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Entrevista<br />
Luiz Eduardo Serafim, Head de marketing da 3M do Brasil e autor<br />
de O poder da inovação, apresenta o caminho que sua empresa precisa<br />
percorrer para desenvolver uma cultura inovadora<br />
ANO 23 I Nº <strong>267</strong> I MARÇO-ABRIL/2018<br />
vendamais.com.br<br />
C O N H E C I M E N T O S I H A B I L I D A D E S I A T I T U D E S
2<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 3
vendamais<br />
MAR-ABR/18<br />
06 Editorial<br />
A venda acelerada<br />
10 Reservado para você<br />
Semana da oração em vendas<br />
11 Entre nós<br />
VM TECH 2: Tecnologia em vendas descomplicada<br />
12 On-line<br />
5 tendências de consumo para acompanhar<br />
em 2018<br />
14 Manual do líder<br />
Quando o líder deve decidir e quando<br />
deve delegar uma decisão?<br />
34<br />
16 Enciclopédia <strong>VendaMais</strong><br />
Você já pensou em se aliar a concorrentes?<br />
24<br />
18 Superlíder<br />
Liderar pelo exemplo, inspirar de verdade<br />
22 Gestão comercial<br />
É possível vender mais e lucrar mais<br />
em 2018?<br />
24 Entrevista<br />
Luiz Eduardo Serafim, Head de marketing<br />
da 3M do Brasil e autor de O poder<br />
da inovação, apresenta o caminho que<br />
sua empresa precisa percorrer para<br />
desenvolver uma cultura inovadora<br />
4 vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
22<br />
18<br />
30 Pequenos gigantes<br />
Valores e propósitos – Afinal, por que<br />
sua empresa está aqui?<br />
30<br />
34 Capa<br />
<strong>Marketing</strong> <strong>digital</strong> na prática<br />
42 Vida de vendedor<br />
O cliente quer comprar, só você não<br />
percebeu!<br />
44 Especial Copa do Mundo<br />
11 lições do futebol para as suas vendas<br />
48 Direto das Soluções <strong>VendaMais</strong><br />
Faturamento é vaidade, lucro é sanidade<br />
50 Até mais<br />
Desafio: Excelência nos passos da<br />
venda<br />
51 Ralph Marston<br />
Qualquer dia<br />
44<br />
22<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 5
EDITORIAL<br />
Raul CANDELORO<br />
A venda<br />
acelerada<br />
Hoje quero convidar você a fazer parte<br />
de um projeto novo comigo. Na verdade,<br />
quer convidá-lo a fazer parte de um<br />
movimento. O codinome, por enquanto,<br />
é Venda Acelerada. A missão vai<br />
ser encurtar seu ciclo de vendas. Vou<br />
explicar como participar daqui a pouco.<br />
Mas, primeiro, deixe-me contar<br />
como essa ideia surgiu...<br />
Outro dia, acordei cedo no sábado,<br />
como de costume, e depois de tomar<br />
café, liguei a televisão para assistir o<br />
jogo do Manchester City. Logo em seguida<br />
apareceu meu filho Rafael, que,<br />
chova ou faça sol, acorda às 7h da manhã<br />
(é assim desde que ele tem 10 meses<br />
de idade. Inclusive, sabemos que<br />
horas são pela hora que ele “aparece”).<br />
O Rafa também adora futebol, mas detesta assistir os jogos. Ele<br />
prefere ver apenas os melhores momentos, pelo YouTube. Naquele<br />
dia, tivemos a mesma conversa que já havíamos tido umas 15 vezes<br />
antes (se você tem filho ou filha, sabe como a repetição faz parte<br />
do nosso dia a dia):<br />
— Pai, posso trocar de canal?<br />
— Não, filho. Estou vendo o jogo.<br />
— Mas eu queria assistir Netflix.<br />
— E eu quero assistir o jogo. Assiste aí comigo, é do Manchester City,<br />
tem o Aguero, que você gosta.<br />
6<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
