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VendaMais-267-Marketing-digital

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Entrevista<br />

Luiz Eduardo Serafim, Head de marketing da 3M do Brasil e autor<br />

de O poder da inovação, apresenta o caminho que sua empresa precisa<br />

percorrer para desenvolver uma cultura inovadora<br />

ANO 23 I Nº <strong>267</strong> I MARÇO-ABRIL/2018<br />

vendamais.com.br<br />

C O N H E C I M E N T O S I H A B I L I D A D E S I A T I T U D E S


2<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 3


vendamais<br />

MAR-ABR/18<br />

06 Editorial<br />

A venda acelerada<br />

10 Reservado para você<br />

Semana da oração em vendas<br />

11 Entre nós<br />

VM TECH 2: Tecnologia em vendas descomplicada<br />

12 On-line<br />

5 tendências de consumo para acompanhar<br />

em 2018<br />

14 Manual do líder<br />

Quando o líder deve decidir e quando<br />

deve delegar uma decisão?<br />

34<br />

16 Enciclopédia <strong>VendaMais</strong><br />

Você já pensou em se aliar a concorrentes?<br />

24<br />

18 Superlíder<br />

Liderar pelo exemplo, inspirar de verdade<br />

22 Gestão comercial<br />

É possível vender mais e lucrar mais<br />

em 2018?<br />

24 Entrevista<br />

Luiz Eduardo Serafim, Head de marketing<br />

da 3M do Brasil e autor de O poder<br />

da inovação, apresenta o caminho que<br />

sua empresa precisa percorrer para<br />

desenvolver uma cultura inovadora<br />

4 vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


22<br />

18<br />

30 Pequenos gigantes<br />

Valores e propósitos – Afinal, por que<br />

sua empresa está aqui?<br />

30<br />

34 Capa<br />

<strong>Marketing</strong> <strong>digital</strong> na prática<br />

42 Vida de vendedor<br />

O cliente quer comprar, só você não<br />

percebeu!<br />

44 Especial Copa do Mundo<br />

11 lições do futebol para as suas vendas<br />

48 Direto das Soluções <strong>VendaMais</strong><br />

Faturamento é vaidade, lucro é sanidade<br />

50 Até mais<br />

Desafio: Excelência nos passos da<br />

venda<br />

51 Ralph Marston<br />

Qualquer dia<br />

44<br />

22<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 5


EDITORIAL<br />

Raul CANDELORO<br />

A venda<br />

acelerada<br />

Hoje quero convidar você a fazer parte<br />

de um projeto novo comigo. Na verdade,<br />

quer convidá-lo a fazer parte de um<br />

movimento. O codinome, por enquanto,<br />

é Venda Acelerada. A missão vai<br />

ser encurtar seu ciclo de vendas. Vou<br />

explicar como participar daqui a pouco.<br />

Mas, primeiro, deixe-me contar<br />

como essa ideia surgiu...<br />

Outro dia, acordei cedo no sábado,<br />

como de costume, e depois de tomar<br />

café, liguei a televisão para assistir o<br />

jogo do Manchester City. Logo em seguida<br />

apareceu meu filho Rafael, que,<br />

chova ou faça sol, acorda às 7h da manhã<br />

(é assim desde que ele tem 10 meses<br />

de idade. Inclusive, sabemos que<br />

horas são pela hora que ele “aparece”).<br />

O Rafa também adora futebol, mas detesta assistir os jogos. Ele<br />

prefere ver apenas os melhores momentos, pelo YouTube. Naquele<br />

dia, tivemos a mesma conversa que já havíamos tido umas 15 vezes<br />

antes (se você tem filho ou filha, sabe como a repetição faz parte<br />

do nosso dia a dia):<br />

— Pai, posso trocar de canal?<br />

— Não, filho. Estou vendo o jogo.<br />

— Mas eu queria assistir Netflix.<br />

— E eu quero assistir o jogo. Assiste aí comigo, é do Manchester City,<br />

tem o Aguero, que você gosta.<br />

6<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


— Mas pai, é muito chato... uma<br />

hora inteira e não acontece nada.<br />

Ficam passando replay e revendo<br />

jogada que não foi nem<br />

gol! É muito melhor assistir depois,<br />

no YouTube. Nesse tempo<br />

que você fica assistindo aí esse<br />

jogo chato, eu poderia ter visto<br />

TODOS os melhores lances, de<br />

TODOS os jogos, e ainda daria<br />

tempo de assistir Trollhunters<br />

na Netflix.<br />

A lógica dele é forte. A relação<br />

custo x benefício de otimização<br />

do tempo é inegável.<br />

Eu, mais velho, sempre fico<br />

dividido.<br />

De um lado, acho que se perde<br />

muito quando aceleramos o<br />

processo. Entendo a velocidade<br />

e a aceleração como algo necessário.<br />

Por outro lado, fast food<br />

não é good food. Pelo contrário.<br />

Existem momentos e situações<br />

que exigem velocidade baixa,<br />

uma desaceleração. Não dá para<br />

achar que a vida inteira vai ser<br />

só “melhores momentos”. Acaba<br />

parecendo aquele filme Vanilla<br />

Sky, que tem o Tom Cruise no<br />

elenco (ou, para quem gosta de<br />

comédia, do The Truman Show,<br />

com o Jim Carrey). Mas que a<br />

aceleração está acontecendo é<br />

inegável. Isso manifesta-se de<br />

diversas formas:<br />

3 Indicadores de performance<br />

acelerados.<br />

3 Demandas aceleradas de<br />

clientes.<br />

3 Mudanças aceleradas de mercado<br />

e de concorrentes.<br />

3 Pressão constante por melhoria<br />

e resultados mais rápidos.<br />

3 Consequências mais rápidas<br />

da decisão (e da indecisão).<br />

Só para você ter ideia:<br />

3 A cada milissegundo uma<br />

pessoa baixa um aplicativo<br />

na app store da Apple.<br />

3 2.400.000 e-mails são enviados<br />

por segundo.<br />

3 60 mil buscas são feitas por<br />

segundo no Google (3.5 bilhões<br />

de buscas por dia!).<br />

3 7895 tweets são publicados<br />

por segundo.<br />

3 823 fotos são compartilhadas<br />

no Instagram por segundo.<br />

3 2944 ligações são feitas no<br />

Skype por segundo.<br />

3 72.288 vídeos são postados<br />

no YouTube por segundo.<br />

Fonte: www.internetlivestats.com/<br />

one-second<br />

Ou seja, enquanto você lia<br />

essa lista, tudo isso aconteceu<br />

umas quatro vezes. Mais uma<br />

agora, com essa frase. E contando!<br />

Mas vamos sair deste loop e continuar,<br />

senão a gente enlouquece.<br />

Quando Gordon Moore previu<br />

que a capacidade de processamento<br />

de um transistor dobraria<br />

a cada ano enquanto cairia pela<br />

metade seu custo, já alertou para<br />

o mundo que entraríamos em um<br />

cenário novo. Novos chips, mais<br />

rápidos, potentes e baratos, facilitaram<br />

tudo. E complicaram tudo<br />

ao mesmo tempo, de tantas<br />

novas opções que se criaram.<br />

Hoje, ter 500 canais de TV é<br />

a coisa mais comum do mundo.<br />

Meus filhos não conseguem entender<br />

como um lugar não tem<br />

Wi-fi. Em alguns lugares, há mais<br />

celulares do que pessoas (pare<br />

para pensar nisso!).<br />

Não muito tempo atrás, se eu<br />

quisesse comprar bolas de tênis<br />

Diretor<br />

Raul Candeloro<br />

raul@vendamais.com.br<br />

editor<br />

Natasha Schiebel<br />

natasha@vendamais.com.br<br />

DIREtor DE ARTE<br />

Anderson L.A.<br />

anderson@vendamais.com.br<br />

conselho editorial<br />

Raul Candeloro<br />

Marcelo Caetano<br />

coLABORAÇÃO<br />

Francine Pereira<br />

João Guilherme Brotto<br />

Brasilio Andrade Neto<br />

REVISÃO<br />

Davi Miranda<br />

ATENDIMENTO AO LEITOR<br />

atendimento@vendamais.com.br<br />

JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />

Natasha Schiebel<br />

natasha@vendamais.com.br<br />

MTB 0008336/PR<br />

<strong>VendaMais</strong> ® é publicada 6 vezes ao ano e<br />

comercializada pela Editora Quantum.<br />

Curitiba-PR. CEP: 80251-970<br />

Site: www.vendamais.com.br<br />

Para Anunciar:<br />

publicidade@vendamais.com.br<br />

(41) 3022-1000<br />

Para acessar o midiakit <strong>VendaMais</strong>:<br />

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Horário de atendimento: das 8h às 17h30<br />

0800-647-6247<br />

Horário de atendimento: das 8h às 17h30<br />

Editora Quantum. Tiragem desta edição: 9.800<br />

exemplares. Todos os direitos reservados. A reprodução<br />

total ou parcial deste material é permitida mediante<br />

autorização prévia e expressa da Editora Quantum Ltda.,<br />

e desde que citada a fonte. O conteúdo dos artigos é de<br />

responsabilidade dos autores.<br />

Autores ou consultores que quiserem publicar seus trabalhos<br />

nas áreas de vendas ou marketing devem entrar em contato<br />

com a equipe editorial pelo e-mail: atendimento@<br />

vendamais.com.br.<br />

A responsabilidade pelo conteúdo dos anúncios, bem<br />

como pela sua produção e compromissos inerentes, é da<br />

agência e do anunciante.<br />

SISTEMA DE GESTÃO INTERNA<br />

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PRÉ-IMPRESSÃO e impressÃo:<br />

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OPERAÇÃO EM BANCAS:<br />

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Distribuição exclusiva em bancas<br />

DINAP S/A – DISTRIBUIDORA NACIONAL<br />

DE PUBLICAÇÕES<br />

bit.ly/TV-Quantum<br />

facebook.com/<strong>VendaMais</strong><br />

Nossa missão:<br />

Ajudar vendedores e empresas do<br />

Brasil a venderem mais e melhor<br />

7


para jogar uma partida com a<br />

Marília amanhã, precisaria me<br />

trocar, pegar as chaves do carro,<br />

sair de casa, dirigir, estacionar,<br />

descer, entrar na loja, achar as<br />

bolinhas, levar ao caixa, pagar,<br />

voltar ao carro e voltar para casa.<br />

Hoje, eu acesso a Amazon,<br />

clico em um botão (às 8h da noite)<br />

e amanhã, às 11h da manhã,<br />

as bolinhas estarão na porta da<br />

minha casa. Pare para pensar na<br />

logística disso.<br />

“As mesmas pessoas<br />

que reclamam de um<br />

varejista desalmado,<br />

que demite uma<br />

parte da equipe para<br />

acelerar processos,<br />

depois reclamam<br />

porque a fila do caixa<br />

está lenta.”<br />

Raul Candeloro<br />

Outro dia, a Walmart avisou<br />

que vai demitir milhares de pessoas<br />

das suas operações, todas<br />

em função de caixa. Entre as<br />

novas tecnologias que permitem<br />

que um caixa atenda mais rapidamente<br />

os clientes e faça as<br />

filas fluírem melhor, e as tecnologias<br />

de autoatendimento,<br />

que permitem que o próprio<br />

cliente faça seu check-out, você<br />

tem uma legião de pessoas que<br />

ficaram sem função. Isso é complicado<br />

para a sociedade, mas<br />

não tem volta. Não é um sindicato<br />

atrasado ou políticos demagogos<br />

e populistas que vão<br />

conseguir segurar esse tsunami<br />

que varre o mundo. É até pior:<br />

onde sindicatos e políticos não<br />

deixam a Uber entrar, por exemplo,<br />

taxistas não aceitam cartão<br />

de crédito. É tipicamente o que<br />

acontece com reservas de mercado.<br />

(Procure por “computadores<br />

cobra” e relembre um pouco<br />

de história empresarial, ou pesquise<br />

quanto custava um telefone<br />

no Brasil, e quantos existiam,<br />

quando estávamos sob o<br />

monopólio e reserva de mercado<br />

da Telebrás).<br />

As mesmas pessoas que reclamam<br />

de um varejista desalmado,<br />

que demite uma parte da<br />

equipe para acelerar processos,<br />

depois reclamam porque a fila<br />

do caixa está lenta.<br />

Precisamos entender o que<br />

está acontecendo e agir de maneira<br />

adequada. Como postei no<br />

Facebook tempos atrás, não é que<br />

a tecnologia substitui o ser humano,<br />

mas sim que o ser humano<br />

que sabe utilizar a tecnologia<br />

substitui o que não sabe.<br />

A evolução humana sempre<br />

foi assim. Tribos que sabiam fazer<br />

fogo venceram as que não<br />

sabiam. Tribos que sabiam guerrear<br />

venceram as que não sabiam.<br />

Tribos que sabiam plantar venceram<br />

as que não sabiam. Tribos<br />

que sabiam se organizar venceram<br />

as que não sabiam. Não vai<br />

ser diferente agora.<br />

Imagino um conselho de velhos<br />

reclamando, em uma tribo<br />

antiga, que a tribo do lado estava<br />

inventando moda com um negócio<br />

chamado “fogo”, que isso era um<br />

absurdo, que deveria ser proibido,<br />

que nossos ancestrais nunca tinham<br />

usado fogo e tinham sobrevivido<br />

e prosperado sem aquela<br />

invenção maluca e que aquilo enfraquecia<br />

as crianças. Bom mesmo<br />

é comer carne crua e passar frio.<br />

Enquanto isso, a tribo do lado estava<br />

quentinha, comendo carne<br />

assada. Escolha em qual das duas<br />

ia querer morar. Vemos isso acontecendo<br />

todos dias.<br />

Sim, existem modismos. Sim,<br />

existem personalidades diferentes<br />

e uma curva de adoção (Crossing<br />

the Chasm é uma excelente referência<br />

neste assunto). Mas eu diria<br />

que, hoje, na área de vendas,<br />

99% das pessoas, das equipes e<br />

das empresas não estão usando<br />

ferramentas, aplicativos e mesmo<br />

processos fáceis, acessíveis e baratos.<br />

Muito mais por uma questão<br />

de mindset e acomodação do<br />

que por qualquer outra razão.<br />

A aceleração é necessária por<br />

quatro grandes motivos:<br />

1) Os clientes estão pedindo.<br />

Você sabe que defendo que<br />

nem sempre o cliente tem razão,<br />

mas aqui a diferença é<br />

clara. Rapidez e agilidade são<br />

diferenciais.<br />

2) Se os clientes estão pedindo,<br />

então é natural e óbvio que<br />

alguém comece a oferecer. Se<br />

não for você, vai ser um concorrente.<br />

3) O processo de aceleração é,<br />

no fundo, um processo de otimização<br />

e de aumento de eficiência.<br />

Em muitos lugares dá<br />

para acelerar e ter uma vida<br />

mais tranquila e organizada.<br />

8<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


As coisas são lentas porque<br />

são ineficientes, com processos<br />

burros. Muita burocracia<br />

desnecessária, muitas etapas<br />

desnecessárias, muito pouco<br />

cérebro aplicado de verdade<br />

a pensar profundamente em<br />

como melhorar algo. William<br />

Edwards Deming, guru da<br />

administração conhecido por<br />

ser um dos mestres na área<br />

da qualidade, disse algo de<br />

que gosto muito: “Aumento<br />

de qualidade é aumento de<br />

produtividade”. E aumento de<br />

produtividade é aceleração<br />

com classe, com elegância,<br />

com inteligência.<br />

“Reaprender é mais difícil do que aprender,<br />

porque você precisa 'desaprender' primeiro<br />

– e isso é muito difícil para o ser humano.<br />

Inclusive, muitas vezes sinto que a maior<br />

barreira para mudar algo não é o novo<br />

processo em si, mas o temor/medo que as<br />

pessoas têm de precisar mudar.”<br />

Raul Candeloro<br />

4) Essa busca de aceleração via<br />

melhoria/otimização é, no<br />

fundo, um processo de aprendizagem.<br />

Em muitos casos,<br />

um processo de reaprendizagem.<br />

Reaprender é mais<br />

difícil do que aprender, porque<br />

você precisa “desaprender”<br />

primeiro – e isso é muito<br />

difícil para o ser humano.<br />

Inclusive, muitas vezes sinto<br />

que a maior barreira para<br />

mudar algo não é o novo<br />

processo em si, mas um temor/medo<br />

que as pessoas<br />

têm de precisar mudar. Talvez<br />

esse seja o ponto mais<br />

importante.<br />

É fundamental lidar com tudo<br />

isso de forma eficiente – não<br />

apenas profissional, mas pessoal.<br />

A questão não é lutar contra<br />

o tsunami, mas pensar de forma<br />

inteligente sobre como lidar com<br />

ele. Não é trabalhar mais – é<br />

trabalhar menos, mas de maneira<br />

inteligente. (Recado rápido e<br />

direto, talvez nem todo mundo<br />

goste, mas preciso falar: se você<br />

não acha que dá para fazer isso,<br />

ok – respeito. Mas, por favor, não<br />

atrapalhe quem está tentando. Se<br />

não vai ajudar, pelo menos não<br />

atrapalhe).<br />

Por isso estou lançando um<br />

projeto novo, chamado Venda<br />

Acelerada, e quero convidar você<br />

a participar dele.<br />

Escrevi um e-book em que<br />

reuni 25 coisas que você pode<br />

fazer (na verdade, já deveria estar<br />

fazendo) para acelerar suas vendas.<br />

Você pode fazer o download<br />

aqui: conteudos.vendamais.com.<br />

br/venda-acelerada. (Se você é<br />

assinante da <strong>VendaMais</strong>, já deve<br />

ter recebido o seu por e-mail).<br />

Esse e-book é, no fundo, um<br />

manifesto, um chamado a ação,<br />

o começo de um movimento que<br />

acho extremamente necessário<br />

em vendas.<br />

Cada uma das 25 sugestões<br />

que apresento para você melhorar<br />

seus processos de vendas tem uma<br />

reflexão rápida, um reason why<br />

(por quê?) e também um convite<br />

a você compartilhar as suas melhores<br />

práticas com a comunidade,<br />

para que possamos trocar boas<br />

ideias e melhorar a tribo toda (esse<br />

e-book vai virar livro em breve,<br />

e as sugestões mais interessantes<br />

podem ir para lá – é a sua chance<br />

de estar em um livro comigo).<br />

Faça o download, dê uma olhada<br />

nas ideias, faça o teste para ver<br />

como sua empresa e seu processo<br />

de vendas estão em relação a tudo<br />

isso, compartilhe suas melhores<br />

práticas e comentários que<br />

considere pertinentes e vamos<br />

juntos acelerar, de maneira inteligente,<br />

lucrativa, equilibrada e<br />

humana nosso processo de vendas<br />

e nossos resultados na vida.<br />

Depois me mande um e-mail<br />

(raul@vendamais.com.br) contando<br />

o que achou.<br />

Abraço seguro e tranquilo<br />

em um mundo (cada dia mais)<br />

acelerado.<br />

Raul Candeloro<br />

Diretor<br />

<strong>VendaMais</strong><br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 9


Reservado para Você<br />

Semana da oração<br />

Em janeiro deste ano, fizemos uma campanha<br />

diferente em nossas redes sociais. Com o objetivo<br />

de inspirar nossos seguidores na batalha<br />

diária pelo sucesso em vendas, criamos uma série<br />

de pequenas orações que deveriam acompanhá-los<br />

em diferentes situações: no momento de prospectar<br />

novos clientes, quando o alvo era um antigo<br />

comprador que deixou a carteira recentemente, ao<br />

buscar melhorar suas atitudes no dia a dia profissional,<br />

e assim por diante.<br />

Raul Candeloro explicou a ideia por trás da ação na e-<br />

-zine que você pode ler acessando bit.ly/e-zine-orar-vender.<br />

A oração que abriu nossa conversa foi esta:<br />

Na sequência, enviamos outras sete mensagens a todos<br />

que se cadastraram em bit.ly/semana-oracao (você ainda<br />

pode ter acesso a esse conteúdo. Para isso, basta se cadastrar<br />

nesse mesmo endereço).<br />

O resultado da campanha foi muito legal. Recebemos<br />

muitas mensagens de agradecimento e, inclusive, outras<br />

orações desenvolvidas por profissionais de vendas...<br />

“Pessoal da Revista <strong>VendaMais</strong> e Raul Candeloro, adorei a ideia da Oração do<br />

