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VendaMais-262-cultura-organizacional

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Entrevista<br />

Eliane Metzner, planejadora financeira, palestrante e autora do livro<br />

Finanças na prática fala sobre como ter uma relação mais produtiva com<br />

o dinheiro e investir visando o longo prazo<br />

ANO 23 I Nº <strong>262</strong> I MAio-junho/2017 I R$ 19,50<br />

vendamais.com.br<br />

C O N H E C I M E N T O S I H A B I L I D A D E S I A T I T U D E S<br />

Sua empresa tem uma <strong>cultura</strong><br />

<strong>organizacional</strong> forte?<br />

Desvendamos os segredos<br />

das empresas que têm uma<br />

<strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong><br />

forte e revelamos o que<br />

você precisa fazer para<br />

fortalecer a sua. O impacto<br />

nas suas vendas será maior<br />

do que você imagina!<br />

Como melhorar suas apresentações<br />

de vendas inspirando-se nas<br />

palestras do TED<br />

As lições de um<br />

supercorretor<br />

de imóveis para<br />

qualquer<br />

profissional<br />

de vendas


2<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 3


vendamais<br />

MAI-JUN/17<br />

06 Editorial<br />

As 5 linguagens do amor e como<br />

engajar uma equipe de vendas<br />

10 Reservado para você<br />

O que os leitores dizem sobre a<br />

<strong>VendaMais</strong> e sobre os treinamentos<br />

do Instituto <strong>VendaMais</strong><br />

11 Entre nós<br />

Onde estivemos, novidades e<br />

lançamentos<br />

12 On-line<br />

As últimas pesquisas, novidades e<br />

tendências do mercado<br />

14 Manual do líder<br />

Dicas para você liderar melhor sua<br />

equipe de vendas<br />

38<br />

20<br />

16 Entrevista<br />

Precisamos falar sobre dinheiro,<br />

investimentos e o seu futuro<br />

20 Supercorretor de imóveis<br />

Conheça a história de Edmilson Rene,<br />

um dos criadores do projeto QR na<br />

Madrugada<br />

25 Claudio Diogo<br />

Em datas especiais como o Dia<br />

das Mães, vender é mexer com as<br />

emoções. Entenda o que isso significa<br />

26 Comunicação em vendas<br />

Como melhorar suas apresentações<br />

de vendas inspirando-se nas palestras<br />

do TED<br />

4 vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


34<br />

28<br />

28 Thiago Concer<br />

O “representante repositor” está com<br />

os dias contados. Vamos varejar!<br />

30 Top 5<br />

5 maneiras diferentes de aprender e<br />

evoluir pessoal e profissionalmente<br />

34 JB Vilhena<br />

Quem espera nunca alcança<br />

36 Estante <strong>VendaMais</strong><br />

Lançamentos, entrevista com<br />

escritores e recomendações de<br />

leitura<br />

38 Capa<br />

Sua empresa tem uma <strong>cultura</strong><br />

<strong>organizacional</strong> forte?<br />

62 Marcelo Caetano<br />

Vendedores caçadores de<br />

oportunidades: como ser um – ou<br />

como encontrar um para sua equipe<br />

66 Até mais<br />

Desafio: “Sempre há tempo para as<br />

prioridades”<br />

67 Ralph Marston<br />

Alcançando a perfeição<br />

16<br />

48<br />

50<br />

48 Leandro Branquinho<br />

Como vender mais usando o YouTube<br />

50 Desenvolvimento profissional<br />

O vendedor e o iceberg<br />

54 José Ricardo Noronha<br />

Você tem um propósito real de<br />

existência?<br />

56<br />

56 Marketing digital<br />

18 estatísticas de e-mail marketing<br />

que você precisa conhecer<br />

60 Enciclopédia <strong>VendaMais</strong><br />

Transformando sua empresa em uma<br />

máquina de vendas<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 5


EDITORIAL<br />

Raul CANDELORO<br />

As cinco<br />

linguagens do<br />

amor e como<br />

engajar uma<br />

equipe de vendas<br />

Hoje meu lado bruto está mais suave; e meu lado analítico e racional,<br />

mais emocional. Deve ser a música “celtic” que ando escutando no Pandora<br />

(serviço de streaming musical que uso quando estou nos Estados<br />

Unidos – ainda não está disponível no Brasil) quando acordo cedo para<br />

estudar e escrever. Por isso, minha inspiração para falar de gestão comercial<br />

vem de um livro que eu acho que todos deveriam ler – principalmente<br />

quem está em cargo de liderança – e que talvez ainda não<br />

tenha passado pela sua cabeça: As cinco linguagens do amor, de Gary<br />

Chapman (Ed. Saraiva). Já explico por que – inclusive baseado em planilha<br />

(meu lado analítico não se cala)...<br />

A base da teoria<br />

Chapman inicia explicando por que escreveu o livro e de onde saiu<br />

a ideia de o amor ter “linguagens”. Ele conta que, como terapeuta de<br />

casais, notava que seus clientes – que o procuravam em busca de<br />

ajuda para salvar um relacionamento – muitas vezes se amavam,<br />

mas não conseguiam comunicar isso claramente – ou corretamente<br />

– um para o outro. Para o terapeuta, era assustador notar a confusão<br />

que se criava com maus entendimentos que terminavam em desentendimentos,<br />

frustração e, muitas vezes, términos precoces de namoros<br />

e casamentos.<br />

Segundo ele, mesmo bem-intencionadas, muitas pessoas achavam<br />

que estavam transmitindo e comunicando seu amor. Do outro lado,<br />

porém, o outro cônjuge, por ter uma linguagem diferente, não recebia<br />

nem percebia esse amor. Ou seja, de um lado, havia uma pessoa achando<br />

que estava regando; do outro, uma pessoa morrendo de sede num<br />

grande deserto emocional.<br />

Então Chapman começou a estudar o assunto e a ensinar os casais<br />

a entenderem como percebiam e comunicavam “amor” e como isso<br />

afetava também a forma como percebiam e recebiam o amor do outro.<br />

6<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


Resultado: casais finalmente se<br />

reconectando e conseguindo expressar<br />

de forma plena o que sentiam.<br />

Melhor ainda: com o parceiro<br />

recebendo isso de forma plena<br />

também. Daí surgiu o livro.<br />

A relação com vendas<br />

Talvez você esteja se perguntando:<br />

“E o que as linguagens do amor<br />

têm a ver com a <strong>VendaMais</strong> e com<br />

o meu trabalho como profissional<br />

de vendas?” Fácil de entender. Você<br />

já vai ver.<br />

Recentemente, fizemos uma<br />

pesquisa com 110 empresas que<br />

participam de um grupo de mentoria<br />

(o GEC, meu curso on-line<br />

de gestão de equipes comerciais).<br />

Elas tinham que responder a 14<br />

perguntas, baseadas num teste<br />

criado por Frederick Reichheld<br />

(autor de A pergunta definitiva e<br />

criador do índice NPS – net promoter<br />

score, que avalia o nível de<br />

lealdade de seus clientes em relação<br />

à sua empresa) para medir<br />

o clima interno nas equipes comerciais.<br />

O que estava em jogo<br />

eram 14 pontos para um vendedor<br />

avaliar seu líder e a empresa em<br />

que trabalha.<br />

Até agora tenho mais de 800<br />

questionários fechados, analisados<br />

e tabulados (lá vem meu lado analítico<br />

de novo), e posso revelar que<br />

existem três pontos precisando<br />

claramente de atenção e melhoria<br />

em muitas organizações – talvez<br />

inclusive na sua. São eles:<br />

1 Comunicação aberta, clara e<br />

honesta com a equipe.<br />

1 Valorização das pessoas na<br />

equipe.<br />

1 Atração e manutenção de pessoas<br />

excelentes na equipe.<br />

De forma geral, as notas do<br />

grupo foram muito boas (são alunos<br />

do GEC, afinal de contas... ), mas<br />

esses três pontos fizeram acender<br />

uma luz de alerta para a maior<br />

parte dos líderes que responderam<br />

a pesquisa.<br />

Muitos deles me procuraram<br />

depois para comentar esses resultados,<br />

pedir sugestões e discutir<br />

seus planos de ação. Uma<br />

das coisas que ficaram claras foi<br />

a necessidade de dar feedback de<br />

maneira mais estruturada e, principalmente,<br />

de elogiar mais e não<br />

apenas cobrar.<br />

É verdade que bons líderes<br />

fazem isso intuitivamente, mas<br />

sempre podemos aprimorar o processo<br />

se entendermos melhor como<br />

funciona. Nessas horas, acredito<br />

que o livro do Chapman ajuda<br />

muito.<br />

As linguagens do amor<br />

e as linguagens do<br />

reconhecimento<br />

Em sua obra, Chapman apresenta<br />

o que chama de as cinco linguagens<br />

do amor. Para a liderança e<br />

para os ambientes corporativos<br />

mais sérios e formais, proponho<br />

que façamos uma adaptação e chamemos<br />

de “linguagens de reconhecimento”.<br />

São elas:<br />

1) Palavras de afirmação: para<br />

quem valoriza essa linguagem,<br />

elogios e reconhecimentos precisam<br />

ser declarados. Ou seja, a<br />

pessoa precisa ouvir o que você<br />

tem a dizer de positivo sobre ela.<br />

2) Toque físico: a pessoa precisa<br />

sentir-se fisicamente e emocionalmente<br />

abraçada. Você pode<br />

oferecer um abraço mesmo ou,<br />

dependendo do ambiente, um<br />

aperto de mão ou um toque no<br />

ombro, respeitando sempre o jeito<br />

da pessoa e o ambiente de trabalho;<br />

todavia, o que importa é<br />

o contato mesmo – a pessoa valoriza<br />

isso.<br />

Diretor<br />

Raul Candeloro<br />

raul@vendamais.com.br<br />

editor<br />

Natasha Schiebel<br />

natasha@vendamais.com.br<br />

DIREtor DE ARTE<br />

Anderson L.A.<br />

anderson@vendamais.com.br<br />

conselho editorial<br />

Raul Candeloro<br />

Marcelo Caetano<br />

coLABORAÇÃO<br />

Francine Pereira<br />

João Guilherme Brotto<br />

Tom S. Neto<br />

REVISÃO<br />

Lumos Soluções Editoriais<br />

ATENDIMENTO AO LEITOR<br />

atendimento@vendamais.com.br<br />

JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />

Natasha Schiebel<br />

natasha@vendamais.com.br<br />

MTB 0008336/PR<br />

<strong>VendaMais</strong> ® é publicada 6 vezes ao ano pela<br />

Editora Quantum e comercializada pela<br />

Editora Quantum.<br />

Curitiba-PR. CEP: 80251-970<br />

Site: www.vendamais.com.br<br />

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(41) 3022-1000<br />

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Horário de atendimento: das 8h às 17h30<br />

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Editora Quantum. Tiragem desta edição: 21.000<br />

exemplares. Todos os direitos reservados. A reprodução<br />

total ou parcial deste material é permitida mediante<br />

autorização prévia e expressa da Editora Quantum Ltda.,<br />

e desde que citada a fonte. O conteúdo dos artigos é de<br />

responsabilidade dos autores.<br />

Autores ou consultores que quiserem publicar seus trabalhos<br />

nas áreas de vendas ou marketing entrem em contato com a<br />

equipe editorial pelo telefone: (41) 3022-1000.<br />

A responsabilidade pelo conteúdo dos anúncios, bem<br />

como pela sua produção e compromissos inerentes, é da<br />

agência e do anunciante.<br />

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DE PUBLICAÇÕES<br />

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Nossa missão:<br />

Fazer o Brasil vender melhor.<br />

7


“Cada pessoa<br />

na equipe tem<br />

uma forma<br />

preferencial<br />

de receber e<br />

perceber de<br />

forma plena um<br />

elogio ou um<br />

reconhecimento.<br />

É papel do<br />

líder identificar<br />

qual funciona<br />

melhor para cada<br />

profissional de<br />

seu time.”<br />

3) Presentes: os adeptos dessa<br />

linguagem valorizam reconhecimentos<br />

manifestados de forma<br />

fisicamente palpável e visível.<br />

Você pode dar a essas pessoas um<br />

troféu, um diploma, um bombom,<br />

um pin ou button para lapela, uma<br />

caneta... enfim, qualquer coisa<br />

que demonstre reconhecimento<br />

e “honra ao mérito”.<br />

4) Tempo de qualidade: a pessoa<br />

precisa ver que você está lhe<br />

dando tempo, energia, foco, atenção.<br />

Por exemplo, em reuniões<br />

um a um. Mas também com telefonemas,<br />

e-mails, mensagens<br />

por meio das quais a pessoa sente<br />

que você está presente, preocupado<br />

em ajudar, interessado<br />

nela. E, se optar por fazer uma<br />

reunião, garanta que seja sem<br />

interrupções!<br />

5) Atos de serviço: para demonstrar<br />

reconhecimento às pessoas<br />

conectadas nesse canal, ofereça<br />

a elas ajuda em alguma atividade,<br />

mesmo que pequena ou<br />

simples. Pense em gentileza.<br />

(Exemplo típico: eu nunca tirava<br />

a louça limpa da máquina de lavar,<br />

porque achava que era um desperdício<br />

de tempo e um pouco<br />

ineficiente. Um dia, notei que minha<br />

esposa estava cumprindo<br />

essa tarefa pela milionésima vez<br />

e pensei: “Agora ela está tendo<br />

que usar o tempo dela para fazer<br />

algo que eu já poderia ter feito”.<br />

E passei a tirar a louça – como<br />

respeito ao tempo dela.<br />

Note, então, que um líder tem<br />

cinco formas de expressar seu<br />

reconhecimento para a equipe.<br />

Agora, preste atenção ao mais<br />

importante: cada pessoa na equipe<br />

tem uma forma preferencial<br />

de receber e perceber de forma<br />

plena um elogio ou reconhecimento.<br />

É papel do líder identificar<br />

qual funciona melhor para cada<br />

profissional de seu time.<br />

Se meu chefe me dá os parabéns<br />

por um bom resultado, isso<br />

é bom; mas, se meu canal é “tempo<br />

de qualidade”, não adianta ele<br />

passar correndo, dar-me os parabéns<br />

e sumir de novo. Essa atitude<br />

dele vai me deixar frustrado<br />

– o que eu queria mesmo era atenção<br />

(10 ou 15 minutos seriam suficientes).<br />

Da mesma forma, se<br />

meu canal fosse “presentes”, não<br />

adiantaria que ele simplesmente<br />

me desse os parabéns. Eu ia pensar:<br />

“Cadê a medalha?” Entende<br />

a diferença? Entende por que há<br />

tanta gente carente na equipe e<br />

tantos líderes esgotados emocionalmente,<br />

tentando agradar, mas<br />

não conseguindo e desistindo por<br />

exaustão? E, pior, achando que a<br />

culpa é da equipe, que não entende,<br />

não aceita nem compreende<br />

seus gestos de afirmação?<br />

Voltamos ao Chapman nas<br />

terapias de casais: temos duas<br />

partes que gostam uma da outra,<br />

precisam muito uma da outra e<br />

tentam se comunicar, mas que,<br />

por falarem línguas diferentes,<br />

acabam não se entendendo.<br />

Vale aqui ressaltar que a principal<br />

causa dos mal-entendidos<br />

é a nossa tendência de manifestar<br />

o amor/reconhecimento ao outro<br />

usando o nosso canal preferido.<br />

O problema é que, muitas vezes,<br />

o canal preferido do outro é...<br />

outro. E aí surge a confusão toda.<br />

Por exemplo: uma pessoa no<br />

canal “palavras de afirmação”<br />

vai falar “Eu te amo” todos os<br />

dias e sentir-se tranquila e bem<br />

porque disse isso. Mesmo assim,<br />

pode ser que a outra diga: “Você<br />

não me ama”, pois para ela o<br />

amor está associado ao “toque<br />

físico”, algo com que o seu companheiro<br />

ou a sua companheira<br />

não se importa tanto. Olha que<br />

salada emocional fantástica!<br />

Uma pessoa dando água, e a outra<br />

morrendo de sede.<br />

O modelo de Chapman resolve<br />

isso e funciona como excelente<br />

referência para você perceber<br />

seu “canal”, sua linguagem e o<br />

canal/linguagem do outro, além<br />

de, principalmente, entender que<br />

não existe canal “errado”. Não é<br />

errado – é diferente. Aceite e<br />

respeite o canal do outro e entenda<br />

– e comunique claramente –<br />

qual é o seu (líderes precisam<br />

receber amor e reconhecimento<br />

também!). Sua vida vai melhorar<br />

muito, e o nível de engajamento<br />

da equipe, também. Recomendo,<br />

inclusive, para quem quer melhorar<br />

qualquer relacionamento, bem<br />

como entender e ajudar melhor<br />

as pessoas. Afinal de contas, não<br />

é essa a nossa missão como vendedores?<br />

Abraços de amor e reconhecimento.<br />

P.S. Um livro que é o acompanhamento<br />

perfeito para As cinco<br />

linguagens do amor se chama 1501<br />

maneiras de premiar seus colaboradores,<br />

do Bob Nelson (Ed. Sextante).<br />

Adoro o Bob Nelson e seu<br />

trabalho, mas recomendo que<br />

você só compre o livro dele depois<br />

de ler sobre as linguagens do<br />

amor. 1501 maneiras é mais operacional,<br />

é sobre o que fazer; ou<br />

seja, uma etapa seguinte, já que<br />

As cinco linguagens é mais estratégico,<br />

é sobre o “como” e o “por<br />

que” – que gosto de chamar de<br />

reason why.<br />

Raul Candeloro – Diretor<br />

Site: www.vendamais.com.br<br />

E-mail: raul@vendamais.com.br<br />

8<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 9


Reservado para Você<br />

“A matéria de capa da <strong>VendaMais</strong> de<br />

novembro/dezembro 2016*, escrita<br />

por Raul Candeloro, mexeu comigo. Ela<br />

chamou minha atenção para a importância<br />

dos símbolos na vida de cada<br />

pessoa – e, especialmente, de cada<br />

um de meus colaboradores. O ano passado<br />

foi muito difícil para nós, enfrentamos<br />

muitos desafios, e fazer com<br />

que os profissionais da minha equipe<br />

se lembrassem de seus sonhos e trouxessem<br />

símbolos que os representam<br />

deu uma nova energia para firmarmos<br />

um compromisso para um 2017 melhor.<br />

Eles trouxeram terços, escapulários, imagens de Nossa<br />

Senhora, fotografias da família, entre outros objetos. Houve<br />

muita emoção no momento em que cada um mostrava<br />

seus símbolos e revelava o significado deles em suas vidas.<br />

Eu diria que foi o melhor momento da confraternização de<br />

uma empresa com 24 anos no mercado. Tenho orgulho da<br />

minha equipe de trabalho!”<br />

Mariza Helena A. Santos<br />

Diretora Executiva Lavrogil<br />

*Um trecho da matéria a<br />

que Mariza se refere está<br />

disponível em bit.ly/<br />

desafio-vendas-2017.<br />

Acesse e leia!<br />

A última edição da <strong>VendaMais</strong>, que foi especial sobre negociação<br />

em vendas, fez sucesso nas redes sociais. Duas leitoras<br />

– a Erika de Conto e a Michelle Guedes – até nos enviaram<br />

fotos dos seus exemplares. “Estou<br />

amando”, disse Michelle.<br />

“Adquiri a minha hoje. Bora ler.<br />

#amovender”, contou Erika.<br />

“A <strong>VendaMais</strong> faz<br />

parte da minha vida<br />

há nove anos.<br />

Meu sócio e pai,<br />

Adauto de Sousa,<br />

conheceu a revista<br />

em uma banca em<br />

2008 e nunca mais<br />

deixou de ler. A Máximo<br />

Corretora de<br />

Seguros, empresa<br />

que comandamos,<br />

completou 25<br />

anos, e podemos<br />

dizer que existia<br />

uma empresa antes<br />

da <strong>VendaMais</strong><br />

e existe outra depois. A revista alimentou a nossa equipe com<br />

dose forte de agressividade e fez todas as estratégias comerciais<br />

se modernizarem. Dia a dia a <strong>VendaMais</strong> ocupa<br />

lugar de destaque nas nossas mesas de trabalho.”<br />

Conrado Queiroz<br />

“Há cerca de 12 anos, eu era<br />

gerente comercial em uma<br />

distribuidora de material didático<br />

e colecionava os pôsteres<br />

enviados pela Venda-<br />

Mais – todo pôster recebido<br />

era fixado em um mural no<br />

meu escritório. Quando saí da<br />

empresa, tive o cuidado de<br />

retirar todos os pôsteres e os<br />

guardei junto com outros ‘mimos’<br />

pessoais. O tempo passou e eu não lembrava mais onde<br />

eles estavam guardados. Na minha última mudança, entre<br />

achados e perdidos, o que foi que eu encontrei? Hoje, com muito<br />

orgulho, esse mesmo painel decora a parede do escritório<br />

na minha residência. Os pôsteres podem ter saído do meu<br />

campo de visão durante esses anos, mas jamais saíram da<br />

minha mente. Vivenciei e partilhei minhas experiências, todos<br />

os dias, praticando esses fantásticos ensinamentos.”<br />

Edvaldo Eliezer Silva<br />

Adauto de Sousa e Conrado Queiroz encontraram Raul<br />

Candeloro em Belo Horizonte (MG), em um evento do Sincor<br />

Participe da seção<br />

Reservado para Você<br />

Envie críticas e sugestões, deixe sua palavra, conte sua história,<br />

divida seus resultados conosco, mostre sua equipe*. O espaço é<br />

todo seu. Estamos esperando por você!<br />

Escreva agora mesmo para leitor@vendamais.com.br ou, se<br />

preferir, publique no mural da nossa página no Facebook (facebook.<br />

com/vendamais) e participe! Sua opinião é muito importante<br />

para nós.<br />

*As fotos serão avaliadas pela equipe de redação.<br />

10<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


ENTRE NÓS<br />

Em março, a equipe da <strong>VendaMais</strong> esteve em duas cidades paulistas – Bauru<br />

(parceria com IEV) e São José do Rio Preto (parceria com CEGENTE) – aplicando<br />

o primeiro módulo do V6*, sobre fidelização e lealdade de clientes. Em formato<br />

de workshop interativo, cada empresa tinha uma mesa para sua equipe passar<br />

o dia debatendo possíveis projetos para fidelizar clientes. Ao final, os participantes<br />

saíram com pelo menos três ideias para colocar em prática. Os próximos<br />

encontros acontecerão em maio e debaterão gestão da carteira de clientes (segundo<br />

item do V6).<br />

*A metodologia V6 foi<br />

tema da matéria de capa<br />

da <strong>VendaMais</strong> de setembro/outubro<br />

de 2016.<br />

Não leu? Acesse bit.ly/<br />

v6-VM e confira!<br />

1 Para saber como aplicar a metodologia V6 em sua empresa, entre em<br />

contato com Luciane (luciane@vendamais.com.br).<br />

Nos meses de março e abril, mais de 100 colaboradores da Cooperativa Sicredi<br />

Vale do Piquiri PR/SP tiveram encontros intensos com a equipe de treinamentos<br />

<strong>VendaMais</strong> em Palotina (PR) e Diadema (SP). Os participantes aprenderam<br />

técnicas de oratória e marketing pessoal em um treinamento de 16 horas. Os<br />

aprendizados foram colocados em prática já no dia seguinte, ajudando todos a se<br />

sentirem mais confiantes e seguros ao falar com a sua audiência.<br />

“Desenvolver nos colaboradores a habilidade de oratória é muito importante,<br />

pois eles estão sempre estão em contato com associados. Porém, o curso<br />

promove o desenvolvimento não somente para a carreira do colaborador, mas<br />

também para a sua vida<br />

pessoal, pois melhora a<br />

segurança e a autoestima,<br />

mostrando que ele é capaz<br />

e que tudo que deseja é<br />

possível fazer, desde que<br />

se proponha a fazer.”<br />

Elisangela Pereira Fortine<br />

Mancini – Gerente da<br />

Área de Gestão de Pessoas<br />

do Sicredi.<br />

1 Quer capacitar sua<br />

equipe com a ajuda da<br />

<strong>VendaMais</strong>? Acesse<br />

bit.ly/treinamentosVM<br />

e conheça nossos treinamentos.<br />

“L<br />

idero uma equipe comercial com sete<br />

pessoas – cinco são vendedores. Após<br />

participar dos cursos do Instituto <strong>VendaMais</strong><br />

(fiz o PAP – Princípios da Alta Performance<br />

– e o APV – Alta Performance em Vendas),<br />

ler as matérias da <strong>VendaMais</strong> (sou assinante)<br />

e mergulhar nos diversos temas pertinentes<br />

à alta performance, mudei completamente<br />

minha forma de trabalhar e de viver.<br />

Participar de suas formações melhorou minhas<br />

palestras, minhas reuniões, minha liderança,<br />

meus números (R$) etc. E aplicando<br />

as ferramentas do coaching, unidas com<br />

o conteúdo do PAP, melhorei fantasticamente<br />

o clima de trabalho na equipe. Agradeço<br />

ao Raul e à sua equipe por tudo.<br />

As imagens abaixo mostram uma ideia que<br />

apliquei com minha equipe: virei todas as mesas<br />

para a mesma direção e coloquei dois banners<br />

na parede frontal. Um com formas variadas<br />

de abordar o cliente para fazê-lo falar qual<br />

seria o item de interesse inicial e assim abrir<br />

um pedido; outro com perguntas que fazem o<br />

cliente ficar consciente e conectado com o<br />

vendedor. Essas ações ajudaram muito a equipe<br />

na elaboração da conversa com o cliente.”<br />

Alex Rosa<br />

Líder da equipe de consultores da Master Ciclo<br />

Você está usando todo o<br />

seu potencial para produzir<br />

mais, melhor e ainda construir<br />

o futuro profissional<br />

que sempre quis?<br />

Conheça o PAP – Princípios<br />

da Alta Performance, um<br />

processo completo de<br />

mentoria on-line com Raul<br />

Candeloro. Acesse www.<br />

institutovendamais.com.<br />

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Alta Performance, presente<br />

do Instituto <strong>VendaMais</strong><br />

para você!<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 11


ON-LINE<br />

POR Francine Pereira<br />

E-commerce cresce impulsionado<br />

pelo uso de dispositivos móveis<br />

Marketing para<br />

os clientes locais<br />

Em um mundo em que as empresas conseguem alcançar facilmente pessoas<br />

espalhadas pelos quatro cantos do mundo, pensar em ações de marketing<br />

para atingir um público local pode parecer até estranho. Mas, de acordo com pesquisas<br />

do Google:<br />

80% dos internautas realizam buscas no celular para encontrar informações<br />

sobre negócios na sua localidade.<br />

Quatro em cada cinco consumidores gostariam de receber anúncios customizados<br />

de acordo com a região em que se encontram.<br />

Para atender a demanda desses consumidores, existe o local store marketing.<br />