— Mas pai, é muito chato... uma<br />
hora inteira e não acontece nada.<br />
Ficam passando replay e revendo<br />
jogada que não foi nem<br />
gol! É muito melhor assistir depois,<br />
no YouTube. Nesse tempo<br />
que você fica assistindo aí esse<br />
jogo chato, eu poderia ter visto<br />
TODOS os melhores lances, de<br />
TODOS os jogos, e ainda daria<br />
tempo de assistir Trollhunters<br />
na Netflix.<br />
A lógica dele é forte. A relação<br />
custo x benefício de otimização<br />
do tempo é inegável.<br />
Eu, mais velho, sempre fico<br />
dividido.<br />
De um lado, acho que se perde<br />
muito quando aceleramos o<br />
processo. Entendo a velocidade<br />
e a aceleração como algo necessário.<br />
Por outro lado, fast food<br />
não é good food. Pelo contrário.<br />
Existem momentos e situações<br />
que exigem velocidade baixa,<br />
uma desaceleração. Não dá para<br />
achar que a vida inteira vai ser<br />
só “melhores momentos”. Acaba<br />
parecendo aquele filme Vanilla<br />
Sky, que tem o Tom Cruise no<br />
elenco (ou, para quem gosta de<br />
comédia, do The Truman Show,<br />
com o Jim Carrey). Mas que a<br />
aceleração está acontecendo é<br />
inegável. Isso manifesta-se de<br />
diversas formas:<br />
3 Indicadores de performance<br />
acelerados.<br />
3 Demandas aceleradas de<br />
clientes.<br />
3 Mudanças aceleradas de mercado<br />
e de concorrentes.<br />
3 Pressão constante por melhoria<br />
e resultados mais rápidos.<br />
3 Consequências mais rápidas<br />
da decisão (e da indecisão).<br />
Só para você ter ideia:<br />
3 A cada milissegundo uma<br />
pessoa baixa um aplicativo<br />
na app store da Apple.<br />
3 2.400.000 e-mails são enviados<br />
por segundo.<br />
3 60 mil buscas são feitas por<br />
segundo no Google (3.5 bilhões<br />
de buscas por dia!).<br />
3 7895 tweets são publicados<br />
por segundo.<br />
3 823 fotos são compartilhadas<br />
no Instagram por segundo.<br />
3 2944 ligações são feitas no<br />
Skype por segundo.<br />
3 72.288 vídeos são postados<br />
no YouTube por segundo.<br />
Fonte: www.internetlivestats.com/<br />
one-second<br />
Ou seja, enquanto você lia<br />
essa lista, tudo isso aconteceu<br />
umas quatro vezes. Mais uma<br />
agora, com essa frase. E contando!<br />
Mas vamos sair deste loop e continuar,<br />
senão a gente enlouquece.<br />
Quando Gordon Moore previu<br />
que a capacidade de processamento<br />
de um transistor dobraria<br />
a cada ano enquanto cairia pela<br />
metade seu custo, já alertou para<br />
o mundo que entraríamos em um<br />
cenário novo. Novos chips, mais<br />
rápidos, potentes e baratos, facilitaram<br />
tudo. E complicaram tudo<br />
ao mesmo tempo, de tantas<br />
novas opções que se criaram.<br />
Hoje, ter 500 canais de TV é<br />
a coisa mais comum do mundo.<br />
Meus filhos não conseguem entender<br />
como um lugar não tem<br />
Wi-fi. Em alguns lugares, há mais<br />
celulares do que pessoas (pare<br />
para pensar nisso!).<br />
Não muito tempo atrás, se eu<br />
quisesse comprar bolas de tênis<br />
Diretor<br />
Raul Candeloro<br />
raul@vendamais.com.br<br />
editor<br />
Natasha Schiebel<br />
natasha@vendamais.com.br<br />
DIREtor DE ARTE<br />
Anderson L.A.<br />
anderson@vendamais.com.br<br />
conselho editorial<br />
Raul Candeloro<br />
Marcelo Caetano<br />
coLABORAÇÃO<br />
Francine Pereira<br />
João Guilherme Brotto<br />
Brasilio Andrade Neto<br />
REVISÃO<br />
Davi Miranda<br />