Vendedor.<br />

Uso algo há algum tempo em meus treinamentos com foco em reprogramação<br />

de crenças limitantes. Não é uma oração propriamente dita, mas são frases<br />

de força e fé. Espero que gostem.<br />

$ Eu sou um vendedor imbatível!<br />

$ Eu vendo qualquer produto, serviço ou ideia!<br />

$ Eu gosto de vender!<br />

$ Eu sei vender!<br />

$ Eu sou um negociador implacável!<br />

$ Eu acredito no meu produto, por isso vendo!<br />

$ Eu ajudo muitas pessoas!”<br />

Abraços<br />

Edson F. F. Gatto<br />

“Parabéns pela iniciativa. Tenho recebido as orações por e-mail diariamente e<br />

estou aplicando no meu time com resultados bem positivos. Já foi comprovado<br />

que o ser humano tem a necessidade de crer em algo maior que ele mesmo. Tenho<br />

certeza de que essas orações têm ajudado muitas pessoas!”<br />

Hugo Antonio Teixeira<br />

Além de cuidar do seu CHA (conhecimentos, habilidades e atitudes), você<br />

também acredita no poder das orações? Se sim, entre na nossa corrente de energia<br />

positiva acessando bit.ly/semana-oracao, e depois escreva para leitor@<br />

vendamais.com.br e conte o que achou!<br />

Quer ficar por dentro das novidades da<br />

<strong>VendaMais</strong> em tempo real? Acompanhe<br />

a gente pela internet!<br />

Facebook:<br />

facebook.com/vendamais<br />

LinkedIn:<br />

bit.ly/linkedin-VM<br />

Participe da seção<br />

"Reservado para Você"<br />

Envie críticas, sugestões, deixe sua<br />

palavra, conte sua história, divida seus<br />

resultados conosco, mostre sua equipe*.<br />

O espaço é todo seu. Estamos esperando<br />

por você!<br />

Escreva agora mesmo para leitor@<br />

vendamais.com.br ou, se preferir, publique<br />

no mural da nossa página no<br />

Facebook (facebook.com/vendamais)<br />

e participe! Sua opinião é muito importante<br />

para nós.<br />

*As fotos serão avaliadas pela equipe<br />

de redação.<br />

10<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


ENTRE NÓS<br />

Agenda <strong>VendaMais</strong> 2018<br />

em megapromoção!<br />

Lá vamos nós para o final do primeiro trimestre<br />

de 2018, ano que, assim como os anteriores,<br />

parece estar voando, não é mesmo? E se nessa correria<br />

toda você foi adiando a compra de uma agenda<br />

(seja porque esperava ganhar do chefe, ou por falta<br />

de dinheiro mesmo), temos duas boas notícias:<br />

1) Ainda temos algumas Agendas <strong>VendaMais</strong> em nosso estoque!<br />

2) Preparamos uma megapromoção para liquidar tudo!<br />

Retail Trends pós NRF<br />

NRF<br />

Retail’s Big Show é o principal evento<br />

de varejo do mundo e acontece<br />

anualmente em janeiro, em Nova York (EUA). A<br />

cada edição, centenas de brasileiros (e de interessados<br />

no segmento do mundo todo) se deslocam<br />

até os Estados Unidos para ouvir especialistas<br />

falando sobre as tendências do ano para o<br />

mercado; conhecer novas tecnologias; descobrir<br />

cases de sucesso inspiradores; e muito mais.<br />

Por apenas R$ 49,90 + frete você compra uma agenda e recebe outra totalmente<br />

grátis! São duas Agendas <strong>VendaMais</strong> pelo preço de uma!<br />

Uma para você e outra para seu colega. Ou para aquela pessoa especial. Ou<br />

para presentear um cliente. Pelo preço de um jantar, você pode se aprimorar profissionalmente,<br />

administrar seu tempo, sua meta e sua carteira de clientes.<br />

Além de ajudar no seu planejamento, a Agenda <strong>VendaMais</strong> 2018 traz um<br />

rico conteúdo sobre vendas consultivas de alta performance, e reúne tudo o que<br />

você espera de uma agenda pensada para profissionais de vendas:<br />

1 Bastante espaço para fazer anotações.<br />

1 Mensagens especiais que o inspiram a vender mais e melhor.<br />

1 Área para registrar suas metas mensais.<br />

1 Lembrete de que metade do mês já passou (para ajudá-lo a focar nas metas).<br />

1 E muito mais!<br />

Aproveite! bit.ly/promo-agendavm<br />

Saiba mais: vendas@vendamais.com.br<br />

VM TECH 2: Tecnologia em vendas<br />

descomplicada<br />

Na <strong>VendaMais</strong> de janeiro/fevereiro,<br />

apresentamos a VM TECH, nossa<br />

nova revista <strong>digital</strong> bimestral que se<br />

propõe a apresentar o que há de mais<br />

atual em termos de tecnologia para auxiliar<br />

as suas vendas, antecipar tendências<br />

e ajudar a sua empresa a utilizar e<br />

criar novos produtos, serviços e soluções.<br />

O lançamento foi um sucesso, e a<br />

segunda edição já saiu do forno! Estes<br />

são alguns dos destaques:<br />

1. BlueLab lança robô 3.0: tecnologia<br />

visa agilizar atendimento em call<br />

center.<br />

2. Geofusion: líder em geomarketing<br />

sinaliza como cortar custos e vender<br />

mais.<br />

3. AllStrategy: empresa cria mapas<br />

estratégicos para auxiliar na gestão<br />

e organização empresarial.<br />

4. upLexis: utilize a força do big data<br />

na tomada de suas decisões.<br />

Bacana, não?<br />

Quem assina a <strong>VendaMais</strong> tem<br />

acesso gratuito à VM TECH. Para isso,<br />

basta entrar na Área do Assinante (assinantes.vendamais.com.br).<br />

Não assinantes<br />

podem adquirir exemplares<br />

avulsos por R$ 9,90 ou fazer a assinatura<br />

anual por R$ 49,90. Acesse bit.ly/<br />

vmtech-2 e saiba mais!<br />

No dia 7 de fevereiro, menos de um mês<br />

depois da realização da NRF deste ano, os especialistas<br />

do grupo GS& Gouvêa de Souza – que<br />

este ano levou uma delegação de 380 participantes<br />

para a Big Apple – e convidados compartilharam<br />

seus principais aprendizados e insights<br />

com um seleto público no Retail Trends pós NRF.<br />

Os assuntos em destaque foram:<br />

1 O que esperar da economia em 2018.<br />

1 Lab-It: A cultura de laboratório como mecanismo<br />

de inovação sustentável.<br />

1 Realidade virtual: transformando a experiência<br />

de compra e inovando nos canais de<br />

venda e de relacionamento.<br />

1 Data business: dados que geram negócios 汅<br />

1 O futuro do varejo.<br />

Nossa equipe esteve lá e, na próxima edição<br />

da <strong>VendaMais</strong>, conta para você o que descobriu<br />

de melhor em um dia intenso de palestras, debates<br />

e muita informação!<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 11


ON-LINE<br />

POR Francine Pereira<br />

5 tendências de<br />

consumo para<br />

acompanhar<br />

em 2018<br />

Anualmente, a TrendWatching, empresa líder em pesquisas<br />

de consumo e mercado, lança um relatório com as<br />

tendências que devem impulsionar as principais transformações<br />

na interação entre marcas e seus públicos. De acordo<br />

com o estudo mais recente, estas são as cinco principais<br />

tendências que irão moldar o comportamento do consumidor<br />

em 2018:<br />

1 A-commerce<br />

A tendência a-commerce (automated commerce – ou “comércio<br />

automático”, em tradução livre) aponta que, cada vez<br />

mais, os consumidores demandarão conveniência e personalização<br />

na hora de comprar, utilizando sistemas inteligentes<br />

e que automatizam tarefas do processo de compra – tais<br />

como pesquisar, negociar, pagar e configurar a entrega do<br />

produto ou serviço.<br />

Por exemplo:<br />

Na China, uma loja da rede de fast food KFC está testando<br />

o sistema “Sorria para pagar”, em que o cliente<br />

realiza o pagamento por meio de um sistema que reconhece<br />

o rosto de cada consumidor.<br />

2 Assistência ao desenvolvimento<br />

De acordo com o estudo da TrendWatching, os consumidores<br />

atuais esperam que as marcas os ajudem na transição para<br />

a vida adulta. A nova geração quer que as empresas terceirizem<br />

atividades diárias ou os ajudem a definir e alcançar<br />

objetivos pessoais.<br />

Por exemplo:<br />

Blue Apron é uma empresa que oferece aos recém-<br />

-adultos a possibilidade de criar uma variedade de<br />

pratos saborosos e saudáveis. O serviço entrega os<br />

ingredientes (pré-preparados) para determinados pratos,<br />

com a instrução de como cozinhá-los.<br />

3 Companheiros virtuais<br />

Outra tendência identificada na análise<br />

da TrendWatching é o fortalecimento<br />

da relação entre pessoas e assistentes<br />

virtuais. Estudos indicam, por exemplo,<br />

que até 2020 as pessoas devem conversar<br />

mais com chatbots do que com<br />

seus próprios cônjuges.<br />

Por exemplo:<br />

Replika é um aplicativo que tem o<br />

objetivo de se tornar o seu “clone<br />

virtual”. Por meio de interações<br />

com o usuário, a ferramenta cria<br />

uma personalidade <strong>digital</strong> alinhada<br />

aos seus gostos e preferências.<br />

4 Tolerância pós-venda<br />

Cada vez mais os clientes vão exigir<br />

que as marcas tenham tolerância e os<br />

ajudem a reavaliar suas decisões. Para<br />

conquistar a lealdade dos consumidores<br />

atuais, é preciso atender necessidades<br />

e preferências deles em<br />

todas as etapas – inclusive no pós-<br />

-venda, adaptando produtos e serviços<br />

de acordo com suas novas prioridades<br />

e desejos.<br />

Por exemplo:<br />

RYU é uma marca de roupas e acessórios<br />

fitness. Para ajudar seu público,<br />

a empresa oferece uma condição<br />

especial para clientes que perderam<br />

peso ou ganharam massa muscular<br />

fazendo exercícios: eles podem comprar<br />

novas peças no tamanho correto<br />

com 50% de desconto.<br />

5 Glass Box – a transparência da marca<br />

Em um mundo tão conectado como o<br />

atual, as ações internas da empresa se<br />

refletem rapidamente no mercado e<br />

nos clientes. Os consumidores estão<br />

observando o tempo todo os valores,<br />

as ações e os relacionamentos das marcas<br />

– e tomando decisões baseadas no<br />

que podem observar.<br />

Por exemplo:<br />

A marca de roupas Everlane tem a<br />

proposta de oferecer peças de qualidade,<br />

feitas com condições de trabalho<br />

justas, e com preço acessível.<br />

Quando o cliente compra da marca,<br />

ele sabe exatamente quais são os<br />

custos distribuídos na peça – materiais,<br />

mão de obra, transporte etc.<br />

12<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


vendamais.com.br<br />

A aquisição da revista <strong>VendaMais</strong> dá direito ao acesso do conteúdo exclusivo<br />

do site <strong>VendaMais</strong> (www.vendamais.com.br). Se você é assinante, basta<br />

digitar seu e-mail e sua senha. Caso tenha adquirido a revista nas bancas,<br />

digite o login “banca” e a palavra-chave “WEB”, válida apenas para os meses<br />

de MARÇO e ABRIL.<br />

Não existe mais<br />

off-line x on-line –<br />

existe um processo<br />

de compra conectado<br />

Os consumidores estão cada vez<br />

mais curiosos e exigentes na hora<br />

de comprar. Isso significa que, antes de<br />

cada decisão de compra – seja ela B2C<br />

ou B2B –, muitas pesquisas são feitas.<br />

E, na maioria dos casos, essa investigação<br />

acontece na internet.<br />

1 Para se ter uma ideia, estudos da<br />

Google apontam que a busca pela<br />

expressão “os melhores” – relacionada<br />

a diversos produtos – cresceu<br />

80% nos últimos dois anos.<br />

E engana-se quem pensa que essa<br />

apuração on-line acontece apenas com<br />

produtos e serviços mais caros, como<br />

eletrodomésticos ou softwares, por<br />

exemplo. Até mesmo na hora de comprar<br />

itens de menor valor (pasta de<br />

dente, hidratante, louças etc.) os consumidores<br />

estão buscando pelos itens<br />

mais bem recomendados na web.<br />

1 Além disso, um estudo da consultoria<br />

BCG apontou que a internet<br />

influencia mais de 50% das compras<br />

efetuadas em lojas físicas<br />

pelos consumidores conectados.<br />

Ou seja, mesmo que sua empresa<br />

não venda pela internet, as informações<br />

na web influenciarão diretamente a<br />

decisão do seu cliente. Por isso, é cada<br />

vez mais importante pensar em processos<br />

de vendas que conectem o mundo<br />

on-line e o off-line.<br />

Para saber mais sobre as pesquisas, acesse<br />

bit.ly/pesquisaonoff e bit.ly/pesquisaonoff2<br />

Tendências de vendas para 2018<br />

A<br />

pós conversar com gestores comerciais, representantes e vendedores de<br />

diversos segmentos, a HubSpot, uma das maiores empresas de tecnologia<br />

para vendas, reuniu algumas das principais tendências para o mundo das vendas<br />

em 2018. São elas:<br />

1 Prospecção por vídeos<br />

Em vez de abordar o prospect por e-mail, você já pensou em enviar um vídeo?<br />

Essa é uma maneira muito mais dinâmica e pessoal de entrar em contato com<br />

possíveis clientes. Nessa etapa da venda, o vídeo aumenta o engajamento e também<br />

serve como um diferencial para sua marca.<br />

1 Treinamento intensivo na área de qualificação de leads<br />

Ao mesmo tempo em que o uso da tecnologia tem facilitado a captação de novos<br />

clientes, a concorrência também está muito mais acirrada. Por isso, ter profissionais<br />

com alto nível conhecimento na área de qualificação de leads será um diferencial<br />

em 2018.<br />

1 Aplicativos de mensagens instantâneas<br />

Estudos mostram que as pessoas passam mais tempo em aplicativos como Messenger<br />

ou WhatsApp do que em outras redes sociais. Por isso, é inevitável que<br />

profissionais de venda passem a utilizar essas ferramentas para entrar em contato<br />

com prospects e clientes.<br />

Confira mais previsões (em inglês) na página da HubSpot:<br />

bit.ly/tendencias-vendas-hubspot<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 13


MANUAL DO LÍDER<br />

Por Francine Pereira<br />

Duas dicas para desenvolver<br />

líderes internamente<br />

“L<br />

íderes fortes fazem uma empresa forte.” Por mais simples que essa afirmação<br />

possa parecer, o que há por trás dela tem um grau de complexidade elevado.<br />

Afinal, encontrar os profissionais certos para assumir cargos de gestão muitas vezes<br />

é um grande desafio. Por isso é tão importante desenvolver líderes internamente.<br />

“Mas como fazer isso?”, você pode perguntar. Quem responde é Bernard<br />

Banks, pesquisador na área de liderança. Baseando-se em seus estudos e na<br />

experiência de mais de 25 anos no departamento de ciências comportamentais<br />

e liderança da Academia Militar dos Estados Unidos, Banks revela duas formas<br />

de desenvolver novos líderes. São elas:<br />

1 – Prepare líderes antes de promover líderes<br />

O que acontece na maioria dos casos: um profissional tem uma ótima performance<br />

em um determinado cargo – que não é de liderança –, e, como recompensa, é<br />

promovido, virando gestor “da noite para o dia”.<br />

Para Banks, esse não é o caminho ideal. Na visão do especialista, as organizações<br />

deveriam fazer seus colaboradores percorrerem um caminho mais “consciente”,<br />

colocando a liderança como objetivo final do plano de carreira.<br />

Para colocar essa ideia em prática, é possível, por exemplo, possibilitar que<br />

diferentes profissionais assumam cargos temporários de liderança enquanto os<br />

gestores oficiais estiverem ausentes (em vez de colocar outro líder no lugar). Assim,<br />

será possível avaliar a performance desses profissionais enquanto eles desempenham<br />

papéis de liderança e, ainda, identificar novos talentos dentro da equipe.<br />

2 – Aposte em todo mundo<br />

A maioria das empresas direciona seus investimentos no<br />

desenvolvimento de lideranças a determinados profissionais<br />

que parecem estar mais aptos a liderar uma equipe.<br />

Banks não acredita nessa estratégia. Para ele, o<br />

ideal é investir no desenvolvimento de todos os profissionais.<br />

Ele ressalta que é possível fazer investimentos mais<br />

significativos em alguns colaboradores que se destacam,<br />

mas sem deixar de dar oportunidades de crescimentos<br />

para todos – possibilitando que eles tenham diferentes<br />

experiências e aprendizados. “Na Academia Militar, eu<br />

costumava dar diferentes responsabilidades para os profissionais<br />

todos os dias, com o objetivo de expandir a experiência<br />

deles. Passar a um profissional júnior uma tarefa<br />

que geralmente seria feita por alguém com dois anos a<br />

mais de experiência que ele é uma ótima maneira de acelerar<br />

seu crescimento”, indica Banks.<br />

O especialista ressalta ainda que, além de desenvolver<br />

a equipe, essa é uma forma de aumentar a retenção de talentos,<br />

pois os profissionais se sentem mais motivados e<br />

reconhecidos.<br />

14<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


Os fatores mais<br />

importantes para o<br />

sucesso da sua equipe<br />

Com o objetivo de entender o que forma uma equipe de<br />

sucesso, a Google passou anos analisando times de<br />

diferentes organizações. Os pesquisadores descobriram que<br />

mais do que quem faz parte de um time, a maneira como as<br />

pessoas trabalham em conjunto e interagem entre si é o que<br />

determina o nível de efetividade de uma equipe.<br />

Entre os fatores mais importantes para o sucesso de<br />

um time, destacam-se, em ordem de importância:<br />

Segurança psicológica<br />

É quando o profissional sente segurança para assumir determinados<br />

riscos, por acreditar que os colegas o apoiarão,<br />

que não vão rir dele ou colocá-lo para baixo.<br />

Confiabilidade<br />

Se refere à confiança que os profissionais têm nos outros<br />

membros da equipe. Eles sabem que podem contar com os<br />

colegas para conseguir alcançar bons resultados, entregando<br />

as tarefas em dia e com qualidade.<br />

Estrutura e clareza<br />

Os membros da equipe possuem expectativas reais sobre a<br />

sua contribuição para o trabalho do time como um todo e<br />

entendem com clareza o seu papel dentro da equipe.<br />

Significado<br />

Ter um propósito forte também é um fator importante para<br />

a efetividade da equipe. Esse significado pode ser pessoal e<br />

variar – segurança financeira, suporte à família, ajudar outras<br />

pessoas etc.<br />

Quer saber mais sobre a pesquisa da Google e ter acesso<br />

a materiais que podem ajudá-lo a trabalhar essas questões<br />

em sua equipe comercial? Acesse esta página (em inglês):<br />

bit.ly/time-sucesso-google<br />

Quando o líder deve<br />

decidir e quando deve<br />

delegar uma decisão?<br />

E<br />

m algumas empresas, todas as decisões são tomadas<br />

pelos líderes. Até mesmo as pequenas resoluções<br />

precisam da palavra final dos gestores. Mas será que<br />

isso é sempre necessário?<br />

De acordo com Victoria Medvec, especialista em<br />

decisões estratégicas e em negociação, essa situação<br />

pode acontecer por dois motivos:<br />

1. O líder é centralizador, e exige que tudo passe pela<br />

sua aprovação.<br />

2. Os profissionais não têm autoconfiança suficiente<br />

para tomar uma decisão, e continuam a terceirizar<br />

a responsabilidade para o gestor.<br />

Na opinião de Victoria, de uma maneira ou de outra,<br />

todos saem perdendo. Por um lado, o líder acaba gastando<br />

tempo demais para tomar decisões relacionadas<br />

a projetos em que, muitas vezes, ele não está envolvido<br />

diretamente, e sobre os quais não tem informações suficiente.<br />

Por outro, os profissionais não desenvolvem<br />

habilidades de assumir riscos e tomar decisões.<br />

Além disso, ela destaca que as decisões escaladas<br />

tendem a ser mais propensas a erros, pois as pessoas<br />

que tomam a decisão não têm todos os dados necessários<br />

para decidir. “Uma empresa bem administrada<br />

tem as pessoas certas, focadas nos riscos certos. O<br />

ideal é o CEO e o conselho de administração só tomarem<br />

decisões no ponto extremo de um contínuo de risco,<br />

deixando decisões de risco médio e baixo para as pessoas<br />

em níveis mais baixos da escada corporativa”,<br />

analisa Victoria.<br />

Como as decisões são distribuídas na sua empresa?<br />

2 Se você é um líder executivo, precisa avaliar se não<br />

está centralizando demais as decisões, investindo<br />

seu tempo em deliberações que deveriam ser realizadas<br />

pelas pessoas que você contratou para cuidar<br />

dessas questões.<br />

2 Se você é um profissional ou gerente que sempre<br />

espera a palavra final do gestor, será que não está<br />

na hora de começar a assumir a responsabilidade<br />

pelas suas decisões? Isso vai ajudá-lo a evoluir profissionalmente.<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 15