Em uma tradução livre, significa “marketing de resultado local” e diz respeito às<br />

ações com foco na comunidade em torno do negócio.<br />

No Brasil, uma empresa que tem investido no desenvolvimento de ferramentas<br />

nessa área é a SumOne, criadora dos aplicativos Bonuz e Companion, que<br />

permitem enviar ofertas e informações para clientes em um determinado raio e<br />

mensurar a efetividade dessas ações.<br />

Segundo Lucas Prim, fundador e CEO da SumOne, a ferramenta já está apresentando<br />

bons resultados: novos clientes a um custo pelo menos 75% menor do<br />

que em mídias tradicionais e um retorno de até 20 vezes o valor investido em<br />

campanhas de engajamento para levar clientes de volta para a loja. Uma tendência<br />

para ficar de olho!<br />

Todos os anos a Ebit, empresa especializada no mercado<br />

brasileiro de comércio eletrônico, realiza o estudo<br />

Webshoppers, um dos relatórios mais completos sobre<br />

esse segmento.<br />

Na edição deste ano, a avaliação do e-commerce no<br />

Brasil em 2016 mostra que, apesar da crise econômica, o<br />

setor apresentou evolução em número de vendas e faturamento.<br />

Estes são alguns dos principais dados levantados:<br />

1 Em 2016, o e-commerce faturou R$ 44,4 bilhões,<br />

apresentando um crescimento de 7,4% em relação<br />

ao ano anterior.<br />

1 48 milhões de consumidores compraram no comércio<br />

eletrônico pelo menos uma vez no ano em 2016,<br />

alta de 22% ante 2015.<br />

1 78,5% das transações foram realizadas por meio de<br />

computador/notebook.<br />

1 21,5% das transações on-line foram realizadas via<br />

dispositivos móveis. Em 2015, o share do m-commerce<br />

tinha sido de 12%.<br />

1 21,2 milhões de consumidores gastaram US$ 2,4<br />

bilhões em sites internacionais.<br />

Apesar de a maioria das compras ainda serem efetuadas<br />

em computadores de mesa, os smartphones e<br />

os tablets vêm, cada vez mais, conquistando a preferência<br />

dos clientes na hora de comprar pela internet. “As<br />

compras via dispositivos móveis foram importantes<br />

para o aumento das vendas no Brasil em 2016. Muitos<br />

consumidores que não tinham acesso à internet realizaram<br />

no ano passado a sua primeira compra utilizando<br />

o smartphone. Em outros países do BRICS, como China<br />

e Índia, esse fenômeno pode ser constatado com ainda<br />

mais intensidade”, afirma Pedro Guasti, CEO da Ebit.<br />

12<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


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A aquisição da revista <strong>VendaMais</strong> dá direito ao acesso do conteúdo exclusivo<br />

do site <strong>VendaMais</strong> (www.vendamais.com.br). Se você é assinante, basta<br />

digitar seu e-mail e sua senha. Caso tenha adquirido a revista nas bancas,<br />

digite o login “banca” e a palavra-chave “CULTURA”, válida apenas para os<br />

meses de MAIO e JUNHO.<br />

Expectativas para 2017<br />

A Ebit prevê que, em 2017, o movimento de migração das vendas para o meio<br />

digital deva continuar e, dessa forma, estima um crescimento de 12% no faturamento<br />

do comércio eletrônico. “O aumento das vendas em lojas virtuais<br />

no país também se deve aos novos hábitos de consumo da população. A migração<br />

das compras do varejo físico para o comércio eletrônico é fator que<br />

contribuirá para aumento das vendas. Estimamos que em 2017 as vendas do<br />

e-commerce representarão cerca de 4,3% das vendas do varejo no Brasil, ante<br />

3,8% em 2016”, indica André Dias, COO da Ebit.<br />

1 Para ter acesso ao estudo completo, visite: ebit.com.br/webshoppers<br />

Gap digital no mercado B2B<br />

Olhando as estatísticas da nota acima, é de se imaginar que<br />

grande parte das companhias esteja investindo seus esforços<br />

e capitais em ações para, cada vez mais, alcançar os<br />

clientes no ambiente digital. No entanto, a questão é um<br />

pouco mais complicada quando se trata de empresas B2B.<br />

Apesar de os consumidores desse segmento também<br />

estarem migrando para o on-line, o processo de vendas na<br />

internet para negócios B2B é mais complexo. Há muito mais<br />

fatores e pessoas envolvidas na decisão de compra; o investimento<br />

é, geralmente, maior; e as especificações e características<br />

dos produtos e/ou serviços são mais extensas,<br />

exigindo uma abordagem mais profunda. Você deve concordar<br />

que é mais fácil escolher, por exemplo, qual geladeira<br />

comprar do que qual sistema de gestão, não é mesmo?<br />

Para entender como as empresas B2B estão em relação<br />

às B2C no que diz respeito à aptidão e à eficiência na adoção<br />

de estratégias digitais, a consultoria internacional<br />

McKinsey realizou um estudo com centenas de organizações.<br />

Nessa análise, que foi divulgada em janeiro deste ano,<br />

descobriu-se que:<br />

As empresas B2B estão atrás das B2C em relação ao<br />

uso de ferramentas e dados digitais para desenvolver<br />

estratégias.<br />

Apenas 10% das companhias B2B avaliadas colocam<br />

o digital entre suas três principais prioridades de investimento<br />

– nas empresas B2C, esse índice é de<br />

cerca de 50%.<br />

Como resultado, as estratégias adotadas pelas empresas<br />

B2B são, em geral, fragmentadas, isoladas – em<br />

vez de serem aplicadas de forma coerente e fluida nas<br />

operações.<br />

Menos de 24% dos executivos B2B entendem de que<br />

forma o digital está condicionando mudanças em seus<br />

mercados de atuação.<br />

Nessa era em que os consumidores cada vez mais utilizam<br />

dispositivos móveis, apenas 6% das companhias<br />

B2B analisadas têm uma estratégia mobile – em comparação,<br />

30% das B2C investem nesse tipo de estratégia.<br />

Como a sua empresa está se preparando para entrar no<br />

mundo digital?<br />

O relatório completo (em inglês) está neste endereço:<br />

bit.ly/B2B-digital<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 13


MANUAL DO LÍDER<br />

Por Francine Pereira<br />

O modelo<br />

da liderança<br />

de sucesso<br />

Por trás de uma equipe de alta performance, pode apostar<br />

que sempre há um líder também de alta performance. Afinal,<br />

quando o gestor cumpre o seu papel de motivar os profissionais,<br />

de ajudá-los efetivamente a se desenvolver e, com<br />

isso, trazer mais resultados para a empresa, todos saem<br />

ganhando!<br />

Mas a questão-chave é: como ser esse líder?<br />

Visando descobrir a resposta a essa pergunta, Dr. Jim<br />

Laub, que é pesquisador da área de liderança, realizou um<br />

estudo com mais de 1.200 organizações. A principal descoberta<br />

feita por ele foi que existem seis atitudes comuns aos<br />

líderes que conseguiram superar as dificuldades do cargo e<br />

trazer sucesso para todos à sua volta. Segundo Laub, os líderes<br />

não falham quando:<br />

1 – Mostram autenticidade:<br />

1 Buscam conhecimento sempre.<br />

1 São transparentes.<br />

1 Estão abertos a receber opiniões de outras pessoas<br />

(mesmo que elas estejam em um cargo abaixo dele).<br />

1 Mantêm a integridade, a honestidade e a ética em qualquer<br />

situação.<br />

2 – Valorizam os outros:<br />

1 Acreditam e confiam nos profissionais de sua equipe.<br />

1 Mantêm um ponto de vista positivo e demonstram respeito<br />

aos outros.<br />

1 Escutam sempre, sem fazer julgamentos.<br />

3 – Desenvolvem os profissionais:<br />

1 Dão oportunidades para os seus liderados aprenderem<br />

e crescerem.<br />

1 Desenvolvem os potenciais de cada profissional.<br />

1 Agem como um mentor e motivam as pessoas.<br />

4 – Desempenham a verdadeira liderança:<br />

1 Mostram uma visão do futuro.<br />

1 Tomam iniciativas e saem na frente.<br />

1 Esclarecem objetivos e expectativas.<br />

5 – Compartilham a liderança:<br />

1 Dão mais responsabilidade e autonomia a seus liderados.<br />

1 Compartilham informações.<br />

1 Usam persuasão e não apenas dão ordens à equipe.<br />

6 – Constroem uma comunidade:<br />

1 Desenvolvem um bom relacionamento com as pessoas.<br />

1 Integram as pessoas e atuam de forma colaborativa,<br />

valorizando o trabalho em equipe.<br />

1 Entendem a diversidade dos profissionais e valorizam<br />

as diferenças.<br />

14<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


Como ter um dia melhor?<br />

“Queria mais horas em meu dia.”<br />

“Eu estou na correria, como sempre.”<br />

“Não tenho tempo para nada!”<br />

Você já viu alguém falando frases como essas? Você mesmo está vivendo<br />

uma rotina de trabalho acelerada (no esquema 24 horas por dia/sete dias por<br />

semana)? Se você respondeu “sim” a alguma dessas perguntas, está na hora de<br />

pensar: será que isso é mesmo o que vai fazer de<br />

você um líder de alta performance? De que forma<br />

essa atividade intensa e contínua afeta o seu trabalho<br />

e a sua vida?<br />

Essas e outras perguntas são respondidas pela<br />

economista Caroline Webb no livro Como ter um dia<br />

ideal – o que as ciências comportamentais têm a dizer<br />

para melhorar sua vida no trabalho (Ed. Objetiva).<br />

Usando sua experiência de 15 anos como coach<br />

na consultoria McKinsey e as mais recentes pesquisas<br />

nas áreas de economia comportamental, psicologia<br />

e neurociência, Webb mostra o caminho para<br />

que os profissionais saibam como ter um dia bom.<br />

Na obra, ela explica que as pessoas geralmente<br />

variam entre dois estados: o defensivo e o de descoberta. No estado de descoberta,<br />

temos clareza de pensamento e estamos constantemente buscando novas<br />

oportunidades para avançar em nossas metas. Já no estado defensivo, vivemos<br />

apenas reagindo às pessoas e aos acontecimentos à nossa volta e nos sentimos<br />

sobrecarregados.<br />

Nesse sentido, ela aponta que temos a escolha de deixar pessoas e eventos ditarem<br />

como será nosso dia ou de sermos mais proativos e agirmos intencionalmente<br />

em busca de um objetivo. E, segundo a autora, é isso que nos ajuda a ter um dia ideal.<br />

Além de ajudá-lo a ter dias melhores no trabalho, esse livro pode colaborar<br />

para que você viva melhor. Afinal, como diz a escritora norte-americana Annie<br />

Dillard em uma frase compartilhada por Caroline em seu livro, “a maneira como<br />

passamos nossos dias é, claro, a maneira como vivemos nossa vida.”<br />

Para ter acesso gratuito a um capítulo do livro (em inglês), visite: bit.ly/<br />

livro-dia-ideal.<br />

Dica extra<br />

<strong>VendaMais</strong><br />

A edição de julho/agosto de 2015 da<br />

<strong>VendaMais</strong> revelou os resultados de<br />

uma pesquisa que realizamos com gestores<br />

de vendas de todo o país, mostrando<br />

os motivos que fazem com que<br />

os líderes fiquem angustiados e estressados – males que se refletem<br />

no desempenho e na saúde desses profissionais. Confira um<br />

trecho da matéria aqui: bit.ly/lideresangustiados. Se você é assinante,<br />

pode acessar o conteúdo completo das edições anteriores<br />

em sua área especial no site: www.vendamais.com.br<br />

É “com certeza!”<br />

ou “não!”<br />

O escritor e empreendedor Derek Sivers<br />

conta que, certa vez, foi convidado para<br />

uma viagem à Austrália, que aconteceria<br />

seis meses depois. Na época, ele não tinha<br />

muita certeza, mas achava que poderia ser<br />

interessante e, então, acabou aceitando.<br />

Porém, quando a data do embarque chegou,<br />

ele estava muito envolvido em um projeto<br />

de trabalho.<br />

Nesse momento, ele percebeu que,<br />

entre a viagem que talvez fosse boa e o<br />

projeto pelo qual ele estava com certeza<br />

apaixonado e dedicado, a decisão era óbvia:<br />

não iria viajar. Desde então, ele usa uma<br />

técnica na hora de tomar de decisões: ou é<br />

“com certeza!” ou é “não!”.<br />

Sivers recomenda que, se você não tem<br />

certeza absoluta de que determinada decisão<br />

poderá agregar algo em sua vida,<br />

então é melhor deixá-la de lado. Se a resposta<br />

for “talvez”, “pode ser que...”, “meio<br />

que...”, é preciso dizer “não”. Agora, se não<br />

houver dúvida, se for o que ele chama de<br />

hell yeah! (expressão em inglês equivalente<br />

a “claro que sim”, neste contexto), então<br />

você sabe que é uma decisão acertada e<br />

deve dizer “sim”.<br />

Algumas pessoas podem achar que<br />

essa é uma visão radical, mas o escritor<br />

garante que essa simplificação pode ser útil<br />

na hora de tomar decisões importantes<br />

quando você está envolvido em diferentes<br />

projetos. A técnica “com certeza!” ou “não!”<br />

vai fazer você priorizar as melhores oportunidades<br />

e não embarcar em atividades<br />

que podem fazer você se distrair e perder<br />

essas oportunidades.<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 15


ENTREVISTA / Por João Guilherme Brotto /<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Precisamos falar<br />

sobre dinheiro,<br />

investimentos e<br />

o seu futuro<br />

m todas as edições da <strong>VendaMais</strong>,<br />

procuramos entrevistar autoridades<br />

ligadas a vendas para que você possa<br />

extrair informações que o inspirem<br />

em seu dia a dia profissional e que<br />

contribuam para que você aprimore<br />

seu CHA (conhecimentos, habilidades<br />

e atitudes) de forma consistente.<br />

Desta vez, apesar de o objetivo<br />

ser o mesmo, a ideia não é mostrar<br />

caminhos para ajudá-lo a vender melhor,<br />

mas propor reflexões e trazer dicas a respeito de<br />

áreas que nem sempre recebem a atenção que deveriam:<br />

finanças pessoais, investimentos e futuro.<br />

Independentemente das políticas econômicas do<br />

Governo Federal, a verdade é que você não pode terceirizar<br />

a responsabilidade sobre como vai viver quando<br />

estiver aposentado. Dependência é uma palavra<br />

perigosa – seja lá ao que ela esteja ligada. Portanto, é<br />

preciso ter o controle sobre suas finanças, rever (maus)<br />

hábitos de consumo e investir com consistência, conhecimento<br />

e olhos para o futuro.<br />

Sabendo disso e pensando em colaborar também<br />

para a melhora da sua consciência financeira, convidamos<br />

Eliane Metzner, planejadora<br />

financeira, palestrante e autora<br />

do livro Finanças na prática (Editora<br />

KCM) para apresentar uma<br />

reflexão sobre o assunto e dar dicas<br />

práticas sobre como ter uma<br />

relação mais produtiva com o dinheiro<br />

e como investir visando o<br />

longo prazo. Acompanhe!<br />

<strong>VendaMais</strong> – Por terem uma<br />

profissão em que a renda pode<br />

oscilar muito a cada mês, profissionais<br />

de vendas precisam<br />

ser bons em gerir seu dinheiro.<br />

Que dicas você dá àqueles que<br />

recebem remuneração variável?<br />

Eliane Metzner – O primeiro<br />

passo é não comprometer toda<br />

a renda mensal, deixar uma parte<br />

para administrar, pois como<br />

estamos tratando de média, haverá<br />

meses com receitas menores.<br />

Para isso, a atenção aos custos<br />

fixos é fundamental; não os<br />

deixar elevados demais, pois<br />

podem trazer preocupações desnecessárias<br />

e “gap” de receita/<br />

despesa.<br />

O segundo passo é fazer uma<br />

reserva. O ideal é depositar uma<br />

quantia por mês, mas ela também<br />

pode ser construída com os ganhos<br />

a mais recebidos em alguns<br />

meses. O recomendado é constituir<br />

uma reserva de pelo menos<br />

seis vezes a sua renda mensal.<br />

Este valor é uma reserva para<br />

emergências e desencaixes. Traz<br />

maior segurança e administra a<br />

ansiedade em meses de menor<br />

faturamento.<br />

Quais são os piores erros que profissionais<br />

de vendas cometem no<br />

que diz respeito ao dinheiro?<br />

São vários. O principal é a falta de<br />

planejamento – tanto de orçamento<br />

como de aquisição de bens. Depois,<br />

vem comprometer tudo o que<br />

se ganha, parcelar as compras (aumentando<br />

o comprometimento<br />

mensal e se tornando escravo do<br />

salário. Ou seja, quando o dinheiro<br />

entra já está todo comprometido.<br />

Não há liberdade sobre o seu<br />

uso). Tem, ainda, trocar de carro,<br />

celular, eletrônicos com mais frequência<br />

do que o necessário, não<br />

prever os meses de baixa temporada,<br />

excesso de confiança concentrando<br />

os negócios em poucos<br />

clientes e gastar toda a reserva em<br />

coisas que não são o objetivo. É<br />

tudo questão de atitude.<br />

Como um profissional de vendas<br />

deve se preparar para a aposentadoria,<br />

em tempos em que os<br />

direitos dos trabalhadores estão<br />

mudando drasticamente?<br />

A aposentadoria social é utopia.<br />

A única segurança que temos é<br />

que, até chegar a nossa vez, a<br />

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vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 17


aposentadoria será o salário mínimo.<br />

Por isso, é essencial fazer um<br />

produto de previdência (PGBL ou<br />

VGBL) ou ter outras formas de rendas<br />

passivas, aquelas que não dependem<br />

do trabalho, como por<br />

exemplo investir em fundos imobiliários<br />

ou comprar imóveis de<br />

aluguel. Conheço pessoas que ganham<br />

menos de dois salários mínimos<br />

e conseguiram comprar<br />

quitinetes para alugar, garantindo<br />

uma renda mensal. Outro caso é o<br />

de um profissional que usava seu<br />

carro apenas para se deslocar ao<br />

trabalho; ele passou a usar o transporte<br />

público e resolveu alugar seu<br />

carro para ter uma renda adicional.<br />

Uma moça que adora fotografar<br />

colocou suas fotos à venda em um<br />

site de imagens. As oportunidades<br />

estão em todos os lugares. A questão<br />

não é só o quanto você ganha,<br />

mas o que você faz com o seu dinheiro<br />

e com o seu tempo.<br />

“Quando as finanças<br />

estão em ordem,<br />

a mente fica mais<br />

tranquila e liberada<br />

para a criatividade e<br />

a produtividade. Além<br />

disso, quando você<br />

faz um planejamento<br />

financeiro, conhecendo<br />

seus objetivos<br />

e suas metas,<br />

consequentemente irá<br />

buscar alternativas de<br />

impulsionar suas vendas<br />

e respectivas receitas<br />

(gerar dinheiro).”<br />

Existe uma fórmula sobre quanto<br />

poupar mensalmente visando<br />

o futuro?<br />

Todos temos despesas mensais. Os<br />

investimentos devem ser vistos<br />

como uma despesa fixa. Direcionar<br />

um valor – que pode ser 10, 20 ou<br />

30% da renda – para investimentos,<br />

como se fosse uma despesa obrigatória,<br />

traz um impacto psicológico<br />

gigante. Cada estrutura de<br />

orçamento vai demonstrar qual<br />

volume pode ser direcionado. Se é<br />

possível comprometer 30% da renda<br />

em dívidas, por que não seria<br />

possível direcionar o mesmo montante<br />

para investimentos?<br />

O ideal é separar o valor poupado<br />

em três cestas: uma parte<br />

para previdência, uma segunda<br />

parte para reservas e uma terceira<br />

parte para projetos, como, por<br />

exemplo, trocar de carro, comprar<br />

uma casa, fazer uma viagem, ou<br />

mesmo adquirir bens de consumo<br />

como smartphone, notebook, TV<br />

etc. E, se houver dívidas, fazer um<br />

plano de contingência revisando<br />

as despesas, para quitação das obrigações,<br />

guardando um pequeno<br />

valor – pode ser R$ 10 ou R$ 50 –<br />

que deve ser aumentado com o<br />

tempo e a disponibilidade. A prática<br />

de guardar uma parte mensalmente<br />

torna-se um hábito de investimentos.<br />

O brasileiro tem um apego muito<br />

grande pela poupança, mas existem<br />

outras modalidades de investimento<br />

com retornos mais<br />

interessantes e que oferecem o<br />

mesmo risco. O que você recomenda,<br />

tendo em vista a realidade<br />

dos profissionais de vendas?<br />

O primeiro passo é destinar um<br />

valor mensal para investir. O segundo<br />

é escolher os investimentos.<br />

A poupança é prática, simples e,<br />

com a queda da taxa de juros, volta<br />

a ter atratividade para pequenos<br />

valores. Outros investimentos também<br />

são acessíveis para pequenas<br />

quantias, como, por exemplo, títulos<br />

públicos (se você tem pouco<br />

conhecimento, escolha LFT, que é<br />

atrelada à taxa Selic e tem uma<br />

complexidade menor, pois é dotada<br />

de uma dinâmica que chama<br />

“marcação a mercado”, que impacta<br />

na rentabilidade mensal dos títulos),<br />

CDB ou fundos de investimento<br />

de renda fixa. Apesar de<br />

rendimento passado não garantir<br />

rentabilidade futura, olhar o desempenho<br />

nos últimos 12 meses<br />

pode ser útil, principalmente comparando<br />

investimentos da mesma<br />

categoria.<br />

Outra dica é fazer a sua API<br />

(análise de perfil de investidor),<br />

que as instituições financeiras<br />

devem disponibilizar para traçar<br />

o seu perfil de investidor e, assim,<br />

recomendar produtos compatíveis.<br />

18<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


Familiarizando-se com os investimentos,<br />

pode-se buscar outras<br />

modalidades, como fundos multimercado,<br />

debêntures ou ações.<br />

Eles têm maior rentabilidade e<br />

maiores riscos também; por isso<br />

é importante estudar sobre eles<br />

antes de investir, começar com<br />

uma fatia pequena de seus investimentos<br />

e aumentar quando pegar<br />

mais confiança.<br />

A CETIP (empresa de capital<br />

aberto e com função essencial no<br />

mercado financeiro brasileiro) tem<br />

vários vídeos imparciais no You-<br />

Tube, explicando cada uma dessas<br />

possibilidades. Disponha-se a conhecer<br />

mais sobre investimentos<br />

e vá se aprofundando. Invista em<br />

novos mercados, mesmo que apenas<br />

um pouco. Quando você estiver<br />

mais confiante, aumente gradativamente<br />

o risco e o retorno, que<br />

são proporcionais, mas sempre<br />

atento ao seu perfil.<br />

Quais são os livros de educação<br />

financeira que todos deveriam<br />

ler?<br />

Eu gosto da abordagem de Gustavo<br />

Cerbasi, que impulsiona atitudes<br />

proativas e a responsabilidade<br />

sobre seus próprios resultados, em<br />

especial os livros Adeus, aposentadoria<br />

(Ed. Sextante) e Dinheiro: os<br />

segredos de quem tem (Ed. Sextante).<br />

O clássico Pai Rico, Pai Pobre<br />

(Ed. Alta Books), de Robert Kiyosaki<br />

e Sharon Lechter, é um livro<br />

instigante para a forma de fazer<br />

dinheiro, muda paradigmas. Os<br />

segredos da mente milionária (Ed.<br />

Sextante), de T. Harv Eker, discorre<br />

sobre modelos mentais de riqueza<br />

e hábitos a desenvolver. Os axiomas<br />

de Zurique (Ed. Record), escrito<br />

por Max Gunther, traz conselhos<br />

dos banqueiros suíços sobre comportamentos<br />

com investimentos<br />

em uma linguagem clara e simples.<br />

E, claro, o meu primeiro livro,<br />

Finanças na prática (Ed. KCM), que<br />

fala sobre os passos para gerar,<br />

gerir e multiplicar de forma objetiva<br />

e direta!<br />

Você acredita que uma pessoa<br />

que tem uma postura proativa<br />

com relação à gestão de seus recursos<br />

pode obter melhores resultados<br />

profissionalmente?<br />

É preciso entender que dinheiro<br />

não é um objetivo ou algo supremo,<br />

mas um mecanismo para ter acesso<br />

tanto ao básico quanto ao sofisticado.<br />

É um meio, não um fim.<br />

Quando as finanças estão em ordem,<br />

a mente fica mais tranquila<br />

e liberada para a criatividade e a<br />

produtividade. Além disso, quando<br />

você faz um planejamento financeiro,<br />

conhecendo seus objetivos e<br />

suas metas, consequentemente irá<br />

buscar alternativas de impulsionar<br />

suas vendas e respectivas receitas<br />

(gerar dinheiro).<br />

Que dicas práticas você pode compartilhar<br />

para ajudar as pessoas<br />

a terem uma relação mais saudável<br />

e produtiva com o dinheiro?<br />

Nem tudo o que é bom é caro.<br />

Valorize qualidade em vez de marcas<br />

ou quantidade. Usufrua dos<br />

pequenos prazeres da vida, a companhia<br />

de quem você ama, um<br />

jantar em família ou entre amigos.<br />

Visite quem você gosta. Faça seu<br />

planejamento financeiro, preferencialmente<br />

familiar. Habitue-se<br />

a passear em parques em vez de<br />

shoppings, pois sua mente será<br />

direcionada à saúde, e não ao consumismo.<br />

Defina um estilo de vida<br />

e influencie em vez de ser influenciado.<br />

Guarde uma parte de<br />

seus ganhos, sistematicamente.<br />

Faça escolhas inteligentes quanto<br />

ao uso diário de seu dinheiro.<br />

Estude sobre investimentos e formas<br />

de multiplicar seu dinheiro.<br />

Que conselhos daria a profissionais de vendas<br />

que nunca se preocuparam em investir visando<br />

o futuro, de acordo com suas respectivas<br />

faixas etárias?<br />

20/30 anos – Invista em formação para impulsionar<br />

sua carreira e na formação básica de<br />

patrimônio. Não use todo o seu dinheiro em<br />

consumo ou bens de consumo e aprenda a direcionar<br />

uma parte para investimentos desde<br />

o primeiro salário. Reserve uma parte para lazer<br />

(uma parte!).<br />

30/40 anos – Faça uma análise de quanto dinheiro<br />

já produziu e qual é o valor do seu patrimônio.<br />

Redefina despesas fixas, se necessário.<br />

Procure mais formas de multiplicar seu dinheiro.<br />

40/50 anos – Analise suas fontes de<br />

renda. Se possui apenas uma fonte, avalie se é<br />

suficiente e segura, ou invista em buscar novas<br />

formas de fazer dinheiro. Avalie constantemente<br />

sua situação patrimonial, receitas e despesas.<br />

Continue planejando e realizando sonhos e<br />

projetos.<br />

50/60 anos – É o período em que o profissional<br />

se prepara para a aposentadoria. É<br />

muito importante ter rendas passivas, aquelas<br />

que não dependem de trabalho. Nessa<br />

fase, os filhos já se mantêm sozinhos ou<br />

estão próximos disso. Potencialize ao máximo<br />

o valor destinado a investimentos<br />

para a formação de reservas.<br />

60/70 anos – Planeje a forma como vai utilizar<br />

seus recursos. Acompanhe seus investimentos. Se<br />

precisar trabalhar para complementar renda, avalie<br />

formas de fazer isso com maior flexibilidade.<br />

Cuidado com promessas fáceis<br />

demais. Programe viagens e sonhos,<br />

realizando-os um a um,<br />

para usufruir a vida enquanto a<br />

riqueza é construída (equilíbrio).<br />

Saiba mais sobre o trabalho de<br />

Eliane Metzner:<br />

www.financasnapratica.com<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 19