ATENDIMENTO AO LEITOR<br />
atendimento@vendamais.com.br<br />
JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />
Natasha Schiebel<br />
natasha@vendamais.com.br<br />
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<strong>VendaMais</strong> ® é publicada 6 vezes ao ano e<br />
comercializada pela Editora Quantum.<br />
Curitiba-PR. CEP: 80251-970<br />
Site: www.vendamais.com.br<br />
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(41) 3022-1000<br />
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Horário de atendimento: das 8h às 17h30<br />
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Horário de atendimento: das 8h às 17h30<br />
Editora Quantum. Tiragem desta edição: 9.800<br />
exemplares. Todos os direitos reservados. A reprodução<br />
total ou parcial deste material é permitida mediante<br />
autorização prévia e expressa da Editora Quantum Ltda.,<br />
e desde que citada a fonte. O conteúdo dos artigos é de<br />
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Autores ou consultores que quiserem publicar seus trabalhos<br />
nas áreas de vendas ou marketing devem entrar em contato<br />
com a equipe editorial pelo e-mail: atendimento@<br />
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como pela sua produção e compromissos inerentes, é da<br />
agência e do anunciante.<br />
SISTEMA DE GESTÃO INTERNA<br />
Tivel<br />
www.teck.com.br/tivel<br />
PRÉ-IMPRESSÃO e impressÃo:<br />
Tipotil Indústria Gráfica<br />
dISTRIBUIÇÃO PARA ASSINANTES:<br />
Empresa Brasileira de Correios<br />
OPERAÇÃO EM BANCAS:<br />
Assessoria Edicase<br />
www.edicase.com.br<br />
Distribuição exclusiva em bancas<br />
DINAP S/A – DISTRIBUIDORA NACIONAL<br />
DE PUBLICAÇÕES<br />
bit.ly/TV-Quantum<br />
facebook.com/<strong>VendaMais</strong><br />
Nossa missão:<br />
Ajudar vendedores e empresas do<br />
Brasil a venderem mais e melhor<br />
7
para jogar uma partida com a<br />
Marília amanhã, precisaria me<br />
trocar, pegar as chaves do carro,<br />
sair de casa, dirigir, estacionar,<br />
descer, entrar na loja, achar as<br />
bolinhas, levar ao caixa, pagar,<br />
voltar ao carro e voltar para casa.<br />
Hoje, eu acesso a Amazon,<br />
clico em um botão (às 8h da noite)<br />
e amanhã, às 11h da manhã,<br />
as bolinhas estarão na porta da<br />
minha casa. Pare para pensar na<br />
logística disso.<br />
“As mesmas pessoas<br />
que reclamam de um<br />
varejista desalmado,<br />
que demite uma<br />
parte da equipe para<br />
acelerar processos,<br />
depois reclamam<br />
porque a fila do caixa<br />
está lenta.”<br />
Raul Candeloro<br />
Outro dia, a Walmart avisou<br />
que vai demitir milhares de pessoas<br />
das suas operações, todas<br />
em função de caixa. Entre as<br />
novas tecnologias que permitem<br />
que um caixa atenda mais rapidamente<br />
os clientes e faça as<br />
filas fluírem melhor, e as tecnologias<br />
de autoatendimento,<br />
que permitem que o próprio<br />
cliente faça seu check-out, você<br />
tem uma legião de pessoas que<br />
ficaram sem função. Isso é complicado<br />
para a sociedade, mas<br />
não tem volta. Não é um sindicato<br />
atrasado ou políticos demagogos<br />
e populistas que vão<br />
conseguir segurar esse tsunami<br />
que varre o mundo. É até pior:<br />
onde sindicatos e políticos não<br />
deixam a Uber entrar, por exemplo,<br />
taxistas não aceitam cartão<br />
de crédito. É tipicamente o que<br />
acontece com reservas de mercado.<br />
