multiplicação<br />

no campo para só então<br />

atingir o plantio em escala. O<br />

CTC planeja submeter à<br />

CTNBio mais duas variedades<br />

da planta resistente à<br />

broca na safra <strong>2018</strong>/19.<br />

A produção de etanol de<br />

milho deverá atingir 830 milhões<br />

de litros neste ano no<br />

Brasil, 58% mais do que em<br />

2017, conforme estimativa<br />

da consultoria Datagro. Em<br />

2021, a produção deverá<br />

atingir 3 bilhões de litros,<br />

com a utilização de 7,1 milhões<br />

de toneladas do cereal.<br />

Os dados levam em consideração<br />

projetos já em andamento<br />

e os que estão para<br />

ser instalados.<br />

Centro-Oeste<br />

O Centro-Oeste encontrou<br />

no etanol um caminho para<br />

verticalizar parte de sua<br />

crescente produção de milho,<br />

que em sua maior parte<br />

vai para exportação. Agricultores,<br />

usinas de cana e investidores<br />

estrangeiros estão<br />

tirando do papel projetos de<br />

usinas do biocombustível à<br />

base do cereal que deverão<br />

acrescentar mais de 1 bilhão<br />

de litros de capacidade até<br />

2019, volume equivalente a<br />

quase um mês de consumo<br />

de etanol hidratado no país.<br />

Ao menos seis usinas do gênero<br />

deverão ser construídas<br />

ou ampliadas em <strong>2018</strong> na<br />

região, a partir de cerca de<br />

R$ 2 bilhões em investimentos.<br />

Quando todas estiverem<br />

operando a pleno vapor, sua<br />

demanda por milho deverá<br />

superar 3 milhões de toneladas<br />

por ano, ou cerca de 6%<br />

da safra do Centro-Oeste.<br />

Hoje, as usinas que usam<br />

milho para fabricar etanol demandam<br />

aproximadamente 1<br />

milhão de toneladas - 2% da<br />

oferta da região.<br />

Cana transgênica<br />

A FS Bioenergia, a primeira<br />

usina de etanol 100% do<br />

milho do Brasil, iniciou a<br />

obra de duplicação da planta<br />

de Lucas do Rio Verde. O<br />

investimento é de R$ 350<br />

milhões, gerando mais 720<br />

empregos diretos e indiretos.<br />

A planta, inaugurada em<br />

2017, apresenta bons resultados,<br />

surpreendendo positivamente<br />

nas vendas de<br />

DDGS e etanol. Com a ampliação<br />

da planta, a previsão<br />

é que sejam moídas 1 milhão<br />

e 300 mil toneladas de<br />

milho por ano, com produção<br />

anual de 530 milhões<br />

de litros de etanol, 400 mil<br />

toneladas de farelo de milho,<br />

15 mil toneladas de óleo<br />

de milho e capacidade de<br />

cogeração de energia de<br />

132MW/h, suficiente para<br />

abastecer uma cidade de<br />

cerca de 55 mil habitantes.<br />

A Embrapa Agroenergia assinou<br />

contrato de parceria de<br />

quatro anos para a produção<br />

de uma nova variedade transgênica<br />

de cana resistente à<br />

broca, maior praga da cultura,<br />

e ao herbicida glifosato, o mais<br />

usado no setor. A expectativa<br />

é que em até quatro anos a variedade<br />

esteja disponível para<br />

negociações. A diferença dessa<br />

cana será a combinação de<br />

dois modos de ação para ampliar<br />

a proteção contra a broca<br />

e oferecer resistência ao herbicida.<br />

A broca é responsável<br />

por perdas que chegam a R$ 5<br />

bilhões por ano ao reduzir as<br />

produtividades agrícola e industrial<br />

e a qualidade do açúcar,<br />

além de gerar custos com<br />

inseticidas. O objetivo de incluir<br />

a resistência ao glifosato tem<br />

como objetivo diminuir o total<br />

de aplicações do herbicida, reduzindo<br />

o gasto com o produto<br />

e mão de obra no campo. Os<br />

primeiros testes de campo começarão<br />

em dois anos e deverão<br />

durar mais dois anos.<br />

10 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>

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