Supercorretor de imóveis / Por Natasha Schiebel /<br />

ARQUIVO PESSOAL<br />

O que você faz<br />

da meia-noite<br />

às seis da manhã?<br />

Quatro corretores de imóveis de diferentes partes do Brasil<br />

aproveitam a tranquilidade das madrugadas para se reunir<br />

virtualmente, debater o mercado e crescer juntos. Edmilson Rene,<br />

um dos membros do QR na Madrugada, conta um pouco dessa<br />

história, revela como faz, no dia a dia, para ser um supercorretor de<br />

imóveis e deixa dicas preciosas para você melhorar sua performance<br />

em vendas – independentemente do segmento em que atue<br />

dia a dia de um corretor de imóveis é bastante<br />

corrido. Entre atender ligações de<br />

interessados em adquirir um imóvel e batalhar<br />

por um financiamento para um cliente<br />

que está perto de realizar o sonho da<br />

casa própria, as horas parecem voar, os<br />

minutos passam como se fossem segundos,<br />

e para dar conta de tudo é preciso estar<br />

extremamente bem-preparado. Por isso mesmo,<br />

não dá para não se preocupar com a<br />

capacitação.<br />

Mas, bem, e quando deixar os clientes<br />

de lado para pensar no próprio desenvolvimento,<br />

no que é importante para o sucesso<br />

na carreira como corretor? Que tal “da meia-noite<br />

às seis”? Parece loucura? Edmilson Rene, um dos<br />

membros do QR na Madrugada, garante que não é.<br />

“Pelo contrário, é quando todos nós estamos mais<br />

tranquilos e podemos conversar sem nos preocuparmos<br />

com nossos clientes; é perfeito”, revela.<br />

Conseguimos uma brecha na agenda de Rene<br />

em uma manhã de terça-feira para conhecer sua<br />

história e entender melhor como funciona esse<br />

projeto. Foi assim que descobrimos que ele é um<br />

supercorretor de imóveis – apesar de não aceitar o<br />

“título” – e tem muito a ensinar não apenas aos<br />

profissionais de vendas que atuam na sua área, mas<br />

a todos os vendedores, gerentes comerciais, líderes<br />

de equipes etc. Você já vai entender por quê.<br />

Trajetória<br />

A história de Edmilson Rene já começa diferente<br />

das muitas histórias de sucesso em vendas que já<br />

contamos aqui. Isso porque ele nem sempre foi<br />

corretor. Pelo contrário, sua carreira no mercado<br />

imobiliário começou há dois anos – em maio de<br />

2015, mais precisamente. Antes, porém, ele já<br />

trabalhava na área comercial – foi operador de<br />

negócios bancários, coordenador comercial de<br />

uma indústria têxtil, pequeno empresário e, então,<br />

representante comercial da indústria gráfica.<br />

20<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 21


“Quando eu fui<br />

contratado, me<br />

deram uma meta<br />

de vender três<br />

unidades por<br />

mês e disseram<br />

que eu tinha<br />

três meses para<br />

começar a batêla.<br />

No segundo<br />

mês eu já tinha<br />

conseguido<br />

atingir esse<br />

objetivo, e no<br />

terceiro já<br />

tinha vendido<br />

nove unidades, o<br />

triplo da meta.”<br />

Esses passos anteriores ao<br />

início da carreira como corretor,<br />

aliás, foram fundamentais para<br />

que o sucesso na nova jornada<br />

não demorasse a aparecer.<br />

“Quando eu fui contratado, me<br />

deram uma meta de vender três<br />

unidades por mês e disseram<br />

que eu tinha três meses para<br />

começar a batê-la. No segundo<br />

mês eu já tinha conseguido atingir<br />

esse objetivo, e, no terceiro,<br />

já tinha vendido nove unidades,<br />

o triplo da meta”, revela orgulhoso.<br />

Talvez você até pense que<br />

isso é um sinal da famosa “sorte<br />

de principiante”, mas os resultados<br />

dele desde então comprovam<br />

que isso não é verdade. O que fez a diferença<br />

no começo dessa história de sucesso foi a postura<br />

de Rene – que até hoje é um grande diferencial<br />

desse profissional. “Eu sempre me dediquei muito<br />

aos estudos e busquei conhecimentos técnicos<br />

sobre as áreas em que atuava – principalmente<br />

em relação a gestão de processos, metodologia de<br />

trabalho e procedimento operacional padrão – e,<br />

durante meus anos pré-mercado imobiliário, adquiri<br />

muita experiência no desenvolvimento de<br />

planos de negócios, o que me ajudou a desenvolver<br />

o meu próprio planejamento com tudo o que eu<br />

imaginava para a minha carreira – algo que não<br />

é muito comum entre empresários do segmento,<br />

muito menos entre corretores. Um dos destaques<br />

do meu plano foi que eu defini que sempre iria<br />

destinar 20% do meu faturamento para treinamento<br />

e 20% para marketing”, conta. Logo no primeiro<br />

dia no novo trabalho o plano já estava sendo<br />

colocado em prática.<br />

Treinamento<br />

Membros do QR na Madrugada na companhia Guilherme Machado, mentor do grupo e um<br />

dos principais especialistas do mercado imobiliário no Brasil<br />

Uma das primeiras coisas que Edmilson Rene fez<br />

depois que entrou no mercado imobiliário foi uma<br />

busca na internet para descobrir quem eram os<br />

principais especialistas na área. Em pouco tempo<br />

ele descobriu Guilherme Machado – um ex-corretor<br />

de imóveis que é um dos principais palestrantes<br />

e consultores deste segmento no Brasil.<br />

“Eu assisti a alguns vídeos dele, gostei muito do<br />

conteúdo, vi que ele tinha muita autoridade no<br />

assunto, bastante experiência prática e dava muitas<br />

dicas; então logo procurei fazer um treinamento<br />

com ele”, conta.<br />

Assim que soube que o especialista tinha aberto<br />

uma turma do seu curso “Técnicas Avançadas<br />

em Vendas” (TAV) em Florianópolis (SC), Rene, que<br />

trabalha em Blumenau, interior de Santa Catarina,<br />

garantiu sua vaga. Se o curso já estava bom, a informação<br />

de que o especialista abriria o primeiro<br />

mastermind do mercado imobiliário – o QR Mind<br />

– deixou o pacote ainda melhor. “Quando ele falou<br />

isso, eu enlouqueci. Eu pensei: ‘Nessa turma com<br />

certeza vão estar alguns dos melhores profissionais<br />

do Brasil, e eu sou obrigado a participar; não tenho<br />

como ficar de fora desse grupo’”, destaca.<br />

No entanto, inicialmente Machado disse para<br />

Rene que aquele grupo não era para ele. “Ele me<br />

falou: ‘O mastermind é para empresários, não<br />

para corretores. E, além do mais, você é um corretor<br />

iniciante’. E ele tinha razão. Eu fiz o curso<br />

em dezembro, tinha entrado no mercado em abril,<br />

tinha pouco mais de seis meses de experiência.<br />

Mas eu queria muito participar. Ele percebeu e<br />

disse: ‘Se, durante o curso, você demonstrar que<br />

pode contribuir com esses empresários, eu deixo<br />

você participar do grupo’. Dito e feito. Na segunda<br />

parte do treinamento, eu, que sempre sou<br />

muito proativo, dei 200% de mim. Participei de<br />

todos os debates, mostrei interesse e conhecimento<br />

e me preparei para falar com o Guilherme ao<br />

fim do treinamento. Nem foi preciso. Na saída,<br />

ele declarou: ‘Você não precisa dizer mais nada,<br />

eu já entendi como você pode contribuir’. Eu estava<br />

dentro!”<br />

22<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


QR na Madrugada<br />

O QR Mind proporciona acesso a todos os cursos<br />

de Guilherme Machado (inclusive ao CAP – Corretor<br />

de Alta Performance, desenvolvido em parceria<br />

com Raul Candeloro), além de encontros presenciais<br />

com todos os participantes – o que, para<br />

Rene, é uma das melhores partes desse mastermind,<br />

uma vez que a troca de experiências é enriquecedora<br />

e ainda permite que ele conheça profissionais<br />

com filosofias de trabalho semelhantes à dele. “O<br />

grupo foi crescendo. A cada encontro do mastermind,<br />

foram entrando novos integrantes, e, na interação<br />

com essas pessoas, eu descobri algumas afinidades<br />

com alguns participantes”, conta. É o caso de Bruno<br />

Gomes, João Pimenta e Ricardo Trento, profissionais<br />

de Porto Velho (RO), Palmas (TO) e Valinhos<br />

(SP), respectivamente, que, assim como Rene, não<br />

conseguiam se acomodar.<br />

Juntos, em fevereiro de 2016 eles criaram o QR<br />

(Quebre as Regras) na Madrugada, projeto por meio<br />

do qual se encontram, virtualmente, duas vezes por<br />

semana – sempre às 5 h da manhã, no horário de<br />

Brasília – para estudar o mercado e crescer juntos.<br />

“O horário comercial é sempre muito agitado, e,<br />

como muitos clientes nos procuram no início da<br />

tarde ou no começo da noite, esses também seriam<br />

horários ruins. Como nós temos em comum o hábito<br />

de madrugar, optamos por fazer nossos encontros<br />

nesse período do dia”, explica.<br />

Uma das particularidades do QR na Madrugada<br />

é a variedade de perfis dos participantes. “Todos<br />

estão no mercado imobiliário, mas com atuação<br />

em segmentos diferentes. Um está mais focado<br />

em locação, outro em venda; um vende imóvel<br />

de alto padrão, e outro, Minha Casa, Minha Vida.<br />

Então, a gente faz uma troca de experiências bem<br />

intensa”, destaca.<br />

Segundo Rene, um dos propósitos do QR na<br />

Madrugada é o desenvolvimento das empresas do<br />

grupo. “A ideia é cada um pegar esse conhecimento<br />

todo, aplicar e melhorar seus resultados”, pontua.<br />

Mas não é só isso. Eles também querem ajudar a<br />

mudar o mercado! “A gente quer começar a divulgar<br />

esse trabalho, divulgar o que a gente aplicou<br />

e o resultado que teve. Vamos disponibilizar conteúdo<br />

gratuito sobre isso, começando por um e-book<br />

sobre como fazer um planejamento das nossas<br />

empresas, as ferramentas que nós usamos, como<br />

nós fizemos”, revela.<br />

Cada hangout do QR na Madrugada é dividido<br />

em três sessões de 40 minutos. Em cada uma, eles<br />

Os membros do QR na Madrugada tiveram a oportunidade de conversar com Raul<br />

Candeloro no QR Summit, evento promovido por Guilherme Machado no fim do ano<br />

passado em Vila Velha (ES)<br />

O horário atípico não é um problema para os membros do QR na<br />

Madrugada. Às 5h da manhã eles já estão prontos para fazer<br />

reuniões muito produtivas<br />

debatem um assunto que sempre tem como base as<br />

etapas do ciclo de atendimento do pedido – o que,<br />

na <strong>VendaMais</strong>, chamamos de passos da venda.<br />

“Iniciamos os trabalhos discutindo a questão do<br />

mindset empreendedor e do planejamento. Nessa<br />

etapa, desenvolvemos um plano de negócios de<br />

cada empresa e um do projeto em si, trabalhamos<br />

visão, missão e valores, fizemos análise da matriz<br />

SWOT das empresas, realizamos um exercício que<br />

chamamos de pirâmide de sucesso – estabelecemos<br />

a meta principal da empresa, quebramos essa meta<br />

em cinco objetivos e, dentro desses objetivos, colocamos<br />

cinco ações para cumprir cada um desses<br />

objetivos –, definimos os procedimentos operacionais<br />

padrão de cada empresa e, por fim, chegamos<br />

ao cenário ideal do gerenciamento da rotina de<br />

cada uma das empresas”, declara. “Já estamos prontos<br />

para a próxima fase”, emenda.<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 23