(Procure por “computadores<br />
cobra” e relembre um pouco<br />
de história empresarial, ou pesquise<br />
quanto custava um telefone<br />
no Brasil, e quantos existiam,<br />
quando estávamos sob o<br />
monopólio e reserva de mercado<br />
da Telebrás).<br />
As mesmas pessoas que reclamam<br />
de um varejista desalmado,<br />
que demite uma parte da<br />
equipe para acelerar processos,<br />
depois reclamam porque a fila<br />
do caixa está lenta.<br />
Precisamos entender o que<br />
está acontecendo e agir de maneira<br />
adequada. Como postei no<br />
Facebook tempos atrás, não é que<br />
a tecnologia substitui o ser humano,<br />
mas sim que o ser humano<br />
que sabe utilizar a tecnologia<br />
substitui o que não sabe.<br />
A evolução humana sempre<br />
foi assim. Tribos que sabiam fazer<br />
fogo venceram as que não<br />
sabiam. Tribos que sabiam guerrear<br />
venceram as que não sabiam.<br />
Tribos que sabiam plantar venceram<br />
as que não sabiam. Tribos<br />
que sabiam se organizar venceram<br />
as que não sabiam. Não vai<br />
ser diferente agora.<br />
Imagino um conselho de velhos<br />
reclamando, em uma tribo<br />
antiga, que a tribo do lado estava<br />
inventando moda com um negócio<br />
chamado “fogo”, que isso era um<br />
absurdo, que deveria ser proibido,<br />
que nossos ancestrais nunca tinham<br />
usado fogo e tinham sobrevivido<br />
e prosperado sem aquela<br />
invenção maluca e que aquilo enfraquecia<br />
as crianças. Bom mesmo<br />
é comer carne crua e passar frio.<br />
Enquanto isso, a tribo do lado estava<br />
quentinha, comendo carne<br />
assada. Escolha em qual das duas<br />
ia querer morar. Vemos isso acontecendo<br />
todos dias.<br />
Sim, existem modismos. Sim,<br />
existem personalidades diferentes<br />
e uma curva de adoção (Crossing<br />
the Chasm é uma excelente referência<br />
neste assunto). Mas eu diria<br />
que, hoje, na área de vendas,<br />
99% das pessoas, das equipes e<br />
das empresas não estão usando<br />
ferramentas, aplicativos e mesmo<br />
processos fáceis, acessíveis e baratos.<br />
Muito mais por uma questão<br />
de mindset e acomodação do<br />
que por qualquer outra razão.<br />
A aceleração é necessária por<br />
quatro grandes motivos:<br />
1) Os clientes estão pedindo.<br />
Você sabe que defendo que<br />
nem sempre o cliente tem razão,<br />
mas aqui a diferença é<br />
clara. Rapidez e agilidade são<br />
diferenciais.<br />
2) Se os clientes estão pedindo,<br />
então é natural e óbvio que<br />
alguém comece a oferecer. Se<br />
não for você, vai ser um concorrente.<br />
3) O processo de aceleração é,<br />
no fundo, um processo de otimização<br />
e de aumento de eficiência.<br />
Em muitos lugares dá<br />
para acelerar e ter uma vida<br />
mais tranquila e organizada.<br />
8<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
As coisas são lentas porque<br />
são ineficientes, com processos<br />
burros. Muita burocracia<br />
desnecessária, muitas etapas<br />
desnecessárias, muito pouco<br />
cérebro aplicado de verdade<br />
a pensar profundamente em<br />
como melhorar algo. William<br />
Edwards Deming, guru da<br />
administração conhecido por<br />
ser um dos mestres na área<br />
da qualidade, disse algo de<br />
que gosto muito: “Aumento<br />
de qualidade é aumento de<br />
produtividade”. E aumento de<br />
produtividade é aceleração<br />
com classe, com elegância,<br />
com inteligência.<br />