s /Por João Guilherme Brotto<br />

Você já pensou em se aliar<br />

a concorrentes?<br />

Conheça a<br />

metodologia que<br />

sugere que você<br />

se una até a<br />

concorrentes<br />

para vender mais<br />

e entenda por<br />

que essa pode ser<br />

uma excelente<br />

ideia para o seu<br />

negócio<br />

Você já parou para pensar sobre como é difícil<br />

ir a um supermercado com um determinado<br />

objetivo e voltar para casa apenas<br />

com o que planejava comprar inicialmente?<br />

São tantas marcas e opções, que é natural perdermos<br />

o foco e comprarmos algo a mais.<br />

Pode-se dizer o mesmo a respeito dos shopping<br />

centers. Imagine que você vai a um para comprar um<br />

tênis de corrida, mas, ao passar em frente a uma livraria,<br />

lembra-se de um livro que havia tempo que<br />

queria ler. Ou vê algo interessante em uma vitrine<br />

qualquer e acaba entrando naquela loja que nem sabia<br />

que existia. Ao fim do passeio, a fome bate e a praça<br />

de alimentação é um caminho natural. E na loja de<br />

tênis, além do que precisava, você acaba levando<br />

também uma meia – porque não dá para usar o tênis<br />

sem meia, certo? Não é bem assim que funciona?<br />

Algo curioso a respeito tanto de supermercados<br />

quanto de shoppings é que, em um<br />

mesmo espaço físico, é possível<br />

encontrar diversos concorrentes<br />

– o que é ótimo para o cliente. E,<br />

acredite, para as empresas, também!<br />

Levando isso em consideração,<br />

responda: você já pensou<br />

em se aliar a concorrentes ou<br />

empresas que têm o mesmo público-alvo<br />

que o seu para somar<br />

forças, ampliar seu mercado e,<br />

naturalmente, vender mais?<br />

Isso é o que defende Andrew M.<br />

Davis, autor do livro Brandscaping<br />

– unleashing the power of partnerships<br />

(Brandscaping – O poder das parcerias<br />

para gerar demanda, em uma tradução<br />

livre), ainda não publicado no<br />

16<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


Brasil. “É mais do que uma estratégia<br />

de marketing de conteúdo ou<br />

redes sociais. É uma metodologia<br />

de marketing que possibilita considerar<br />

o conteúdo como um ativo<br />

em vez de tratá-lo como um custo’’,<br />

explica o autor.<br />

O conceito na prática<br />

No livro, Davis apresenta vários<br />

exemplos de parcerias que resultaram<br />

em grandes sucessos, mas<br />

também comenta a respeito de<br />

oportunidades perdidas. É uma<br />

dessas histórias que contamos aqui<br />

para que você entenda a ideia e<br />

reflita sobre essa possibilidade.<br />

Em 2003, na época do lançamento<br />

da animação Procurando<br />

Nemo, da Disney Pixar, houve um<br />

boom global nas vendas do peixe<br />

palhaço (o mesmo que é retratado<br />

no desenho). Com base nesse fato,<br />

Davis propõe uma reflexão sobre<br />

como vários mercados poderiam<br />

ter se aproveitado disso... “Existem<br />

mais de 8.700 pet shops nos Estados<br />

Unidos. Se cada uma dessas empresas<br />

disponibilizasse uma verba<br />

de mil dólares, mais de 8,7 milhões<br />

de dólares seriam arrecadados.<br />

Mesmo esse valor sendo de apenas<br />

10% do custo de uma das produções<br />

de maior sucesso da história da<br />

Disney Pixar, o valor serviria, com<br />

sobras, para que a associação do<br />

setor contratasse uma produtora<br />

para criar uma websérie para o<br />

YouTube dedicada a promover seu<br />

mercado. Isso causaria um impacto<br />

positivo para todos os players do<br />

setor. O seriado teria um orçamento<br />

semanal de 163 mil dólares, durante<br />

um ano. Eles poderiam criar<br />

um programa de altíssima qualidade,<br />

visando entreter e educar<br />

crianças sobre personagens similares<br />

ao Nemo. Seria um projeto de<br />

conteúdo direcionado aos animais<br />

e produtos que as lojas desejam<br />

vender”, sugere o autor.<br />

Imagine, ainda, se o fabricante de aquários,<br />

o produtor de ração para peixes, o criador<br />

e os pet shops investissem, em conjunto,<br />

para aumentar a demanda de peixes domésticos?<br />

E se eles pensassem mais na<br />

coletividade e menos como marcas individuais?<br />

Os resultados não poderiam ser<br />

potencializados para todos? Mas, claro,<br />

isso não passou pela cabeça de nenhum<br />

dos possíveis parceiros.<br />

Qual é sua maior preocupação?<br />

Na visão de Davis, o problema é<br />

que enquanto os empresários estão<br />

muito preocupados quanto a estarem<br />

vendendo mais que os concorrentes,<br />

cada vez menos pessoas<br />

desejam comprar peixes. “Se seu<br />

mercado está encolhendo e seu<br />

market share permanece o mesmo,<br />

você está ganhando menos dinheiro.<br />

Você pode tentar convencer seus<br />

clientes a comprarem de você e não<br />

do seu concorrente, mas isso custa<br />

caro e pode ser extremamente difícil.<br />

Por outro lado, você pode focar<br />

em fazer com que mais pessoas<br />

se interessem em comprar peixes.<br />

Se seu mercado está crescendo,<br />

mesmo que seu market share permaneça<br />

o mesmo, você fatalmente<br />

venderá mais”, explica.<br />

Seu objetivo, portanto, deve ser<br />

criar oportunidades de longo prazo<br />

para aumentar o tamanho do<br />

mercado, e não pensar em como<br />

ganhar clientes dos concorrentes.<br />

Como tornar isso possível?<br />

Para começar a transformar essa<br />

ideia em possibilidade, pergunte-se:<br />

1 Que produtos/serviços seus<br />

clientes compram antes e depois<br />

dos seus? Como você pode se<br />

aproximar das empresas que<br />

fornecem esses produtos/serviços<br />

para fazer parcerias como<br />

a sugerida no mercado de peixes<br />

domésticos?<br />

1 Quais são as principais fontes de<br />

informação que seus clientes<br />

consomem regularmente? Como<br />

você pode desenvolver parcerias<br />

com esses produtores de conteúdo<br />

para que eles gerem demanda<br />

para o que você vende?<br />

1 O que vale mais: um investimento<br />

esporádico em publicidade ou<br />

uma estratégia de conteúdo para<br />

educar seus clientes e desenvolver<br />

seu mercado no longo<br />

prazo?<br />

1 O que seu departamento de marketing<br />

pode deixar de fazer agora<br />

para se dedicar a criar algo de<br />

maior valor?<br />

Para pensar<br />

Milhões de famílias que assistiram<br />

a Procurando Nemo acabaram em<br />

pet shops comprando peixes, aquários,<br />

ração etc. Quanto mais as pessoas<br />

comprarem de empresas que<br />

complementam o que você vende,<br />

maior será seu potencial de venda.<br />

O marketing de conteúdo ou<br />

marketing educacional tem um<br />

enorme potencial de gerar demanda,<br />

desenvolver mercados e fidelizar<br />

clientes. Para ter sucesso com<br />

parcerias nesse sentido, você precisa<br />

pensar como a mente por trás<br />

de um shopping center. Eles são<br />

criteriosamente formatados para<br />

gerar demanda para todos que estão<br />

lá dentro. Se todo seu mercado,<br />

incluindo fornecedores, clientes e<br />

concorrentes, estivessem dentro<br />

de um shopping, que empresas<br />

fariam parte dele? Como você promoveria<br />

o shopping visando o bem<br />

de todos?<br />

Essas são as reflexões que você<br />

precisa fazer se quiser usar o poder<br />

das parcerias para vender mais e<br />

melhor. Pense nisso, tenha ideias,<br />

una-se a quem pode lhe ajudar e<br />

venda mais!<br />

Reportagem publicada originalmente na <strong>VendaMais</strong><br />

de setembro de 2015<br />

“[Brandscaping]<br />

É mais do que<br />

uma estratégia<br />

de marketing<br />

de conteúdo<br />

ou redes<br />

sociais. É uma<br />

metodologia<br />

de marketing<br />

que possibilita<br />

considerar o<br />

conteúdo como<br />

um ativo em vez<br />

de tratá-lo como<br />

um custo.”<br />

(Andrew M. Davis)<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 17


Superlíder / Por Francine Pereira /<br />

Arquivo Pessoal<br />

18<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


Liderar pelo exemplo,<br />

inspirar de verdade<br />

Conheça a história de uma superlíder que acredita que o conhecimento e a autoavaliação são<br />

fundamentais para sua própria evolução profissional e para o crescimento de todos à sua<br />

volta, e inspire-se para cuidar da sua carreira, ao mesmo tempo em que gerencia uma equipe<br />

ma das principais missões de um líder de equipe comercial é inspirar<br />

seus vendedores. Afinal, é papel dos gestores ajudar os profissionais<br />

da linha de frente a superar adversidades e atingir os resultados esperados,<br />

e, por isso, eles acabam servindo como espelho para todos<br />

que fazem parte do time.<br />

O problema é que, ao ocupar cargos de liderança, alguns profissionais<br />

passam a se considerar “sabe-tudo”. Esses acreditam que, por<br />

comandar uma equipe, já adquiriram todos os conhecimentos necessários<br />

para desempenhar suas funções da melhor maneira possível,<br />

como consequência, deixam de se preocupar com a sua própria capacitação.<br />

Mas, acredite: ser um líder que se posiciona como alguém que<br />

ainda está em desenvolvimento pode ser muito mais inspirador. Afinal,<br />

a visão de quem é comandado por esse tipo de profissional, passa<br />

a ser: “se até meu gestor não se acomoda e está sempre buscando<br />

mais conhecimento, por que eu não deveria fazer o mesmo?”, o que<br />

dá início a um círculo virtuoso de capacitação que pode fazer toda a<br />

diferença no sucesso individual de cada vendedor e, também, da<br />

equipe como um todo. É a velha história da liderança pelo exemplo…<br />

É por isso que a forma de liderar de Sandra Silva Corrêa Côrtes,<br />

diretora proprietária da Casa Auxiliadora Materiais de Construção<br />

de Caratinga (MG), é tão inspiradora. Apesar de comandar equipes há 26 anos, a<br />

empresária não deixa de buscar conhecimento para si e para os profissionais com<br />

quem trabalha, e sempre se preocupa em estar presente nas mais diversas áreas de<br />

sua empresa, o que faz com que seus resultados – e os das suas equipes – sejam cada<br />

dia melhores.<br />

Para entender como essa busca contínua por conhecimento funciona na prática e<br />

descobrir lições que servem tanto para líderes (e futuros líderes), como para vendedores,<br />

conversamos com Sandra. O resultado desse bate-papo você confere agora. Leia e<br />

inspire-se a buscar entender seus pontos fortes e fracos (e também os dos membros da<br />

sua equipe), estudar e apoiar a capacitação contínua de seus liderados. Isso fará diferença<br />

na sua vida, na sua carreira e no desempenho da sua equipe.<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 19


“Eu sou do tempo<br />

em que se dizia<br />

que era preciso<br />

‘colocar a<br />

mão na massa’,<br />

‘sentir na pele’<br />

para, então,<br />

poder liderar<br />

qualquer coisa.<br />

Para mim, sem<br />

conhecer o<br />

segmento em que<br />

quer atuar, você<br />

nunca será um<br />

bom gestor. Ou<br />

seja, acredito<br />

que, antes de<br />

tudo, é preciso<br />

conhecer o que<br />

você quer fazer<br />

e ser.”<br />

Os valores fundamentais da liderança<br />

desta superlíder<br />

A história da Casa Auxiliadora Materiais de Construção<br />

de Caratinga (MG) começou a ser contada<br />

há 26 anos. Na época, Sandra tinha apenas dois<br />

funcionários; hoje, ela gerencia uma equipe de 40<br />

profissionais – 15 na área de vendas, 13 no setor<br />

administrativo e 12 no departamento de entregas.<br />

Filha de empresários do mesmo ramo, Sandra<br />

acredita que o segredo para alcançar o sucesso na<br />

gestão de um negócio é conhecer a fundo o seu<br />

mercado. “Eu sou do tempo em que se dizia que era<br />

preciso ‘colocar a mão na massa’, ‘sentir na pele’<br />

para, então, poder liderar qualquer coisa. Para mim,<br />

sem conhecer o segmento em que quer atuar, você<br />

nunca será um bom gestor. Ou seja, acredito que,<br />

antes de tudo, é preciso conhecer o que você quer<br />

fazer e ser”, destaca.<br />

Mas mesmo o maior conhecedor do seu mercado<br />

de atuação do mundo não consegue prever – e<br />

evitar – catástrofes. Por isso mesmo, além de ser<br />

um case de sucesso, essa também é uma história<br />

de superação. Ao longo de sua trajetória, a empresa<br />

comandada por Sandra enfrentou duas enchentes<br />

e um incêndio. Mas graças à união e à determinação<br />

de toda a equipe, foi possível dar a volta por<br />

cima. Hoje, todos colhem, juntos, os frutos dos<br />

esforços das últimas décadas.<br />

Aliás, esse trabalho em conjunto é, na opinião<br />

de Sandra, um dos motivos que faz a Casa Auxiliadora<br />

Materiais de Construção de Caratinga (MG)<br />

ter tanto sucesso. Com base em sua própria história,<br />

ela aponta que acredita que o líder precisa atuar<br />

lado a lado com os profissionais e mostrar, no dia<br />

a dia, que está à disposição da equipe para ajudá-la<br />

a evoluir.<br />

Segundo ela, essa união não apenas facilita o<br />

trabalho, como também é fonte de motivação para<br />

os colaboradores, o que a deixa muito orgulhosa.<br />

“O que mais me motiva é saber que todos os profissionais<br />

da equipe – tanto no setor administrativo,<br />

como na área de vendas – estão seriamente<br />

envolvidos com os objetivos da empresa. Isso faz<br />

com que eu me sinta realizada e feliz, pois é maravilhoso<br />

saber que somos uma equipe e que temos<br />

valores e comprometimento com o que fazemos”,<br />

salienta. Sandra revela ainda que, como líder, sua<br />

postura mistura determinação, verdade, envolvimento<br />

com o negócio e com os colaboradores, flexibilidade<br />

e abertura para novas ideias que agreguem<br />

valor e conhecimento.<br />

Campanhas de vendas fazem parte da rotina da equipe comercial da Casa Auxiliadora<br />

Materiais de Construção de Caratinga (MG)<br />

E celebrações também! Afinal, equipes bem lideradas sempre têm motivos para comemorar!<br />

Isso porque, na visão de Sandra, o líder de sucesso<br />

é aquele que consegue aceitar novas ideias e<br />

conhecimentos e nunca se acomoda quando o assunto<br />

é aprendizado. “Se você não evoluir com o<br />

mundo, fica engessado, estacionado, e, se não evolui,<br />

não cresce em nada. A cabeça tem que funcionar”,<br />

aconselha.<br />

A importância da busca pelo conhecimento<br />

Assinante da <strong>VendaMais</strong> há mais de 15 anos,<br />

Sandra conta que a revista é uma parceira importante<br />

na sua busca constante por desenvolvimento<br />

20<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


profissional. “A <strong>VendaMais</strong> tem sido um grande<br />

instrumento em minha vida de empresária, pois é<br />

nela que me oriento e busco conhecimento. Acredito<br />

que a abertura para o novo tem que estar no<br />

DNA da administração. Procurar meios de desenvolver<br />

a inovação depende muito da visão que<br />

você tem como gestor”, declara.<br />

Segundo a gestora, ela utiliza o conteúdo das<br />

edições da publicação para aplicar melhorias na<br />

sua gestão e nos processos comerciais da empresa.<br />

Um exemplo de atividade nesse sentido são os seminários<br />

internos, realizados na empresa com<br />

base nas informações da publicação. Funciona assim:<br />

1 Uma vez por mês, durante o ano todo, os colaboradores<br />

são divididos em equipes de três<br />

membros.<br />

1 Sandra escolhe um tema – retirado da edição<br />

vigente da revista <strong>VendaMais</strong> –, e os grupos<br />

ministram palestras sobre esse conteúdo específico.<br />

Durante as apresentações, eles precisam<br />

utilizar dinâmicas e vídeos como material de<br />

suporte.<br />

1 A equipe que ministra a palestra ganha um<br />

prêmio no final.<br />

Autoavaliação também é um importante<br />

aprendizado<br />

Quer saber mais sobre<br />

o GEC e conhecer<br />

outros cursos oferecidos<br />

pelo Instituto<br />

<strong>VendaMais</strong>? Acesse<br />

institutovendamais.<br />

com.br.<br />

Pensando no próprio desenvolvimento,<br />

recentemente, Sandra<br />

concluiu o curso on-line Gestão<br />

de Equipes Comerciais (GEC),<br />

promovido pelo Instituto <strong>VendaMais</strong><br />

e ministrado por Raul<br />

Candeloro – diretor da <strong>VendaMais</strong><br />

e especialista em alta<br />

performance em vendas. Junto com a gestora,<br />

participaram do treinamento outras profissionais<br />

da empresa – uma gerente, uma arquiteta e uma<br />

compradora. “Vi no curso uma maneira de abrir<br />

a minha visão e o meu conhecimento, uma oportunidade<br />

de me movimentar, mexer a equipe e as<br />

ideias. Decidi envolver outros profissionais da<br />

empresa pelo fato de que se pensarmos e analisarmos<br />

juntos cada módulo, o treinamento agregaria<br />

para todos, dentro do segmento de cada um”,<br />

explica.<br />

A empresária destaca que um dos principais<br />

aprendizados do curso foi o incentivo à autoavaliação<br />

– tanto dela, como gestora, como dos próprios<br />

colaboradores. “Acredito que quando você<br />

mesmo se questiona e pensa, você é capaz de<br />

mudar certos comportamentos e, assim, evoluir.<br />

O GEC contribuiu muito para tomarmos consciência<br />

do que precisava ser melhorado e também<br />

do que estamos fazendo corretamente. Precisamos<br />

tomar essa consciência e, assim, o sucesso vem<br />

como consequência”, declara.<br />

Ela conta que praticamente tudo o que aprenderam<br />

no treinamento já foi aplicado, e os resultados<br />

puderam ser percebidos na prática – por ela e<br />

pelos profissionais da empresa. Entre os feedbacks<br />

dos colaboradores, Sandra ressalta que se destacam<br />

aqueles que evidenciam a diferença que o conhecimento<br />

adquirido fez no desempenho da equipe.<br />

Ao longo deste ano, Sandra destaca que ela e<br />

sua equipe continuarão a aplicar o que aprenderam<br />

no GEC, especialmente em relação ao planejamento<br />

e à roda de vendas – ferramenta do Instituto<br />

<strong>VendaMais</strong> que ensina como aprimorar os processos<br />

das diferentes etapas da venda. “O que mais me<br />

motiva é saber e confirmar aquilo que tomamos<br />

consciência. Agora, sabemos que esse conhecimento<br />

não pode ficar para trás. Temos que acreditar e<br />

seguir em frente”, conclui.<br />

INSPIRE-SE<br />

<strong>VendaMais</strong> – Quais conselhos você daria para um<br />

líder que está tendo dificuldades em fazer a equipe<br />

alcançar bons resultados? O que ele deve fazer para<br />

motivar, capacitar e inspirar os profissionais que<br />

lidera?<br />

“Acredito que um bom líder deve estar sempre focado<br />

em melhorar seu desempenho e que, para isso, precisa<br />

saber fazer uma boa autoanálise da sua performance.<br />

Nesse sentido, um bom curso pode agregar<br />

muito, fazer o líder enxergar o que é necessário para<br />

evoluir. Um líder que não busca conhecimento e que<br />

não pratica a autoavaliação, certamente não vai conseguir<br />

fazer isso na equipe dele. Para motivar e capacitar<br />

é preciso muita dedicação, empenho e determinação,<br />

mas, acima de tudo, também muita humildade<br />

para se nivelar com o outro e buscar ajudá-lo a crescer<br />

de forma consciente.”<br />

Sandra Silva Corrêa Côrtes<br />

Seja o próximo superlíder da <strong>VendaMais</strong>!<br />

Se você acha que sua história – ou a história do seu líder – merece<br />

ser contada nas páginas da <strong>VendaMais</strong>, escreva para leitor@<br />

vendamais.com.br e compartilhe sua trajetória com a gente!<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 21