“Um dos<br />

propósitos do QR<br />

na madrugada é o<br />

desenvolvimento<br />

das empresas<br />

do grupo. A<br />

ideia é cada<br />

um pegar esse<br />

conhecimento<br />

todo, aplicar e<br />

melhorar seus<br />

resultados.”<br />

É uma primeira etapa muito produtiva e que<br />

com certeza coloca os profissionais membros do<br />

QR na Madrugada à frente de qualquer concorrente.<br />

Ideia inspiradora, não? E pensar que tudo começou<br />

com a preocupação desse supercorretor em<br />

investir, sistematicamente, 20% de seu faturamento<br />

para treinamento...<br />

Marketing<br />

Apesar de ter acertado no alvo do investimento<br />

relativo ao treinamento, Edmilson Rene não se<br />

esqueceu da promessa de dedicar 20% do seu faturamento<br />

para o marketing.<br />

Primeiro, ele se convenceu de que tinha que<br />

contratar a melhor agência de marketing especializada<br />

no mercado imobiliário. Para isso, fez<br />

várias experiências com empresas locais – para<br />

ter uma proximidade, um contato pessoal mais<br />

fácil –, mas não teve sucesso. Aconselhado por<br />

seu mentor, Guilherme Machado, acabou fechando<br />

com uma agência de Vitória (ES). E não se<br />

arrepende. “Considero que tenho o melhor mentor<br />

e também acredito que estou com a melhor<br />

agência do mercado brasileiro. É claro que isso é<br />

uma coisa muito pessoal. Existem outras excelentes<br />

agências e mentores ou treinadores, mas<br />

os que se enquadraram dentro do perfil que eu<br />

estava buscando, do que eu quero fazer daqui<br />

para frente, foram esses”, afirma.<br />

Depois, com a ajuda da sua nova equipe, ele<br />

reestruturou sua comunicação visual, criou seu<br />

site e desenvolveu um sistema de CRM próprio.<br />

“Mesmo sendo um corretor iniciante, eu tenho um<br />

sistema de CRM integrado com site e fanpage, que<br />

faz com que a geração de leads caia direto nessa<br />

ferramenta. Está tudo automatizado, e eu vejo isso<br />

como um grande diferencial, algo que agiliza muito<br />

meu processo, me ajuda a monitorar resultados,<br />

criar indicadores de desempenho”, explica.<br />

Em paralelo a isso, ele passou a destinar 10%<br />

da sua verba de marketing para gratificar a origem<br />

da venda. “Eu apliquei a mesma estratégia em diversos<br />

segmentos, mas vou contar um exemplo que<br />

ilustra bem a ideia. Logo que comecei minha carreira<br />

como corretor, eu contratei um panfleteiro<br />

que cobrava 50 reais para distribuir 1000 panfletos.<br />

Eu acertei esse valor com ele e não falei mais nada,<br />

mas quando fechei uma venda e detectei que sua<br />

origem tinha sido a panfletagem, eu o chamei e o<br />

bonifiquei com 10% da minha comissão. Imagine:<br />

ele estava acostumado a ganhar 50 reais para<br />

distribuir 1000 panfletos, e aí, na semana seguinte,<br />

eu o chamo e dou 700 reais. O que acontece?<br />

Esse panfleteiro vira meu promotor de vendas, é<br />

claro! De imediato ele disse que ia largar todas as<br />

outras empresas para as quais fazia distribuição<br />

para fazer só para mim. Eu falei que ele não deveria<br />

fazer isso, mas garanti que iríamos continuar<br />

o trabalho. Eu cheguei a entregar 2.800 reais para<br />

ele em um mês só de bonificação! Isso foi ótimo<br />

tanto para mim quanto para ele”, destaca.<br />

Rene salienta que essa consciência – de investir<br />

o dinheiro em vez de simplesmente gastar – vem<br />

de experiências anteriores. “As pessoas às vezes<br />

dizem assim: ‘Ah, você começou no mercado imobiliário<br />

do zero...’ Não, ninguém começa do zero.<br />

Sempre se traz uma bagagem. Eu busquei muito<br />

treinamento, procurei me aperfeiçoar, defini a metodologia<br />

de gestão de processos que ia utilizar...<br />

Enfim, por trás do meu sucesso tem toda uma base.<br />

O meu foco é este: buscar conhecimento, inovação,<br />

aplicar e ficar medindo indicadores, porque aí, se<br />

algo não funciona, basta mudar a estratégia e procurar<br />

um novo caminho. Mas fazer um grande<br />

número de tentativas e separar um recurso pra<br />

isso é fundamental”, conclui.<br />

Dicas para você colocar<br />

em prática hoje mesmo<br />

1) Faça seu próprio planejamento e inclua nele<br />

alternativas ao seu “plano A”. Se algo der<br />

errado no caminho, ter um “plano B” na manga<br />

fará toda a diferença.<br />

2) Reserve sempre parte da sua renda para seu<br />

desenvolvimento.<br />

3) Invista no seu marketing.<br />

4) Procure se relacionar com os melhores profissionais.<br />

5) Conte com o apoio de ferramentas pensadas<br />

especialmente para você.<br />

6) Recompense seus parceiros e fortaleça ainda<br />

mais a parceria.<br />

24<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


Histórias de vendas<br />

Claudio Diogo<br />

Presente<br />

Uma das coisas de<br />

que mais gosto<br />

de fazer é aproveitar<br />

épocas de<br />

datas comemorativas<br />

boas para<br />

o varejo – como<br />

Natal, Dia<br />

das Mães e Dia<br />

dos Pais – para<br />

observar o comportamento<br />

dos<br />

consumidores, entender como<br />

eles decidem suas compras e ver<br />

o que tem funcionado e o que não<br />

tem no mercado.<br />

Aproveitando que esta é a<br />

edição do “mês das mães”, resolvi<br />

utilizar este espaço para compartilhar<br />

com você algo que observei<br />

no mesmo período do ano<br />

passado...<br />

Andando sozinho pelo shopping<br />

em maio de 2016, consegui<br />

observar um movimento especial.<br />

Notei que as pessoas estavam andando<br />

devagar e se dedicavam a<br />

apertar os olhos para olhar mais<br />

atentamente para as vitrines.<br />

Quando se aproximavam dos produtos,<br />

tocavam-nos com atenção,<br />

preocupavam-se com seu uso efetivo,<br />

não estavam tão atentas aos<br />

preços, e sim à utilidade daqueles<br />

itens; queriam saber da embalagem<br />

e da entrega, faziam mais perguntas<br />

e era perceptível que agiam<br />

movidas por alguma emoção muito<br />

forte.<br />

Aquelas pessoas saíam das lojas<br />

pensativas e com um leve e<br />

comovente sorriso de cumplicidade<br />

com suas memórias; entendi<br />

que elas estavam embriagadas de<br />

boas lembranças e que, apesar de<br />

estarem andando, eram movidas<br />

pelo coração, não por suas pernas.<br />

Comecei a me perguntar: “Quem<br />

seriam aquelas pessoas? Quem poderia<br />

caminhar pelo shop ping com<br />

tanta leveza e interesse?”<br />

Em pouco tempo descobri que<br />

se tratava de filhas que buscavam<br />

um presente para agradecer de<br />

forma sincera a feminilidade que<br />

receberam, a maternidade que<br />

lhes foi passada tão graciosamente,<br />

a maneira similar de se vestir,<br />

a técnica toda charmosa de andar<br />

de salto alto, as múltiplas maneiras<br />

de maquiar-se para diferentes<br />

ocasiões, as receitas especiais de<br />

sabores inesquecíveis, as dicas da<br />

vida feminina, as lições e os trabalhos<br />

da escola, as lágrimas derramadas,<br />

os abraços apertados,<br />

as brigas sérias de uma noite, a<br />

garra firme e delicada de mulher<br />

crescida; eram filhas que agradeciam<br />

os segredos de menina<br />

trocados com palavras de mulher,<br />

os vestidos emprestados, as preocupações,<br />

a felicidade e o cheiro<br />

de mãe no travesseiro.<br />

Observei mais um pouco e<br />

descobri que também havia, naquele<br />

grupo de pessoas, filhos<br />

procurando presentes para agradecer<br />

o colo nas horas difíceis, os<br />

abraços das horas felizes, a entrada<br />

na igreja no dia do casamento,<br />

a comida de domingo, a<br />

roupa lavada e cheirosa, a torcida<br />

no futebol, os gritos, as broncas,<br />

os telefonemas fora de hora, os<br />

beijos carinhosos, as arrumações<br />

de quarto, a formatura, as tortas<br />

de chocolate deliciosas e todos os<br />

erros e acertos que tiveram juntos.<br />

Sozinho, mas contagiado por<br />

toda essa onda de gratidão, entrei<br />

em uma daquelas lojas e procurei<br />

um presente que me proporcionasse,<br />

além das enormes lembranças,<br />

também a gostosa oportunidade<br />

de agradecer o que graciosamente<br />

recebi de minha mãe.<br />

Apesar de não tê-la mais ao<br />

meu lado, saí da loja com uma<br />

felicidade toda especial. Voltei<br />

aos corredores do shopping, mas<br />

agora eu não andava mais sozinho.<br />

Nunca mais andei sozinho.<br />

Sucesso e boas vendas.<br />

“Andando sozinho<br />

pelo shopping em<br />

maio de 2016,<br />

consegui observar<br />

um movimento<br />

especial. Notei que<br />

as pessoas estavam<br />

andando devagar e se<br />

dedicavam a apertar<br />

os olhos para olhar<br />

mais atentamente para<br />

as vitrines. Quando<br />

se aproximavam dos<br />

produtos, tocavamnos<br />

com atenção,<br />

preocupavam-se com<br />

seu uso efetivo, não<br />

estavam tão atentas<br />

aos preços, e sim à<br />

utilidade daqueles<br />

itens; queriam saber<br />

da embalagem e<br />

da entrega, faziam<br />

mais perguntas e era<br />

perceptível que agiam<br />

movidas por alguma<br />

emoção muito forte.”<br />

Claudio Diogo é um dos<br />

palestrantes de vendas<br />

mais requisitados do Brasil,<br />

autor do livro Vender mais<br />

e melhor e diretor da consultoria<br />

Tekoare.<br />

Visite o site:<br />

www.tekoare.com<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 25


Comunicação em vendas / Da Redação<br />

Como melhorar suas<br />

apresentações de vendas<br />

inspirando-se nas<br />

palestras do TED<br />

Se você quer melhorar sua performance<br />

como vendedor, uma das<br />

coisas que precisa fazer é trabalhar<br />

para ser um comunicador<br />

cada dia melhor. Afinal, as habilidades<br />

de comunicação podem<br />

ajudá-lo em todos os passos da<br />

venda – da preparação e do planejamento<br />

ao pós-venda – e, mais<br />

ainda, no relacionamento com<br />

seus clientes fiéis no dia a dia.<br />

Uma ótima forma de fazer isso é aprendendo<br />

com quem se destaca falando em público, como é<br />

o caso de muitos dos palestrantes do TED (a fundação<br />

norte-americana sem fins lucrativos que<br />

realiza conferências em diversos países com o objetivo<br />

de “espalhar ideias” – você pode assistir aos<br />

vídeos que já têm legenda em português acessando<br />

bit.ly/TED-PT).<br />

Akash Karia, um especialista em oratória que<br />

já treinou mais de 50.000 pessoas em diversos países,<br />

colocou essa ideia em prática e não apenas<br />

aprendeu com os palestrantes do TED como analisou<br />

mais de 200 palestras para entender o que as<br />

melhores tinham em comum. E descobriu que a<br />

resposta era simples: elas estavam baseadas em<br />

histórias.<br />

Esse foi o ponto de partida para seu livro TED<br />

Talks Storytelling: 23 storytelling techinques from the<br />

best TED Talks (“TED Talks storytelling: 23 técnicas<br />

de storytelling dos melhores TED Talks”, em tradução<br />

livre, pois o livro ainda não foi traduzido para o português),<br />

que ensina você a melhorar a forma como<br />

conta histórias a seus clientes tendo como base alguns<br />

dos melhores TEDs já feitos. O resultado é uma obra<br />

dinâmica, superbacana e com muitas boas ideias<br />

para você colocar em prática assim que terminar a<br />

leitura. A gente leu, selecionou algumas das melhores<br />

dicas para você – que trabalha em vendas – e as<br />

apresenta a seguir. Acompanhe!<br />

1. Tenha em mente que, se você não conquistar<br />

a atenção da sua audiência em 30 segundos, ela<br />

irá se desconectar mentalmente do que você<br />

está falando. Portanto, não aborreça seu público<br />

com apresentações introdutórias. Comece com uma<br />

história. Histórias são poderosas porque elas conectam<br />

pessoas. Elas levam a audiência a uma<br />

viagem mental. Se você usar histórias pessoais,<br />

melhor ainda.<br />

1 Na prática: Sabe aquele seu cliente que comprou<br />

com você, adorou a experiência de compra e deu<br />

um depoimento bem legal? Você pode abrir sua<br />

conversa falando sobre isso. No mesmo sentido,<br />

outra dica de Akash Karia para melhorar o resultado<br />

de uma história usada para vender é<br />

não simplesmente narrá-la, mas apresentá-la<br />

em forma de diálogo. “Diálogos são mais poderosos<br />

do que narrativas. Eles colocam os membros<br />

da audiência direto na cena, fazendo-os<br />

sentir exatamente o que foi dito. Diálogos também<br />

são mais curtos e fortes. Por último, outra<br />

vantagem dos diálogos é que eles possibilitam<br />

que você utilize diferentes tons vocais para<br />

mudar levemente o ritmo, o tom e o volume da<br />

sua voz para refletir as emoções e a fala dos<br />

diferentes personagens do seu discurso. Isso faz<br />

com que sua apresentação seja mais dinâmica<br />

e atraente”, explica.<br />

26<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


1 Assista: No livro, Karia cita a palestra “O poder<br />

dos introvertidos”, de Susan Cain, como exemplo<br />

de abertura marcante. Ela conta uma história<br />

pessoal envolvente para introduzir o tema<br />

de sua apresentação e conquistar a atenção da<br />

audiência logo nos primeiros segundos. Para<br />

assistir, acesse: bit.ly/ted-introvertidos.<br />

2. Destaque um problema antes de oferecer uma<br />

solução. “As pessoas não dão bola para a solução<br />

até que elas sintam a dor do problema. Use histórias<br />

e exemplos para evidenciar o problema. Depois,<br />

garanta que a transição da fase ‘apresentação do<br />

problema’ para ‘solução’ seja suave. Por último, só<br />

divida a solução após sua audiência mostrar que<br />

está desesperada para ouvi-la”, recomenda o autor.<br />

como a situação do cliente pode melhorar com<br />

a sua ajuda, conte histórias de outros clientes<br />

que mostram como seu produto ou serviço os<br />

ajudou a superar as mesmas dificuldades e só<br />

então conte qual é a solução pensada especialmente<br />

para ele.<br />

1 Assista: Uma das palestras que ilustram como<br />

fazer isso é “Pão em fatias”, de Seth Godin. Nela,<br />

o autor de A vaca roxa (Ed. Elsevier) apresenta<br />

diversos exemplos que comprovam que o<br />

jeito antigo de compartilhar ideias não funciona<br />

mais e, ao destacar a magnitude do problema<br />

por meio de histórias, ele faz com que o público<br />

fique desesperado para saber qual é a solução.<br />

Curioso para saber mais? Assista à palestra<br />

acessando bit.ly/ted-pao-em-fatias.<br />

3. Termine sua apresentação com um call to<br />

action (chamado para ação) claro. “Um chamado<br />

para ação é uma declaração que permite que os<br />

membros da plateia saibam exatamente o que você<br />

gostaria que eles fizessem a seguir, como resultado<br />

de ouvir você”, explica Karia.<br />

1 Na prática: Contou histórias, falou sobre os benefícios<br />

do seu produto ou serviço, apresentou a<br />

proposta de valor preparada especialmente para<br />

aquele cliente? Convide-o a fechar com você.<br />

Conduza ao fechamento usando frases como: “E<br />

aí, prefere pagar à vista ou parcelado?” ou “Podemos<br />

entregar segunda que vem?”. O fechamento<br />

pode não cair do céu. É seu papel induzi-lo!<br />

1 Assista: “Sua linguagem corporal molda quem<br />

você é”, palestra de Amy Cuddy no TED (disponível<br />

em bit.ly/ted-linguagem-corporal), é<br />

usada como exemplo de excelente encerramento<br />

com call to action por Karia. Como ele destaca,<br />

ela termina convidando a audiência a simplesmente<br />

espalhar a mensagem. E você, qual<br />

recado deixa para seus clientes ao fim de uma<br />

apresentação?<br />

“As pessoas não<br />

dão bola para a<br />

solução até que<br />

elas sintam a<br />

dor do problema.<br />

Use histórias e<br />

exemplos para<br />

evidenciar o<br />

problema. Depois,<br />

garanta que a<br />

transição da fase<br />

‘apresentação<br />

do problema’<br />

para ‘solução’<br />

seja suave. Por<br />

último, só divida<br />

a solução após<br />

sua audiência<br />

mostrar que está<br />

desesperada para<br />

ouvi-la.”<br />

(Akash Karia)<br />

1 Na prática: Durante o processo da venda, uma<br />

de suas tarefas é descobrir quais são as dores<br />

de seu cliente e como seu produto ou serviço<br />

pode ajudá-lo a acabar com elas, certo? Você<br />

precisa usar essa informação a seu favor durante<br />

a apresentação! Revele dados que mostrem<br />

Saiba mais<br />

Na edição de dezembro de 2014 da <strong>VendaMais</strong>, nossos<br />

colunistas contaram quais são seus vídeos favoritos do<br />

TED e como eles podem ser úteis para você. Para ler a<br />

reportagem e continuar seu aprendizado usando o TED<br />

como ferramenta, acesse bit.ly/videos-ted-vendas<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 27


VENDAS<br />

Thiago Concer<br />

O “representante repositor” está com<br />

os dias contados. Vamos varejar!<br />

28"N<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017<br />

ada é permanente, exceto a mudança.”<br />

Já se passaram mais de 2500 anos desde que o filósofo<br />

grego Heráclito proferiu, pela primeira vez, a frase<br />

que abre este artigo. Mas parece que ainda não compreendemos<br />

seu significado. Como temos dificuldade<br />

em executar a grande lição que ela deixa! Afinal,<br />

mudar dói, exige que nos questionemos, faz com que,<br />

muitas vezes, troquemos algo em que acreditamos,<br />

que defendemos durante a vida toda, por algo novo.<br />

Mudar é, muitas vezes, aceitar que estávamos errados,<br />

que aquilo que fazíamos, defendíamos ou acreditávamos<br />

não funciona mais. Por isso a resistência<br />

à mudança é, definitivamente, o maior obstáculo<br />

para as pessoas produzirem mais.<br />

Nos últimos três anos, ministrei<br />

em média 90 palestras e treinamentos<br />

por ano, sendo mais<br />

de 70% para equipes de representantes<br />

comerciais, e vejo de forma<br />

generalizada que quase ninguém<br />

entendeu que o trabalho<br />

de visitar o prospect, bater um<br />

papo e ver o que está faltando já<br />

não atende mais aos desejos e às<br />

necessidades dos compradores;<br />

que aquele relacionamento tão<br />

importante precisa vir acompanhado<br />

de uma orientação, de um


plano de negócio para definir as<br />

próximas vendas.<br />

Isso é o que chamamos de “foco<br />

no foco do cliente”. É olhar não<br />

apenas para o seu cliente, mas<br />

também para o consumidor final,<br />

para quem compra daqueles para<br />

quem você vende! A venda do<br />

representante não acaba no pagamento<br />

do pedido. Isso é o mais<br />

fácil. Difícil é revender!<br />

O representante pode dizer:<br />

“Mas eu não tenho controle do<br />

que acontece depois que faço a<br />

primeira venda; isso é responsabilidade<br />

do cliente.”<br />

Meu amigo, preste atenção:<br />

geralmente, o seu cliente não sabe<br />

nem da metade do que acontece<br />

na empresa dele. Ele nem<br />

sabe o que tem no estoque. Se<br />

você questioná-lo sobre a curva<br />

ABC do estoque, possivelmente<br />

ele nem terá ideia do que você<br />

está falando. Se você interrogá-lo<br />

sobre a taxa de conversão dos<br />

vendedores, é capaz de ele não<br />

saber o que é isso! E se souber o<br />

que é taxa de conversão, talvez<br />

não saiba como está esse indicador<br />

na empresa dele.<br />

Para você ter uma ideia, muitos<br />

clientes do comércio não sabem,<br />

por exemplo, que a taxa<br />

média de conversão nesse segmento<br />

no Brasil é de 17%. Quer<br />

dizer que, de cada dez pessoas<br />

que entram na loja, menos de<br />

duas compram!<br />

Quer algo mais alarmante,<br />

mas ao mesmo tempo muito bom<br />

para representantes que estão<br />

dispostos a se tornar consultores?<br />

Os clientes sabem menos ainda<br />

sobre o mercado deles. Eles não<br />

leem – assim como a maioria dos<br />

brasileiros. Levar informação para<br />

seus clientes é ser reconhecido<br />

como um especialista. E as pessoas<br />

querem fazer negócio com<br />

especialistas.<br />

Na prática<br />

Entre no site da associação do<br />

segmento em que você atua, procure<br />

informações sobre créditos<br />

de mercado, tendências para o<br />

ano, dados que ajudem os funcionários<br />

de seus clientes, sobre montagem<br />

de vitrine, gestão de estoque,<br />

sobre como os consumidores<br />

do seu segmento estão dispostos<br />

a pagar mais por produtos de qualidade,<br />

como usar a internet para<br />

vender mais, enfim, leve informações<br />

relevantes, que colaborem<br />

para melhorar os resultados ou a<br />

performance do seu cliente. Estamos<br />

na era colaborativa. Isso<br />

significa que você precisa ajudar<br />

o cliente a vender também.<br />

No final do ano passado, minha<br />

palestra encerrou a convenção<br />

da empresa Altenburg. Na<br />

ocasião, conheci o Ery Grando,<br />

um profissional que tem 81 anos,<br />

58 anos de vendas e mais de 38<br />

de empresa. Ele é considerado<br />

um dos melhores representantes<br />

da companhia. Sabendo disso,<br />

fui perguntar o que ele fazia para<br />

ficar tanto tempo em alta performance.<br />

Ainda que eu defenda<br />

muito o uso de ferramentas de<br />

tecnologia para ajudar o representante<br />

e o cliente, Grando é<br />

um pouco avesso a isso. Não tem<br />

WhatsApp e muito menos outras<br />

ferramentas digitais. O foco dele<br />

é entender como pode ajudar<br />

o cliente.<br />

Quando vai visitar um cliente,<br />

Grando passa horas olhando<br />

as gôndolas, vendo as ilhas de<br />

exposição, o preço dos seus produtos<br />

e o da concorrência, conversa<br />

com os vendedores e só<br />

depois vai falar com quem compra.<br />

Lá, ele descobre se tem produto<br />

“escondido”, produto que<br />

saiu da coleção e continua com<br />

preço alto, como está a saída dos<br />

itens dos concorrentes, como estão<br />

as vendas, quantas pessoas<br />

entram na loja e saem sem comprar<br />

nada e assim por diante. Tudo<br />

isso para orientar o cliente<br />

com mais propriedade.<br />

Ele me disse que muitas vezes<br />

os clientes não conhecem essas<br />

informações e isso ajuda ele a<br />

ter mais ferramentas para orientar<br />

um boa compra. Nas palavras<br />

dele: “Temos que varejar com<br />

os nossos clientes. Pensar mais<br />

nas dificuldades e no dia a dia<br />

deles, ter foco no negócio deles,<br />

pois o sucesso deles é o nosso<br />

sucesso.”<br />

Quem diria, o senhor Grando<br />

– avesso à tecnologia – é um pioneiro<br />

no customer success. Ele ainda<br />

completou: “Se for só pra repor,<br />

esse negócio de internet faz”.<br />

Quer entender melhor o conceito de<br />

customer success? Acesse bit.ly/<br />

customer-success-vm e leia um artigo<br />

que explica os detalhes sobre<br />

ele e ainda mostra como funciona<br />

na prática.<br />

Sucesso e boas vendas.<br />

Foto: Divulgação<br />

“A venda do<br />

representante<br />

não acaba no<br />

pagamento do<br />

pedido. Isso é o<br />

mais fácil. Difícil<br />

é revender!”<br />

Thiago Concer é sócio-fundador<br />

do IEV (Instituto de<br />

Especialização em Vendas),<br />

a maior escola de vendas do<br />

Brasil, líder do movimento<br />

#OrgulhoDeSerVendedor e<br />

um dos palestrantes de vendas<br />

mais contratados do<br />

Brasil.<br />

Visite: www.thiagoconcer.<br />

com.br<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 29


Top 5 / Por Francine Pereira<br />

maneiras diferentes<br />

de aprender e evoluir<br />

pessoal e profissionalmente<br />

Especialistas apresentam formas de aprendizagem<br />

que fogem dos métodos tradicionais, mas que podem<br />

ajudar você a adquirir mais conhecimento e a se<br />

tornar uma pessoa e um profissional melhor<br />

30<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


Você já deve saber que<br />

buscar conhecimento<br />

constantemente é importante<br />

para o seu desenvolvimento<br />

pessoal<br />

e profissional, certo?<br />

Afinal, neste momento você está lendo<br />

uma revista especializada em sua área!<br />

Mas o que talvez você não saiba é que o<br />

caminho para a aprendizagem não precisa<br />

ser sempre o mesmo. Ler revistas e<br />

livros, assistir a palestras, fazer cursos e<br />

treinamentos são algumas das maneiras<br />

mais tradicionais – e eficientes – de adquirir<br />

conhecimento. No entanto, elas<br />

não são as únicas.<br />

Uma viagem, uma conversa com um<br />

desconhecido, uma autoanálise, uma ajuda<br />

que você dá para um colega de trabalho,<br />

uma meta que você se propõe a alcançar...<br />

tudo isso (e muito mais) pode<br />

gerar mais conhecimento e fazer você<br />

evoluir em sua carreira e em seu desenvolvimento<br />

individual.<br />

Sabendo disso, pensando em ajudá-lo<br />

a entender como esses diferentes procedimentos<br />

de aprendizagem funcionam<br />

na prática e também com o objetivo de<br />

inspirá-lo a buscar atividades diversificadas<br />

no caminho para aprender mais,<br />

pedimos a alguns de nossos colunistas<br />

que revelassem suas dicas pessoais sobre<br />

essa questão. Curioso para saber o que<br />

eles disseram? Então, boa leitura!<br />

Aproveite as viagens para expandir seu conhecimento<br />

Jerônimo Mendes, administrador, coach, empreendedor e palestrante.<br />

Muitas pessoas montam roteiros de lugares para visitar<br />

quando estão planejando uma viagem. Jerônimo<br />

Mendes conta que também faz isso, mas que, além<br />

disso, geralmente inclui na sua programação visitas a<br />

empresas da região. Essa é ótima ideia para você! Seja<br />

em uma viagem a trabalho ou a lazer, aproveitar que<br />

você está na mesma localidade de uma grande empresa<br />

para conhecer essa organização é uma maneira<br />

interessante de sair da rotina e abrir seu horizonte<br />

para novas experiências. “Já tive a oportunidade de<br />

conhecer sedes de empresas como Apple, Budweiser,<br />

Concha Y Toro, Facebook, Google, Oracle e Nespresso,<br />

entre outras. Cada visita é uma experiência única e<br />

todas me ajudaram a entender um pouco mais sobre a<br />

<strong>cultura</strong> dessas organizações, seus posicionamentos<br />

estratégicos e, principalmente, as práticas visionárias<br />

que as tornaram tão diferenciadas perante a concorrência”,<br />

revela.<br />

>> Por que isso pode ajudar no seu desenvolvimento?


Conheça melhor a si mesmo<br />

J. B. Vilhena, especialista em gestão comercial, consultor e palestrante.<br />

De nada adianta você conhecer praticamente tudo sobre<br />

o seu ramo de atuação se você não conhecer a si mesmo<br />

e não aprender a lidar com suas emoções. Nesse sentido,<br />

J. B. Vilhena relata que a terapia pode ser muito importante<br />

para o desenvolvimento pessoal e profissional. “A<br />

vida corrida que vivemos, com inúmeras pressões e cobrança<br />

constante, me faz crer que tão importante quanto<br />

cuidar do corpo e da alma é estar atento a seu estado<br />

mental. Para me livrar de todo aquele ‘lixo mental’ que<br />

nos desanima e, às vezes, paralisa, toda a semana eu tenho<br />

uma deliciosa conversa com a Vânia Moraes, minha psicoterapeuta.<br />

Em outras palavras, eu recomendo a terapia<br />

como forma de aprimorar a sua sensibilidade para você<br />

mesmo e para os outros. Isso vai melhorar a fluidez de<br />

suas ideias e impedir que você se autossabote por conta<br />

das diversas armadilhas mentais que armamos para nós<br />

mesmos”, indica.<br />

O especialista ressalta que o caminho para fazer terapia<br />

passa por três esforços nada pequenos: “O primeiro<br />

é acreditar que terapia é coisa para gente saudável (e não<br />

para quem é maluco, como muitos pensam). O segundo<br />

é estar disposto a fazer um significativo investimento<br />

financeiro em si mesmo (bons terapeutas não são baratos).<br />

O terceiro é entender que, sozinho, você não conseguirá<br />

lidar com todas as suas emoções (é preciso ter a humildade<br />

de reconhecer que não é possível dar conta de tudo<br />

que acontece na sua própria vida)”, explica.<br />

>> Por que isso pode ajudar no seu desenvolvimento? > Por que isso pode ajudar no seu desenvolvimento?


Preste atenção nas histórias das pessoas<br />

Claudio Diogo, palestrante e consultor na área de vendas e consumo.<br />

Como profissional da área comercial, seja na gestão,<br />

seja na operação de vendas, é bem provável que você<br />

tenha contato diário com diversas pessoas. Mas você<br />

já parou para escutar, verdadeiramente, o que esses<br />

indivíduos têm a dizer?<br />

Segundo Claudio Diogo, ouvir histórias pode ser<br />

um excelente caminho para aprender mais. O especialista<br />

utiliza-se dessa técnica para adquirir mais conhecimento<br />

e sabedoria constantemente. “Tenho o hábito<br />

de dedicar uma tarde por semana para andar por centros<br />

comerciais da minha cidade, ou da cidade em que<br />

eu estiver, para conversar com as pessoas. Pode parecer<br />

estranho dedicar tempo para conversar, mas as histórias<br />

de vida me fascinam, pois aprendo a lidar com<br />

dificuldades e percebo que as minhas dificuldades<br />

sempre são pequenas em relação às dos outros. Aprendo<br />

histórias de vida, de venda, de sucesso, de felicidade,<br />

de luta, de diversão. Entre piadas, tragédias e lições,<br />

fortaleço minha inteligência relacional e fico mais<br />

perto da minha causa de ajudar pessoas. As histórias<br />

que ouço e troco, através das conversas, me tornam<br />

mais generoso e humano”, reflete.<br />

>> Por que isso pode ajudar no seu desenvolvimento? > Por que isso pode ajudar no seu desenvolvimento?


Autodesenvolvimento<br />

J.B. Vilhena<br />

Quem<br />

espera<br />

nunca<br />

alcança<br />

Acho engraçado o jeito como as pessoas frequentemente colocam nas<br />

mãos dos outros a responsabilidade pela solução de seus próprios<br />

problemas. Isso acontece, muitas vezes, por causa da falta de vontade<br />

de muitos de estar no controle de sua própria vida.<br />

Essa questão chama tanto a minha atenção que – já faz tempo –<br />

fui pesquisar as diversas justificativas para a passividade do ser<br />

humano. Embora existam várias “escolas” defendendo pontos de<br />

vista diferentes e conflitantes, acho que Erick Fromm (autor de um<br />

livro superinteressante chamado O medo à liberdade) foi quem melhor<br />

definiu o centro da questão. Segundo esse psicólogo <strong>organizacional</strong><br />