“Reaprender é mais difícil do que aprender,<br />
porque você precisa 'desaprender' primeiro<br />
– e isso é muito difícil para o ser humano.<br />
Inclusive, muitas vezes sinto que a maior<br />
barreira para mudar algo não é o novo<br />
processo em si, mas o temor/medo que as<br />
pessoas têm de precisar mudar.”<br />
Raul Candeloro<br />
4) Essa busca de aceleração via<br />
melhoria/otimização é, no<br />
fundo, um processo de aprendizagem.<br />
Em muitos casos,<br />
um processo de reaprendizagem.<br />
Reaprender é mais<br />
difícil do que aprender, porque<br />
você precisa “desaprender”<br />
primeiro – e isso é muito<br />
difícil para o ser humano.<br />
Inclusive, muitas vezes sinto<br />
que a maior barreira para<br />
mudar algo não é o novo<br />
processo em si, mas um temor/medo<br />
que as pessoas<br />
têm de precisar mudar. Talvez<br />
esse seja o ponto mais<br />
importante.<br />
É fundamental lidar com tudo<br />
isso de forma eficiente – não<br />
apenas profissional, mas pessoal.<br />
A questão não é lutar contra<br />
o tsunami, mas pensar de forma<br />
inteligente sobre como lidar com<br />
ele. Não é trabalhar mais – é<br />
trabalhar menos, mas de maneira<br />
inteligente. (Recado rápido e<br />
direto, talvez nem todo mundo<br />
goste, mas preciso falar: se você<br />
não acha que dá para fazer isso,<br />
ok – respeito. Mas, por favor, não<br />
atrapalhe quem está tentando. Se<br />
não vai ajudar, pelo menos não<br />
atrapalhe).<br />
Por isso estou lançando um<br />
projeto novo, chamado Venda<br />
Acelerada, e quero convidar você<br />
a participar dele.<br />
Escrevi um e-book em que<br />
reuni 25 coisas que você pode<br />
fazer (na verdade, já deveria estar<br />
fazendo) para acelerar suas vendas.<br />
Você pode fazer o download<br />
aqui: conteudos.vendamais.com.<br />
br/venda-acelerada. (Se você é<br />
assinante da <strong>VendaMais</strong>, já deve<br />
ter recebido o seu por e-mail).<br />
Esse e-book é, no fundo, um<br />
manifesto, um chamado a ação,<br />
o começo de um movimento que<br />
acho extremamente necessário<br />
em vendas.<br />
Cada uma das 25 sugestões<br />
que apresento para você melhorar<br />
seus processos de vendas tem uma<br />
reflexão rápida, um reason why<br />
(por quê?) e também um convite<br />
a você compartilhar as suas melhores<br />
práticas com a comunidade,<br />
para que possamos trocar boas<br />
ideias e melhorar a tribo toda (esse<br />
e-book vai virar livro em breve,<br />
e as sugestões mais interessantes<br />
podem ir para lá – é a sua chance<br />
de estar em um livro comigo).<br />
Faça o download, dê uma olhada<br />
nas ideias, faça o teste para ver<br />
como sua empresa e seu processo<br />
de vendas estão em relação a tudo<br />
isso, compartilhe suas melhores<br />
práticas e comentários que<br />
considere pertinentes e vamos<br />
juntos acelerar, de maneira inteligente,<br />
lucrativa, equilibrada e<br />
humana nosso processo de vendas<br />
e nossos resultados na vida.<br />
Depois me mande um e-mail<br />
(raul@vendamais.com.br) contando<br />
o que achou.<br />
Abraço seguro e tranquilo<br />
em um mundo (cada dia mais)<br />
acelerado.<br />
Raul Candeloro<br />
Diretor<br />
<strong>VendaMais</strong><br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 9
Reservado para Você<br />
Semana da oração<br />
Em janeiro deste ano, fizemos uma campanha<br />
diferente em nossas redes sociais. Com o objetivo<br />