Gestão em vendas<br />

J.B. Vilhena<br />

IÉ possível vender mais<br />

e lucrar mais em 2018?<br />

magino que, se você é gestor comercial, a pergunta acima lhe passou pela cabeça<br />

recentemente. Se pararmos para pensar, tivemos um bom final de ano em 2017,<br />

veio o Carnaval e agora 2018 começou para valer. A pergunta, então, passa a ser:<br />

como garantir que as vendas continuem crescendo? O que fazer perante algumas<br />

incertezas, como as eleições que se aproximam? Se você anda pensando nisso,<br />

sugiro ler este artigo até o fim.<br />

Cenário x alternativas<br />

Nas organizações com finalidade lucrativa, promover o incremento de vendas é<br />

parte dos desafios diários. Na minha experiência como consultor e coordenador<br />

do MBA em Gestão Comercial da FGV, observo que muitas empresas se contentam<br />

em aumentar as vendas, independente do custo que isso gere. Normalmente,<br />

são companhias obcecadas pelos ganhos de market share e suas consequentes implicações<br />

em termos de economias de escala. Um caminho que pode não ser o ideal para<br />

muitas organizações. Afinal, a vocação para atender a nichos em vez de amplos segmentos<br />

de mercado não é demérito.<br />

Por outro lado, dependendo do quão “alavancados” estejamos em termos de custos<br />

fixos, muitas vezes nos vemos obrigados a perseguir tenazmente o aumento dos volumes<br />

de vendas. Para isso, aceitamos praticar descontos enormes para as redes de distribuição<br />

mais importantes (quem vende<br />

para Carrefour, Amazon ou Casas<br />

Bahia sabe bem o que é isso), ou<br />

passamos a oferecer dispendiosos<br />

serviços para atrair novos clientes.<br />

Com essas estratégias, conseguimos<br />

manter os volumes por algum<br />

tempo, mas quando um concorrente<br />

passa a oferecer mais do que<br />

nós, ou cobrimos sua oferta ou<br />

vemos os clientes correrem para<br />

seus braços.<br />

Mas existem duas alternativas<br />

que permitiriam ganhos marginais<br />

expressivos nas vendas. São elas:<br />

1) Melhorar a competência<br />

dos vendedores nas<br />

negociações comerciais<br />

Parece incrível, mas a maioria dos<br />

vendedores raramente participa de<br />

treinamentos de negociação. Em<br />

parte, a culpa é deles mesmos, que<br />

acreditam que nada mais lhes pode<br />

ser ensinado e se contentam em<br />

22<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


praticar o que aprenderam na nem<br />

sempre eficaz “escola da vida”.<br />

Por outro lado, muitos gestores<br />

comerciais se sentem ameaçados<br />

quando percebem que o nível de<br />

capacitação de sua equipe aumentou.<br />

Você pode pensar que isso é<br />

um absurdo – e é mesmo –, mas a<br />

explicação está na própria forma<br />

como as empresas fazem a seleção<br />

de seus gerentes na área de vendas.<br />

Até hoje, infelizmente, os melhores<br />

vendedores costumam ser<br />

promovidos a gerentes. Cabe perguntar:<br />

se eles foram promovidos<br />

porque eram os melhores vendedores,<br />

a perda desse “status” não<br />

vai ameaçá-los?<br />

Não quero cansar você com<br />

uma série de reflexões sobre a natureza<br />

humana e a forma como<br />

lidamos com nossos medos, mas<br />

proponho aqui uma analogia. Nos<br />

antigos filmes de faroeste, os melhores<br />

pistoleiros precisavam provar<br />

continuamente sua habilidade.<br />

De que forma o faziam? Matando<br />

todos aqueles que pudessem – no<br />

momento ou no futuro – rivalizar<br />

com eles. Pense nisso.<br />

Outra questão importante<br />

quanto ao desenvolvimento das<br />

habilidades em negociações comerciais<br />

é que, no passado, a maioria<br />

dos treinamentos que se propunham<br />

a isso se limitavam a<br />

tentar “ensinar” técnicas de pressão<br />

psicológica, pressão de tempo<br />

e outros truques e falcatruas. Atualmente,<br />

há uma linha de abordagem<br />

que me parece muito mais<br />

eficaz: a da negociação colaborativa.<br />

Agindo sob esse enfoque,<br />

prefere-se valorizar os relacionamentos,<br />

muito mais do que os ganhos<br />

imediatos. Obviamente, isso<br />

não significa que nos descuidamos<br />

do processo, mas preferimos enfatizar<br />

a importância dos comportamentos<br />

e estilos durante a negociação,<br />

em vez de tentar robotizar<br />

os negociadores.<br />

2) Perder as esperanças<br />

de vender<br />

O filósofo Spinoza – provavelmente<br />

inspirado em Platão – dizia haver<br />

uma significativa diferença<br />

entre esperança e vontade. Segundo<br />

ele, esperança significa a expectativa<br />

de que alguma coisa que não<br />

depende de você (ou sobre a qual<br />

você não tenha poder) aconteça. Já<br />

a vontade representa a disposição<br />

de lançar mão de coisas que você<br />

mesmo controla a fim de obter um<br />

determinado resultado.<br />

Na visão de Spinoza, por exemplo,<br />

seria totalmente despropositado<br />

uma pessoa começar o ano com<br />

a esperança de emagrecer. Para<br />

isso, é preciso ter vontade – e fechar<br />

a boca e malhar muito, claro!<br />

Assim sendo, não adianta termos<br />

esperança de vender. É preciso<br />

que nos preparemos e tenhamos<br />

vontade de fazê-lo.<br />

Como podemos nos preparar?<br />

Em primeiro lugar, é preciso entender<br />

e aceitar que vivemos numa era<br />

em que a informação e o conhecimento<br />

compõem o capital mais<br />

importante de uma empresa. Nos<br />

últimos anos, vivemos uma indiscutível<br />

evolução e expansão do<br />

conceito de marketing, que passou<br />

a absorver novas funções, expandiu<br />

fronteiras, aproveitou-se de novas<br />

tecnologias e incorporou sucessivas<br />

inovações. Mas, por mais incrível<br />

que pareça, a maioria das empresas<br />

ainda não assumiu as rédeas do<br />

relacionamento com seus clientes.<br />

Pensemos no exemplo das companhias<br />

de seguro. Pode parecer<br />

incrível, mas a gestão do relacionamento<br />

é “terceirizada” em muitas<br />

seguradoras. Quando pergunto<br />

quem detém o histórico de relacionamento<br />

com os clientes, na maioria<br />

das vezes a resposta é: os vendedores<br />

(algumas dizem que a área<br />

financeira possui esse histórico).<br />

Mas esse é apenas um problema<br />

grave. Ao começarmos qualquer<br />

trabalho de consultoria em vendas<br />

sempre faço ao cliente algumas<br />

perguntas:<br />

1 Quanto custa cada visita feita<br />

pelo vendedor?<br />

1 As margens de contribuição de<br />

cada produto são conhecidas?<br />

1 Os clientes são alvo de uma<br />

classificação do tipo ABC, para<br />

se determinar a melhor forma<br />

de atendê-los (diretamente,<br />

por via remota, através de revendedores)?<br />

1 A equipe comercial é cobrada<br />

por outros indicadores de performance<br />

que não apenas o<br />

volume de vendas?<br />

1 Há uma preocupação em adequar<br />

o perfil do vendedor ao<br />

perfil da clientela?<br />

1 Existe alguma política sistemática<br />

de distinção entre clientes<br />

de maior valor, de maior potencial<br />

e clientes que geram<br />

margem de vendas negativas?<br />

O mais comum é o interlocutor<br />

tergiversar e procurar mudar o<br />

foco da conversa, o que mostra,<br />

para mim, que essas são empresas<br />

cheias de esperança, mas sem qualquer<br />

vontade de vender mais (não<br />

é à toa que costumeiramente ouvimos<br />

a clássica ladainha de que<br />

o mercado está em recessão, os<br />

concorrentes são desonestos e o<br />

governo não ajuda e sim atrapalha).<br />

Em suma, se você quer vender<br />

mais e obter melhores resultados<br />

financeiros ao longo de todo o ano<br />

de 2018, ficam aqui as minhas dicas:<br />

Treine suas equipes.<br />

Fortaleça a autoconfiança de<br />

seus gerentes.<br />

Perca a esperança, mas faça<br />

crescer sua vontade de ser<br />

bem-sucedido!<br />

“Não adianta<br />

termos<br />

esperança<br />

de vender.<br />

É preciso<br />

que nos<br />

preparemos<br />

e tenhamos<br />

vontade de<br />

fazê-lo.”<br />

J.B. Vilhena é coordenador<br />

acadêmico do MBA em<br />

Gestão Comercial da FGV,<br />

doutorando em Gestão de<br />

Negócios pela FGV/Rennes<br />

(França), consultor e palestrante.<br />

E-mail: jbvilhena@uol.<br />

com.br<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 23


Entrevista / Por Natasha Schiebel /<br />

Divulgação<br />

Inovação<br />

para todos<br />

inovar, pensar<br />

fora da caixa, fazer diferente!”<br />

Alguma vez na vida<br />

você já ouviu um pedido<br />

“Precisamos<br />

como esse – seja em uma<br />

reunião, em um e-mail ou até mesmo em uma conversa<br />

informal com um cliente? Provavelmente,<br />

sim, não é mesmo? O problema é que, muitas vezes,<br />

o que se segue a esse pedido é um silêncio constrangedor,<br />

que mostra que pouca gente entende o<br />

real significado de inovação – e, menos ainda, qual<br />

é o caminho que é preciso percorrer para inovar<br />

de verdade.<br />

Uma das formas de resolver isso é conhecendo<br />

empresas que têm a inovação em seu DNA e tirando<br />

das histórias delas lições que podem ser replicadas<br />

na sua realidade. Um bom ponto de partida<br />

é a 3M, multinacional que em território nacional<br />

coleciona títulos de “empresa mais inovadora do<br />

Brasil” – e o mesmo se repete em muitos dos outros<br />

países em que atua.<br />

Essa história é, aliás, o ponto de partida da Entrevista<br />

desta edição. Conversamos com Luiz Eduardo<br />

Serafim, Head de <strong>Marketing</strong> da 3M no Brasil<br />

e autor de O poder da inovação – Como alavancar a<br />

inovação na sua empresa. No bate-papo, Serafim<br />

revela o que sua empresa precisa fazer para desenvolver<br />

uma cultura de inovação, apresenta métricas<br />

que devem ser levadas em consideração na hora de<br />

avaliar uma ideia inovadora, explica como profissionais<br />

de vendas podem desenvolver uma mentalidade<br />

inovadora, compartilha insights da própria<br />

3M, e muito mais. Acompanhe!<br />

<strong>VendaMais</strong> – Como você define inovação?<br />

Luiz Eduardo Serafim – Inovação é um processo de<br />

criação de valor em que a gente sempre parte de uma<br />

ideia criativa, de uma abordagem original para solucionar<br />

um problema humano. O ciclo da inovação<br />

pressupõe impacto em resultado, por isso mesmo, só<br />

podemos chamar de inovação uma ideia que foi amadurecida<br />

com o tempo – por meio de estudos (do<br />

consumidor, do mercado, das tecnologias) – e, depois<br />

desse processo de amadurecimento, foi implementada,<br />

incorporada e adotada pelos usuários, porque<br />

essa é a evidência de que eles perceberam valor, entenderam<br />

a nova oferta como mais vantajosa do que<br />

as alternativas existentes.<br />

Um resumo disso tudo é uma definição do Fórum<br />

de Inovação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), cujo<br />

conceito é inspirado na 3M: Inovação = ideia + implementação<br />

+ resultado.<br />

Qualquer empresa pode ser inovadora ou a inovação só<br />

existe em organizações que já nasceram com o DNA<br />

inovador?<br />

Antes de mais nada, é importante ressaltar que inovação<br />

não quer dizer acertar uma grande ideia, criar<br />

um ambiente colorido, chamar um especialista para<br />

fazer uma palestra sobre o tema etc. Inovação é um<br />

sistema, uma jornada contínua, eterna, que vai precisar<br />

de constante adaptação, pois o mercado muda<br />

o tempo todo, as tecnologias evoluem, o comportamento<br />

do consumidor se transforma, o ambiente<br />

corporativo passa por mudanças e assim por diante.<br />

24<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


“Inovação é um<br />

processo de criação de<br />

valor em que a gente<br />

sempre parte de uma<br />

ideia criativa, de uma<br />

abordagem original<br />

para solucionar um<br />

problema humano.”<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 25


Então, quem entra nessa precisa entender que inovação<br />

é uma cultura; é uma jornada fascinante,<br />

mas eterna.<br />

E sim, é possível se tornar inovador sem ter o DNA<br />

da inovação!<br />

Foto: Nelson Chinalia<br />

É verdade que boa parte das empresas que a gente<br />

reconhece como as “mães” da gestão da inovação –<br />

como a 3M, a GE, a Bayer, a BASF e a IBM – são empresas<br />

químicas e de tecnologia da informação, e<br />

muitas delas foram fundadas por inventores e/ou<br />

engenheiros, e se beneficiam do fato de que desde o<br />

“elemento zero” têm a vocação de pesquisa, valorizam<br />

o conhecimento, o estudo, têm uma visão de futuro e<br />

investem em tecnologia. No entanto, vivemos em um<br />

mundo tão dinâmico e volátil que já não dá para relegar<br />

a inovação só para essas empresas. Atualmente,<br />

inovar é uma necessidade para qualquer organização<br />

– seja a padaria da esquina, o escritório de advocacia,<br />

a pequena indústria têxtil de Santa Catarina e assim<br />

por diante. Todo mundo precisa incorporar o DNA<br />

inovador ao seu trabalho. E é possível fazer isso.<br />

De maneira prática, as empresas que não têm<br />

esse DNA original precisam entender que a inovação<br />

consistente depende de uma abordagem sistêmica. É<br />

como fazer um bolo. Para tornar uma empresa inovadora<br />

é preciso incorporar vários ingredientes que<br />

se inter-relacionam e se complementam. Certamente,<br />

valorização das pessoas é a base de tudo, mas há vários<br />

outros aspectos relativos a tecnologias, processos,<br />

indicadores, e assim por diante, que precisam fazer<br />

parte dessa equação.<br />

Além disso, é fundamental entender que essa<br />

transformação só ocorre se a alta liderança estiver<br />

engajada. Esse não é o tipo de transformação que<br />

ocorre de insurgentes, de uma democracia de revolucionários<br />

que levam a mudança de baixo para cima.<br />

O negócio é “top-down”, porque a alta liderança precisa<br />

ser responsável por trazer para a cultura alguns<br />

elementos que talvez estejam faltando, como:<br />

Valorização do desenvolvimento das pessoas;<br />

Estímulo ao risco;<br />

Tolerância ao erro;<br />

Estímulo e construção das redes internas de cooperação,<br />

de colaboração – e externas também;<br />

Desenvolvimento de um mindset voltado sempre<br />

para o usuário, para o consumidor, para o<br />

mercado.<br />

“A inovação<br />

incremental<br />

não é<br />

absolutamente<br />

revolucionária,<br />

mas agrega<br />

valor, melhora,<br />

sustenta a<br />

sua empresa,<br />

o que é muito<br />

importante.”<br />

É necessária uma espécie de revolução na forma<br />

como a empresa enxerga o mundo para sair do ponto<br />

zero e se tornar um ambiente inovador. E para acontecer<br />

uma transformação completa, só mesmo com a<br />

alta liderança comprometida, engajada, criando ferramentas,<br />

instituindo a meritocracia e esse desejo de<br />

olhar para a frente, desapegando dos sucessos do passado<br />

e estimulando a empresa para modelos futuros.<br />

Em empresas inovadoras por natureza, como a 3M, o<br />

que é preciso fazer para garantir que essa cultura da<br />

inovação se perpetue?<br />

Toda empresa inovadora precisa ter uma filosofia<br />

direcionando a organização. No caso da 3M é a do<br />

foco voltado ao cliente. Já era assim em 1918 e se mantém<br />

em 2018, por meio do mantra "customer first". Isso<br />

faz muito sentido porque, como eu disse anteriormente,<br />

inovação é criação de valor, e só é possível criar<br />

valor estando muito próximo ao cliente, para entender<br />

efetivamente as necessidades dele, as experiências, as<br />

angústias, e aí pensar, com o conhecimento que a<br />

gente tem em colaboração, em como oferecer uma<br />

solução. Então, uma empresa precisa manter essa filosofia,<br />

esse mindset de foco voltado ao cliente como<br />

principal missão para se manter inovadora.<br />

26<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


Outra coisa que eu acho importante é a capacidade<br />

de desapegar dos grandes sucessos do passado e<br />

ter humildade para nunca parar de aprender. No caso<br />

do desapego, por exemplo, a 3M foi pioneira em fitas<br />

magnéticas, produto que possibilitou que programas<br />

de áudio que antes eram transmitidos apenas ao vivo,<br />

pudessem ser gravados. Mesma coisa para programas<br />

de vídeo. Mas esse tipo de coisa perdeu relevância há<br />

décadas. Como o retroprojetor, que foi um grande<br />

negócio da 3M nas escolas, nas empresas, e se tornou<br />

obsoleto por causa da evolução da tecnologia. E talvez<br />

isso aconteça com outros produtos nossos nos próximos<br />

anos. Mas como a empresa é voltada para o futuro,<br />

para o cliente, a gente sempre tem um exercício<br />

de olhar nossas competências, analisar as tendências<br />

e ver como podemos solucionar os novos problemas<br />

humanos. Então essa capacidade de desapegar de<br />

negócios que eventualmente foram sucessos e se preocupar<br />

em ler o mercado, as tendências, as tecnologias,<br />

os comportamentos é absolutamente vital para uma<br />

empresa se manter inovadora.<br />

Outro componente muito importante nessa equação<br />

é construir um ambiente de confiança. Confiança<br />

que se desperta sendo muito transparente, comunicando<br />

os objetivos da empresa, permitindo que as<br />

pessoas se expressem sem medo de sofrer retaliação,<br />

construindo um ambiente acolhedor e de cooperação.<br />

Se você me perguntar qual é o “golpe mortal” da<br />

capacidade de inovação da 3M, eu responderia que é<br />

o perfil das pessoas que constroem uma cultura colaborativa,<br />

em que todo mundo se apoia, existe troca<br />

informação e de experiência entre os colegas. Essa<br />

cultura colaborativa é o nosso grande patrimônio.<br />

intraempreendedor, aí eu ensino tudo isso para a<br />

minha equipe, minha equipe se torna líder e isso<br />

vai se alimentando e tornando um motor perpétuo.<br />

Muitos pensam que inovar tem a ver com ter uma ideia<br />

de um milhão de dólares e/ou criar algo completamente<br />

disruptivo, mas empresas como Netflix mostram que<br />

pequenas inovações em processos, quando feitas de<br />

forma constante, acabam construindo a verdadeira<br />

cultura de inovação. Nesse sentido, como olhar para a<br />

inovação de forma prática no dia a dia?<br />

Eu acho muito interessante a gente pensar a seguinte<br />

questão: inovação pressupõe um exercício anterior de<br />

planejamento, uma visão de futuro. Tem a ver com<br />

questões como:<br />

Onde a empresa deve “jogar” no futuro?<br />

Em que adjacências ela deve entrar?<br />

O que ela pode se tornar?<br />

Que novos produtos e/ou serviços ela pode incorporar<br />

no futuro?<br />

Também é fundamental garantir que as pessoas<br />

sejam estimuladas a apresentar suas ideias, a pensar<br />

diferente, a olhar de fora para dentro, pensando no<br />

usuário e em construir o futuro. Encorajar as pessoas<br />

a exercerem suas iniciativas sempre fez parte da<br />

cultura da 3M. Aqui, as pessoas são incentivadas a<br />

ter coragem, a exercer sua autonomia. Um ambiente<br />

que proporciona confiança, colaboração e esse senso<br />

de autonomia, de empreendedorismo dentro da organização<br />

é vital para fazer a empresa ser sempre<br />

inovadora.<br />

Nesse ambiente é superimportante que haja um<br />

treinamento permanente das lideranças. Eu aprendi<br />

a ter essa visão de mundo voltada para o cliente,<br />

a ler as transformações da tecnologia, a desapegar,<br />

a criar um ambiente confiável, cooperativo,<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 27