norte-americano, o que leva as pessoas a terceirizar a responsabilidade<br />

sobre praticamente tudo é o medo de ter que assumir a culpa<br />

se algo der errado. Em outras palavras, poder jogar nos ombros dos<br />

34<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


outros as responsabilidades pelos<br />

erros é algo que seduz muito o<br />

ser humano.<br />

Poderíamos ficar horas discutindo<br />

essa questão de modo<br />

generalizado, mas quero particularizar<br />

minha discussão para uma<br />

área que me interessa de perto: a<br />

do autodesenvolvimento.<br />

Para facilitar a abordagem,<br />

divido minhas reflexões em três<br />

momentos: antecedentes, situação<br />

atual e perspectivas quanto ao<br />

futuro. Vamos a elas.<br />

Até um passado bastante recente,<br />

as empresas tinham uma<br />

espécie de pacto com seus colaboradores<br />

(que, antigamente, eram<br />

chamados de empregados). De<br />

maneira sintética, vigorava um<br />

acordo tácito de que, em troca da<br />

total subserviência do trabalhador,<br />

o capital garantiria a estabilidade<br />

da relação. Ou seja, se você se subordinasse<br />

– sem questionar muito<br />

– às regras da organização, ela<br />

não mandaria você embora.<br />

Esse tipo de acordo fez com<br />

que a maioria de nossos pais e<br />

avós trabalhasse na mesma empresa<br />

por trinta, quarenta ou mesmo<br />

cinquenta anos. E eles tinham<br />

tanto orgulho de ter feito isso que<br />

proclamavam em cada oportunidade<br />

a sua fidelidade ao mesmo<br />

empregador.<br />

Em virtude dessa situação, as<br />

organizações não se recusavam<br />

a investir no desenvolvimento de<br />

seus colaboradores. Afinal, eles<br />

permaneceriam fiéis durante toda<br />

a sua vida profissional, e isso<br />

garantia o retorno sobre o investimento<br />

feito em treinamento e<br />

desenvolvimento. Mas, entre o<br />

final dos anos 80 e o início dos<br />

90 do século passado, tudo começou<br />

a mudar...<br />

Desde aquela época – e perdurando<br />

até os dias atuais –, a relação<br />

entre o capital e o trabalho vem<br />

sofrendo profundas modificações.<br />

Sem querer gastar muitas linhas<br />

descrevendo algo que estamos vivenciando,<br />

é fácil verificar que<br />

poucas são as chamadas “organizações<br />

de carreira”. Por outro lado,<br />

para os mais jovens, permanecer<br />

na mesma empresa por mais do<br />

que meia dúzia de anos é sinônimo<br />

de estagnação.<br />

Sabedoras dessa realidade, as<br />

organizações passaram a valorizar<br />

– cada vez mais – aqueles que<br />

assumem as rédeas de seu próprio<br />

desenvolvimento e passam, inclusive,<br />

a pagar melhor aos mais preparados.<br />

A lógica por trás do novo<br />

comportamento é fácil de ser<br />

entendida. Vale mais a pena remunerar<br />

bem a quem já vem preparado<br />

do que se arriscar a investir<br />

em alguém que pode mudar<br />

de empregador a qualquer hora.<br />

O problema é que, no que se<br />

refere ao autodesenvolvimento,<br />

nos defrontamos hoje com vários<br />

desafios, que poucos sabem como<br />

administrar:<br />

a) No que devo me desenvolver?<br />

b) Como vou me desenvolver?<br />

c) Quando devo iniciar?<br />

d) Quanto devo investir?<br />

Creio que a resposta para a<br />

primeira pergunta só pode ser<br />

obtida por aqueles que estão habituados<br />

a planejar o seu próprio<br />

futuro. Para saber no que devemos<br />

nos desenvolver, é preciso saber<br />

onde queremos chegar.<br />

Se você é vendedor, pensa em<br />

assumir cada vez maiores e mais<br />

importantes responsabilidades,<br />

mas não quer se tornar um gestor,<br />

é importante focar no desenvolvimento<br />

de habilidades técnicas,<br />

que lhe permitirão obter<br />

melhores resultados de seu trabalho.<br />

Se você pensa em coordenar<br />

equipes, precisará desenvolver<br />

novas habilidades de caráter<br />

gerencial. Se nos seus planos<br />

está uma internacionalização de<br />

carreira, precisará dominar outros<br />

idiomas. Se quer se dedicar<br />

a um segmento muito técnico,<br />

terá que manter um nível mínimo<br />

de atualização tecnológica.<br />

E por aí vai.<br />

Para a segunda pergunta, há<br />

duas reflexões importantes. A primeira<br />

diz respeito à sua disponibilidade<br />

de tempo e recursos. A<br />

segunda diz respeito à existência<br />

de boas instituições de ensino perto<br />

de você. Não há dúvida de que<br />

a qualidade de qualquer programa<br />

de desenvolvimento humano, técnico<br />

ou gerencial é função dos<br />

recursos que são empregados nas<br />

atividades didático-pedagógicas.<br />

Em outras palavras, o acesso à<br />

tecnologia de ponta é algo fundamental<br />

(eu faço doutorado na França<br />

e, quando converso com amigos<br />

que estão estudando em instituições<br />

brasileiras com menos recursos,<br />

vejo isso claramente). Também<br />

é preciso entender a nítida correlação<br />

entre o quanto você aprende<br />

e o tempo que tem para dedicar<br />

ao aprendizado. A segunda questão<br />

– a da proximidade de boas<br />

escolas – hoje é um pouco atenuada<br />

com o ensino a distância. Mas<br />

isso não significa que possamos<br />

esperar, sempre, obter o mesmo<br />

grau de qualificação quando estudamos<br />

por meio de mídias interativas.<br />

O contato pessoal sempre<br />

terá seu valor.<br />

A terceira questão é fácil de<br />

responder, com uma só palavra:<br />

AGORA!<br />

Para a quarta, vou te dar um<br />

conselho – e deixar que você termine<br />

esta leitura pensando nele:<br />

invista o máximo que puder, sem<br />

que isso signifique abrir mão de<br />

todas as outras coisas que lhe dão<br />

prazer. Lembre-se do antigo ditado<br />

segundo o qual “conhecimento<br />

é a única coisa que ninguém<br />

pode tomar de você”.<br />

“Vale mais a<br />

pena remunerar<br />

bem a quem já<br />

vem preparado<br />

do que se<br />

arriscar a investir<br />

em alguém que<br />

pode mudar de<br />

empregador a<br />

qualquer hora.”<br />

J.B. Vilhena é coordenador<br />

acadêmico do MBA em<br />

Gestão Comercial da FGV,<br />

doutorando em Gestão de<br />

Negócios pela FGV/Rennes<br />

(França), consultor e palestrante.<br />

E-mail: jbvilhena@uol.<br />

com.br<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 35


Estante <strong>VendaMais</strong><br />

LANÇAMENTOS<br />

Com a palavra,<br />

o autor<br />

<strong>VendaMais</strong> – Qual a principal ideia/conceito que<br />

você defende em seu livro Vamos vender, pô? Por<br />

que ele é diferente dos outros livros disponíveis<br />

sobre o assunto?<br />

Livro: Vendedor falcão – Visão, velocidade e garra para vencer<br />

Autor: Marcos Scaldelai<br />

Editora: Academia<br />

Número de páginas: 172<br />

Livro: ManUAU do novo varejista<br />

Autor: Fred Rocha<br />

Editora: Independente<br />

Número de páginas: 360<br />

Neder Kassem – A ideia central da obra gira em<br />

torno da ascensão profissional (CPF) e da expansão<br />

empresarial (CNPJ). Já o título foi escolhido como<br />

forma de desabafo para expressar a quantidade de<br />

ocasiões em que temos problemas com o cliente. Todos<br />

os meses, vendedores levam aos líderes argumentos<br />

como “o cliente me enganou”, “o cliente ficou de<br />

fechar e não fechou”, “o cliente mudou de ideia” e<br />

assim por diante. Tudo bem, a gente sabe que a lida<br />

diária com o cliente não é fácil, mas cadê os planos<br />

B, C, D? Argumento não traz resultado! É como sempre<br />

digo ao término de minhas reuniões: Vamos<br />

vender, pô! Nesse sentido, pesquisei incontáveis obras<br />

e concluí que existia muita base teórica sobre o assunto.<br />

A maioria relata cases, mas não fala dos tombos<br />

que conduziram o autor ao sucesso. Então, fiz<br />

questão de compor um livro que narrasse tudo, pois<br />

cada insucesso se traduz, por analogia e pragmatismo,<br />

numa experiência futura mais assertiva. Se eu<br />

sofri com algo, o leitor pode aprender e escolher o<br />

caminho do êxito, em vez de optar pela rota da dor.<br />

Quem deveria ler seu livro?<br />

Livro: Não é nossa culpa! – Uma visão realista sobre os bastidores<br />

das empresas e os motivos de tantas insatisfações com<br />

os serviços de atendimento ao cliente no Brasil<br />

Autor: Vladimir Valladares<br />

Editora: Autografia<br />

Número de páginas: 110<br />

O livro foi preparado aos que desejam encontrar<br />

“prosperidade prática” nos negócios. Uma coisa é<br />

teorizar o tema “prosperidade”, e outra é provar, com<br />

fatos e histórias da vida real, como obtê-la. Logo,<br />

quem procura uma rota para consolidar negócios<br />

com grandes figuras públicas vai encontrar atalhos<br />

e caminhos completos. Eu, por exemplo, fiz isso com<br />

incontáveis jogadores, técnicos de futebol e quem<br />

pretende entender como migrar a empresa de micro<br />

para média, bem como de média para grande.<br />

Por outro lado, quem NÃO deveria ler seu livro?<br />

Em nenhum momento tive o objetivo de escrever para<br />

quem procura um milagre. Construir um grande<br />

36<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


Assim que uma pessoa terminar de ler seu livro,<br />

qual seria a primeira coisa que deveria fazer/<br />

colocar em prática?<br />

patrimônio na área de vendas é possível e factível,<br />

mas é ilusão supor que a sorte ou o destino tomarão<br />

partido. Eu ofereci soluções práticas, evidenciei como<br />

estruturar grandes projetos e como expandir negócios<br />

promissores por meio do sistema de franquia.<br />

Contudo, não registrei nenhuma solução para quem<br />

considera possível crescer muito com pouco trabalho<br />

e não indico o livro para essa temerária finalidade.<br />

Vender, antes de tudo, é suor no rosto e sapato gasto,<br />

é manter-se firme ao sofrer bullying no início da<br />

carreira (como relato na obra), é abrir mão de pensar<br />

como a massa, é celebrar grandes resultados somente<br />

após muita dedicação. Se o leitor procura atalhos<br />

para evitar essas etapas, o livro não lhe serve.<br />

Traçar um plano de recomeço e admitir que, até ali,<br />

o que fez foi pouco ou nada e colocar a mão na massa.<br />

Ainda muito jovem, no início da carreira e bem<br />

antes de galgar os degraus do sucesso empresarial,<br />

fui um vendedor preguiçoso, que não admirava a<br />

arte de vender e tampouco enxergava vendas como<br />

a “ciência dos relacionamentos”. A construção de<br />

uma sólida carreira em vendas não pode ser encarada<br />

como a dieta que terá início na segunda-feira<br />

ou a nova vida a partir de janeiro do ano seguinte.<br />

Portanto, eis a dica a executar, tão logo feche a obra:<br />

enquanto pensei no tema “vender” com preguiça e<br />

descrédito, não consegui nada além do pensionato<br />

do chulé ou do ovo de gema mole (histórias que<br />

constam na obra). Somente venci ao colocar em prática<br />

o desejo de crescer e encarar os fantasmas do<br />

insucesso, que existiam mais na minha cabeça do<br />

que na vida real e que certamente aparecem à noite<br />

para assustar os vendedores que colocam a cabeça<br />

no travesseiro e não dormem, preocupados se conseguirão<br />

ou não bater a meta no dia seguinte.<br />

Livro: Vamos vender, pô!<br />

Autor: Neder Kassem<br />

Editora: Literare Books<br />

Número de páginas: 176<br />

EU LI<br />

Livro: Elogio da loucura<br />

Autor: Erasmo de Rotterdam<br />

Editora: Edipro<br />

Número de páginas: 168<br />

Ganhei esse livro de uma amiga teóloga quando tinha 17 anos, e há pouco<br />

tempo o li novamente. Apesar de não ser um livro de negócios, ele contribui<br />

para o desenvolvimento de qualquer pessoa, de qualquer profissão. No ensaio<br />

– que foi escrito em 1509 e publicado em 1511 –, a narradora é a loucura, e<br />

ela mostra, ao longo do texto, o quanto ela mesma está presente no mundo<br />

dos homens e que, no fundo, é quem torna a vida mais branda e suportável.<br />

Lido por: Anderson L.A., diretor de arte da <strong>VendaMais</strong><br />

O que você tem lido?<br />

Escreva para leitor@<br />

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sugestão de leitura<br />

pode aparecer aqui<br />

na próxima edição.<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 37


CAPA<br />

38<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


Sua empresa<br />

tem uma <strong>cultura</strong><br />

<strong>organizacional</strong> forte?<br />

Desvendamos os<br />

segredos das<br />

empresas que têm<br />

uma <strong>cultura</strong><br />

<strong>organizacional</strong><br />

forte e revelamos<br />

o que você precisa<br />

fazer para<br />

fortalecer a sua. O<br />

impacto nas suas<br />

vendas será maior<br />

do que você<br />

imagina!<br />

Por Natasha Schiebel<br />

ariana e Carlos eram sócios em<br />

uma empresa de fertilizantes no<br />

interior do estado de Goiás. Pouco<br />

presentes no dia a dia da organização,<br />

eles se assustaram ao<br />

perceber, na reunião anual de<br />

avaliação de resultados, que a<br />

maioria dos indicadores de performance<br />

da companhia estava<br />

“vermelho”. Mas não era “só” isso.<br />

A diretora de RH comentou também que a rotatividade<br />

tinha sido um grande problema na equipe<br />

de vendas naquele ano. Os gerentes comerciais não<br />

conseguiam manter um mesmo grupo por mais de<br />

três meses, sentiam-se como técnicos de times de<br />

futebol que sofrem com atletas que vivem no departamento<br />

médico – só que, no caso deles, não<br />

dava nem para esperar o retorno de seus jogadores!<br />

Consequência? Clientes fiéis abandonados, vendas<br />

caindo (quem é que ia ligar para aquele prospect que<br />

tinha iniciado a conversa com o Murilo, participou<br />

de uma reunião com a Flávia e achava que o Sérgio<br />

ia negociar os detalhes finais com ele?) e, claro, um<br />

trabalho enorme para preencher vagas que abriam<br />

em uma velocidade muito maior do que a ideal. No<br />

fim das contas, era o caixa quase vazio que mais<br />

preocupava, mas foi impossível não se abalar com<br />

os problemas em todos os outros indicadores.<br />

Tentando entender os motivos que levaram<br />

àquele ano desastroso, os dois resolveram chamar<br />

para a reunião alguns dos profissionais da equipe<br />

de Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC).<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 39


Foi então que a conversa degringolou de vez. Nem o<br />

time de SAC tinha profissionais com tempo de casa<br />

suficiente para ajudar a identificar os grandes problemas<br />

enfrentados ali e pensar em soluções fáceis<br />

de serem implementadas!<br />

Cansados, Mariana e Carlos resolveram buscar<br />

ajuda externa. Contrataram um especialista para<br />

fazer uma consultoria na empresa e o deixaram fazer<br />

o trabalho que chamou de “diagnóstico”. A avaliação<br />

do consultor não foi boa. Ele identificou problemas<br />

estratégicos, táticos, operacionais e de liderança. E<br />

sentenciou: “A causa de tudo isso é que a <strong>cultura</strong><br />

<strong>organizacional</strong> não é forte e efetiva o suficiente para<br />

fazer a empresa andar”.<br />

Carlos não acreditou. “Como assim <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong>?<br />

Isso é balela”, resmungou. Sua sócia<br />

também parecia descrente. “Ah, pode até ser, mas<br />

esse negócio de <strong>cultura</strong> forte só existe fora do Brasil.<br />

Aqui, a gente baseia os resultados só no trabalho”,<br />

falou. O consultor olhou para os dois e disse que<br />

mostraria que eles estavam errados. Com passe livre<br />

para agir, ele começou a colocar seu plano em ação...<br />

1 Enfrenta situações como essa ou tem outras dificuldades relativas<br />

a vendas e gestão comercial? Conheça as Soluções <strong>VendaMais</strong> e saiba<br />

como podemos ajudá-lo: www.vendamais.com.br/solucao-comercial<br />

O pontapé para uma mudança de visão<br />

A história de Mariana e Carlos é fictícia, mas o mesmo<br />

não se pode dizer sobre os prejuízos que uma<br />

empresa sem <strong>cultura</strong> efetiva acumula e sobre o ceticismo<br />

em relação à importância desse pilar para o<br />

sucesso de uma organização.<br />

Até pouco tempo, John Graham, economista e<br />

professor de finanças na Duke University (EUA), era<br />

um dos que engrossavam a tese de que esse assunto<br />

era superestimado. “Eu sempre me perguntava: será<br />

mesmo que faz tanto sentido culpar a falta de uma<br />

<strong>cultura</strong> efetiva por resultados ruins? Ou, por outro<br />

lado, dar créditos à <strong>cultura</strong> pelo sucesso de uma<br />

organização? Minha teoria era que a resposta era<br />

‘não’”, revela.<br />

Para acabar com essa dúvida – que é muito comum<br />

dentro do ambiente empresarial –, Graham desenvolveu,<br />

junto com outros três professores de universidades<br />

norte-americanas e 50 estudantes de MBA,<br />

o estudo Corporate Culture: Evidence from the Field<br />

(Cultura <strong>organizacional</strong>: evidências de campo).<br />

Não demorou muito para o pesquisador acabar<br />

com as suas dúvidas. Afinal, depois de ler as respostas<br />

“Eu sempre me<br />

perguntava: será<br />

mesmo que faz<br />

tanto sentido<br />

culpar a falta de<br />

uma <strong>cultura</strong> efetiva<br />

por resultados<br />

ruins? Ou, por<br />

outro lado, dar<br />

créditos à <strong>cultura</strong><br />

pelo sucesso de uma<br />

organização? Minha<br />

teoria era que a<br />

resposta era ‘não’.”<br />

John Graham<br />

John Graham<br />

dos cerca de 1900 CEOs e CFOs de empresas com<br />

atuação no mundo todo e de entrevistar diversos<br />

executivos de grandes empresas dos Estados Unidos,<br />

Graham e seus colegas constataram que:<br />

1 91% dos participantes consideram que sim, <strong>cultura</strong><br />

<strong>organizacional</strong> é importante e afeta muitas<br />

partes de uma empresa – inclusive seus resultados<br />

operacionais.<br />

1 78% dos executivos norte-americanos consideram<br />

a <strong>cultura</strong> um dos cinco fatores que mais afetam<br />

o valor da sua empresa (para quase 50%,<br />

esse é o principal fator, seguido de planejamento<br />

estratégico, planejamento operacional, bom CEO,<br />

marketing, processos produtivos e gestão financeira).<br />

1 48% dos executivos desistiriam de comprar uma<br />

empresa – ou de se fundir a ela – caso houvesse<br />

um desalinhamento no que diz respeito à <strong>cultura</strong><br />

<strong>organizacional</strong>.<br />

1 85% dos executivos acreditam que quando a <strong>cultura</strong><br />

<strong>organizacional</strong> não é forte e efetiva, os colaboradores<br />

da empresa podem acabar cometendo<br />

ações antiéticas ou até mesmo ilegais.<br />

Como você deve imaginar, esses dados convenceram<br />

Graham de que <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong> era<br />

algo que precisava ser levado a sério. Convenceram<br />

Foto: Divulgação<br />

40<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


você também? Então prepare-se para entender melhor<br />

esse conceito, descobrir os diferentes tipos de <strong>cultura</strong><br />

<strong>organizacional</strong> – e poder encontrar o que melhor<br />

se encaixa na sua empresa –, conhecer empresas que<br />

têm muito a ensinar quando o assunto é <strong>cultura</strong><br />

<strong>organizacional</strong> e saber qual é o caminho que você<br />

precisa percorrer para ter uma <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong><br />

forte o bastante para ajudar a aumentar suas<br />

vendas, diminuir a rotatividade em sua equipe, motivar<br />

os colaboradores a darem sempre seu melhor e<br />

ver todos os indicadores melhorando gradualmente.<br />

Depois de ler esta reportagem e colocar os ensinamentos<br />

dela em prática, com certeza a história de<br />

Mariana e Carlos não será um espelho da sua.<br />

Foto: Divulgação<br />

Definindo uma <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong> forte<br />

Definir uma <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong> forte parece ser<br />

uma tarefa divertida. Tanto as respostas dadas pelos<br />

participantes da pesquisa conduzida por John Graham<br />

quanto as definições apresentadas por outros especialistas<br />

partem de comparações simples de serem<br />

compreendidas. E, de tão simples, elas são poderosas...<br />

“A <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong> pode ser comparada a<br />

forças naturais como ventos e ondas, que estão lá no<br />

fundo e às vezes passam despercebidos, às vezes são<br />

óbvios. Feita de respostas instintivas, repetitivas e<br />

emocionais, a <strong>cultura</strong> de uma empresa é a coleção de<br />

padrões de comportamento, pensamento, sentimentos<br />

e crenças autossustentáveis que determinam a<br />

forma como as coisas são feitas naquela organização”,<br />

explica Jon R. Katzenbach, fundador do Katzenbach<br />

Center at Strategy&, um centro de excelência nas<br />

áreas de <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong>, liderança, organização<br />

informal e motivação.<br />

“A <strong>cultura</strong> é como os tendões e ligamentos que<br />

sustentam o corpo e permitem que você execute<br />

suas tarefas no dia a dia da melhor maneira possível”,<br />

declarou um participante da pesquisa comandada<br />

pelo professor da Duke University; outro seguiu uma<br />

linha de raciocínio parecida e declarou: “A <strong>cultura</strong> é<br />

como a partitura de uma música em uma orquestra.<br />

Você pode ter os melhores músicos, mas, se eles não<br />

estiverem tocando no mesmo compasso, sua apresentação<br />

será um fracasso. É o balanço delicado de<br />

fazer com que as pessoas estejam todas na mesma<br />

sintonia.”<br />

Em outras palavras, uma <strong>cultura</strong> forte e efetiva<br />

ajuda os colaboradores a caminharem em uma mesma<br />

direção. E, por isso mesmo, não é importante<br />

apenas para os sócios e para os profissionais que<br />

ocupam cargos de gerência ou para o marketing, mas<br />

Jon R. Katzenbach<br />

“A <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong> pode ser comparada a forças naturais como ventos e ondas, que<br />

estão lá no fundo e às vezes passam despercebidos, às vezes são óbvios. Feita de respostas<br />

instintivas, repetitivas e emocionais, a <strong>cultura</strong> de uma empresa é a coleção de padrões de<br />

comportamento, pensamento, sentimentos e crenças autossustentáveis que determinam a forma<br />

como as coisas são feitas naquela organização.”<br />

Jon R. Katzenbach<br />

é fundamental também para quem leva a empresa<br />

para frente dia após dia – do vendedor à diretora de<br />

marketing, passando pelos profissionais da equipe<br />

de RH, do financeiro e assim por diante.<br />

“O que é preciso para construir uma empresa duradoura?”<br />

Jim Collins, um dos maiores gurus da administração<br />

do mundo e autor de best-sellers como Empresas feitas<br />

para durar (Ed. HSM), diz que essa é a pergunta que<br />

mais desperta sua curiosidade. Segundo ele, foi ela,<br />

aliás, que o aproximou de Jorge Paulo Lemann, Marcel<br />

Telles e Beto Sicupira, os empreendedores brasileiros<br />

que são sócios da 3G Capital, empresa de private<br />

equity que controla marcas como Heinz, AB<br />

Inbev e Lojas Americanas. Afinal, segundo Collins,<br />

os três, em seu dia a dia de trabalho, também refletem<br />

profundamente sobre a questão e se preocupam em<br />

respondê-la, na prática, na forma como comandam<br />

seus negócios.<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 41


No prefácio do livro Sonho Grande (Ed. Sextante),<br />

que conta como Lemann, Telles e Sicupira revolucionaram<br />

o capitalismo brasileiro e conquistaram o<br />

mundo, Collins destaca as dez principais lições que<br />

aprendeu ao longo dos anos com a jornada desses<br />

três brasileiros. Diversas delas estão diretamente<br />

relacionadas à <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong> defendida – e<br />

praticada – por eles; destacamos estas cinco:<br />

1 ) Invista sempre – e acima de tudo – nas pessoas.<br />

“Esses empresários certamente têm uma<br />

grande dose de genialidade financeira, mas<br />

essa não é a base de seu sucesso. Desde o<br />

princípio eles investiram em pessoas, especialmente<br />

em líderes jovens e talentosos. Sua filosofia:<br />

melhor dar uma chance às pessoas talentosas<br />

(ainda que novatas) e sofrer algumas<br />

decepções no caminho do que não acreditar<br />

nelas. O ingrediente número um de seu molho<br />

secreto é uma obsessão em conseguir as pessoas<br />

certas, investir nelas, desafiá-las, construir<br />

a empresa com sua ajuda e vê-las experimentar<br />

a alegria de realizar um grande sonho. Igualmente<br />

importante é conservar os talentos por<br />

um longo tempo. É interessante observar que<br />

os três sócios trabalham juntos há quatro<br />

Saiba mais<br />

Livro: Sonho grande<br />

– Como Jorge<br />

Paulo Lemann,<br />

Marcel Telles e Beto<br />

Sicupira revolucionaram<br />

o capitalismo<br />

brasileiro e conquistaram<br />

o mundo<br />

Autora: Cristiane<br />

Correa<br />

Editora: Sextante<br />

décadas e estão unidos como nunca. E muitos<br />

dos melhores jovens que eles recrutaram permaneceram<br />

intensamente envolvidos por muitos<br />

anos, como o atual CEO da AB InBev, Carlos<br />

Brito. Eles não apenas colocaram as pessoas<br />

certas no ônibus, mas as mantiveram lá por<br />

muito tempo”, destaca.<br />

2 ) Sustente o impulso com um grande sonho<br />

– “Gente boa precisa ter coisas grandes para<br />

fazer, senão leva sua energia criativa para outro<br />

lugar. Assim, os três construíram um mecanismo<br />

que tem duas premissas básicas: primeiro<br />

recrute as melhores pessoas e depois dê<br />

a elas coisas grandes para fazer. Em seguida<br />

atraia mais gente boa e proponha a próxima<br />

coisa importante a fazer. Repita o processo<br />

indefinidamente. Foi assim que eles mantiveram<br />

o ímpeto ao longo do tempo. Eles sempre vibraram<br />

com a ideia de metas grandes, arriscadas<br />

e audaciosas, e desenvolveram uma <strong>cultura</strong><br />

para alcançá-las. Ao observá-los, aprendi<br />

que, para conservar o ímpeto e, portanto, preservar<br />

gente boa, vale a pena correr os riscos<br />

inerentes à busca pelas grandes metas. É como<br />

uma ótima equipe de alpinismo. Por um lado,<br />

existe o risco de subir uma montanha alta,<br />

depois uma montanha ainda mais alta, e depois<br />

a seguinte. Por outro lado, se você não tiver<br />

novas montanhas altas para escalar, deixará<br />

de se desenvolver e crescer, e perderá seus melhores<br />

alpinistas. Grandes alpinistas necessitam<br />

de grandes montanhas para escalar, sempre e<br />

indefinidamente”, pontua Collins.<br />

3 ) Crie uma <strong>cultura</strong> meritocrática com incentivos<br />

alinhados – “Eles [Lemann, Telles e Sicupira]<br />

desenvolveram uma <strong>cultura</strong> coerente<br />

que dá às pessoas a oportunidade de compartilhar<br />

as recompensas do sonho grande. Essa<br />

<strong>cultura</strong> valoriza o desempenho, não o status; a<br />

realização, não a idade; a contribuição, não o<br />

cargo; o talento, não as credenciais. Misturando<br />

esses três ingredientes – sonho, pessoas e<br />

<strong>cultura</strong> –, eles criaram uma receita para o sucesso<br />

sustentado. Se você pudesse dar uma<br />

contribuição significativa e gerar resultados,<br />

dentro dos limites da <strong>cultura</strong>, se sairia bem. Se<br />

tivesse as melhores credenciais do mundo, mas<br />

não conseguisse mostrar um desempenho excepcional,<br />

seria eliminado. Os três sócios acreditam<br />

que as melhores pessoas anseiam pela<br />

meritocracia, enquanto as pessoas medíocres<br />

têm medo dela”, revela o guru.<br />

42<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


4 ) Você pode exportar uma ótima <strong>cultura</strong> para<br />

setores e geografias amplamente divergentes<br />

– “É notável como esse modelo foi transferido<br />

de um banco de investimentos para uma<br />

cervejaria; do Brasil para a América Latina;<br />

depois para a Europa e os Estados Unidos, e<br />

agora para todo o mundo. Para Lemann, Telles<br />

e Sicupira, a <strong>cultura</strong> não é um apoio à estratégia;<br />

a <strong>cultura</strong> é a estratégia. Os três sócios sempre<br />

foram fiéis aos seus valores centrais e a uma<br />

<strong>cultura</strong> inconfundível, enquanto continuaram<br />

crescendo em setores novos, expandindo-se geograficamente<br />

e apontando para metas cada vez<br />

maiores – um belo exemplo da dinâmica ‘preserve<br />

a essência e estimule o progresso’, encontrada<br />

em todas as empresas duradouras. Nos<br />

primórdios, os três olharam do Brasil para os<br />

Estados Unidos e viram o que já funcionava.<br />

Então, em vez de aguardarem que aquilo chegasse<br />

ao Brasil, agiram agressivamente para<br />

importar as melhores práticas americanas antes<br />

dos outros”, explica.<br />

5 ) Simplicidade tem magia e genialidade – “Em<br />

quase todas as dimensões, os três buscam ser<br />

simples. Eles usam trajes bem comuns – você<br />

não os notaria numa multidão. Sempre mantiveram<br />

escritórios modestos, nunca se isolando<br />

de seu pessoal. Sempre usaram a riqueza não<br />

para a opulência, mas para simplificar suas vidas,<br />

para que pudessem se concentrar em continuar<br />

desenvolvendo a empresa. (Aprendi com eles que<br />

o melhor sinal da verdadeira riqueza não é manter<br />

uma agenda lotada, mas ter tempo disponível<br />

para se concentrar no que é mais importante.)<br />

A estratégia é muito simples: tenha gente boa,<br />

dê a esse pessoal coisas grandes para fazer e<br />

sustente uma <strong>cultura</strong> meritocrática. Em essência,<br />

não é mais complicado do que isso. A verdadeira<br />

genialidade não é tornar uma ideia complexa,<br />

mas o contrário: transformar um mundo complexo<br />

em uma ideia bem simples – e ater-se a ela<br />

por um longo tempo”, aponta Jim Collins.<br />

Como você deve ter percebido, todas as lições<br />

destacadas por Jim Collins vão muito além da simples<br />

execução impecável de processos bem definidos.<br />

São questões que permeiam a visão da empresa e<br />

dos empreendedores e seus valores. E é um ótimo<br />

ponto de partida para a reflexão que queremos<br />

propor nessa matéria. Será que essas preocupações,<br />

tão importantes, estão presentes no dia a dia da sua<br />

empresa – ou da empresa em que você trabalha?<br />

“Eles [Lemann,<br />

Telles e Sicupira]<br />

desenvolveram uma<br />

<strong>cultura</strong> coerente<br />

que dá às pessoas<br />

a oportunidade de<br />

compartilhar as<br />

recompensas do<br />

sonho grande. Essa<br />

<strong>cultura</strong> valoriza<br />

o desempenho,<br />

não o status;<br />

a realização,<br />

não a idade; a<br />

contribuição, não<br />

o cargo; o talento,<br />

não as credenciais.<br />

Misturando esses<br />

três ingredientes<br />

– sonho, pessoas<br />

e <strong>cultura</strong> –, eles<br />

criaram uma receita<br />

para o sucesso<br />

sustentado.”<br />

Jim Collins<br />

Jim Collins<br />

A teoria por trás de uma <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong><br />

forte e efetiva<br />

Antes de mais nada, você precisa entender que não<br />

existe <strong>cultura</strong> certa ou <strong>cultura</strong> errada. Existe <strong>cultura</strong><br />

que funciona para a sua empresa, que faz dela<br />

uma organização forte e que ajuda a trazer resultados<br />

positivos dia após dia. Ao mesmo tempo, não existe<br />

receita de bolo – adicione este, esse e aquele ingredientes<br />

e terá uma <strong>cultura</strong> forte – para desenvolver<br />

uma <strong>cultura</strong> efetiva, mas, claro, existem orientações<br />

que podem ajudá-lo a estruturar a <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong><br />

da sua empresa. E é sobre elas que vamos<br />

falar a seguir.<br />

John Graham, pesquisador da área e responsável<br />

por um dos principais estudos do mundo sobre o<br />

tema, destaca que o começo de tudo é a compreensão<br />

de que existem dois componentes básicos em uma<br />

<strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong>: os valores – que, segundo<br />

ele, são como os 10 mandamentos (“são ‘esculpidos<br />

em pedra’, são as coisas que a gente aspira conquistar”,<br />

explica) – e as normas, que se referem ao que<br />

de fato acontece no dia a dia da empresa enquanto<br />

se trabalha para alcançar os valores. “Nossa conclusão<br />

é que, sem as normas, os valores quase não<br />

importam muito”, afirma. “Se você acessar sites de<br />

diferentes empresas, vai ver que os valores são muito<br />

similares, mas as normas, que mostram o que<br />

Foto: Divulgação<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 43


ealmente acontece na organização no dia a dia, são<br />

o que realmente faz a diferença”, complementa.<br />

Graham indica ainda que uma <strong>cultura</strong> efetiva<br />

depende do alinhamento dos valores, das normas<br />

e do que ele chama de “instituições formais” (como<br />

práticas de gestão e governança) e defende que o<br />

foco esteja justamente nesse conjunto. “Um trabalho<br />

bem feito de valores + normas + práticas de<br />

gestão e governança levará a uma <strong>cultura</strong> efetiva,<br />

e essa <strong>cultura</strong> efetiva conduzirá aos resultados<br />

desejados”, declara.<br />

Para pensar: sua empresa tem valores bem definidos?<br />

As normas que todos precisam seguir para desempenhar<br />

um bom trabalho estão claras? As práticas<br />

de gestão e governança colaboram para que tudo saia<br />

como o esperado? Se a resposta a alguma dessas<br />

perguntas foi “não”, a primeira coisa a fazer é parar<br />

tudo o que está sendo feito nessa área e trabalhar<br />

para corrigir os problemas identificados.<br />

Os diferentes tipos de <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong><br />