Ou seja, é preciso fazer um trabalho árduo, ter um<br />

pensamento mais forte sobre a sua visão de futuro. E<br />

todo mundo precisa estar envolvido. Assim, é possível<br />

mapear os seus alvos e encontrar oportunidades de<br />

projetos. Depois de conhecer eventuais novas categorias,<br />

novos produtos, eventualmente transformar em<br />

serviço... enfim, de definir um projeto, você vai poder<br />

alocar pessoas para estudar problemas. Inovação é<br />

isso! O pessoal às vezes acha que inovar é ter uma<br />

ideia brilhante, mas é muito arregaçar mangas, olhar<br />

para um alvo e ir lá investigar:<br />

Como aquele usuário faz isso?<br />

O que mais atrapalha?<br />

Qual gap ele tem?<br />

E aí você vai anotar, tirar um monte de conclusões<br />

e vai tentar encontrar uma solução que atenda aquela<br />

necessidade. Mas antes você precisa ter esse mapa,<br />

priorizar os projetos e alocar as pessoas para fazer o<br />

trabalho da inovação.<br />

Outra coisa que é importante pensando nessa ideia<br />

é entender que a inovação disruptiva não é a única<br />

forma de inovação. Aliás, essa é a mais difícil de<br />

acontecer, e mesmo para grandes empresas inovadoras,<br />

como a 3M e o Google, a parcela de inovações<br />

radicais é pequena. A maioria dos projetos inovadores<br />

é de inovação incremental. Mas não é por isso que<br />

eles são menos importantes. Eles têm o papel de continuar<br />

transformando a sua empresa, levando uma<br />

novidade para o mercado, satisfazendo o usuário em<br />

determinada frente, levando ao canal uma novidade,<br />

melhorando a sua margem.<br />

Ou seja, a inovação incremental não é absolutamente<br />

revolucionária, mas agrega valor, melhora,<br />

sustenta a sua empresa, o que é muito importante. E,<br />

de novo: no seu exercício de priorização, você vai<br />

colocar coisas que eventualmente são fáceis, simples,<br />

mas estão alinhadas à sua visão de futuro para os<br />

próximos anos.<br />

É preciso entender e diagnosticar o que há de<br />

errado em cada departamento, quais são as oportunidades,<br />

quais são as tendências e assim por diante.<br />

Você faz esse trabalho, aí prioriza o que dá para<br />

trabalhar – o que tem gente, o que provavelmente<br />

vai trazer mais resultado –, aloca as pessoas, define<br />

o líder daquele projeto, estimula e vai adiante para<br />

buscar o resultado. Essa é a aplicação prática da<br />

inovação.<br />

“As organizações devem escolher os indicadores que mais fazem sentido<br />

para os seus projetos. O que eu garanto é que é muito importante<br />

estabelecer KPIs claros e que mostrem o impacto real daquele<br />

esforço, daquele investimento todo em inovação. Caso contrário, se<br />

não observarem de uma forma clara o benefício da inovação para a<br />

companhia, muitas pessoas poderão questionar seu posicionamento.”<br />

Por que é importante ter métricas para avaliar a evolução<br />

de ideias inovadoras? E quais métricas você recomenda<br />

que sejam monitoradas nesse sentido?<br />

Não ter uma forma de mensurar o esforço de inovação<br />

é um grande erro. Eu já vi iniciativas interessantes se<br />

perdendo por falta de maneiras de medir a evolução<br />

do projeto. Ao mesmo tempo, como o objetivo de uma<br />

inovação é maior do que simplesmente trazer resultado<br />

no curto prazo, as métricas não precisam gerar<br />

pressão extrema, podem ser mais equilibradas.<br />

Na 3M, a questão que orienta nossas decisões é:<br />

“como se parece o sucesso dessa iniciativa?”. Ou seja,<br />

quais são os indicadores que mostram que podemos<br />

comemorar o sucesso de uma inovação e divulgá-la<br />

para a organização como um todo?<br />

Inovação pressupõe impacto em resultado. Então,<br />

os indicadores que a 3M usa há muito tempo são: o<br />

impacto na margem, nas vendas e no lucro da companhia.<br />

Isso é muito importante. Se você cria essa<br />

transformação dentro da empresa, aloca gente e recursos,<br />

faz pesquisa, mas no fim não consegue provar<br />

melhora nos seus resultados financeiros, toda essa<br />

transformação cultural é colocada em xeque. Então,<br />

o principal indicador para a 3M é a porcentagem das<br />

vendas que derivam de novos produtos e serviços.<br />

Mas é possível ter outros indicadores mais granulares<br />

também, como:<br />

1) Tipo de inovação: quanto do lucro vem de inovações<br />

radicais ou incrementais ou novas aplicações;<br />

2) Indicadores que medem a saúde de esforços<br />

da organização para buscar o resultado, como<br />

percentual de pessoas da organização treinadas<br />

em metodologias de inovação, treinamentos de<br />

criatividade de design thinking, e assim por diante;<br />

3) Número de ideias que vêm de fora da companhia,<br />

se a empresa pretende estimular muito<br />

essa questão de inovação aberta;<br />

28<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


4) Número de patentes desenvolvidas pela equipe<br />

de cientistas, se é uma empresa de pesquisa<br />

e desenvolvimento;<br />

5) Número ou percentual da equipe técnica de<br />

doutores e mestres.<br />

As organizações devem escolher os indicadores<br />

que mais fazem sentido para os seus projetos. O que<br />

eu garanto é que é muito importante estabelecer KPIs<br />

claros e que mostrem o impacto real daquele esforço,<br />

daquele investimento todo em inovação. Caso contrário,<br />

se não observarem de uma forma clara o benefício<br />

da inovação para a companhia, muitas pessoas<br />

poderão questionar seu posicionamento.<br />

Como os vendedores podem desenvolver uma mentalidade<br />

inovadora?<br />

Na 3M, a gente sempre estimula que os vendedores<br />

tenham a visão que a gente espera de todo empreendedor:<br />

de olhar para fora, identificar as oportunidades,<br />

aprender a fazer uma leitura do que está acontecendo<br />

no mercado, nas outras empresas, nos concorrentes<br />

e, a partir disso, conseguir trazer uma oportunidade,<br />

um projeto para a companhia desenvolver – pode ser<br />

um novo produto, um novo serviço, uma nova forma<br />

de passar informação e assim por diante.<br />

Por exemplo: se, durante o planejamento de território,<br />

o vendedor consegue organizar melhor seu<br />

dia, o que faz com que ele seja mais produtivo e assertivo<br />

no seu trabalho, isso é uma mudança inovadora.<br />

Se dentro de uma empresa em que ele costuma<br />

visitar apenas uma determinada pessoa, certa vez<br />

acaba conseguindo expandir a visão e identificar que<br />

há mais contatos relevantes, passando a se conectar<br />

com outras pessoas que têm outros papéis de influenciar<br />

a decisão de compra e o relacionamento, isso<br />

será uma inovação. Se ele consegue imaginar uma<br />

forma mais efetiva de aumentar a percepção de valor<br />

do cliente – fazer algum tipo de evento, criar um<br />

workshop de cocriação, levar o cliente à matriz, ou<br />

qualquer outra atividade que não é o seu padrão, não<br />

é a sua rotina – e que no final vai impactar na percepção<br />

do cliente e trazer novas oportunidades que<br />

serão convertidas em negócios, isso é uma inovação.<br />

Nesse sentido, é nosso dever estimular que a equipe<br />

de vendas pratique essa visão de mundo, que busque<br />

identificar novas oportunidades olhando para a<br />

sua rotina procurando notar pontos que podem ser<br />

diferentes, melhores, sempre com a visão de que resultados<br />

isso traz para a atividade.<br />

Quais são suas dicas para quem quer inovar e não sabe<br />

como começar?<br />

Eu resumiria minhas dicas a três:<br />

Nunca deixe de lado suas crenças, suas causas.<br />

Trabalhe vislumbrando o futuro.<br />

Estabeleça conexões com pessoas de diferentes<br />

tribos.<br />

Explico.<br />

É muito difícil inovar estando apático, desempenhando<br />

uma função que te faz querer que o tempo<br />

passe rápido. Para inovar, é preciso fazer coisas que<br />

estejam conectadas com o seu objetivo, com o seu<br />

propósito e com as pessoas com quem você convive.<br />

Afinal, você só vai criar coisas diferentes e jogar<br />

aquela energia que fará a diferença no mundo se você<br />

se conectar com áreas de seu interesse, com focos<br />

que têm uma conexão muito íntima com a sua essência.<br />

Faz toda a diferença quando você se conecta com<br />

uma organização que tem valores com os quais você<br />

se identifica, se você está estudando coisas que te<br />

entusiasmam muito e fazem você ter mais vontade<br />

de se dedicar àquele universo.<br />

Além disso, obviamente é muito interessante estar<br />

com o radar ligado ao que está acontecendo hoje e<br />

desenvolver uma capacidade de leitura do mercado.<br />

Assim, você conseguirá identificar grandes transformações<br />

em modelos de negócio, em tecnologias, e se<br />

você tiver sede de saber e de conexão, provavelmente<br />

conseguirá identificar oportunidades interessantes<br />

para investir, para se dedicar.<br />

Por último, estabeleça redes de conexões variadas,<br />

porque essa conexão vai propiciar novo conhecimento,<br />

novas oportunidades de investimento, de trabalho,<br />

de parcerias, de sociedades. Hoje a gente faz pouca<br />

coisa sozinho e vai ser cada vez mais assim. Por isso<br />

é muito interessante trabalhar sempre aberto à colaboração.<br />

Isso fará a diferença no futuro!<br />

Saiba mais<br />

Livro: O poder da inovação – Como alavancar<br />

a inovação na sua empresa<br />

Autor: Luiz Eduardo Serafim<br />

Editora: Saraiva<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 29


Pequenas gigantes / Por Corey Blake, traduzido por Brasílio Andrade Neto* /<br />

divulgação<br />

Valores e<br />

propósitos –<br />

Afinal, por que<br />

sua empresa<br />

está aqui?<br />

Fundei a Round Table Companies<br />

com o objetivo de ajudar empresas<br />

a contarem suas histórias por<br />

meio do storytelling. No entanto,<br />

logo entendi que havia um grande<br />

problema: muitos dos meus<br />

prospects não tinham ideia do que<br />

seus negócios representavam, de<br />

quais eram seus valores. E se nem<br />

a empresa conhece seu valor e<br />

seu propósito, como pode passá-<br />

-los para o cliente?<br />

Deixe-me contar uma história que ilustra bem<br />

um cenário comum. Recentemente, trabalhei com<br />

uma empresa de tecnologia. Eram 16 líderes que<br />

me apresentaram uma grande lista de valores, vinda<br />

de uma votação entre seus mil funcionários. Era<br />

algo que chamo tecnicamente de lixo. Palavras e<br />

expressões que ficam muito bem emolduradas na<br />

parede, mas que não unem ou incentivam ninguém<br />

em volta delas.<br />

Conheça o trabalho da<br />

empresa acessando<br />

roundtablecompanies.<br />

com.<br />

Storytelling já foi tema<br />

de reportagem da <strong>VendaMais</strong>.<br />

Na edição de<br />

março/abril de 2017,<br />

revelamos o caminho<br />

que você precisa percorrer<br />

para aprender a<br />

contar “histórias que<br />

vendem”. Para ler,<br />

acesse bit.ly/histo<br />

riasquevendem.<br />

30<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


Peguei os 16 diretores e propus um desafio: que<br />

eles escrevessem o que os motiva, qual a força que<br />

os faz seguir em frente, e reduzissem o sentimento<br />

a uma palavra. A ideia era que esquecessem a empresa<br />

um pouco, ali falaríamos das pessoas por trás<br />

dos profissionais. Eliminei de cara sete palavras,<br />

por serem sinônimos. Entreguei as nove restantes<br />

para os participantes e pedi que se esforçassem,<br />

por dez minutos, para encurtar a lista para cinco.<br />

Terminamos com:<br />

1 Perseverança.<br />

1 Sonhos.<br />

1 Percepção.<br />

1 Pessoas.<br />

1 Autenticidade.<br />

A partir daí, passamos para a história por trás<br />

de cada palavra.<br />

Aquele que escolheu “perseverança”, contou que<br />

sobreviveu a um câncer quando criança, e por isso<br />

sentiu que perdeu o direito de desistir. Quem disse<br />

“pessoas”, explicou que passou um tempo servindo<br />

nas Forças Armadas, o que lhe deu um senso de<br />

responsabilidade para com todos a sua volta. E<br />

assim por diante.<br />

Dessa forma, todos contribuíram com suas histórias,<br />

e acabamos com definições verdadeiras de<br />

cada palavra. Não gastei tempo discutindo o sentido<br />

de cada termo, fiz eles arrancarem da alma o<br />

que aquelas palavras significavam para cada um,<br />

e, assim, os valores daquele grupo foram sendo<br />

costurados. Daí para descobrir os valores da empresa<br />

foi fácil.<br />

Você também tem a obrigação de tirar “da alma”<br />

os valores da sua organização. Eles definem o ritmo<br />

da empresa, demonstram o que importa para você<br />

e atraem clientes, colaboradores e investidores. Uma<br />

vez que você entende os valores que movem as<br />

pessoas envolvidas no seu negócio, você consegue<br />

dar o passo seguinte e se perguntar: “O que nossa<br />

empresa nasceu para fazer?”. Quer saber como<br />

descobrir os valores que podem iluminar seu caminho<br />

até o propósito? Siga a leitura deste artigo.<br />

A seguir, sugiro um roteiro que pode ajudá-lo nessa<br />

missão.<br />

Primeiro passo: Encontro<br />

Reúna as pessoas mais influentes do seu time (não<br />

são as pessoas de que você naturalmente mais gosta,<br />

mas aquelas que fazem a diferença, os líderes naturais)<br />

Corey Blake<br />

“Você quer criar uma cultura em que as pessoas assumam<br />

riscos para manter seu propósito, certo? Então, precisa começar<br />

a celebrar não apenas as vitórias, mas também as tentativas.<br />

Afinal, se você só celebrar as vitórias, pode criar uma equipe<br />

com medo de tentar fazer coisas novas. E, até que todos se<br />

acostumem a aplicar os princípios no cotidiano, é normal que as<br />

coisas não deem certo.”<br />

e dedique um dia a descobrir seus valores. Em um<br />

local neutro e longe da empresa, onde possam relaxar<br />

e falar sem medo, sigam estes passos:<br />

Comece o dia com alguma atividade que una o<br />

grupo. Pode ser um jogo, uma brincadeira de<br />

salão – como aquela em que se cola uma etiqueta<br />

na testa e tenta-se adivinhar o que está lá, ou<br />

aquela em que cada um escreve cinco palavras<br />

de uma história e passa para o outro escrever<br />

mais cinco, entre outras. Depois que todos estiverem<br />

confortáveis entre si, é hora de concentrar-se<br />

no serviço.<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 31


Vale meditar, respirar, rezar. Peça que todos<br />

pensem na resposta à pergunta “por que estou<br />

nesse mundo?”. De preferência, façam esse<br />

exercício de olhos fechados, para que o contato<br />

visual não deixe ninguém tímido ou ressabiado.<br />

Diga que é muito importante ser honesto,<br />

não importa se a resposta pareça arrogante,<br />

nem nada.<br />

Dê três minutos para cada um escrever sua<br />

resposta. De novo, se for possível que o façam<br />

em um ambiente onde um não olhe o outro,<br />

melhor.<br />

Depois, dê mais um minuto para cada um pensar<br />

e escrever cinco adjetivos que representem<br />

sua resposta.<br />

A seguir, mais 30 segundos para escolher os<br />

dois adjetivos mais importantes, aqueles sem<br />

os quais a pessoa não pode viver. Os outros três<br />

devem ser eliminados.<br />

Peça para cada um escolher apenas um dos dois<br />

adjetivos, e dizê-lo em voz alta. Anote cada um<br />

deles em um quadro ou flip-chart. Não deixe<br />

ninguém de fora.<br />

Então, tente reduzir a lista para cinco palavras.<br />

Corte sinônimos e palavras repetidas, peça que<br />

o grupo decida quais as mais significativas. Sim,<br />

dos 435 mil verbetes que constam no Aurélio<br />

Online, você só vai precisar de cinco!<br />

Uma vez que tenha as cinco, peça ao grupo para<br />

escolher a que consideram mais importante.<br />

Peça que as pessoas que escolheram aquela palavra<br />

(e seus sinônimos descartados) contem o<br />

motivo por tê-lo feito.<br />

Preste atenção na linguagem corporal. Pergunte<br />

o motivo de a pessoa ter ficado entusiasmada<br />

(ou, ao contrário, receosa), extraia o máximo de<br />

cada história.<br />

Anote as palavras mais fortes de cada história<br />

sobre cada palavra.<br />

Utilizando o que anotou, tente criar uma definição<br />

do grupo para cada uma das cinco palavras<br />

originais.<br />

Escolha seus princípios – duas das cinco palavras<br />

serão seus princípios-guia.<br />

Mude a pergunta – Agora, é “por que nós estamos<br />

aqui?”. O objetivo é entender qual é o significado<br />

daquele grupo, qual é o significado da<br />

sua empresa.<br />

Pense como seu cliente. Que desconforto, que<br />

dor o seu cliente sente e somente a sua empresa<br />

pode resolver? E qual é o inverso daquela dor?<br />

O que lhe daria prazer, satisfação?<br />

Defina esses atributos únicos da sua empresa<br />

da forma mais objetiva possível.<br />

Apliquei esse exercício aqui na Round Table, e<br />

foi isso que conseguimos:<br />

Princípios-guia: amor e brilhantismo.<br />

A dor que solucionamos: não ser visto pelo<br />

mundo, sentir-se ignorado.<br />

O outro lado da dor: visibilidade.<br />

Nossos pontos fortes: contar histórias, provocar<br />

transformação, ser fonte de expressão artística.<br />

Segundo passo: O propósito<br />

Se você fez tudo certo, agora tem um propósito<br />

para sua empresa que pode servir para inspirar a<br />

todos. Basta preencher as lacunas:<br />

“Através dos princípios de<br />

e<br />

, nós usamos nossos<br />

pontos fortes:<br />

e<br />

para tirar nossos<br />

clientes da<br />

e dar a eles<br />

”<br />

Agora vem a grande questão: como garantir que<br />

isso não fique apenas na parede?<br />

Terceiro passo: Colocar seus valores em ação<br />

Consistência é tudo. Para evitar que seu propósito<br />

se torne apenas mais uma frase na parede,<br />

você precisará seguir um rigoroso plano que consiste<br />

em:<br />

32<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


1) Liderar pelo exemplo.<br />

Se você deixa os valores da sua empresa de lado<br />

sempre que acha conveniente, pode esperar que sua<br />

equipe logo fará o mesmo. Quanto mais você se<br />

manter fiel a seus valores, mais seus funcionários<br />

estarão dispostos a segui-lo. Portanto, a cada decisão,<br />

pergunte-se se ela fere algum dos valores e<br />

princípios definidos. Isso é ainda mais importante<br />

em decisões difíceis – vale a pena sacrificar a qualidade<br />

para ganhar um contrato?<br />

2) Celebrar as tentativas.<br />

Você quer criar uma cultura em que as pessoas<br />

assumam riscos para manter seu propósito, certo?<br />

Então, precisa começar a celebrar não apenas as<br />

vitórias, mas também as tentativas. Afinal, se você<br />

só celebrar as vitórias, pode criar uma equipe com<br />

medo de tentar fazer coisas novas. E, até que todos<br />

se acostumem a aplicar os princípios no cotidiano,<br />

é normal que as coisas não deem certo.<br />

3) Dividir suas histórias.<br />

Durante reuniões, peça para os participantes relatarem<br />

suas histórias de uso dos princípios da empresa.<br />

Novamente, lidere pelo exemplo. Conte sobre<br />

seus sucessos e sobre tentativas que não deram<br />

certo, mas que mostraram que você se manteve fiel<br />

ao que a empresa representa. Peça que outros façam<br />

o mesmo, até que todos tenham consciência da<br />

importância dos princípios e de fazer com que eles<br />

aconteçam na prática.<br />

4) Usar seus embaixadores.<br />

Aquelas pessoas que participaram da reunião para<br />

escolher as palavras são as embaixadoras natas<br />

dos princípios da sua empresa. Elas sabem de cor<br />

e salteado o que cada termo na sua declaração de<br />

princípios significa, e muito provavelmente estão<br />

empolgadas para transmitir esse conhecimento<br />

– afinal, depois de tanto esforço, aquela frase é<br />

como um filhotinho coletivo. Permita que façam<br />

isso. Faça com que os embaixadores da visão sejam<br />

os responsáveis por treinar as outras pessoas da<br />

empresa. Para isso, separe um tempo para que<br />

possam aplicar pequenas sessões de coaching individuais<br />

para profissionais que não entenderam<br />

algum detalhe. Use a energia de sua equipe de<br />

várias maneiras.<br />

“Não esqueça que uma pessoa jurídica<br />

também é, de certa forma, um organismo vivo,<br />

que respira e que passa por várias mudanças.<br />

Não deixe passar algum valor adicional que<br />

tenha surgido em sua organização só porque<br />

você acha que já definiu seu propósito e,<br />

portanto, pode pensar em outras coisas. Ele<br />

é a maneira como a empresa interage com<br />

o mundo a sua volta. É algo a sempre ser<br />

pensado.”<br />

Quarto passo: evolua<br />

Permita que seu propósito continue a evoluir. Essa<br />

é uma consequência lógica do crescimento de sua<br />

organização e dos desafios que ela enfrenta a cada<br />

dia. E, enquanto o seu propósito pode permanecer<br />

relativamente intocado, a articulação, o modo como<br />

ele é aplicado no dia a dia, vai se tornar mais profundo.<br />

Não esqueça que uma pessoa jurídica também<br />

é, de certa forma, um organismo vivo, que respira<br />

e que passa por várias mudanças. Não deixe passar<br />

algum valor adicional que tenha surgido em sua<br />

organização só porque você acha que já definiu seu<br />

propósito e, portanto, pode pensar em outras coisas.<br />

Ele é a maneira como a empresa interage com o<br />

mundo a sua volta. É algo a sempre ser pensado.<br />

Esta reportagem foi publicada originalmente no blog<br />

da Comunidade Small Giants (blog.smallgiants.org),<br />

em inglês. A tradução, feita por Brasílio Andrade Neto,<br />

foi autorizada.<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 33


CAPA<br />

34<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


<strong>Marketing</strong> <strong>digital</strong> na prática<br />

Neil Patel, um dos 10 melhores profissionais de marketing do<br />

mundo segundo a revista Forbes, apresenta um guia completo<br />

para revolucionar o marketing <strong>digital</strong> da sua empresa.<br />

Acredite: isso vai ajudá-lo a vender (muito) mais!<br />

Teimosia. Essa é uma palavra que<br />

precisa passar longe do seu vocabulário<br />

se você quiser se destacar<br />

em vendas. Afinal, no dia<br />

a dia da área comercial, é preciso estar<br />

sempre pronto para rever conceitos, estratégias,<br />

formas de se relacionar com o<br />

cliente e assim por diante.<br />

Nesse universo de transformações<br />

contínuas e aceleradas, uma das que mais<br />

se destacaram recentemente foi a ascensão<br />

do marketing <strong>digital</strong> como ferramenta<br />

de prospecção de clientes, relacionamento,<br />

pós-venda... enfim, de vendas<br />

mesmo! O que pode causar estranhamento<br />

para alguns profissionais da “velha<br />

guarda”, é verdade, mas que merece<br />

a atenção de quem deseja se manter relevante<br />

no futuro.<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 35


Sabendo disso e pensando<br />

em ajudá-lo a entender<br />

melhor esse novo mundo<br />

de vendas, construir uma<br />

presença <strong>digital</strong> sólida e se<br />

preparar para o que vem<br />

por aí, trouxemos um convidado<br />

especial para falar<br />

sobre marketing <strong>digital</strong> nesta<br />

edição: Neil Patel.<br />

Britânico com raízes indianas,<br />

Patel coleciona condecorações.<br />

O Wall Street<br />

Journal o considerou um<br />

dos principais influenciadores<br />

da web; para a revista<br />

Forbes, ele é um dos dez<br />

melhores profissionais de<br />

marketing on-line; a Entrepeneur<br />

Magazine considera<br />

que a empresa que Patel comanda<br />

é uma das cem mais<br />

brilhantes do mundo; o Presidente<br />

Obama o incluiu em<br />

uma lista de Top 100 empreendedores<br />

com menos de 30<br />

anos; seu livro Hustle, ainda<br />

sem tradução no Brasil, é<br />

um best-seller nos Estados<br />

Unidos; e assim por diante.<br />

Neste artigo exclusivo<br />

para a <strong>VendaMais</strong>, Patel<br />

fala sobre os erros que vê as<br />

empresas cometendo quando<br />

o assunto é marketing<br />

<strong>digital</strong>, apresenta estratégias<br />

que você precisa conhecer,<br />

revela como webmarketing<br />

e vendas se relacionam e<br />

muito mais. Acompanhe,<br />

aprenda e aprimore sua estratégia<br />

online. Você só tem<br />

a ganhar!<br />

8 erros comuns<br />

quando o assunto é<br />

marketing <strong>digital</strong><br />

Por Neil Patel<br />

Muito empreendedores acham que<br />

o marketing <strong>digital</strong> é um ambiente<br />

rápido e acessível para ficar rico. É<br />

como se fosse a “Hollywood” dos<br />

empreendedores, com uma vida<br />

glamorosa, em que bastam alguns<br />

comandos para que o dinheiro apareça<br />

na conta. Infelizmente, não é<br />

bem por aí. Quando empreendedores<br />

vivem o mundo de marketing<br />

<strong>digital</strong>, começam a mudar seu ponto<br />

de vista. <strong>Marketing</strong> <strong>digital</strong> é algo<br />

que toma tempo, investimento<br />

e conhecimento. Se for feito de maneira<br />

errada, pode levar a problemas<br />

sérios, que irão limitar – e muito<br />

– seus esforços. Nesse sentido, estes<br />

são alguns erros cometidos frequentemente<br />

pelas empresas:<br />

1) Desconhecer o público-alvo<br />

Todo mundo sabe que, para vender<br />

no ambiente off-line, é necessário<br />

conhecer o público para o qual será<br />

oferecido o serviço ou produto. No<br />

on-line é a mesma coisa! No entanto,<br />

muitos parecem esquecer e perdem<br />

o foco. No que diz respeito ao<br />

sucesso do marketing <strong>digital</strong>, o<br />

elemento-chave é conhecer o consumidor<br />

que você está tentando<br />

alcançar. Algumas perguntas devem<br />

ser feitas para identificar a persona<br />

do negócio on-line: para quem seus<br />

produtos foram projetados e como<br />

esse público será alcançado? Não é<br />

o empreendedor que irá responder,<br />

mas sim os clientes. E as perguntas<br />

terão respostas após muita pesquisa<br />

junto a diversos públicos.<br />

2) Plano de Negócios<br />

Empresas grandes fazem isso quando<br />

lançam um produto no mercado.<br />

Mas as pequenas e médias,<br />

principalmente brasileiras, ignoram<br />

essa etapa na hora de construir<br />

um negócio, especialmente no ambiente<br />

on-line.<br />

O plano de negócios deve ser<br />

feito dentro de objetivos e metas a<br />

serem alcançadas em determinado<br />

espaço de tempo, como:<br />

Receita x produto x tempo;<br />

Quantidade de usuários ativos;<br />

Leads qualificados;<br />

Custo de aquisição;<br />

Lifetime value do cliente;<br />

Lista de quantas impressões<br />

devem ser geradas;<br />

Número de seguidores que o<br />

seu negócio deve atingir nas<br />

redes sociais;<br />

Como você espera alcançar esses<br />

resultados.<br />

O documento deve conter também<br />

prazos específicos para atingir<br />

cada fase do crescimento do<br />

negócio, que permitirão acompanhar<br />

o progresso e fazer ajustes<br />

na estratégia, baseados nas tendências<br />

de mercado. E digo mais:<br />

uma empresa com um bom plano<br />

de negócios pode atrair investidores<br />

e até mesmo ser vendida<br />

mais facilmente.<br />

3) Ignorar mentores<br />

É compreensível que o empreendedor<br />

seja o principal entusiasta de<br />

seu negócio. O que não é aceitável<br />

36<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


nos dias de hoje, principalmente<br />

na internet, é acreditar estar sempre<br />

certo e não buscar ajuda de<br />

pessoas mais experientes.<br />

Muitos empreendedores ingênuos<br />

acreditam que apenas o seu<br />

conhecimento pessoal e recurso<br />

humano disponível são suficientes<br />

para alcançar o sucesso de um negócio.<br />

Persistir nesse pensamento<br />

e não procurar ajuda de mentores<br />

experientes pode levar ao fracasso<br />

ou gerar perda muito tempo e dinheiro<br />

por erros que poderiam ser<br />

evitados. Hoje, muitos conteúdos<br />

de grandes mentores são gratuitos,<br />

e o empreendedor pode se beneficiar<br />

disso. Mas a relação direta com<br />

um mentor ainda é mais proveitosa.<br />

Claro que existem cursos pagos,<br />

mas usar esse recurso varia de<br />

acordo com a necessidade de cada<br />

um e, mesmo assim, para pagar por<br />

um curso ou mentoria é preciso<br />

muito cuidado. Na dúvida, siga<br />

esses especialistas nas redes e invista<br />

de acordo com a confiança<br />

gerada pelos conteúdos oferecidos.<br />

4) Falta de empatia com<br />

plataformas<br />

É absolutamente essencial estar<br />

familiarizado com as plataformas.<br />

Novidades surgem o tempo todo,<br />

portanto, esteja sempre atualizado<br />

com as tendências e veja o que cada<br />

plataforma, aplicativo ou tecnologia<br />

tem a oferecer. Novamente, a<br />

recomendação de mentores pode<br />

ajudar a selecionar qual é a melhor<br />

para seu negócio. Não tenha vergonha<br />

de pedir ou contratar ajuda.<br />

5) Confiança cega em marketing de<br />

automação<br />

Graças a alguns aplicativos e softwares,<br />

atualmente é muito mais<br />

fácil utilizar a internet para fins<br />

comerciais. É possível criar um<br />

site com poucas ferramentas, fazer<br />

edição de fotos e textos nas redes<br />

sociais sem a necessidade de estar<br />

on-line, e até mesmo fazer uma<br />

análise de visualizações do site<br />

com apenas um clique.<br />

Entretanto, não podemos confiar<br />

100% na automação. Lembre-se:<br />

se você automatizar algo de forma<br />

errada, maximizará o seu erro. É<br />

preciso testar e ficar atento aos<br />

resultados. Além disso, o público<br />

pode mudar a forma de pensar e<br />

de interpretar a sua automação<br />

— nesse momento, é essencial que<br />

você tenha pessoas para observar<br />

isso e alterar a automação. Só automatize<br />

aquilo que você já viu que<br />

está dando resultados positivos.<br />

Automatizar coisas que você tem<br />

dúvida pode gerar uma catástrofe<br />

irreparável ao seu negócio.<br />

6) Falta de interação com o público<br />

nas redes<br />

Interagir com o público ajuda muito<br />

a criar empatia e entender o que<br />

eles precisam, além de mostrar ao<br />

cliente que você está disponível<br />

para responder dúvidas, críticas ou<br />

conduzir o serviço.<br />

7) Falta de análise de dados<br />

A análise de dados digitais é um<br />

campo complicado, mas é essencial<br />

no marketing <strong>digital</strong>. A ferramenta<br />

mais popular para isso<br />

é o Google Analytics, mas existem<br />

muitas outras, como Crazy Egg,<br />

que analisa o comportamento do<br />

usuário no site, filma a navegação<br />

e mostra o mapa de calor das áreas<br />

mais clicadas e até aonde o<br />

usuário usou a barra de rolagem.<br />

Entretanto, raramente compreensível.<br />

Mas só assim será possível<br />

acompanhar o sucesso dos<br />

esforços da marca em ações de<br />

marketing. Analisar dados é essencial<br />

para o crescimento do seu<br />

negócio.<br />

8) Confiar apenas em canais digitais<br />

Um grande erro cometido por novos<br />

empresários é depender da<br />

internet para fazer tudo em termos<br />

de marketing. É necessário unificar<br />

as campanhas on-line e off-<br />

-line. Para isso, você pode contar<br />

com a ajuda de ações de assessoria<br />

de imprensa, relações públicas,<br />

feiras e eventos relacionados à<br />

indústria. Assim é possível garantir<br />

que o negócio permaneça na<br />

cabeça dos clientes, onde quer que<br />

eles estejam.<br />

Webmarketing<br />

e vendas<br />

Erros analisados e deixados longe<br />

da sua empresa, chega a hora de<br />

pensar no que fazer para garantir<br />

que suas ações de marketing <strong>digital</strong><br />

sejam eficientes.<br />

Sempre vou insistir que a forma<br />

de vender mudou. Não dá mais<br />

apenas para adjetivar produtos e<br />

criar superpromoções. O mercado<br />

quer mais! Quer o vendedor ou<br />

marca como curador. Nesse sentido,<br />

o seu site é parte do processo<br />

de vendas, e seu conteúdo vai ajudar<br />

o cliente a tomar decisão. Aliás,<br />

essa curadoria não ajuda somente<br />

a vender, mas também a<br />

mostrar quais necessidades determinado<br />

produto pode resolver. Por<br />

meio de um bom marketing de<br />

conteúdo e estratégias de SEO, a<br />

empresa mostra que entende do<br />

que está falando.<br />

A força de vendas deve entrar<br />

em ação depois que potenciais compradores<br />

forem identificados. Os<br />

leads mais qualificados devem ser<br />

entregues aos vendedores, que têm<br />

o papel de ser consultores que ajudam<br />

o cliente. No mercado atual,<br />

a venda é uma consequência natural<br />

de um processo de educação.<br />

“On-line ou<br />

off-line, o<br />

consumidor<br />

quer resolver<br />

um problema ou<br />

realizar um<br />

sonho. Desejo e<br />

necessidade<br />

são os gatilhos<br />

que movem o<br />

consumo. Onde<br />

ele vai comprar<br />

é uma questão<br />

de escolha.”<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 37


“Por meio de<br />

um bom<br />

marketing de<br />

conteúdo e<br />

estratégias de<br />

SEO, a empresa<br />

mostra que<br />

entende do que<br />

está falando.”<br />

Se a sua força de vendas entender<br />

isso, tudo vai fluir melhor, e você<br />

vai vender mais.<br />

Neste sentido, é importante<br />

dizer que os conceitos do marketing<br />

tradicional continuam funcionando<br />

na web. Afinal, a essência<br />

do marketing é a mesma: on-<br />

-line ou off-line, o consumidor quer<br />

resolver um problema ou realizar<br />

um sonho. Desejo e necessidade<br />

são os gatilhos que movem o consumo.<br />

Onde ele vai comprar é uma<br />

questão de escolha.<br />

O fato é que o consumidor mudou,<br />

mas as estratégias de marketing<br />

tradicional ainda funcionam<br />

muito bem, apenas precisaram<br />

passar por algumas adaptações.<br />

Assim, os 4Ps (Produto, Preço, Praça<br />

e Promoção) do marketing tradicional<br />

continuam mais ativos do<br />

que nunca, pois, sem essas estratégias,<br />

nenhuma ação conseguiria<br />

obter sucesso no mercado. Ao mesmo<br />

tempo, várias ações de PDV,<br />

por exemplo, hoje em dia têm algum<br />

tipo de integração com sites promocionais,<br />

cadastros via landing<br />

page etc., o que mostra que as empresas<br />

estão observando que a internet<br />

e os meios digitais completam<br />

suas ações.<br />

Dentro do ambiente virtual,<br />

podemos destacar as principais<br />

estratégias de marketing, que são<br />

novas ou tiveram que se adaptar:<br />

SEO (search engine optimization).<br />

Posicionamento da marca<br />

nas buscas orgânicas do<br />

Google. Essa estratégia é fundamental<br />