A primeira pergunta da pesquisa coordenada por<br />

Graham era: “Quais palavras ou frases descrevem<br />

melhor a <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong> de sua empresa?”<br />

Com base em uma análise das respostas, os pesquisadores<br />

chegaram a sete tipos de <strong>cultura</strong>:<br />

a ) Empreendedora – Foram definidas como empreendedoras<br />

as empresas cujos membros usaram<br />

palavras como “<strong>cultura</strong> de startup”, “agressividade”,<br />

“dinamismo”, “inovação” e “pensamento<br />

fora da caixa” para descrevê-la.<br />

b ) Hierárquica – Descrições como “tradicional” e<br />

“centralizada” garantiram o rótulo de “<strong>cultura</strong><br />

hierárquica” a algumas empresas participantes<br />

da pesquisa.<br />

c ) Colaborativa – Empresas caracterizadas como<br />

“aberta”, “cooperativa”, “amigável”, “participativa”<br />

tiveram suas <strong>cultura</strong>s definidas como “colaborativas”.<br />

d ) Orientada para resultados – Aqui, entraram<br />

as empresas que descreveram sua <strong>cultura</strong> com<br />

expressões como “focada no cliente”, “alta performance”<br />

e “melhora contínua”.<br />

e ) Integridade elevada – Foram classificadas como<br />

empresas com <strong>cultura</strong> de integridade elevada aquelas<br />

cujos representantes usaram expressões como<br />

“focada na credibilidade”, “precisão financeira” e<br />

“orientadas para a conformidade” para defini-las.<br />

f ) Em transição – Participantes da pesquisa que<br />

indicaram que a <strong>cultura</strong> da sua empresa vivia um<br />

momento de transição foram inseridos aqui. Um<br />

executivo que testemunhou um crescimento tremendo<br />

em uma empresa icônica descreveu a<br />

transformação <strong>cultura</strong>l que aconteceu durante a<br />

fase de crescimento exponencial da seguinte<br />

forma: “Para começar, havia um grau absurdo de<br />

autoridade individual. Muitos projetos que depois<br />

se tornaram trabalhos de grupo de tamanho significativo<br />

inicialmente eram projetos individuais.<br />

Havia tanta coisa acontecendo que a comunicação<br />

sobre um projeto específico não aconteceria a não<br />

ser que fosse solicitado. O fundador e eu decidimos,<br />

então, promover a maior mudança de <strong>cultura</strong><br />

dentro da empresa, de uma tomada de decisões<br />

descentralizada para uma <strong>cultura</strong> mais orientada<br />

para a revisão”.<br />

g ) Disfuncional – Muitos participantes da pesquisa<br />

revelaram que a <strong>cultura</strong> na empresa deles não<br />

era propícia para o crescimento e para a lucratividade<br />

porque era “egoísta”, “confusa”, “mercenária”<br />

e assim por diante. Um executivo ilustrou<br />

como, por exemplo, a instabilidade no topo também<br />

leva a uma <strong>cultura</strong> improdutiva. Ele disse:<br />

“Ajuda muito quando você tem continuidade<br />

dentro de sua equipe e uma continuidade dentro<br />

de seu foco. Não era isso que se via na ‘XX’. Havia<br />

uma mudança constante no topo, e o tempo todo<br />

estava-se pensando o que ia ser feito e para onde<br />

a empresa caminhava. Com isso, os profissionais<br />

se sentiam muito inseguros, além de a imprensa<br />

sempre ter brecha para publicar notícias negativas.<br />

Isso tudo afetava dramaticamente o desempenho<br />

da equipe como um todo”.<br />

Conhecer essas modalidades de <strong>cultura</strong> é fundamental<br />

para que você possa entender em qual delas<br />

sua empresa se encaixa hoje e poder fazer uma análise<br />

para descobrir se esse é mesmo o melhor caminho<br />

quando você pensa no longo prazo. Caso você constate<br />

que o melhor é repensar a trajetória, tenha em<br />

mente que, como recomenda Jon Katzenbach, “em<br />

vez de tentar mudar a <strong>cultura</strong> como um todo de uma<br />

só vez, é muito melhor se concentrar em mudar comportamentos<br />

específicos, pois eles são mais tangíveis<br />

e mensuráveis”.<br />

Nesse sentido, ele sugere que, inicialmente, você<br />

selecione alguns comportamentos que teriam grande<br />

impacto se colocados em prática por um número significante<br />

de pessoas e foque neles. “Encontre algumas<br />

coisas que as pessoas fazem que afetam positivamente<br />

44<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


a performance da empresa – como a maneira como<br />

elas falam com os clientes ou como começam reuniões<br />

–, garanta que esses comportamentos estejam alinhados<br />

com a estratégia da empresa, verifique se as pessoas<br />

se sentem confortáveis agindo dessa maneira,<br />

para garantir o comprometimento emocional delas,<br />

e, então, traduza esses comportamentos críticos em<br />

passos simples e práticos que as pessoas podem aplicar<br />

no dia a dia. Por fim, selecione alguns colaboradores<br />

que vão responder fortemente a esses novos comportamentos<br />

e que tendem a implementá-los e a compartilhá-los<br />

com os colegas para que eles iniciem uma<br />

transformação na sua empresa”, completa.<br />

Exercício<br />

Que tal usar as linhas abaixo para descrever a <strong>cultura</strong><br />

dos seus sonhos e pensar em como fazê-la virar<br />

realidade?<br />

“A inovação é muito<br />

mais importante<br />

do que o risco que<br />

corremos por não<br />

mudar.”<br />

Martin Spier<br />

Foto: João Guilherme Brotto<br />

Martin Spier<br />

Um exemplo de <strong>cultura</strong> orientada para resultados<br />

No ano passado, nossa equipe esteve<br />

no Vale do Silício (no estado da Califórnia,<br />

EUA), um dos principais palcos do empreendedorismo<br />

no mundo, para participar<br />

de uma missão de negócios que<br />

tinha como objetivo fazer empreendedores<br />

brasileiros vivenciar e absorver a<br />

atmosfera do Vale. Lá, as startups respiram<br />

resultado, e os gestores visam o<br />

crescimento acima de tudo. E a <strong>cultura</strong><br />

das empresas deixa isso bem claro. Na<br />

ocasião, tivemos a oportunidade de conversar<br />

com Martin Spier, engenheiro de<br />

performance da Netflix, que contou que<br />

estes são alguns dos “mandamentos”<br />

dessa empresa que é referência global<br />

em inovação:<br />

1) O processo de recrutamento e demissão<br />

é muito rápido. Se a pessoa tem<br />

o perfil, está contratada. Se não se encaixa,<br />

eles não pensam duas vezes antes<br />

de demiti-la. No Vale, onde surge boa<br />

parte das grandes ideias do mundo, não<br />

há tempo a perder. O ritmo é acelerado,<br />

e a meritocracia impera.<br />

2) A autonomia prevalece. Todos os<br />

profissionais do time de 1.200 engenheiros<br />

da empresa têm acesso a dados<br />

restritos e autonomia até para tirar a<br />

Netflix do ar. Isso porque a empresa<br />

sabe que todos que ali estão são maduros<br />

o suficiente para absorver tamanha<br />

carga de responsabilidade.<br />

3) Há um olhar diferente sobre custos.<br />

Um ambiente tão livre e informal, mas,<br />

ao mesmo tempo, focado em inovação<br />

faz com que, uma vez ou outra, um mesmo<br />

projeto acabe sendo desenvolvido<br />

ao mesmo tempo por diferentes pessoas,<br />

o que naturalmente gera um custo<br />

desnecessário e tempo perdido. Mas o<br />

que poderia ser uma dor de cabeça para<br />

boa parte dos gestores do mundo é encarado<br />

na Netflix como ossos do ofício.<br />

Em um mercado em que a velocidade da<br />

execução é fundamental, a visão da empresa<br />

é de que os custos desnecessários<br />

causados por ações de melhoria duplicadas<br />

fazem parte do jogo. É preferível<br />

absorver o custo e assumir o erro em<br />

razão da <strong>cultura</strong> da inovação contínua.<br />

4) A <strong>cultura</strong> do erro é celebrada. Enquanto<br />

no Brasil temos a visão de que o<br />

erro é algo abominável, que deve ser evitado<br />

e escondido, por lá ele é parte crucial<br />

do processo de evolução. Spier falou que<br />

eles erram bastante, mas é isso que os<br />

faz serem rápidos nas inovações. A visão<br />

é: construir, testar, aprender e melhorar.<br />

Muito rápido. “A inovação é muito mais<br />

importante do que o risco que corremos<br />

por não mudar”, disse o engenheiro.<br />

A reportagem especial com a cobertura<br />

da viagem, que apresenta outras<br />

lições da Netflix<br />

e grandes ensinamentos<br />

do<br />

Vale do Silício<br />

em si, foi publicada<br />

na edição<br />

de janeiro/fevereiro<br />

deste<br />

ano e está disponível<br />

em bit.ly/vale-do-silicio-vm. Não<br />

deixe de ler!<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 45


Passo a passo para criar uma <strong>cultura</strong><br />

<strong>organizacional</strong> forte<br />

Para facilitar seu trabalho daqui em diante, John<br />

Graham sugere o seguinte caminho:<br />

1 Comece com a liderança. Os líderes precisam<br />

definir e viver os valores corporativos e a <strong>cultura</strong><br />

<strong>organizacional</strong>, além de encorajar os colaboradores<br />

a viverem essa <strong>cultura</strong> dia após dia.<br />

1 Faça com que profissionais de todas as áreas<br />

“comprem” a ideia dessa <strong>cultura</strong> que você quer<br />

promover.<br />

1 Invista na <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong> que você quer<br />

fortalecer. Dedique tempo e recursos para instigar<br />

e reforçar essa <strong>cultura</strong>.<br />

1 Reconheça, celebre e até mesmo promova profissionais<br />

que vivem a <strong>cultura</strong>.<br />

1 Tome decisões de promoção e de recrutamento<br />

baseando-se na <strong>cultura</strong> que quer construir ou<br />

fortalecer.<br />

1 Entenda que esse é um trabalho contínuo e que<br />

precisa sempre visar o longo prazo. Os resultados<br />

virão!<br />

Valorizar quem propaga a <strong>cultura</strong><br />

fortalece a <strong>cultura</strong><br />

A Beryl Health (empresa norte-americana do segmento de call<br />

center em assistência médica) já foi considerada uma das melhores<br />

empresas para se trabalhar nos Estados Unidos e, por<br />

cinco anos consecutivos, teve um crescimento de dois dígitos<br />

no faturamento e um pulo de três dígitos no lucro. Sua <strong>cultura</strong><br />

forte é, com certeza, um dos motivos desse sucesso.<br />

Paul Spiegelman, CEO da companhia,<br />

detalhou a filosofia da organização<br />

que comanda no livro Por<br />

que todos estão sorrindo? – Os segredos<br />

por trás da paixão, da produtividade<br />

e do lucro da Beryl Health (Ed.<br />

Quantum). Na <strong>VendaMais</strong> de setembro<br />

de 2015, destacamos seis<br />

dos principais programas e táticas<br />

que têm ajudado a gestão da Beryl a fazer seus colaboradores<br />

sorrirem em uma reportagem especial sobre o livro (leia acessando<br />

bit.ly/livro-Beryl). O destaque aqui fica com o projeto<br />

PRIDE@Beryl (Orgulho na Beryl, em tradução livre).<br />

Paul Spiegelman<br />

Foto: Divulgação<br />

“Fazer com que as pessoas reconheçam seus colegas de<br />

trabalho é uma grande parte do nosso espírito de camaradagem.<br />

Nosso programa PRIDE@Beryl faz com que os colaboradores<br />

elogiem os outros por seguirem um ou mais dos valores<br />

da Beryl ou por fazerem alguma coisa extremamente<br />

especial. A sigla formada pelas letras da palavra ‘orgulho’, em<br />

inglês – PRIDE –, ganhou um significado ainda mais especial:<br />

People Recognizing Individual Deeds of Excellence, ou Pessoas<br />

Reconhecendo Atos Individuais de Excelência. Eles enviam o<br />

fato para a intranet a fim de gerar um certificado para a pessoa<br />

que está sendo reconhecida. O certificado é dado pelo supervisor<br />

de quem o recebe e especifica o valor pelo qual está<br />

sendo homenageado e o que fez para isso. Os ganhadores<br />

geralmente exibem os certificados em suas mesas para que<br />

os outros possam ver. Uma vez por mês, premiamos quatro<br />

colaboradores com vagas especiais no estacionamento, tendo<br />

cada um deles sido reconhecido por seguir um dos quatro<br />

valores da Beryl”, explica Spiegelman. E o próprio CEO também<br />

faz sua parte tanto nesse programa quanto em outros com<br />

caráter semelhante. Afinal, como ele mesmo diz, “se nossa<br />

<strong>cultura</strong> prega que devemos cuidar uns dos outros, o cuidado<br />

tem que começar no meu escritório”.<br />

“Se nossa <strong>cultura</strong> prega que devemos cuidar uns dos outros, o cuidado<br />

tem que começar no meu escritório.”<br />

Paul Spiegelman<br />

Veja que o que é reconhecido não é o desempenho em<br />

vendas, a superação de uma meta ou um feito profissional, mas<br />

as atitudes dos colaboradores, e isso é sinal de <strong>cultura</strong> forte!<br />

46<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


O que fazer com tudo isso?<br />

Reunimos até aqui muitos conceitos e histórias que<br />

podem ajudá-lo a repensar a <strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong><br />

da sua empresa e iniciar uma mudança que tem tudo<br />

para trazer ótimos resultados em diversas esferas da<br />

sua organização no longo prazo – inclusive nas suas<br />

vendas. Porém, pode ser que você tenha ficado com<br />

uma pulga atrás da orelha e esteja pensando: “Tá,<br />

mas o que eu faço agora?”<br />

A ideia dessa reportagem era justamente essa!<br />

Queremos que você reflita sobre a maneira como<br />

conduz seu negócio – se você está no comando de<br />

uma empresa – ou como age no seu dia a dia. Acredite:<br />

o piloto automático pode até garantir uma boa<br />

velocidade para a sua jornada, mas ele não necessariamente<br />

o levará para onde você deseja ir. Enfiar a<br />

cabeça na operação, esquecendo que o desempenho<br />

da sua empresa – ou da sua carreira – depende de<br />

aspectos que extrapolam a questão prática do dia a<br />

dia, dificilmente fará você se destacar. Portanto, sua<br />

missão a partir de agora é:<br />

1 ) Refletir sobre a <strong>cultura</strong> da sua empresa no momento.<br />

2 ) Conversar com seus colaboradores – ou líderes<br />

– para trocar ideias sobre esse tema e ver como<br />

vocês podem, juntos, criar – ou fortalecer – uma<br />

<strong>cultura</strong> <strong>organizacional</strong> efetiva.<br />

3 ) Buscar histórias de empresas que já percorrem<br />

um caminho que você acha interessante e aprender<br />

com elas.<br />

4 ) Definir seus valores e suas normas.<br />

5 ) Colocar tudo isso em prática e trabalhar incansavelmente<br />

para manter a energia elevada, os processos<br />

acontecendo e a <strong>cultura</strong> se fortalecendo.<br />

Dessa forma, na sua próxima revisão anual de<br />

resultados, dificilmente você terá que enfrentar os<br />

mesmos problemas que Mariana e Carlos, os personagens<br />

que abriram nossa conversa.<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 47