para criar autoridade<br />

da sua marca em buscas relacionadas<br />

aos seus produtos,<br />

serviços ou ao universo do seu<br />

mercado. Estar bem posicionado<br />

para diversas buscas vai<br />

gerar um resultado impressionante<br />

para sua marca e infinitas<br />

possibilidade de negócio.<br />

Essa é uma estratégia-chave<br />

para quem quer crescer e dominar<br />

o seu mercado.<br />

PPC (pay per click). É uma<br />

estratégia que gera tráfego pago,<br />

segmentado por palavras<br />

relacionadas ao seu negócio. É<br />

uma alternativa cara para quem<br />

quer aparecer no Google. Você<br />

também pode usar o PPC no<br />

Facebook, por exemplo.<br />

E-mail marketing. Essa é<br />

umas das três principais estratégias<br />

de marketing on-line<br />

para atrair clientes para o site<br />

da empresa. Ao contrário do<br />

que muitos acham, quando você<br />

tem um bom conteúdo e uma<br />

lista de contatos como potenciais<br />

clientes, pode elevar drasticamente<br />

a taxa de conversão.<br />

<strong>Marketing</strong> de conteúdo. É<br />

uma estratégia de longo prazo,<br />

baseada na construção de um<br />

forte relacionamento com os<br />

clientes, conseguido através do<br />

fornecimento de conteúdo valioso,<br />

consistente e altamente<br />

relevante para eles. Recomendo<br />

fortemente você investir nisso.<br />

Inbound marketing. A estratégia<br />

não é vender um produto<br />

“goela abaixo”, mas sim educar<br />

o cliente durante a jornada de<br />

compra, transformando-o em<br />

embaixador da marca. A ideia<br />

é mostrar ao mercado que a<br />

necessidade existe, ensiná-lo a<br />

respeito dela e se firmar como<br />

autoridade no assunto.<br />

Outbound marketing. Essa é<br />

uma forma mais ativa e “agressiva”<br />

de atrair clientes. É como<br />

mala direta, telemarketing,<br />

mail-blast etc., em marketing<br />

tradicional. A estratégia funciona,<br />

mas acaba tendo efeito<br />

contrário e espantando os clientes<br />

quando é usada de forma<br />

exagerada. Não costumo recomendar,<br />

mas existem empresas<br />

que estão satisfeitas com os<br />

resultados.<br />

Cabe a você analisar todas<br />

essas opções, buscar exemplos de<br />

empresas que utilizam essas estratégias<br />

cotidianamente para<br />

analisar o que elas fazem e decidir<br />

quais são as ideais para a sua<br />

realidade. Mas não ache que você<br />

precisa fazer tudo sozinho.<br />

Trabalho em equipe é fundamental<br />

para fazer o marketing <strong>digital</strong><br />

decolar!<br />

Outbound marketing<br />

x inside sales<br />

Embora muitos ainda confundam<br />

as estratégias de outbound com<br />

inside sales, existe um abismo de<br />

distância entre os dois termos. O<br />

meu ponto de vista é que o outbound<br />

está perdendo cada vez mais espaço,<br />

principalmente nos EUA e na<br />

Europa. A forma agressiva de vender<br />

para clientes já é obsoleta.<br />

Já o inside sales acaba sendo<br />

uma nova forma de vendas, usando<br />

estratégias de marketing durante<br />

a jornada do consumidor. Com<br />

certeza, o inside sales irá se popularizar<br />

ainda mais nos próximos<br />

anos, principalmente no Brasil,<br />

onde o termo não é tão conhecido<br />

e as estratégias estão amadurecendo.<br />

Eu recomendo que as empresas<br />

que possuem um processo<br />

de venda consultivo e mais complexo<br />

invistam em estratégias de<br />

inside sales para vender mais.<br />

As empresas que utilizam as<br />

duas estratégias podem aproveitar<br />

do conteúdo gerado pelo inside sales<br />

para ajudar as estratégias de<br />

outbound. Além disso, as dúvidas e<br />

objeções identificadas pela estratégia<br />

de outbound podem ser matéria-prima<br />

para construção de<br />

novos ativos no inside sales. Entendeu?<br />

As duas estratégias podem<br />

se beneficiar mutuamente, e quando<br />

bem trabalhadas, vão ajudar o<br />

negócio a vender mais!<br />

38<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


Ferramentas e<br />

tendências<br />

Existem tantas ferramentas por<br />

aí que seria impossível listar cada<br />

uma e fazer uma crítica. Mas o que<br />

é evidente é que as mais eficientes<br />

são aquelas que trazem dados analíticos<br />

sobre seu negócio. Pelo simples<br />

fato de que elas ajudam a eliminar<br />

as “opiniões”.<br />

Para mim, uma opinião é um<br />

ponto de vista pessoal cheio de<br />

preconceitos. Isso não vale de nada<br />

para a condução de um negócio.<br />

Todo mundo pode ter uma opinião<br />

sobre alguma decisão, mas se ela<br />

não estiver acompanhada de dados,<br />

para mim ela não serve. Se você<br />

me disser que eu preciso mudar o<br />

botão principal da minha página<br />

sem me mostrar dados, eu não vou<br />

ouvir. Agora, se você disser que<br />

90% das pessoas clicaram mais no<br />

novo botão que você criou, e esse<br />

número veio de um teste feito, aí<br />

sim eu vou ouvir. Consegue perceber<br />

como isso faz diferença? Não<br />

é mais uma opinião, é uma análise.<br />

Sobre novas tendências, o nosso<br />

conselho é sempre estar atento<br />

aos grandes autores de conteúdo<br />

sobre o marketing <strong>digital</strong> e tradicional.<br />

Essas pessoas frequentemente<br />

compartilham experiências<br />

com experimentos que possivelmente<br />

podem virar tendências. Vou<br />

citar cinco tendências que estão<br />

saltando aos meus olhos:<br />

a) A cada ano que passa a concorrência<br />

– em todos os mercados<br />

– aumenta! Isso é importante<br />

especialmente para<br />

quem investe em anúncios, pois<br />

eu posso afirmar que os custos<br />

vão aumentar. Então, tenha isso<br />

em mente e prepare seu orçamento.<br />

b) Com o aumento do custo por<br />

anúncios, as empresas vão<br />

procurar uma forma de gerar<br />

audiência fiel em canais que<br />

não precisem necessariamente<br />

pagar para conseguir<br />

resultados. Veremos mais conteúdos<br />

sendo criados para educar<br />

os prospects e clientes, e<br />

isso vai ajudar muito.<br />

c) Empresas criarão pequenos<br />

produtos on-line para aumentar<br />

a sua receita. Por<br />

exemplo: se você tem um serviço<br />

de consultoria, pode pegar<br />

uma pequena parte do seu negócio<br />

e fazer disso um produto<br />

<strong>digital</strong> e vender on-line. Isso<br />

vai ajudá-lo a ter um produto<br />

mais barato que seja de entrada<br />

para criar mais clientes. Depois,<br />

você poderá fazer upsells<br />

com esses clientes.<br />

d) Crescimento de produção de<br />

vídeos para vários propósitos:<br />

anúncios, conteúdos educativos<br />

e até mesmo central de ajuda.<br />

e) Atendimento à distância<br />

com auxílio de tecnologias<br />

(Skype e webinários) vai ajudar<br />

muitas empresas a aumentar<br />

sua carteira de clientes<br />

e também atender melhor<br />

os clientes atuais.<br />

Além disso, não se esqueça de<br />

considerar adaptar o seu site para<br />

dispositivos móveis. Sim, isso já<br />

não é mais tendência, mas muitas<br />

empresas não possuem sites amigáveis<br />

e preparados para dispositivos<br />

como smartphones e tablets.<br />

Então, fique com essa dica final<br />

como um lembrete, e não como<br />

uma tendência. Você vai ver muitos<br />

clientes novos vindos através do<br />

celular. Aproveite!<br />

“As empresas estão observando que<br />

a internet e os meios digitais<br />

completam suas ações.”<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 39


“No mercado<br />

atual, a<br />

venda é uma<br />

consequência<br />

natural de um<br />

processo de<br />

educação. Se a<br />

sua força de<br />

vendas entender<br />

isso, tudo vai<br />

fluir melhor e<br />

você vai vender<br />

mais.”<br />

Convencendo<br />

veteranos a<br />

abraçarem e<br />

utilizarem as novas<br />

tecnologias<br />

De modo geral, quando se trata de<br />

marketing <strong>digital</strong>, as empresas brasileiras<br />

estão alguns anos atrás das<br />

empresas dos EUA, da Europa e da<br />

Ásia. Quando falamos exclusivamente<br />

das pequenas, as que são<br />

prestadoras de serviços ou comércios<br />

locais, praticamente não existe<br />

comparação. A maioria, no mundo,<br />

acaba sendo resistente. E é isso<br />

que quero quebrar, apresentando<br />

conteúdos que atinjam pequenos,<br />

médios e grandes empresários. É<br />

só por meio de informação e experiências<br />

que a gente consegue romper<br />

barreiras. Por isso, recomendo<br />

duas dicas práticas:<br />

1) Mostre cases internacionais<br />

e nacionais, propondo que<br />

a sua empresa deva experimentar<br />

o mesmo caminho.<br />

Apresente uma proposta que<br />

contenha: objetivos, prazos,<br />

investimentos necessários, indicadores<br />

de sucesso.<br />

2) Peça um pequeno investimento<br />

e um pequeno espaço<br />

para fazer testes controlados.<br />

Após os testes, mostre<br />

resultados. Combinadas, essas<br />

duas ações podem gerar uma<br />

explosão de insights e ideias e<br />

comprovar para os veteranos<br />

que você estava certo e que<br />

eles devem continuar investindo<br />

no caminho novo que<br />

você sugeriu.<br />

Como disse anteriormente,<br />

quando você faz isso, você coloca<br />

as opiniões de lado e comprova que<br />

as ações podem funcionar. Agora,<br />

se mesmo depois de mostrar cases<br />

e resultados com experimentos<br />

você não conseguir causar a mudança<br />

que deseja/necessita fazer,<br />

só restam duas alternativas:<br />

1) Tente novamente, até você<br />

achar quem não tem mais jeito.<br />

2) Saia logo dessa empresa e procure<br />

um lugar em que essas<br />

ideias fazem sentido, são aceitas<br />

e aplicadas, pois as empresas<br />

com pensamento antigo vão<br />

ficar para trás e morrer. Não<br />

dá para se conformar com um<br />

ambiente que não toma decisões<br />

baseadas em dados e está condizente<br />

com realidades ultrapassadas.<br />

Para pensar: Na hora de<br />

fazer o planejamento,<br />

como calcular<br />

orçamento/budget para a<br />

área de webmarketing?<br />

Existem especialistas que dizem<br />

para destinar 10% do budget para<br />

redes sociais e investir o outro<br />

montante em outras ações on-line.<br />

Eu discordo. Acredito que é possível<br />

investir 50% em conteúdo (vídeos,<br />

e-books, artigos etc.), ações<br />

em redes sociais (branding, engajamento)<br />

e SEO (ferramentas, link<br />

building, onpage), e os outros 50%<br />

podem ser divididos em estratégias<br />

para gerar tráfego pago.<br />

Mas o grande X da questão é<br />

entender qual canal traz mais resultado.<br />

É necessário adaptar seu<br />

orçamento de acordo com o canal<br />

que traz mais clientes, aumentando<br />

seu investimento nesse canal<br />

e diminuindo o investimento nos<br />

canais que não geram vendas.<br />

Separe também um pequeno<br />

investimento para testes. De preferência,<br />

faça isso com profissionais<br />

que entendem do assunto.<br />

Indicadores de<br />

performance<br />

Por fim, chegamos às métricas de<br />

sucesso. A internet é um lugar de<br />

constantes mudanças, e uma<br />

grande estratégia hoje pode não<br />

ser a melhor amanhã. O melhor<br />

a fazer é executar uma estratégia,<br />

entregar conteúdo que tenha valor<br />

e tentar manter as métricas<br />

em ordem mês após mês. Os indicadores<br />

que eu mais costumo<br />

usar são estes:<br />

Tráfego. É a métrica mais importante<br />

porque possibilita tudo<br />

que vem depois: engajamento<br />

e conversão. Não é apenas o<br />

tráfego em si que é importante,<br />

mas o monitoramento de visitantes<br />

dentro do site, seja em<br />

sessões (várias vezes) ou visitas<br />

(uma vez por mês, por exemplo).<br />

No momento da análise é importante<br />

fazer um comparativo<br />

e identificar o que deu certo e<br />

errado, elencando as ações daquele<br />

período.<br />

Ranking. Embora não seja<br />

uma métrica, por não ser possível<br />

fazer cálculos, é o melhor<br />

indicador para mostrar como<br />

está a performance da empresa<br />

nas buscas. O posicionamento<br />

no ranking de busca mostra<br />

como o Google “vê” a empresa.<br />

Se o Google gostar e fizer muitas<br />

referências, está sendo bem<br />

executado.<br />

Tempo de permanência no<br />

site. Há 15 anos, quando os<br />

sites eram estáticos e não possuíam<br />

quase nada de conteúdo,<br />

quando um visitante ficava<br />

mais de dois minutos na página<br />

era como se fosse a conquista<br />

de um título mundial. Hoje,<br />

com a presença maçante de<br />

conteúdos relevantes nos sites,<br />

dois minutos é sinal de tristeza.<br />

40<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


“Não dá para se conformar com um ambiente que não toma<br />

decisões baseadas em dados e está condizente com realidades<br />

ultrapassadas.”<br />

Quanto mais tempo o usuário<br />

estiver dentro do site, mais<br />

chances de convertê-lo. Muitos<br />

sites de conteúdo têm usado<br />

uma ferramenta que mostra<br />

para o leitor quanto tempo ele<br />

irá demorar para ler post “x”.<br />

Geralmente é logo no início do<br />

texto. Ao cruzar o tempo de<br />

leitura x o tempo médio de permanência<br />

via analytics, é possível<br />

identificar se o conteúdo<br />

tem agradado os leitores, mantendo<br />

engajamento, ou simplesmente<br />

está lá para marcar<br />

presença.<br />

Páginas por visita. Quando<br />

um post linka outra página, o<br />

tempo de permanência do visitante<br />

no site tende a aumentar.<br />

E isso mostra o engajamento.<br />

Muitos usam essa estratégia<br />

na hora de efetuar uma venda.<br />

Jogam iscas e conteúdos nos<br />

posts para direcionar direto<br />

para a venda de um produto.<br />

Ao analisar essa métrica, é<br />

possível definir como fazer a<br />

abordagem correta.<br />

Visitantes que retornam. A<br />

relação de visitantes retornantes<br />

e o total de visitantes é<br />

uma métrica-chave para responder<br />

à pergunta: “O meu<br />

conteúdo é bom o suficiente<br />

para as pessoas voltarem novamente?”.<br />

O Google Analytics<br />

tem uma opção em seu painel<br />

para avaliar o percentual de<br />

novas sessões.<br />

Compartilhamento social.<br />

Um ótimo conteúdo é aquele<br />

que entrega valor. Quando algo<br />

assim é oferecido, a tendência<br />

é que as pessoas queiram<br />

compartilhar. Ao fazer isso,<br />

elas dizem para sua rede: “Isso<br />

tem valor, vocês deveriam dar<br />

uma olhada”. O compartilhamento<br />

é uma métrica importante<br />

pois é uma oportunidade<br />

para o conteúdo sair da sua<br />

audiência e alcançar uma nova<br />

rede de pessoas. A vantagem<br />

de ter os botões de compartilhamento<br />

que aparecem à medida<br />

que as pessoas leem (dentro<br />

do site) é que eles podem<br />

capitalizar no momento em<br />

que o conteúdo é tão bom que<br />

deve ser compartilhado.<br />

Cliques de plataformas sociais.<br />

Os “cliques em postagem”<br />

referem-se a quando as pessoas<br />

fazem qualquer coisa, como<br />

expandir para ler comentários,<br />

clicar para ver a imagem na<br />

janela de visualização ou clicar<br />

"play" em um vídeo. É uma<br />

ótima métrica para identificar<br />

o engajamento.<br />

Links externos. A quantidade<br />

de links externos que seu<br />

site recebe é um fator importante<br />

para seu posicionamento<br />

orgânico. Por isso, invista<br />

em link building. Contrate especialistas<br />

em fazer links usando<br />

técnicas permitidas pelo<br />

Google e evite black-hat (técnicas<br />

que tentam burlar o algoritmo<br />

do Google).<br />

E assim você tem um panorama<br />

de como o marketing <strong>digital</strong> e suas<br />

ferramentas podem ser úteis para<br />

o seu dia a dia em vendas, e pode<br />

iniciar sua trajetória rumo a um<br />

processo de vendas mais moderno,<br />

eficiente e atualizado. Dessa forma,<br />

o futuro promete ser mais promissor.<br />

E aí, vai investir nesse caminho?<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 41


Vida de vendedor<br />

Thiago Concer<br />

O cliente quer comprar,<br />

só você não percebeu!<br />

Conheça sete sinais que mostram que o cliente tem interesse em fechar a compra com<br />

você e passe a reconhecê-los no seu dia a dia. Isso vai ajudá-lo a vender mais!<br />

Depois de observar<br />

milhares de<br />

vendas sendo<br />

perdidas por<br />

detalhes, de ver<br />

muito dinheiro<br />

vo a ndo d a s<br />

mãos de vendedores<br />

simplesmente<br />

porque eles não enxergavam<br />

os sinais de compra que o<br />

cliente estava emitindo, e de observar<br />

uma venda acabar não<br />

acontecendo – apesar dos sinais<br />

evidentes de que ela já estava<br />

feita, precisava somente de um<br />

“empurrãozinho” do vendedor<br />

– resolvi escrever este artigo.<br />

Para começar, vamos falar<br />

logo do maior sinal de interesse:<br />

o que podemos chamar de “interrogatório”!<br />

Quando alguém começa a perguntar<br />

sobre seu produto/serviço/<br />

solução, demonstra que quer comprar,<br />

mas ainda tem dúvidas, receios,<br />

e precisa da sua ajuda para<br />

decidir. Seu papel é responder<br />

todas as perguntas com calma e<br />

levar o interrogatório até o fechamento.<br />

Por outro lado, a falta de questionamentos<br />

no processo de venda<br />

é muito ruim. Aliás, eu sempre<br />

digo que o pior cliente é aquele<br />

que, enquanto você fala sobre o<br />

produto e sobre a empresa, responde<br />

dizendo que seu produto<br />

é excelente, que tudo está maravilhoso,<br />

que sua empresa é<br />

diferenciada... e no fim, dispara:<br />

“mas não quero comprar”.<br />

Mas há outros sinais de interesse<br />

além do clássico interrogatório.<br />

As pessoas interessadas<br />

em comprar demonstram isso de<br />

formas variadas; cabe a nós, vendedores,<br />

saber identificar esses<br />

sinais porque, acredite: em situações<br />

assim, o cliente praticamente<br />

pede para comprar, mas<br />

a gente não percebe! Siga a leitura<br />

e entenda do que eu estou<br />

falando.<br />

O cliente evidentemente quer<br />

comprar – só você não percebeu<br />

– quando...<br />

1 . Mexe demais no produto ou<br />

no catálogo, procurando informações<br />

que sanem suas<br />

dúvidas.<br />

2 . Questiona sobre formas de<br />

pagamento – ou se você pode<br />

dar desconto.<br />

3 . Pergunta sobre alguém que já<br />

comprou – ou sobre garantias.<br />

4 . Reclama que está caro.<br />

5 . Quer entender quais são as<br />

diferenças entre o seu produto<br />

e o oferecido por seu concorrente.<br />

6. Começa a concordar com você.<br />

Por exemplo: “Verdade,<br />

isso realmente ajuda”, ou<br />

“Nossa, passo por isso toda<br />

vez”.<br />

7 . Quer saber a sua opinião. Por<br />

exemplo: “Mas você acha mesmo<br />

isso?”, “Mas e se meu marido<br />

não gostar?”, “Entre esses<br />

dois, qual você escolheria?”.<br />

E esses são apenas alguns sinais<br />

de interesse que seu prospect/<br />

cliente pode emitir. Nessa lista,<br />

é possível incluir também questionamentos<br />

sobre o tempo de<br />

entrega, perguntas a respeito de<br />

coisas sobre as quais você já havia<br />

falado, comentários sobre<br />

problemas com fornecedores, e<br />

assim por diante.<br />

Enfim, veja que muitas vezes<br />

o cliente está com uma dúvida<br />

pequena ou não tem dúvida, mas<br />

é um cliente mais cauteloso e<br />

precisa de muita segurança para<br />

fechar.<br />

Depois de entender esses sinais<br />

de compra, fica mais fácil<br />

conduzir seu cliente ao fechamento,<br />

não é mesmo? Cabe a você não<br />

ter medo de encaminhar o processo<br />

para o fim. Peça a compra!<br />

Afinal, essa é sua missão como<br />

vendedor. Como diria um dos<br />

maiores treinadores do mundo<br />

em vendas, o americano Grant<br />

Cardone, “only closers make big<br />

money”. Ou seja, só quem é “fechador”<br />

por natureza ganha muito<br />

dinheiro!<br />

Pra cima, guerreiro/guerreira!<br />

Sucesso, boas vendas e, lembre-se<br />

sempre: tenha orgulho de<br />

ser vendedor. Essa é a profissão<br />

que move mundo e move as empresas!<br />

“Quando<br />

alguém<br />

começa a<br />

perguntar<br />

sobre seu<br />

produto/<br />

serviço/<br />

solução,<br />

demonstra<br />

que quer<br />

comprar,<br />

mas ainda<br />

tem dúvidas,<br />

receios, e<br />

precisa da<br />

sua ajuda<br />

para decidir.”<br />

Thiago Concer é sócio-fundador<br />

do IEV (Instituto de<br />

Especialização em Vendas),<br />

a maior escola de vendas do<br />

Brasil, líder do movimento<br />

#OrgulhoDeSerVendedor e<br />

um dos palestrantes de vendas<br />

mais contratados do<br />

Brasil.<br />

Visite: www.thiagoconcer.<br />

com.br<br />

42<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 43


Especial Copa do Mundo / Por Brasílio Andrade Neto<br />

11 lições do futebol<br />

para as suas vendas<br />

44<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


Futebol. Esporte bretão. Ludopédio.<br />

Paixão nacional. A mais importante<br />

das coisas dentre as menos importantes.<br />

E um dos maiores negócios<br />

do planeta.<br />

Sim, existem muitas e muitas<br />

reservas quanto ao órgão máximo<br />

do esporte, a FIFA, mas vamos deixar isso de lado<br />

aqui e nos fixar na seleção de exemplos do futebol<br />

que podem fazer a diferença na sua empresa e mudar<br />

os rumos do (seu) jogo em 2018.<br />

1) Mapeie as prioridades<br />

Cada vez mais times grandes brasileiros colocam jogadores<br />

juniores para disputar os campeonatos estaduais,<br />

enquanto preparam adequadamente seus principais<br />

craques para as competições que mais importam.<br />

É verdade que nem sempre as torcidas aprovam<br />

essa estratégia, mas o calendário é estafante e há<br />

muito dinheiro envolvido na estrela do time para<br />

arriscar uma contusão em um campo com grama<br />

malcuidada, cheio de buracos.<br />

Você também precisa escolher direito em quais<br />

“campeonatos” dar o seu melhor. Principalmente<br />

no começo do ano, quando o que não falta são planos<br />

e projetos para sua empresa e equipe de vendas.<br />

Para isso, comece anotando seus projetos em<br />

um grande papel ou em um quadro branco/flipchart.<br />

Veja quais têm passos similares, que podem ser<br />

combinados. Escolha o mais importante (tenha<br />

alguma métrica mensurável para isso. Potencial de<br />

lucro maior? Aumento na prospecção?) e veja quanto<br />

tempo deve ser dedicado a ele. Depois, veja quais<br />

projetos podem ocupar melhor o tempo restante.<br />

Os outros entram quando os primeiros forem acabando<br />

e sendo colocados em prática.<br />

2) Não se esqueça do futuro<br />

Não é à toa que a Copa São Paulo de Futebol Júnior,<br />

a Copinha, faz tanto sucesso. Nenhum time de futebol<br />

pode se dar ao luxo de não preparar a próxima<br />

geração de craques. Infelizmente, porém, o<br />

mesmo não acontece com empresários e gerentes<br />

de vendas. Muitas vezes esses profissionais ficam<br />

tão envoltos com o agora, com os incêndios que<br />

precisam apagar, que esquecem que parte de suas<br />

funções é preparar a empresa para o amanhã. Tenha<br />

certeza de saber que empresa você quer, pelo menos,<br />

em seis meses e um ano, e planeje as ações que vão<br />

ajudá-lo a chegar lá.<br />

3) Ouça<br />

Se existe uma companhia bem brasileira para os<br />

jogos de futebol são os programas de mesa redonda,<br />

em que jornalistas, ex-jogadores e palpiteiros em<br />

geral analisam os jogos da rodada, escolhem os<br />

destaques, e dizem quem errou e por quê. Muitos<br />

técnicos não gostam dessas opiniões, sem saber que<br />

têm a chance de receber de graça o que é pago no<br />

mundo empresarial: coaching e mentoria.<br />

Certo, os especialistas da TV não passam dias<br />

com cada time antes de emitir opiniões, mas a<br />

lição é clara: você precisa ouvir o que os outros<br />

têm a dizer sobre a sua empresa. E não precisa<br />

ser um coach profissional. Escute seus funcionários,<br />

seus superiores, faça pesquisa com clientes.<br />

Vale até seus conhecidos fora do trabalho. Se precisar<br />

de alternativas, não custa perguntar a quem<br />

você confia: “em uma situação assim e assim, o<br />

que você faria?”.<br />

4) Una a empresa<br />

Certa vez, Luiz Fernando Veríssimo fez uma tira<br />

em que um torcedor conversava com outro. O diálogo<br />

era mais ou menos assim:<br />

— No nosso time, a defesa é europeia e o ataque,<br />

sul-americano.<br />

— Está tão bom assim?<br />

— Não, parece que há um oceano entre eles.<br />

Isso é muito comum em empresas. O gerente<br />

esquece essa função de “meio-de-campo” e, muitas<br />

vezes, apenas acha que entende o que a diretoria<br />

quer, ou que sabe exatamente o que a equipe de<br />

vendas está fazendo.<br />

Não deixe isso acontecer na sua empresa. Pelo<br />

menos uma vez por mês, sente com seus subordinados<br />

para saber o que eles pensam. Outro<br />

dia, sente com seu líder ou pares. Acertem as<br />

arestas e continuem com a certeza de que todo<br />

mundo joga no mesmo time.<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 45


5) Valorize o comprometimento<br />

Voltemos aos programas de mesa-redonda. O que<br />

geralmente mais elogiam em um jogador? A gana, a<br />

vontade de vencer, o coração na ponta da chuteira.<br />

Por outro lado, existem muitos bons jogadores que<br />

são criticados por serem “burocráticos” e não apresentar<br />

essas características, esse comprometimento.<br />

Quem está comprometido em sua empresa se<br />

recusa a deixar-se abalar por vendas perdidas,<br />

reconhece a lição aprendida e segue em frente.<br />

Mostre a sua equipe que sua empresa recompensa<br />

isso; que não é preciso ter medo de tentar, de fazer<br />

aquele “algo mais”, mesmo que isso não dê resultados<br />

na primeira ou segunda tentativa. Suas palavras e<br />

ações devem valorizar a motivação e o compromisso.<br />

6) Valorize a integridade<br />

O “cai-cai”, aquele jogador que simula falta após falta,<br />

parecendo mais preocupado em ganhar um prêmio<br />

de melhor ator sempre que um adversário se encontra<br />

a menos de dois metros do que realmente armar<br />

uma jogada, é um cara sempre muito criticado.<br />

Da mesma forma, a integridade, a honestidade<br />

é importante para o sucesso de sua equipe de vendas.<br />

E esse valor não deveria nem estar em pauta.<br />

Deveria estar entranhado em qualquer profissional.<br />

Não, não significa ser um santo – isso é impossível.<br />

Todos falhamos no teste da integridade alguma<br />

vezes. A chave é reconhecer que você fez algo<br />

errado, tentar consertar, assumir as consequências,<br />

e só então recomeçar. Assim, quando as vitórias<br />

vierem, serão muito mais doces, pois você saberá<br />

que mereceu 100% delas.<br />

Não ignore nem “deixe para lá” qualquer falha<br />

de ética na sua equipe. Deixe claro que a equipe<br />

recompensa a tentativa, o erro, as coisas novas,<br />

desde que os limites da ética e da missão, da visão<br />

e dos valores da empresa não sejam ultrapassados.<br />

7) Abrace a tecnologia<br />

O futebol é talvez o único dos esportes que hesita<br />

em abraçar tecnologias que melhorem o espetáculo.<br />

A FIFA se orgulha por ter regras “imutáveis”;<br />

assim, tecnologias que ajudam os árbitros – como<br />

sensores nas bolas e acréscimo de mais juízes – são<br />

testadas aqui e ali, e logo abandonadas. Os clubes,<br />

porém, não têm vergonha nenhuma de buscar os<br />

melhores equipamentos de treino, novas tecnologias<br />

para fazer os jogadores se recuperarem mais rápido<br />

após cada jogo, e assim por diante.<br />

Da mesma forma, não há motivos para sua empresa<br />

não adotar tecnologias que diminuam o tempo<br />

que a equipe de vendas gasta com burocracias e outras<br />

atividades paralelas, e aumentem seu tempo em frente<br />

do cliente. Lugar de vendedor é fazendo negócios,<br />

descobrindo novas oportunidades, vendendo.<br />

Deixe os computadores fazerem o máximo possível<br />

das ações repetitivas de escritório.<br />

8) Valorize sua equipe,<br />

não seus craques<br />

Vez por outra surge uma equipe que encanta o mundo<br />

do futebol. Assim foi a Holanda do carrossel<br />

holandês de 1974, a Chapecoense antes da tragédia<br />

aérea, e tantas outras. Essas equipes têm em comum<br />

o fato de apostarem no grupo, no modo de jogar, e<br />

não em um jogador fora-de-série. Uma forma de pensar<br />

que cada vez mais deverá estar presente em vendas.<br />

Mais e mais empresas estão entendendo que vender<br />

é coisa para equipes. Troca de experiências, reuniões<br />

para refinar o perfil do cliente ideal, entre outras<br />

atividades, podem ser muito lucrativas para sua empresa.<br />

Estimule esse auxílio mútuo, talvez até com<br />

uma comissão a ser paga se o time atingir sua<br />

meta, além da cota individual.<br />

9) Seja consistente<br />

Sei que é doloroso, mas precisamos falar sobre a<br />

Copa do Mundo de 2014. No último campeonato<br />

mundial, a seleção brasileira teve boas atuações,<br />

mostrou seu futebol... até o jogo com a Alemanha.<br />

Por outro lado, a seleção de 1994 era criticada por<br />

“jogar feio”, mas a bola do adversário raramente<br />

chegava até Taffarel. Fomos campeões!<br />

Da mesma forma, sua equipe de vendas deve<br />

buscar a consistência. Não é todo dia que se fecha<br />

uma venda gigante, mas todo dia é possível prospectar<br />

dois novos clientes, todos os dias dá para<br />

conversar com clientes inativos, todos os dias<br />

46<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


pode-se atualizar os contatos com as empresas de<br />

sua carteira, e assim por diante. Não é o mais bonito<br />

dos jogos, mas é o que garante resultados no<br />

final do mês.<br />

10) Reconheça<br />

Técnicos de futebol não recebem medalhas; quando<br />

muito, ganham dos jogadores um banho de isotônico<br />

ou de água gelada. Não precisamos falar sobre a necessidade<br />

de reconhecer sua equipe. Mas a liderança<br />

geralmente não tem tal reconhecimento, então faça-<br />

-o você mesmo. Se fizer algo que sabe ser digno<br />

de nota, recompense-se, dê-se um pequeno presente,<br />

tire uma folga. A cada vitória celebrada,<br />

você se incentiva mais para os próximos passos.<br />

11) Expanda<br />

A Copa do Mundo da Fifa está ali, ali com as Olimpíadas<br />

em dinheiro e negócios gerados. E, quando<br />

você tem algo que gera muita renda, quer multiplicar<br />

aquele negócio. E a FIFA é um exemplo de como<br />

se fazer isso.<br />

Até a década de 1980, por exemplo, havia a Copa<br />

do Mundo Juvenil. Hoje, temos as versões Sub-20<br />

e Sub-17. Pega-se um produto e transforma-se em<br />

dois. Fora a Copa das Confederações, o Mundial de<br />

Clubes, quase todos com suas versões feminina e<br />

masculina.<br />

Mas a Copa do Mundo masculina continua a<br />

ser o principal e mais lucrativo produto. A solução,<br />

então, é aumentá-la. A partir de 2026, em vez de 32,<br />

serão 48 times, divididos de forma que a equipe<br />

campeã continue tendo que jogar apenas sete partidas<br />

nos mesmos 32 dias de hoje. Apenas um jogo<br />

a mais do que era, digamos, em 1958 na Suécia,<br />

onde Garrincha vaticinou: “Campeonatinho mixuruca.<br />

Não tem nem segundo turno”.<br />

Quarenta e oito países parece ser o limite. São<br />

48 campos de treinamento, hotéis, toda infraestrutura.<br />

Ainda assim, a FIFA conseguiu aumentar<br />

o número de seleções participantes. O país sede<br />

tem vaga garantida, as eliminatórias continuam,<br />

e assim 46 vagas são preenchidas. As duas restantes<br />

virão de um torneio play-off com seis seleções:<br />

uma de cada confederação, menos a UEFA (Europa),<br />

e mais uma vindo da confederação do país-<br />

-sede. Essa mini-copa será disputada no país sede<br />

da Copa e atrairá mais visitantes, mais anunciantes,<br />

mais tudo.<br />

Da mesma forma, você deve ganhar mais<br />

espaço no bolso do seu cliente. Com o aumento<br />

da concorrência na maioria dos mercados, é bem<br />

mais econômico oferecer mais para o mesmo cliente<br />

do que buscar outros. Você já deve ter visto esse<br />

conceito por aí como “share of pocket” ou “share of<br />

wallet”. Em vez de buscar uma maior fatia do mercado,<br />

uma empresa optaria por uma maior fatia na<br />

carteira de cada cliente.<br />

E não se trata de simplesmente lançar novos<br />

produtos ou serviços. Antes de tentar ampliar o que<br />

você oferece a seus clientes, é bom checar o quanto<br />

eles são fiéis a você, e incluir a concorrência na<br />

equação. Por exemplo: uma padaria pode receber<br />

ótimas nota nos quesitos qualidade de produto e<br />

atendimento, mas se perguntar “então, nós somos a<br />

sua primeira opção para comprar pão?”, pode descobrir<br />

que a maioria dos clientes prefere ir a outro<br />

estabelecimento, que fica mais perto de suas casas.<br />

Então, melhorar o atendimento não atrairia<br />

mais clientes: a padaria já tem grandes notas nesse<br />

aspecto. Baixar o preço também teria muito pouca<br />

influência, uma vez que os clientes escolheram<br />

localização como o fator determinante. Como, então,<br />

fazer com que os clientes eventuais comprem<br />

mais? Que tal oferecer um serviço de entrega de<br />

alguns itens? Assim, as pessoas que já gostam da<br />

qualidade do empreendimento vão superar a objeção<br />

da distância e aumentar a frequência de compra<br />

naquela padaria.<br />

E isso vale para qualquer tipo de produto ou<br />

serviço. Uma empresa de limpeza e vigilância, por<br />

exemplo, pode descobrir que o cliente acha um<br />

concorrente mais bem-equipado. Antes de sair<br />

comprando todo tipo de item para seus funcionários,<br />

pode perguntar o que ele quer dizer com “bem-<br />

-equipado”. Na maioria das vezes, refere-se à aparência:<br />

carros chamativos e uniformes de aparência<br />

militar. Nesse caso, basta adesivar os carros e mudar<br />

os uniformes, e assim por diante.<br />

Na hora de tentar ampliar seu share of pocket, o<br />

importante é não tratar sua empresa como se ela<br />

estivesse sozinha em um vácuo: leve em conta os<br />

concorrentes, por que seus clientes os preferem e<br />

em que circunstância.<br />

Boas lições, não é mesmo? Agora você pode<br />

assistir aos jogos da Copa do Mundo com um olhar<br />

diferente. Que tal?<br />

“Sua equipe<br />

de vendas<br />

deve buscar a<br />

consistência.<br />

Não é todo<br />

dia que se<br />

fecha uma<br />

venda gigante,<br />

mas todo dia<br />

é possível<br />

prospectar dois<br />

novos clientes,<br />

todos os dias dá<br />

para conversar<br />

com clientes<br />

inativos, todos<br />

os dias pode-se<br />

atualizar os<br />

contatos com<br />

as empresas de<br />

sua carteira,<br />

e assim por<br />

diante. Não é<br />

o mais bonito<br />

dos jogos, mas é<br />

o que garante<br />

resultados no<br />

final do mês.”<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 47


Direto das Soluções <strong>VendaMais</strong><br />

Marcelo Caetano<br />

Faturamento<br />

é vaidade, lucro<br />

é sanidade<br />

Certa vez ouvi de um cliente a frase que escolhi<br />

como título para este artigo. Acredito ser uma<br />

boa hora para tocarmos nesse assunto.<br />

A economia dá alguns sinais de melhora e<br />

vemos muitas empresas empolgadas com esses<br />

espasmos de crescimento. Digo espasmos porque,<br />

por uma série de fatores que não vêm ao caso<br />

aqui, ainda temos dúvida sobre a consistência<br />

desse processo. Mas o fato é que alguns sinais<br />

de melhoria já surgem no horizonte...<br />

Um dos principais aprendizados que tivemos<br />

no último ciclo de crescimento foi com os clientes<br />

que venderam muito e ganharam pouco, e<br />

pior, assumiram que é preciso sacrificar margem<br />

para crescer. Isso não é verdade.<br />

É claro que crescer muito custa caro. É preciso ampliar equipe, comprar<br />

equipamentos, investir em estrutura, ter mais estoque etc. Durante<br />

a aplicação de nossos processos de PEC (Planejamento Estratégico<br />

Comercial) nos clientes, vejo que as empresas querem crescer, mas não<br />

contabilizam o custo que isso terá, e orçam de maneira subdimensionada<br />

tais investimentos. E não estou falando apenas de empresas, isso<br />

também acontece com representantes comerciais. A previsão de crescimento<br />

nunca vem acompanhada de uma previsão clara de aumento de<br />

custos ou de atividades diferenciadas para atingir esse objetivo. Vamos,<br />

então, falar sobre crescer com rentabilidade.<br />

Recentemente, durante uma palestra para representantes comerciais<br />

de uma grande empresa, o presidente me confidenciou que no ano passado<br />

a empresa cresceu pouco, mas fez um reajuste de preço de 17%<br />

acima da inflação. Uma atitude muito corajosa. Eles vinham perdendo<br />

margem ano após ano, e o processo estava se tornando insustentável.<br />

Quando você perde margem e cresce muito, o crescimento mascara a<br />

ineficiência e consome ainda mais recursos. Mas quando o crescimento<br />

se torna mais lento, aí sim a empresa passa a ter um grande problema<br />

que fica escancarado. Por isso digo sempre que o<br />

crescimento cega para as ineficiências.<br />

Tal empresa chegou então num momento de decisão:<br />

queria continuar crescendo em dois dígitos ao ano<br />

ou recuperar margem? E aí surgiu o reajuste de 17%,<br />

que fez a empresa quadruplicar o lucro! Isso mesmo,<br />

o resultado melhorou em quatro vezes – ainda que as<br />

vendas não tenham atingido a meta. Será que valeu a<br />

pena o reajuste de preço? Claro que sim!<br />

Na prática<br />

Para garantir o aumento de margem e maximizar<br />

seus resultados, sua empresa pode utilizar ferramentas<br />

tais como o ganho de eficiência operacional ou de<br />

análises mais estratégicas. No primeiro caso, estamos<br />

falando de tornar-se mais eficiente gerando mais<br />

resultado com pouco mais de investimento de energia,<br />

tempo e dinheiro (ou às vezes fazendo o mesmo esforço<br />

nesses três quesitos). Vamos lá para um exemplo:<br />

quando uma empresa, vendedor ou representante<br />

decide que vai investir seu tempo para ampliar a<br />

venda de mix, segue os seguintes passos:<br />

1 Analisa o mix médio dos clientes atuais (Quantos<br />

SKUs vendo por cliente?);<br />

1 Divide esse resultado por cliente, usando uma<br />

planilha;<br />

1 Analisa o potencial do cliente;<br />

1 Planeja melhor sua visita, baseado nos potenciais<br />

e lacunas do cliente;<br />

1 Lê artigos e participa de cursos sobre venda de<br />

mix de produtos.<br />

48<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


A partir daqui, abre-se uma grande possibilidade<br />

de vender mais mix!<br />

Veja que, para que isso aconteça, o custo para<br />

chegar ao cliente é o mesmo, mas você vai ganhar<br />

mais. Isso é um exemplo de ganho de eficiência<br />

operacional! Nos últimos anos as empresas buscaram<br />

muito a eficiência operacional cortando custos, mas<br />

a maioria já chegou no limite desse processo, é hora<br />

de fazer melhor.<br />

Em segundo, temos as ações estratégicas que<br />

podem levar ao aumento de margem. Ao fazer o<br />

reajuste de preço, você pode reposicionar sua empresa<br />

no mercado, e, para isso, é preciso ter suportes<br />

que sustentem esse aumento de valor, além de<br />

diferenciais que façam valer a pena pagar mais<br />

para ter seus produtos ou serviços. Caso contrário,<br />

o reajuste torna-se insustentável.<br />

No livro Lucro a partir do core business, Chris<br />

Zook fala sobre as alternativas para expandir sua<br />

rentabilidade dentro do seu núcleo de conhecimento.<br />

Particularmente, gosto muito dessa teoria e<br />

desse desafio. Veja algumas maneiras de fazer isso<br />

acontecer:<br />

1) Expandir ao longo da cadeia de valor (Por<br />

exemplo: um distribuidor de bebidas abrir lojas<br />

próprias)<br />

A Luxótica, dona de várias marcas – como Oakley,<br />

Rayban, entre outras – entrou no Brasil com a rede<br />

de lojas Sunglass, e quando fez esse movimento,<br />

todo o mercado (as outras óticas) continuou a vender<br />

sua marca. Recentemente, adquiriu a Óticas Carol.<br />

Observe que se trata de um movimento arriscado e<br />

agressivo, em busca de melhores resultados: eles se<br />

aproximaram do consumidor final e agregaram a<br />

margem do varejo.<br />

2) Crescer com novos produtos<br />

Este é o segundo ponto como sua empresa pode<br />

crescer em produtos, ou seja, crescer em mix, para<br />

aproveitar melhor os clientes que já são atendidos<br />

por você. Mix é estratégia, mas mais importante<br />

que lançar produtos, é sabe trabalhar a venda desses<br />

lançamentos.<br />

3) Prestar serviços e cobrar por eles<br />

Muitas empresas prestam serviços, mas não cobram<br />

por eles – e perdem dinheiro com isso. No meu livro<br />

Chega de desconto, cito uma loja de aquários que<br />

descobriu que muitas pessoas desistiam dos aquários<br />

porque ou tinham preguiça de limpá-los, ou não<br />

sabiam como fazer a limpeza. Sabendo disso, o dono<br />

da loja montou uma empresa que faz manutenção<br />

e limpeza de aquários, e atualmente tem aproximadamente<br />

3 mil aquários entre seus clientes. Hoje ele<br />

já lucra mais com a venda dos serviços do que com<br />

a venda dos produtos.<br />

4) Usar novos canais de venda ou distribuição<br />

Nem todos os seus clientes querem ou podem ser<br />

atendidos com uma visita pessoal, pois custa muito<br />

caro. Telefone, WhatsApp, reposição automática de<br />

estoque... há outras formas de vender. Estude-as!<br />

5) Descobrir novos segmentos ou nichos,<br />

por vezes dentro dos nichos atuais<br />

No livro Como fazer milhões com vendas diretas, Michael<br />

Malaghan cita um caso muito interessante no<br />

qual vendia toalhas de papel para lanchonetes e<br />

notou que grandes famílias também poderiam ser<br />

atendidas pela empresa, fazendo reposição semanal<br />

dos produtos. Isso fez com que ele criasse uma estratégia<br />

para atender esse nicho de mercado, que<br />

era gigantesco – muito maior que as lanchonetes e<br />

restaurantes que atendia antes, inclusive.<br />

O que você precisa pensar<br />

O fato é que não podemos perder nunca o foco na<br />

última linha, no resultado final, no lucro. A condução<br />

comercial que você dá para a empresa pode<br />

levá-la para uma viagem ao mundo das vendas e do<br />

ego, com grande crescimento; ou para o mundo do<br />

lucro, o mundo da razão. O ideal é que esses dois<br />

lados andem juntos, mais vendas e mais lucro. Nunca<br />

deixe o lucro para depois, pois esse dia pode<br />

nunca chegar! O dia do lucro é hoje!<br />

Marcelo Caetano é sócio-diretor da <strong>VendaMais</strong><br />

e autor dos livros Vendedor fiel, cliente fiel e<br />

Chega de desconto!<br />

E-mail: caetano@vendamais.com.br<br />

“Para garantir<br />

o aumento<br />

de margem e<br />

maximizar seus<br />

resultados,<br />

sua empresa<br />

pode usar<br />

ferramentas tais<br />

como o ganho<br />

de eficiência<br />

operacional ou<br />

de análises mais<br />

estratégicas.”<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 49


ATÉ MAIS / da redação<br />

Desafio:<br />

Excelência nos passos da venda<br />

Por melhor vendedor<br />

que você seja, pode<br />

ser que ainda cometa<br />

alguns erros em<br />

determinados passos<br />

da venda. É normal,<br />

por exemplo,<br />

que alguns profissionais prospectem<br />

melhor do que outros;<br />

que o levantamento de necessidades<br />

que você faz seja mais completo<br />

do que o que o seu colega<br />

coloca em prática; que o índice<br />

de fechamento do campeão de<br />

vendas da sua empresa seja um<br />

pouco maior que o seu; e assim<br />

por diante. Mas isso não significa<br />

que deve ser sempre assim.<br />

Pelo contrário. Você pode trabalhar<br />

para melhorar seu desempenho<br />

nos passos da venda em<br />

que não se destaca tanto.<br />

Sabendo disso e pensando em<br />

ajudá-lo nessa missão, apresentamos<br />

a seguir um desafio que<br />

tem o objetivo de conduzi-lo à<br />

excelência nos passos da venda.<br />

Na prática<br />

1) Liste as etapas da venda em<br />

que você precisa melhorar seu<br />

desempenho.<br />

2) Crie um plano de ação para<br />

melhorar seus resultados. A<br />

tabela acima é um excelente<br />

ponto de partida. Preencha-a<br />

detalhando muito bem os<br />

campos. Essas questões são a<br />

base das mudanças que você<br />

precisará fazer para cumprir<br />

o desafio.<br />

Etapa da<br />

venda em que<br />

eu preciso<br />

melhorar:<br />

Para melhorar,<br />

o que eu<br />

preciso mudar,<br />

especificamente,<br />

na minha conduta<br />

ou no meu<br />

comportamento?<br />

3) Deixe essa tabela em local<br />

visível, para poder consultá-la<br />

sempre. Isso o ajudará a manter<br />

o foco na evolução.<br />

4) Coloque suas ideias em prática,<br />

trabalhe diariamente<br />

para evoluir nossos passos da<br />

venda de sua escolha e veja<br />

os resultados surgirem.<br />

5) Concluiu o primeiro desafio<br />

e sabe que precisa melhorar<br />

em outro aspecto? Reinicie<br />

esse processo e, aos poucos,<br />

domine todos os passos da<br />

venda. Você só tem a ganhar!<br />

Mãos à obra!<br />

Data de início do desafio:<br />

/ /<br />

Data de conclusão do desafio:<br />

/ /<br />

Aprendizados para não esquecer<br />

jamais:<br />

O que você fez, na prática,<br />

para mudar e melhorar seu desempenho<br />

nas áreas deficientes?<br />

O que eu preciso<br />

aprender para<br />

melhorar?<br />

Quem/o que pode<br />

me ajudar, dando<br />

dicas, sugestões<br />

ou orientações<br />

para melhorar?<br />

(gerente,<br />

colegas, amigos,<br />

treinamentos,<br />

livros etc.)<br />

Com quais<br />

clientes<br />

vou testar a<br />

mudança (no<br />

mínimo cinco)?<br />

A que você atribui o sucesso<br />

– ou o fracasso – desse desafio?<br />

Você conseguiu perceber algum<br />

avanço em relação ao que<br />

precisava melhorar e que o ajudará<br />

a vender mais e melhor?<br />

Com base na experiência que<br />

teve com esse desafio, registre<br />

abaixo quais foram os avanços<br />

que fez e qual foi a grande lição<br />

que tirou de tudo isso.<br />

Gostou da ideia de se desafiar e quer<br />

conhecer outros desafios de vendas?<br />

Leia Desafios de Vendas: Os 30 maiores<br />

desafios de vendas e 90 ferramentas para<br />

você superá-los, livro escrito por Raul<br />

Candeloro e Marlus Jungton. Saiba mais<br />

e garanta o seu exemplar acessando<br />

bit.ly/desafiosdevendas.<br />

Quanto eu<br />

posso vender a<br />

mais (em R$),<br />

se conseguir<br />

melhorar nessa<br />

dificuldade?<br />

50<br />

vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018


Qualquer dia<br />

Qualquer dia pode ser especial,<br />

se você quiser que<br />

seja. Qualquer trabalho<br />

pode ser agradável e motivador,<br />

se você trabalhar<br />

como se fosse. Qualquer<br />

lugar pode ser um belo<br />

lugar para se estar, qualquer<br />

situação pode ser<br />

uma oportunidade emocionante<br />

– quando você<br />

quiser que seja.<br />

Em vez de ficar preso ao<br />

que é, dedique-se a criar<br />

o que pode ser. O que você<br />

recebe da vida é insignificante<br />

em comparação<br />

ao que você pode fazer<br />

com aquilo. O dia pode estar<br />

chuvoso, você pode ter<br />

pouco dinheiro na conta,<br />

mas nada disso tem o poder<br />

de detê-lo na realização<br />

do seu destino.<br />

Tem gente demais reclamando<br />

sem parar sobre o<br />

que a vida oferece. O melhor<br />

que se pode almejar<br />

num caso desses é alguém<br />

com paciência para ouvir.<br />

Felizmente, existem também<br />

pessoas focando não<br />

no que lhes foi dado, mas<br />

sim na melhor forma de<br />

utilizar o que receberam.<br />

A utilização constante e<br />

persistente de recursos<br />

medíocres acaba sempre<br />

trazendo muito mais resultado<br />

do que o desperdício<br />

rápido de riquezas<br />

impressionantes. Não importa<br />

quais sejam as vantagens<br />

aparentes que os<br />

outros tenham, lembre-se<br />

disto: você tem você. Vencedores<br />

não vencem porque<br />

alguém lhes deu permissão,<br />

mas porque decidiram<br />

vencer.<br />

Ralph Marston<br />

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