Novas tecnologias<br />

LEANDRO BRANQUINHO<br />

Como<br />

vender<br />

mais<br />

usando o<br />

Já faz algum tempo que especialistas<br />

falam que o futuro<br />

é em vídeo. Eu discordo. Acredito<br />

que essa é a realidade do<br />

presente – e que deve se intensificar<br />

no futuro, claro.<br />

Sabendo disso e pensando em<br />

ajudá-lo a usar essa tendência<br />

a seu favor, listo a seguir nove<br />

vídeos que você deveria<br />

produzir se tem o objetivo de<br />

usar o YouTube para vender<br />

mais. Acompanhe!<br />

Importante: Mesmo que você ainda não tenha uma<br />

boa câmera, comece desde já a produzir vídeos. Se<br />

a imagem não for tão boa, seu cliente ainda consegue<br />

assistir; mas, se o áudio for ruim (chiado ou<br />

com muito ruído), torna-se impossível acompanhar.<br />

A maioria dos smartphones tem bons microfones.<br />

Portanto, não há desculpa para não começar a filmar.<br />

Quando for possível, invista em um bom microfone,<br />

depois em uma boa câmera e, quem sabe,<br />

iluminação.<br />

Curiosidade: O YouTube é a segunda maior ferramenta<br />

de busca do mundo. Perde apenas para o<br />

Google. E como os dois fazem parte da mesma<br />

empresa, muitos resultados das buscas no Google<br />

são links para a plataforma de vídeos.<br />

Atenção: Este não é um tutorial para você se tornar<br />

uma celebridade no YouTube. Ter muitos “likes” pode<br />

até ajudá-lo a se tornar conhecido, mas o que vou mostrar<br />

a seguir são ideias para você vender mais. Conversão<br />

de vendas é muito melhor do que receber joinha!<br />

Ferramentas opcionais: Além de câmera e microfone<br />

(ou de um smartphone), algumas ferramentas<br />

podem ser úteis no processo:<br />

s Camtasia: Software para captura de tela e edição<br />

de vídeos. Nem todos os vídeos precisam ser filmados.<br />

Você pode usar imagens do seu próprio<br />

computador, uma apresentação em Power Point<br />

ou um visualizador de fotos enquanto grava o<br />

áudio e, assim, gerar um vídeo.<br />

s aTube catcher: Basicamente, tem funções parecidas<br />

com o Camtasia, além de poder capturar vídeos do<br />

YouTube apenas utilizando o link. É gratuito.<br />

Evite ao máximo capturar vídeos de concorrentes ou<br />

vídeos com conteúdo protegido pela Lei de Direitos<br />

Autorais. Autenticidade é o que o levará mais longe.<br />

Portanto, inspire-se, siga modelos, mas não copie.<br />

s Aplicativos para edição no celular: Algumas<br />

boas opções (gratuitas e pagas): Magisto, Viva-<br />

Video, Videoshow e Splice.<br />

48<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


Vídeo nº 1: Depoimentos de clientes satisfeitos<br />

com o que você vende.<br />

Vou citar uma estratégia que utilizei uma vez e<br />

que trouxe um resultado muito positivo: eu criei<br />

um canal no YouTube para divulgar meus clientes<br />

e ajudá-los a vender mais. Então, pedi a eles<br />

para gravarem vídeos falando por que as pessoas<br />

deveriam comprar na empresa deles. Ao publicar<br />

os materiais, disponibilizei informações<br />

como endereço, telefone, site da empresa etc.<br />

Depois de mostrar o resultado a eles, pedi para<br />

que gravassem outro vídeo, desta vez para o meu<br />

canal (youtube.com/Radiovendas), dizendo o que<br />

achavam do meu trabalho. Foi uma ótima troca!<br />

Vídeo nº 2: Apresentação de slides sobre seu<br />

produto ou serviço.<br />

Capture a tela do seu computador para apresentar<br />

seu produto ou serviço por meio de uma apresentação<br />

de slides. Esse tipo de vídeo é ótimo para<br />

produtos e serviços complexos. Ao gravar a tela do<br />

seu computador, fica fácil apresentar dados, estatísticas,<br />

comparação entre o seu produto e o da<br />

concorrência (evite colocar o logo da concorrência).<br />

Vídeo nº 3: Apresentação pessoal sobre o produto<br />

ou o serviço.<br />

Filme você, um funcionário ou um ator falando<br />

sobre o produto ou o serviço que vende.<br />

Para vendas a distância – seja por e-commerce<br />

ou telefone –, um dos entraves ainda é a confiança.<br />

Se a sua empresa ainda não é um dos grandes<br />

players do mercado, ter um vídeo com alguém<br />

falando sobre o seu produto ajuda a quebrar a<br />

barreira da desconfiança (ainda mais se for você<br />

mesmo falando).<br />

Vídeo nº 4: Na prática.<br />

Filme o produto e mostre ele em ação. Se for um<br />

serviço, filme um “antes e depois”. Esse é um tipo<br />

de vídeo para educar o seu cliente sobre tudo que<br />

o produto faz.<br />

Vídeo nº 5: Unboxing.<br />

Esse tipo de vídeo – que, em resumo, apresenta<br />

você abrindo a caixa de um produto – serve para<br />

mostrar em primeira mão algo que sua empresa<br />

acabou de lançar. Também serve para demonstrar<br />

como chega um produto que sua empresa entrega.<br />

Vídeo nº 6: Manual do usuário.<br />

Mostre todos os detalhes de como utilizar e como<br />

não utilizar o que você vende.<br />

Vídeo nº 7: Atendimento.<br />

Mostre como sua equipe resolveu algum tipo de problema.<br />

Deixe os integrantes de sua equipe contarem<br />

sobre elogios e sugestões que os clientes deram.<br />

Evite citar nomes de clientes sem a devida autorização.<br />

Vídeo nº 8: Rebatendo objeções.<br />

Faça uma lista com todas as objeções que seus<br />

clientes colocam sobre o seu produto e crie um<br />

vídeo com as respostas para cada uma delas.<br />

Vídeo nº 9: Oferta.<br />

Perceba que em, todos os outros vídeos, não falei<br />

de você tentar vender, mas, sim, sobre como você<br />

pode ajudar, educar e orientar seus clientes. Isso<br />

se chama marketing de conteúdo. Porém, para ter<br />

mais conversões, você não pode só entregar conteúdo<br />

falando sobre sua empresa e sobre seus<br />

produtos e serviços; é preciso, em algum momento,<br />

ter um call to action (uma chamada para ação)<br />

para o cliente comprar. Se você só faz vídeos de<br />

propaganda falando “compre, compre, compre”,<br />

você se torna um chato. Mas, se você não diz para<br />

seus clientes comprarem, você perde oportunidades<br />

de vendas. Não tente vender antes de entregar<br />

alguma informação relevante.<br />

“Se você só<br />

faz vídeos de<br />

propaganda falando<br />

‘compre, compre,<br />

compre’, você se<br />

torna um chato.<br />

Mas se você não diz<br />

para seus clientes<br />

comprarem, você<br />

perde oportunidades<br />

de vendas.”<br />

Dicas finais<br />

s O título tem muita importância. Escolha bem<br />

as palavras que vai utilizar e seja específico.<br />

s Lembre-se de fazer uma boa descrição sobre o<br />

conteúdo do vídeo. Se possível, gere uma legenda<br />

a partir da transcrição de tudo que tiver<br />

falado. Assim, fica ainda mais fácil de a ferramenta<br />

entender sobre o que é o seu vídeo.<br />

s Para cada vídeo, escolha cerca de sete palavras-<br />

-chave. Elas também ajudam o YouTube a entender<br />

sobre que tipo de assunto você está falando.<br />

s Utilize a ferramenta “anotações”, que o próprio<br />

YouTube oferece. Ela serve para destacar pontos<br />

importantes de seu vídeo e fazer link para o<br />

site de sua empresa.<br />

O que faz você perder tempo não são as redes<br />

sociais, mas, sim, a falta de foco. Tenha foco em<br />

suas ações no YouTube e venda mais.<br />

Leandro Branquinho é palestrante<br />

de vendas e liderança<br />

de vendas, tem a<br />

tatuagem “Eu Amo Vender”<br />

no braço e é podcaster no<br />

www.radiovendas.com.br<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 49


Desenvolvimento profissional<br />

O vendedor e o<br />

iceberg<br />

Por<br />

Gilberto Cavicchioli<br />

50<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


egistros de estudos a respeito<br />

de atividades de<br />

vendas não são muito<br />

frequentes. O tema vendas,<br />

por motivos desconhecidos,<br />

curiosamente,<br />

ainda não inspira o mundo<br />

acadêmico na proporção<br />

de sua importância.<br />

Há cerca de cem anos,<br />

as atividades relacionadas<br />

a estratégias de vendas<br />

deram passos importantes<br />

– com maior<br />

intensidade a partir da<br />

Segunda Guerra Mundial<br />

(1939–1945) –, difundindo-se<br />

através de<br />

diversas “tecnologias”<br />

de como vender. Nesse período, surgiram novos<br />

mercados, o poder de compra foi potencializado<br />

e conceitos de marketing e gerenciamento da<br />

qualidade se desenvolveram, ao mesmo tempo<br />

que o consumidor se fortaleceu com a criação de<br />

normas de proteção e defesa.<br />

Além disso, as primeiras ações focadas na promoção<br />

de vendas se intensificaram com o acirramento<br />

da competição entre empresas e mercados<br />

globais. A atividade de vendas, portanto, passou a<br />

ser instigada a desenvolver novas táticas para alcançar<br />

novos clientes, tornando-se, na visão de<br />

alguns especialistas, uma arte.<br />

A persuasão não é suficiente<br />

para conquistar clientes<br />

A partir disso, a instrumentação essencial de todo<br />

bom vendedor evoluiu – como a comunicação adequada<br />

e as técnicas de persuasão –, mantendo sua<br />

relevância tanto na venda de bens quanto na de<br />

serviços. Mais recentemente, a força das redes sociais<br />

reinventou formas de abordar e conquistar o<br />

cliente digital. A qualidade dos produtos e dos<br />

serviços, somada à capacidade de atender ao perfil<br />

e à lealdade desse cliente no ambiente digital, passou<br />

a ser posta à prova.<br />

Nesse contexto, escolas de administração começaram<br />

a oferecer cursos de gestão de negócios,<br />

incluindo matérias relacionadas às vendas em<br />

suas grades disciplinares. Novas competências são<br />

exigidas dos profissionais, que mergulham nas<br />

atividades comerciais. Vendedores de qualidade<br />

conquistam maior valorização profissional do mercado,<br />

especializam-se e ganham reconhecimento.<br />

Evoluir na profissão depende sobremaneira do<br />

empenho e do networking pessoal e corporativo.<br />

Vender ainda é uma grande interação entre<br />

posições e interesses, uma afinada conexão com o<br />

público-alvo. Atribui-se aos bons vendedores sua<br />

adaptabilidade e versatilidade no discurso, que<br />

atendam às necessidades e às expectativas exclusivas.<br />

Ferramentas de TI e treinamentos de aperfeiçoamento<br />

dessas interações também encontram<br />

seu espaço. Além de forte conhecimento técnico do<br />

que vendem, o rapport adequado no aperto de mão,<br />

no sorrir, no olho do cliente permanecem também<br />

como diferenciais relevantes.<br />

O iceberg como ameaça ou oportunidade<br />

A metáfora proposta neste artigo é enxergar o<br />

cliente como se enxerga um iceberg, um grande<br />

bloco de gelo flutuando nos oceanos, que exige dos<br />

navegadores grande atenção, habilidades específicas<br />

e equipamentos adequados a fim de se evitar a<br />

ameaça dos erros de percurso, surpresas desagradáveis<br />

ou até desastres.<br />

Estudos comprovam que icebergs provenientes<br />

de degelo dos polos se desprendem do continente<br />

e se movimentam através de inúmeras correntes<br />

marinhas. Com suas duas faces, calcula-se que 10%<br />

de seu volume fica aparente, visível na superfície,<br />

mantendo-se encobertos os 90% restantes, submersos<br />

e invisíveis, podendo ter dimensões maiores em<br />

largura e profundidade. É papel do vendedor aproveitar<br />

ao máximo a face aparente e imaginar o<br />

tamanho da face submersa como fonte de inspiração<br />

e de oportunidades.<br />

Os mercados, como os oceanos, funcionam mais<br />

ou menos assim: apresentam oportunidades e ameaças.<br />

Movimentam-se soltos na direção das novas<br />

tendências, das novas correntes marinhas (ou de<br />

consumo) que seguem o sentido dos ventos – contrários<br />

ou favoráveis. O iceberg, comparado ao<br />

cliente, segue sua rota conforme suas possibilidades,<br />

expondo seu lado visível, acima da linha d’água. A<br />

ponta do iceberg representa suas necessidades básicas,<br />

aquilo que o cliente declara aos quatro cantos<br />

sobre o que precisa para comprar e satisfazer necessidades,<br />

como qualidade, preço, prazo e atendimento<br />

cordial.<br />

A face submersa, movendo-se ao mesmo tempo<br />

– só que encoberta –, representa suas expectativas,<br />

seus desejos, suas motivações intrínsecas. É onde<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 51


“Navegar cara a<br />

cara com o iceberg<br />

é posicionar-se<br />

frente a frente<br />

com o cliente num<br />

oceano de caminhos<br />

alternativos, de<br />

chances de fazer a<br />

diferença. Por mais<br />

que os métodos<br />

evoluam, vender<br />

é ainda lidar bem<br />

com situações<br />

‘cara a cara’, e<br />

provavelmente<br />

sempre será.”<br />

nasce a objeção, aquilo que o cliente percebe como<br />

duvidoso ou perigoso na decisão de compra. Essa<br />

face do iceberg, invisível a olho nu, só é avaliada<br />

mediante o uso de equipamentos apropriados. Algo<br />

semelhante ao que bons vendedores devem<br />

desenvolver caso queiram conhecer o que não está<br />

aparente de imediato, o que está abaixo do que se<br />

vê na superfície e que não se enxerga sem o uso de<br />

técnicas de vendas atualizadas.<br />

A capacidade profissional do vendedor é proporcional<br />

à sua capacidade de enxergar informações<br />

abaixo da superfície, nas profundezas; de desenvolver<br />

habilidades de fazer perguntas e ter argumentos<br />

inteligentes com vistas às possíveis objeções<br />

do potencial cliente; de buscar entender seus medos,<br />

suas ansiedades e suas preocupações. Só assim vai<br />

conhecer o que está encoberto e então desenhar a<br />

solução mais adequada. O vendedor, como todo<br />

bom navegador, sabe como “descobrir” a parte<br />

abaixo da superfície e torná-la visível por meio de<br />

argumentos inteligentes e técnicas na aplicação de<br />

perguntas abertas e fechadas.<br />

Foco nas perguntas inteligentes<br />

Nessa linha de evolução das práticas de vendas, o<br />

método de vendas SPIN selling, elaborado pelo<br />

professor Neil Rackham, propõe um processo de<br />

perguntas que auxiliam na descoberta do que<br />

sente e pensa o cliente “abaixo da linha d’água”.<br />

Perguntas inteligentes trazem à tona as reais necessidades<br />

e expectativas do cliente. “Vender hoje<br />

é entender profundamente o consumidor”, explica<br />

Rackham, em uma analogia ao nosso iceberg<br />

no oceano. Esse método demonstra que não é<br />

apenas o bom relacionamento que trará vendas<br />

52<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


em mercados nebulosos como os que vivenciamos<br />

nos dias atuais.<br />

Clientes podem ser comparados aos icebergs<br />

como fontes de oportunidades ou ameaças. Podem<br />

ser percebidos como ameaças, se o vendedor não<br />

estiver preparado para enxergar a parte submersa,<br />

onde certamente estão concentrados os grandes<br />

desafios aos profissionais bem-preparados. Vendedores<br />

– independentemente do mercado em que<br />

atuam – precisam adquirir conhecimentos técnicos<br />

e comportamentais, aliados a informações<br />

importantes:<br />

d Do mercado e dos costumes do público-alvo.<br />

d De conceitos de marketing sobre posicionamento<br />

de produto e segmentação.<br />

d De estilos de abordagens adequados para cada<br />

perfil de cliente, tratamento de objeções, técnicas<br />

de fechamento e pós-venda.<br />

d Sobre quais valores motivam o cliente – por<br />

exemplo, transparência, agilidade, preço ou<br />

capacidade de atendimento.<br />

Navegar cara a cara com o iceberg é posicionar-se<br />

frente a frente com o cliente num oceano de caminhos<br />

alternativos, de chances de fazer a diferença.<br />

Por mais que os métodos evoluam, vender é ainda<br />

lidar bem com situações “cara a cara”, e provavelmente<br />

sempre será.<br />

Antes de visitar o potencial cliente, navegando<br />

pelo mercado, vale ter em mente:<br />

1. Quais perguntas abertas e fechadas vou utilizar<br />

para enxergar melhor a ponta do iceberg?<br />

2. Com quais argumentos faço vir à tona o que<br />

está encoberto, abaixo da superfície?<br />

Lembro-me da vez em que quis comprar um<br />

carro com tração 4 x 4, de segunda mão, com três<br />

ou quatro anos de uso. Sigo o script corriqueiro<br />

nesse tipo de transação: você olha daqui, olha dali<br />

na apresentação do veículo pelo vendedor e surgem<br />

as perguntas abertas e fechadas vindas tanto de<br />

quem compra quanto de quem vende. Aí, a parte<br />

encoberta sobe à tona: “Será que esse carro já pegou<br />

muita estrada de chão? Será que o dono anterior<br />

pegou muita trilha e o carro está avariado em algum<br />

ponto?” Nesse momento, como que lendo meu pensamento,<br />

o vendedor me desafia a observar debaixo<br />

do carro e constatar que tudo estava como se o<br />

veículo estivesse novo, sem um arranhãozinho, pois<br />

o carro nunca havia saído do asfalto.<br />

Vejam só a aparente incoerência! Eu estava à<br />

procura de um veículo com anos de uso, feito para<br />

fazer trilhas – mas que nunca tivesse feito trilhas.<br />

Fechamos o negócio, pois a habilidade do vendedor<br />

de fazer as perguntas certas ajudou a identificar<br />

minhas expectativas abaixo da superfície, o que foi<br />

decisivo para fechar o negócio.<br />

Se, em vez de negociar o carro, entro com a<br />

conhecida objeção “vou pensar e depois te ligo...”,<br />

certamente poderia significar que alguma dúvida,<br />

alguma desconfiança ou algum medo não demonstrados<br />

permaneceriam abaixo da linha d’água,<br />

inexplorados, encobertos nas profundezas.<br />

Quem está no comando?<br />

Vendas acontecem à medida que as perguntas inteligentes<br />

desvendam a parte abaixo da superfície,<br />

como se fossem desejos bem-guardados, alguns<br />

secretos e que, ao serem revelados, provocam o “ok”<br />

do cliente.<br />

Decida conhecer profundamente o perfil do seu<br />

potencial cliente antes da sua próxima visita. No<br />

oceano das vendas, vendedores convivem com<br />

mundos multifacetados, mais complexos do que as<br />

duas faces do iceberg podem representar.<br />

Tem-se conhecimento de muitas embarcações<br />

que naufragaram nos oceanos ao longo do tempo<br />

por choques com icebergs. Algumas vendas também<br />

naufragam, ou melhor, são perdidas por falta de<br />

foco, atenção, empatia e até alguma humildade por<br />

desconhecimento de certos limites. Aos bons vendedores,<br />

capazes de enxergar o que está nas profundezas<br />

do iceberg, compete aceitar o desafio de<br />

fazer de suas carreiras de vendas um fato triste –<br />

marcado pelo despreparo e excesso de confiança<br />

– ou, muito melhor, contar com suas habilidades<br />

afiadas, instrumentação adequada, muita persistência<br />

e alguma dose de sorte para transformar<br />

suas histórias de vendas em um grande sucesso de<br />

bilheteria.<br />

Quem está no comando do timão é você!<br />

Gilberto Cavicchioli é mestre em administração<br />

e possui formação em coaching pelo<br />

método Personal & Professional da Sociedade<br />

Brasileira de Coaching. É professor de<br />

pós-graduação e MBA da ESPM, da FGV e do<br />

SENAC.<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 53


Carreira<br />

José Ricardo Noronha<br />

Você tem um<br />

propósito real<br />

de existência?<br />

Preciso confessar: por<br />

mais incrível que possa<br />

parecer, ainda me<br />

deparo com muitas empresas<br />

e muitos profissionais<br />

que carecem de<br />

um propósito de existência!<br />

E não falo aqui<br />

daquele “propósito” que<br />

só existe na parede do<br />

escritório ou em nossos<br />

discursos de vendas e<br />

que não tem reflexo<br />

real algum em nossa motivação e nas<br />

nossas ações cotidianas. Falo de propósitos<br />

corporativos reais, que ofereçam, especialmente<br />

aos funcionários, um sentido<br />

muito maior do que simplesmente vender<br />

mais e com maiores margens. Falo também<br />

do propósito pessoal que nos move em<br />

direção à realização dos nossos grandes<br />

sonhos pessoais e profissionais.<br />

54<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


E esse propósito – seja corporativo,<br />

seja pessoal – não pode<br />

ter um significado somente mercadológico<br />

(de marketing). Ele<br />

precisa ser forte, real e legítimo<br />

o suficiente para incrementar os<br />

níveis de motivação e satisfação<br />

por fazermos parte de algo maior,<br />

de algo que vai além da remuneração<br />

percebida pelos resultados<br />

das nossas vendas.<br />

E como se faz isso?<br />

Penso que o principal e mais importante<br />

elemento de construção<br />

de um grande propósito ou missão<br />

passe pelo pleno entendimento<br />

do porquê da existência da empresa<br />

e do porquê da sua existência<br />

como profissional de vendas.<br />

Alguns questionamentos sugeridos<br />

para fazer esse exercício:<br />

1 A empresa em que trabalho<br />

existe para fornecer a solução<br />

para qual problema específico?<br />

1 Ela existe para realizar qual<br />

sonho?<br />

1 De que forma o meu trabalho<br />

pessoal contribui para impactar<br />

positivamente o mundo?<br />

1 O meu trabalho está de fato<br />

umbilicalmente ligado aos<br />

meus grandes sonhos e objetivos<br />

pessoais?<br />

O problema é que, na prática,<br />

ainda vejo pouquíssimos gerentes<br />

e líderes capazes de oferecer um<br />

grande propósito às suas equipes.<br />

E o mesmo problema se repete<br />

quando questiono se os profissionais<br />

de vendas têm trabalhado<br />

com algo que de fato esteja conectado<br />

ao seu grande propósito.<br />

Quando, do ponto de vista<br />

corporativo, não oferecemos aos<br />

nossos liderados um grande propósito<br />

ou uma grandiosa missão,<br />

ficamos muito mais dependentes<br />

de boas estratégias de remuneração<br />

para manter profissionais<br />

motivados, engajados e acima de<br />

tudo leais às empresas, o que é<br />

cada vez mais difícil em um mercado<br />

recheado de boas empresas<br />

e com orçamentos bastante generosos<br />

para suas forças de vendas.<br />

Do ponto de vista pessoal,<br />

quando não se tem um propósito<br />

grandioso, o trabalho pelo simples<br />

fato de “ganhar dinheiro” perde<br />

seu encanto. Simples assim!<br />

Transformação<br />

Boa remuneração é, sim, fundamental<br />

para todo e qualquer profissional<br />

– e em especial para<br />

todos nós que trabalhamos em<br />

vendas. No entanto, cada vez mais<br />

os profissionais talentosos buscam<br />

oportunidades e desafios em<br />

empresas em que possam colocar<br />

todos os seus dons e todas as suas<br />

competências em ação e em<br />

favor de uma grande causa, de<br />

um grande propósito e de um<br />

grande sonho. E oferecer um propósito,<br />

um sonho e uma grande<br />

missão é papel do líder!<br />

Portanto, reforço aqui o recado<br />

a você que já ocupa um<br />

cargo de liderança em vendas:<br />

ofereça um grande propósito aos<br />

seus profissionais para conseguir<br />

construir resultados cada<br />

vez mais consistentes, uma <strong>cultura</strong><br />

de encantamento e para<br />

evitar o risco de perdê-los para<br />

concorrentes que têm um propósito<br />

de existência claramente<br />

definido e um poder quase que<br />

magnético de atração de bons<br />

profissionais.<br />

E fica também o recado para<br />

você que é vendedor: questione-se<br />

o tempo todo se os seus valores,<br />

seus princípios, suas ideias, seus<br />

ideais e seu propósito pessoal<br />

estão alinhados com os da empresa<br />

em que você trabalha ou<br />

que representa. Se não houver<br />

esse alinhamento, você vai ver sua<br />

motivação despencar dia a dia!<br />

Preciso dizer, também, que<br />

acredito com todas as forças do<br />

mundo que o que verdadeiramente<br />

move as empresas, os profissionais<br />

e os líderes de sucesso é<br />

o seu propósito de existência. E<br />

em vendas isso não é diferente.<br />

Aliás, essa foi uma lição fundamental<br />

que aprendi muito cedo<br />

na minha vida como vendedor: a<br />

realização profissional só se dá<br />

quando, além da satisfação das<br />

nossas necessidades (dentre elas<br />

as financeiras), há também um<br />

grande propósito envolvido.<br />

E a área de vendas – por ser<br />

absolutamente apaixonante e<br />

igualmente complexa – nos dá<br />

todos os dias uma oportunidade<br />

singular de colocar o nosso grande<br />

propósito em ação.<br />

Você pode me perguntar: “E<br />

qual deveria ser esse propósito?”.<br />

É claro que o propósito de cada<br />

um é e deve ser sempre exclusivo,<br />

único e especial em todas as suas<br />

facetas, mas acho que ele nunca<br />

pode prescindir da existência<br />

de dois elementos cruciais ao cotidiano<br />

de todos nós que somos<br />

apaixonados por vendas: “Vender<br />

é ajudar. Vender é servir.”<br />

E, não por acaso, quem ajuda<br />

e serve mais aos seus clientes e<br />

mercados também ganha mais<br />

dinheiro. Para reforçar ainda mais<br />

essa crença, pego aqui emprestada<br />

uma lição preciosa de Joey<br />

Reiman, autor do incrível livro<br />

Propósito (HSM Editora): “Quando<br />

o propósito guia, o lucro acompanha.”<br />

Pense nisso o tempo todo e<br />

conecte seus grandes pontos fortes<br />

e talentos ao seu propósito<br />

pessoal de existência!<br />

Um grande abraço do amigo<br />

vendedor.<br />

“Quando não se<br />

tem um propósito<br />

grandioso, o trabalho<br />

pelo simples fato<br />

de ‘ganhar dinheiro’<br />

perde seu encanto.”<br />

José Ricardo Noronha é<br />

vendedor vencedor, palestrante,<br />

professor, consultor<br />

e autor do livro Vendas!<br />

Como eu faço?<br />

Visite o site:<br />

www.paixaoporvendas.<br />

com.br<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 55


Marketing Digital / P o r E m m a<br />

18 estatísticas de<br />

e-mail marketing que<br />

você precisa conhecer<br />

56<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


1 2<br />

3<br />

A taxa média de abertura de<br />

e-mails de boas-vindas personalizados<br />

é de<br />

50%,<br />

o que os torna 86%<br />

mais efetivos do que e-mails<br />

do tipo newsletter. E-mails de<br />

boas-vindas automatizados<br />

são "acéfalos".<br />

54%<br />

de todos os e-mails<br />

são abertos em dispositivos<br />

móveis.<br />

Crie seus e-mails primeiro pensando<br />

nas telas pequenas e use<br />

templates de design responsivo<br />

para garantir que sua mensagem<br />

"saia bem na foto" em<br />

qualquer tamanho de tela.<br />

80%<br />

das pessoas apenas "batem o<br />

olho" nos e-mails. Transmita a<br />

ideia principal da sua mensagem<br />

com uma imagem e uma<br />

chamada forte.<br />

Fonte: Marketing Sherpa<br />

Fonte: Litmus<br />

Fonte: Nielsen Norman Group<br />

4 5 6<br />

E-mails personalizados geram<br />

mais resultados<br />

18 vezes<br />

financeiros do que e-mails enviados<br />

para a base toda, sem<br />

segmentação e personalização.<br />

Use as informações que você<br />

coletar com seus clientes para<br />

dividir a base e criar e-mails<br />

segmentados e personalizados.<br />

Leads bem<br />

47%<br />

nutridos<br />

geram compras<br />

maiores do que leads novos.<br />

Crie uma série de e-mails automáticos<br />

entregando o melhor<br />

do seu conteúdo aos assinantes<br />

ao longo do tempo e isso<br />

se pagará no futuro.<br />

A largura média da ponta do<br />

dedo humano é de 1,6 a 2 cm.<br />

Leve isso em consideração na<br />

hora de criar os botões “clicáveis”<br />

do seu site<br />

para tornar o<br />

acesso mais fácil<br />

aos usuários<br />

de dispositivos<br />

móveis.<br />

Fonte: Juniper Research<br />

Fonte: The Annuitas Group<br />

Fonte: Apple<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 57


7 8<br />

9<br />

A primeira coisa que 58%<br />

dos adultos fazem ao acordar<br />

é checar os e-mails. Tente mandar<br />

seus e-mails no começo da<br />

manhã. Você pode perceber um<br />

aumento<br />

na taxa de<br />

abertura.<br />

Nosso cérebro<br />

processa imagens 60 mil<br />

vezes mais rápido do que textos.<br />

Altere a proporção entre<br />

texto e imagem e dedique um<br />

tempo a escolher imagens que<br />

contam sua história.<br />

As pessoas checam<br />

seus telefones<br />

celulares até<br />

150 vezes<br />

por dia. Use e-mail e mídias<br />

sociais em conjunto para reforçar<br />

sua mensagem em todos<br />

os canais que as pessoas visitam<br />

em seus smartphones.<br />

Fonte: Ezanga<br />

Fonte: 3M Corporation<br />

Fonte: kpcb.com<br />

10 11 12<br />

Alguns dispositivos cortam os<br />

assuntos de e-mail que têm<br />

mais do que 32 caracteres.<br />

Não prejudique sua mensagem<br />

por isso. Coloque as informações<br />

mais importantes no início<br />

do texto.<br />

GIF<br />

GIFs aumentam em 42% as taxas<br />

de cliques, em 103% as taxas<br />

de conversão e em 109% o<br />

lucro. Além disso, são excelentes<br />

para acrescentar surpresa<br />

e diversão ao conteúdo dos<br />

seus e-mails.<br />

A automação de e-mails ajuda<br />

a conquistar a atenção das pessoas<br />

quando elas estão prontas<br />

para agir – e realmente funciona!<br />

Tanto é que campanhas<br />

de e-mail automatizadas têm<br />

taxas de abertura 152% mais<br />

altas do que as de e-mails padronizados.<br />

Fonte: Harland Clarke Digital<br />

Fonte: MarketingSherpa<br />

Fonte: Epsilon<br />

58<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


13 14<br />

15<br />

Informações de pesquisas sobre<br />

rastreamento ocular mostram<br />

que as pessoas costumam<br />

olhar para a mesma parte da<br />

tela onde há imagens de pessoas<br />

“olhando” para elas. Parece<br />

um ótimo lugar para posicionar<br />

seus botões de chamada<br />

para ação, não acha?<br />

Ter sua caixa bombardeada de<br />

e-mails de um mesmo remetente<br />

é a razão número um para<br />

as pessoas se<br />

descadastrarem<br />

de uma base.<br />

Use e-mails automatizados<br />

para reunir várias<br />

informações relevantes em um<br />

mesmo conteúdo ao invés de<br />

lotar a caixa de seus seguidores<br />

com e-mails sobre cada novidade<br />

da empresa.<br />

Acrescentar vídeos às suas<br />

campanhas de e-mail pode aumentar<br />

a taxa de cliques em até<br />

300%<br />

Hospede o vídeo on-line e crie<br />

uma miniatura clicável para o<br />

e-mail.<br />

Fonte: The Brain Lady Blog<br />

Fonte: Chadwick Martin Bailey<br />

Fonte: Wistia<br />

16 17 18<br />

As taxas de<br />

conversão<br />

de e-mail são<br />

quarenta vezes<br />

maiores do que as taxas<br />

de conversão do Facebook<br />

e do Twitter. Promova<br />

campanhas de cadastro<br />

na base de e-mails nas redes<br />

sociais e use o e-mail<br />

para converter.<br />

90% dos consumidores acham<br />

conteúdos customizados úteis.<br />

Mas não fique apenas no conteúdo.<br />

Tudo – do assunto aos<br />

horários de envio – ajuda a<br />

personalizar a experiência do<br />

e-mail.<br />

Normalmente, profissionais de<br />

marketing avaliam o e-mail marketing<br />

como a tática mais efetiva<br />

para conscientização, aquisição,<br />

conversão e retenção de<br />

clientes.<br />

Fonte: Kissmetrics<br />

Fonte: Demand Metric<br />

Fonte: Gigaom Research<br />

--> Gostou dessas informações e quer conhecer empresas brasileiras que vêm se beneficiando de campanhas<br />

de e-mail marketing? Leia a reportagem que está disponível em bit.ly/email-vendas<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 59


s /Por Natasha Schiebel<br />

aron Ross revolucionou o sistema<br />

de vendas da Salesforce.com. Com<br />

a reestruturação que ele e sua equipe<br />

promoveram no time de vendas<br />

outbound da companhia, a empresa<br />

adicionou um extra de US$ 100<br />

milhões em receita. Como isso foi<br />

possível? É o que ele revela no livro<br />

Receita previsível – Como implantar<br />

a metodologia revolucionária de vendas<br />

outbound que pode triplicar os<br />

resultados da sua empresa.<br />

Inbound x outbound<br />

O inbound marketing tem como característica disponibilizar<br />

ao cliente várias formas de contato para que ele<br />

chegue à empresa. Os consumidores são atraídos de<br />

forma passiva, o direcionamento é planejado, há muita<br />

pesquisa antes da execução. Exemplos: otimização dos<br />

mecanismos de busca (SEO), redes sociais, blogs, e-books<br />

gratuitos, infográficos... Bom conteúdo!<br />

Já no outbound marketing, o foco das empresas é<br />

encontrar os consumidores. Para isso, fazem anúncios<br />

de TV, telemarketing ativo, mídias de massa e spam de<br />

e-mail marketing.<br />

Porém, a proposta de Aaron Ross no que diz respeito<br />

ao outbound é diferente. E você já vai entender por quê.<br />

Em janeiro de 2015, em entrevista<br />

exclusiva à <strong>VendaMais</strong>,<br />

Ross, que é formado pela Universidade<br />

de Stanford, nos Estados<br />

Unidos, e é consultor especialista<br />

em vendas, revelou algumas das<br />

ideias que, segundo ele, têm feito<br />

empresas até triplicarem seus resultados.<br />

Prepare-se para repensar<br />

conceitos até então enraizados e<br />

traçar novos rumos para sua empresa<br />

ao longo deste ano.<br />

Transformando<br />

sua empresa<br />

em uma máquina<br />

de vendas<br />

*A entrevista completa está disponível<br />

em bit.ly/entrevista-aaron-ross. Não<br />

deixe de ler!<br />

<strong>VendaMais</strong> – Você diz que vendedores<br />

não deveriam prospectar.<br />

Por quê?<br />

Aaron Ross – Vendedores (bons<br />

fechadores de vendas) geralmente<br />

não são muito bons em prospecção.<br />

Na verdade, por prospecção não<br />

ser escalável, eles não gostam de<br />

60<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


prospectar. Quando, ao mesmo<br />

tempo que precisam prospectar,<br />

têm de cuidar dos prospects que<br />

estão entrando na carteira, fechar<br />

novas vendas e cuidar dos próprios<br />

clientes, eles têm muita coisa para<br />

pensar, o que faz com que executem<br />

todas essas tarefas muito mal.<br />

É muito mais efetivo, principalmente<br />

em vendas B2B, que, na<br />

equipe, tenhamos profissionais<br />

focados em prospectar, outros em<br />

fechar as vendas, outros em cuidar<br />

do atendimento aos clientes e assim<br />

por diante. Acredito que, dessa<br />

forma, com cada pessoa fazendo<br />

menos coisas, o trabalho de vendas<br />

será muito mais efetivo.<br />

E é importante destacar que<br />

qualquer empresa pode trabalhar<br />

assim. Eu ouço com frequência coisas<br />

do tipo: “Mas, Aaron, somos<br />

pequenos demais para especializar<br />

a equipe”. E já vou dizendo que essa<br />

mentalidade está errada. A segunda<br />

pessoa que você contrata, depois<br />

de um vendedor que saiba fechar,<br />

deveria ser um profissional dedicado<br />

a gerar leads para o “fechador”.<br />

Uma regra de ouro é a regra<br />

dos 80/20. Quando seus vendedores,<br />

como um grupo, estão gastando<br />

mais de 20% do tempo em uma<br />

função secundária, quebre essa<br />

função em um novo papel.<br />

A partir dessa ideia, qual é a sua<br />

sugestão de divisão de profissionais<br />

dentro de uma equipe de<br />

vendas?<br />

Sugiro que se trabalhe desta maneira:<br />

u Qualificação de inbound<br />

leads: profissionais dedicados<br />

a qualificar os leads vindos<br />

principalmente de campanhas<br />

de marketing.<br />

u Prospecção outbound: equipe<br />

responsável por fazer prospecção<br />

ativa em listas segmentadas<br />

INBOUND LEADS<br />

(DE WEBINARS,<br />

BOCA A BOCA, SEO)<br />

VÃO APENAS PARA<br />

O TIME DE INBOUND<br />

1 & 2.<br />

DESENVOLVIMENTO<br />

DE VENDAS<br />

(FECHADORES)<br />

1.<br />

Representantes<br />

outbound<br />

2.<br />

Representantes<br />

inbound<br />

– normalmente de clientes inativos<br />

ou de oportunidades que<br />

esfriaram. Esses profissionais<br />

não fecham vendas; apenas geram<br />

leads para repassar aos<br />

vendedores.<br />

u Vendedores/executivos de<br />

contas: time que pode atuar<br />

tanto dentro da empresa quanto<br />

em campo. Aí estão os responsáveis<br />

por fechar negócios.<br />

u Gerentes de contas e gerentes<br />

de customer success: responsáveis<br />

por gerenciar a conta<br />

e garantir o “sucesso do<br />

cliente”. Para isso, acompanham<br />

de perto a evolução do relacionamento<br />

com os clientes e estão<br />

sempre atentos às necessidades<br />

que eles podem apresentar,<br />

além de se preocupar em iniciar<br />

novas vendas e renovações.<br />

Como você imagina o trabalho de<br />

um vendedor daqui a cinco anos?<br />

Aaron Ross – Acredito que será<br />

mais ou menos como é hoje, mas<br />

os vendedores precisarão ser cada<br />

vez melhores em:<br />

1. Mostrar aos clientes como eles<br />

podem gerenciar melhor seus<br />

negócios.<br />

2. Ser mais autênticos, sentir-se<br />

mais confortáveis em ser eles<br />

mesmos no trabalho e deixar<br />

de lado a “máscara de vendedor”<br />

OPORTUNIDADES<br />

QUALIFICADAS<br />

3. EXECUTIVOS<br />

DE CONTAS<br />

(FECHADORES)<br />

NOVOS<br />

CLIENTES<br />

para ajudar a aumentar a confiança<br />

dos clientes.<br />

Com base nessa ideia, como uma<br />

empresa pode formar uma equipe<br />

de vendas de alta performance<br />

daqui em diante?<br />

Aaron Ross – Para mim, a equipe<br />

de vendas de alta performance é<br />

consequência de uma estratégia<br />

bem-traçada. Ou seja, considero<br />

que o passo mais importante é<br />

encontrar caminhos para oferecer<br />

leads qualificados aos seus vendedores.<br />

Idealmente, uma quantidade<br />

mínima a cada mês. Se<br />

você consegue ter uma previsão<br />

de leads, consegue ter uma previsão<br />

de lucratividade, e isso facilita<br />

muito a vida em vendas.<br />

A segunda coisa mais importante<br />

é especializar seus vendedores<br />

em diversos papéis (“prospectadores”<br />

para prospectar, “fechadores”<br />

para fechar e assim por<br />

diante). Como disse anteriormente,<br />

quando os vendedores têm que<br />

lidar com múltiplas responsabilidades,<br />

acabam tendo problemas<br />

de produtividade.<br />

Livro: Receita previsível – Como implantar<br />

a metodologia revolucionária de vendas<br />

outbound que pode triplicar os resultados<br />

da sua empresa<br />

Autores: Aaron Ross e Marylou Tyler<br />

Editora: Autêntica<br />

4. CUSTOMER SUCCESS/<br />

GERENTES DE CONTAS<br />

(FAZENDEIROS)<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 61


Direto das Soluções <strong>VendaMais</strong><br />

Marcelo Caetano<br />

Vendedores caçadores<br />

de oportunidades:<br />

como ser um – ou como<br />

encontrar um para<br />

sua equipe<br />

Sempre gosto de escrever sobre inquietações que observo nos líderes<br />

comerciais que encontro nos projetos de treinamento e consultoria.<br />

Desta vez, falarei sobre uma característica comum a alguns vendedores<br />

que é particularmente muito admirada pelos líderes. Esses gestores,<br />

porém, tratam essa característica mais como virtude de determinados<br />

profissionais do que como técnica que pode ser aprimorada e estimulada.<br />

Porém, como nós, da <strong>VendaMais</strong>, acreditamos no desenvolvimento<br />

da equipe comercial, meu objetivo neste artigo é não apenas falar<br />

sobre os vendedores que conseguem mapear oportunidades e extrair<br />

os melhores resultados de cada cliente, mas também sobre como você<br />

pode se tornar um deles – ou encontrar um deles para sua equipe.<br />

Constatações<br />

Uma série de problemas pode surgir quando a equipe não é estimulada<br />

a descobrir novas oportunidades nos clientes ou não sabe como<br />

fazer isso:<br />

1. Empresas menos inovadoras – Empresas que lançam produtos ou<br />

serviços que não vendem sentem-se desestimuladas a seguir inovando.<br />

Empresas que inovam têm equipes que vendem inovação.<br />

2. Desequilíbrio no estoque – Quando o mix fica muito grande e não<br />

gira, além de gerar um aumento no estoque, também pode criar<br />

um desequilíbrio, com muitos produtos de baixo giro e, por vezes,<br />

poucos de alto giro.<br />

62<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


“Vendedores que<br />

tentam vender<br />

para o cliente sem<br />

mapear todas as<br />

oportunidades perdem<br />

uma grande chance<br />

de conhecer a fundo<br />

o cliente e oferecer<br />

uma solução mais<br />

completa.”<br />

3. Aumento de custo – Na medida<br />

em que a estrutura fica complexa,<br />

com mais SKUs, mas o<br />

resultado não acompanha isso,<br />

a margem pode ser comprometida.<br />

4. Perda de clientes – Já está provado<br />

que, quanto mais produtos<br />

ou serviços um cliente<br />

consome de uma empresa,<br />

maior é sua fidelidade.<br />

Esses são alguns entre outros<br />

inúmeros problemas inerentes a<br />

cada segmento. Você, como líder,<br />

deve conhecê-los muito bem. Ou<br />

seja, ter uma equipe que não fareja<br />

oportunidades é um grande<br />

problema!<br />

Mapeamento de oportunidades<br />

Há alguns anos escrevi um artigo<br />

em que dizia que, pelas nossas<br />

análises, os vendedores que conseguem<br />

melhores resultados são<br />

aqueles que fazem mais vendas<br />

adicionais, que vendem mais itens<br />

do mix. Mas, antes da venda em<br />

si, existe o mapeamento das oportunidades<br />

dentro de cada cliente.<br />

Os gestores comerciais sempre<br />

dizem uma frase que me preocupa<br />

muito: “Quando saio com os<br />

vendedores eles vendem mais, mas<br />

na semana seguinte a venda cai”.<br />

Algumas vezes falam isso com<br />

orgulho, mas na verdade pode ser<br />

um tiro dado no próprio pé, pois<br />

a venda pode acontecer por uma<br />

série de fatores, até mesmo porque<br />

o líder assumiu o processo em vez<br />

de preparar a equipe. Eu sei que é<br />

complicado ficar calado, mas, se<br />

a interferência for muito grande,<br />

o vendedor não aprende – e nem<br />

o líder entende a necessidade do<br />

vendedor. É preciso sangue frio,<br />

mas garanto que o feedback será<br />

muito mais rico.<br />

Voltando à nossa inquietação<br />

– o mapeamento de oportunidades<br />

–, as dúvidas que quero responder<br />

são: por que ele não acontece de<br />

forma adequada? Por que alguns<br />

vendedores conseguem fazer isso,<br />

e outros não? O que pode ser feito<br />

para ajudar? Vamos pensar juntos?<br />

A hora de vender e a hora de<br />

mapear oportunidades<br />

A primeira visita é para descobrir<br />

as necessidades dos clientes e mapear<br />

oportunidades, entender o<br />

perfil, as demandas claras e secundárias.<br />

Em minhas palestras,<br />

sempre faço a seguinte pergunta:<br />

“Quem vende na primeira visita<br />

ao cliente?” Normalmente, poucos<br />

vendedores levantam a mão e dizem<br />

que vendem já na primeira<br />

visita. Em seguida, pergunto se as<br />

vendas são expressivas ou pequenas.<br />

Geralmente, todos dizem que<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017 63


“Se você quer que<br />

sua equipe produza<br />

mais, que melhore um<br />

indicador, é preciso<br />

que você esgote<br />

todas as técnicas e<br />

atividades que seu time<br />

PODE realizaR para<br />

que produzam mais e<br />

melhor.”<br />

as vendas são pequenas, medíocres.<br />

Então, faço uma terceira pergunta:<br />

“Quem oferece produtos<br />

na primeira visita?” Quase que a<br />

totalidade dos presentes levanta<br />

a mão.<br />

Podemos ir por dois caminhos:<br />

o primeiro é definir que precisamos<br />

vender mais na primeira visita; o<br />

segundo é que essa visita deve ser<br />

feita mesmo para fazer um mapeamento<br />

de oportunidades.<br />

Eu prefiro a segunda opção.<br />

Afinal, sei que vendedores que<br />

tentam vender para o cliente sem<br />

mapear todas as oportunidades<br />

perdem uma grande chance de<br />

conhecer a fundo o cliente e oferecer<br />

uma solução mais completa.<br />

O que fazer, então, na primeira<br />

visita?<br />

Há muito a conhecer sobre o<br />

cliente na primeira visita, muito<br />

mesmo – o que vende mais, o que<br />

vende menos, qual sua visão de<br />

futuro para a empresa, qual momento<br />

vive a companhia, se está<br />

crescendo ou não, quais os principais<br />

parceiros, concorrentes etc.<br />

Fazer esse tipo de abordagem é<br />

demonstrar que você é um vendedor<br />

diferenciado, que quer entender<br />

a necessidade e as oportunidades<br />

do cliente antes de<br />

fazer a oferta do produto ou serviço.<br />

Se você seguir esse caminho,<br />

quando oferecer a proposta, ela<br />

será completa e o cliente perceberá<br />

na sua empresa um parceiro<br />

diferenciado.<br />

Vou citar aqui um exemplo.<br />

Uma empresa de produtos veterinários<br />

vende via distribuidor. Seu<br />

produto de entrada é uma grande<br />

commodity: “É o mal necessário”,<br />

diz sempre o presidente da empresa,<br />

afirmando que o tal produto<br />

não dá lucro, mas deve existir<br />

para vender os outros itens.<br />

Seus vendedores visitam distribuidores.<br />

Eles sentem-se muito<br />

felizes quando, na primeira visita,<br />

já conseguem vender para o cliente.<br />

Mas, fazendo uma análise simples,<br />

notamos que os primeiros<br />

pedidos eram do maldito produto<br />

e com desconto, já comprometendo<br />

toda a visão que o cliente tem<br />

da empresa. Obviamente, o modelo<br />

estava errado!<br />

Reescrevemos o modelo e determinamos<br />

que primeiro o vendedor<br />

vai mapear todos os produtos<br />

que o distribuidor já vende<br />

e que a empresa também tem no<br />

seu portfólio, identificando produtos<br />

que não vendem mais e que<br />

agregariam valor; e, na segunda<br />

visita, vai fazer uma grande proposta,<br />

com todos os produtos que<br />

se encaixam no perfil do cliente.<br />

A proposta sempre vinha<br />

grande; confesso que, em alguns<br />

casos, ousada e até indecorosa<br />

de tão grande, mas demonstrava<br />

que a empresa tinha uma visão<br />

ampla de parceria com o distribuidor<br />

e, acima de tudo, que era<br />

uma empresa com grande poder<br />

de fogo, e não uma vendedora de<br />

commodity. A taxa de conversão<br />

aumentou um pouco já nos primeiros<br />

movimentos, mas o ticket<br />

médio e a venda de mix cresceram<br />

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vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


significativamente. Claramente,<br />

havia sido criado um modelo muito<br />

forte de primeiro contato com<br />

o cliente. Chamamos isso de “máquina<br />

da primeira venda”. Isso era<br />

estudado e observado de perto<br />

pelo líder. Se você fizer uma proposta<br />

medíocre, terá uma compra<br />

medíocre, e o cliente perceberá<br />

na sua empresa um parceiro também<br />

medíocre.<br />

Para isso, criamos um checklist<br />

de mapeamento de oportunidades<br />

nos clientes que deveria ser seguido<br />

por todos os vendedores.<br />

Veja que o modelo passou a<br />

ser mais importante que a característica<br />

individual de cada vendedor.<br />

O líder não mais ficava<br />

esperando nem torcendo para que<br />

o vendedor fosse um descobridor<br />

de oportunidades; ele se tornou<br />

um agente ativo na construção de<br />

um modelo de mapeamento de<br />

oportunidades, mas tudo começou<br />

com esta ideia: a primeira visita<br />

é para mapear, não para vender.<br />

O resultado foi tão interessante<br />

que a empresa definiu que, uma<br />

vez a cada seis meses, todos os<br />

clientes da base receberiam uma<br />

visita de mapeamento de oportunidades.<br />

Nada seria vendido nessa<br />

visita. Os gestores passaram a<br />

direcionar suas saídas com as<br />

equipes comerciais exatamente<br />

para essas visitas como forma de<br />

orientar o processo e demonstrar<br />

que aquilo era realmente muito<br />

importante.<br />

Mas nem tudo são flores, pois<br />

estamos falando da técnica aliada<br />

à atitude. Mesmo com todo o processo<br />

desenhado, notou-se que<br />

parte da equipe não fazia um mapeamento<br />

adequado de oportunidades.<br />

Levantamos quatro principais<br />

motivos:<br />

1. Novos profissionais na empresa.<br />

2. Baixo conhecimento dos produtos.<br />

3. Não faziam perguntas por não<br />

saberem quais fazer.<br />

4. Sem perfil comercial.<br />

Propusemos algumas soluções,<br />

entre elas:<br />

1. Melhorar o treinamento dos<br />

novos contratados.<br />

2. Fazer treinamentos de produtos<br />

on-line com teste.<br />

3. Checklist para ajudar nas perguntas.<br />

4. Aplicamos um processo de<br />

assessment (serviço que prestamos<br />

na Soluções <strong>VendaMais</strong><br />

para avaliar perfil da equipe<br />

por meio de testes e entrevistas)<br />

com a equipe atual e propusemos<br />

um novo modelo de<br />

contratação. Alguns sem perfil<br />

e sem resultado tiveram<br />

que ser substituídos.<br />

5. Treinamento de atitude para<br />

a equipe. Atitude também se<br />

treina, e muitas empresas ignoram<br />

isso!<br />

Notamos, também, que havia<br />

na empresa uma relação de subserviência<br />

com o cliente, e trabalhamos<br />

a reversão desse processo<br />

para definir se aquela empresa<br />

distribuidora tinha perfil para<br />

vender os produtos da empresa,<br />

afinal, seria um parceiro comercial.<br />

Veja que não estou falando<br />

em ser arrogante, mas, sim, em<br />

fazer uma leitura ampla do cliente<br />

e definir se ele é um possível<br />

parceiro ou não.<br />

Saindo desse caso específico,<br />

não podemos negar que alguns<br />

vendedores têm um talento especial<br />

para mapear oportunidades<br />

nos clientes; muitos deles tendem<br />

a ascender na carreira por terem<br />

uma característica muito rara,<br />

mas isso pode e deve ser desenvolvido<br />

tanto com um modelo –<br />

como o que citei acima – quanto<br />

com treinamento, com cases escritos;<br />

enfim, deve ser desenvolvido<br />

com seriedade no grupo.<br />

Mais uma vez, o que pudemos<br />

notar aqui é algo que repito sempre<br />

para os clientes: não se soluciona<br />

um problema em uma só<br />

tacada. Muitas vezes, é preciso<br />

uma série de ações para melhorar<br />

um simples indicador de performance,<br />

mas pode ser exatamente<br />

esse indicador o responsável por<br />

mudar a realidade da empresa.<br />

Entretanto, infelizmente, poucas<br />

vezes vejo isso ser tratado com a<br />

devida seriedade. É muita reclamação<br />

para pouca ação.<br />

Num dia desses, fui chamado<br />

para dar uma palestra sobre venda<br />

de mix e fiquei muito feliz porque,<br />

quando questionei o gestor<br />

comercial sobre outros tópicos,<br />

ele me disse: “O foco é esse”. “Isso<br />

sim é foco”, brinquei com ele, que<br />

me respondeu mais ou menos assim:<br />

“Cansei de reclamar. Esse<br />

indicador vai ter que melhorar<br />

neste ano custe o que custar e<br />

custe a quem custar. Não aguento<br />

mais lançar produtos e meu<br />

indicador de mix não melhorar”.<br />

Excelente!<br />

As empresas entregam responsabilidades<br />

gigantes nas mãos<br />

de sua equipe e deixam os vendedores<br />

procederem da forma<br />

que consideram melhor. Isso é<br />

um grande risco. Se você quer<br />

que sua equipe produza mais,<br />

que melhore um indicador, é preciso<br />

que você esgote todas as técnicas<br />

e atividades que seu time<br />

pode realizar para que produzam<br />

mais e melhor.<br />

Marcelo Caetano é sócio-diretor da consultoria<br />

Soluções <strong>VendaMais</strong> e autor dos livros<br />

Vendedor fiel, cliente fiel e Chega de desconto!<br />

E-mail: caetano@vendamais.com.br<br />

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ATÉ MAIS / DA REDAÇÃO<br />

Desafio:<br />

“Sempre há tempo para as prioridades”<br />

Pare para pensar: ao longo do último mês, quantas vezes você recusou um convite,<br />

deixou de fazer algo que queria ou simplesmente não telefonou para o<br />

aniversariante do dia porque “não tinha tempo”?<br />

Provavelmente, algumas, não é mesmo? Normal. Todos nós fazemos isso. Mas e se<br />

pudesse ser diferente? Laura Vanderkam, escritora especialista em gestão do tempo,<br />

garante que pode. Em sua palestra no TED*, ela explica a teoria que nos inspirou a<br />

encerrar esta edição com este desafio. Afinal, como diz Laura, “nós não conseguimos<br />

adicionar tempo às nossas vidas, mas o tempo acomodará o que nós optarmos por colocar<br />

nele”. “Tempo é uma escolha”, completa.<br />

O desafio<br />

carreira<br />

Imagine que é dezembro e você está comemorando tudo que conquistou pessoal e profissionalmente<br />

ao longo de 2017. O que é esse “tudo”? Quais foram suas vitórias este ano?<br />

Nas respostas a essas perguntas, estão aquelas que deveriam ser as suas prioridades<br />

para os próximos meses. É o que você quer conquistar! E aí vem o desafio: transformar<br />

esses grandes objetivos em tarefas realizáveis e passar a incluí-las em sua agenda semanal!<br />

Para isso, divida suas metas em três categorias – carreira, relacionamentos, pessoal<br />

– e as inclua na sua rotina semanalmente. A sugestão de Laura é que você aproveite as<br />

tardes de sexta-feira para fazer esse planejamento. Que tal tentar isso já esta semana?<br />

Aproveite a agenda abaixo para não deixar essa ideia para depois. Torne essa atividade<br />

parte da sua rotina e chegue a dezembro podendo comemorar de verdade as<br />

conquistas que você imaginou hoje!<br />

SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA SÁBADO DOMINGO<br />

relacionamentos<br />

pessoal<br />

*Acesse bit.ly/TED-tempo para assistir à<br />

palestra na íntegra<br />

PS: Lembre-se de incluir na sua agenda<br />

não apenas as atividades referentes<br />

às metas de carreira, pois essas, na<br />

maioria das vezes, já estão na nossa<br />

programação diária; pense também<br />

– e com o mesmo carinho – no que<br />

você quer para os seus relacionamentos<br />

e para a sua vida como indivíduo.<br />

Saiba mais<br />

Teste: Como você faz a administração do tempo?<br />

Muita gente associa automaticamente a alta performance<br />

à administração do tempo. E é verdade:<br />

fazer a correta gestão do tempo é fundamental se<br />

quisermos ter alta performance. Faça o teste desenvolvido<br />

por Raul Candeloro e entenda se você<br />

está administrando seu tempo da melhor forma;<br />

se não, saiba o que deve fazer para mudar esse<br />

cenário: bit.ly/2naJ50E<br />

66<br />

vendamais.com.br - MAIO-JUNHO 2017


Alcançando<br />

a perfeição<br />

A única forma de alcançar<br />

a excelência e a perfeição<br />

é por meio da<br />

experiência. E experiências<br />

muitas vezes vêm<br />

recheadas de erros. Se<br />

não viessem, aprenderíamos<br />

muito pouco.<br />

É admirável aspirar à<br />

perfeição, mas uma tolice<br />

imaginar que ela virá<br />

rapidamente e sem<br />

erros. Certamente vale<br />

a pena esperar o melhor<br />

de você, mas é fundamental<br />

ser realista. E<br />

paciente.<br />

A perfeição em qualquer<br />

atividade é o objetivo<br />

final, e não o ponto de<br />

partida. Faça com que a<br />

busca da perfeição seja<br />

uma grande força motivadora,<br />

sem deixar que<br />

sua ausência o detenha.<br />

Se você quer realizar algo,<br />

tem que começar de<br />

algum lugar. Mais especificamente,<br />

você tem<br />

que começar onde está<br />

neste instante.<br />

Mesmo num mundo de<br />

rápidas fortunas, comunicação<br />

imediata e gratificação<br />

instantânea,<br />

ainda vale a regra segundo<br />

a qual qualquer<br />

coisa que tenha realmente<br />

valor demanda<br />

tempo e esforço para ser<br />

construída. Almeje a<br />

perfeição e siga o caminho<br />

não tão perfeito que<br />

o levará até lá.<br />

Ralph Marston


68<br />

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