de inspirar nossos seguidores na batalha<br />
diária pelo sucesso em vendas, criamos uma série<br />
de pequenas orações que deveriam acompanhá-los<br />
em diferentes situações: no momento de prospectar<br />
novos clientes, quando o alvo era um antigo<br />
comprador que deixou a carteira recentemente, ao<br />
buscar melhorar suas atitudes no dia a dia profissional,<br />
e assim por diante.<br />
Raul Candeloro explicou a ideia por trás da ação na e-<br />
-zine que você pode ler acessando bit.ly/e-zine-orar-vender.<br />
A oração que abriu nossa conversa foi esta:<br />
Na sequência, enviamos outras sete mensagens a todos<br />
que se cadastraram em bit.ly/semana-oracao (você ainda<br />
pode ter acesso a esse conteúdo. Para isso, basta se cadastrar<br />
nesse mesmo endereço).<br />
O resultado da campanha foi muito legal. Recebemos<br />
muitas mensagens de agradecimento e, inclusive, outras<br />
orações desenvolvidas por profissionais de vendas...<br />
“Pessoal da Revista <strong>VendaMais</strong> e Raul Candeloro, adorei a ideia da Oração do<br />
Vendedor.<br />
Uso algo há algum tempo em meus treinamentos com foco em reprogramação<br />
de crenças limitantes. Não é uma oração propriamente dita, mas são frases<br />
de força e fé. Espero que gostem.<br />
$ Eu sou um vendedor imbatível!<br />
$ Eu vendo qualquer produto, serviço ou ideia!<br />
$ Eu gosto de vender!<br />
$ Eu sei vender!<br />
$ Eu sou um negociador implacável!<br />
$ Eu acredito no meu produto, por isso vendo!<br />
$ Eu ajudo muitas pessoas!”<br />
Abraços<br />
Edson F. F. Gatto<br />
“Parabéns pela iniciativa. Tenho recebido as orações por e-mail diariamente e<br />
estou aplicando no meu time com resultados bem positivos. Já foi comprovado<br />
que o ser humano tem a necessidade de crer em algo maior que ele mesmo. Tenho<br />
certeza de que essas orações têm ajudado muitas pessoas!”<br />
Hugo Antonio Teixeira<br />
Além de cuidar do seu CHA (conhecimentos, habilidades e atitudes), você<br />
também acredita no poder das orações? Se sim, entre na nossa corrente de energia<br />
positiva acessando bit.ly/semana-oracao, e depois escreva para leitor@<br />
vendamais.com.br e conte o que achou!<br />
Quer ficar por dentro das novidades da<br />
<strong>VendaMais</strong> em tempo real? Acompanhe<br />
a gente pela internet!<br />
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palavra, conte sua história, divida seus<br />
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por você!<br />
Escreva agora mesmo para leitor@<br />
vendamais.com.br ou, se preferir, publique<br />
no mural da nossa página no<br />
Facebook (facebook.com/vendamais)<br />
e participe! Sua opinião é muito importante<br />
para nós.<br />
*As fotos serão avaliadas pela equipe<br />
de redação.<br />
10<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
ENTRE NÓS<br />
Agenda <strong>VendaMais</strong> 2018<br />
em megapromoção!<br />
Lá vamos nós para o final do primeiro trimestre<br />
de 2018, ano que, assim como os anteriores,<br />
parece estar voando, não é mesmo? E se nessa correria<br />
toda você foi adiando a compra de uma agenda<br />
(seja porque esperava ganhar do chefe, ou por falta<br />
de dinheiro mesmo), temos duas boas notícias:<br />
1) Ainda temos algumas Agendas <strong>VendaMais</strong> em nosso estoque!<br />
2) Preparamos uma megapromoção para liquidar tudo!<br />
Retail Trends pós NRF<br />
NRF<br />
Retail’s Big Show é o principal evento<br />
de varejo do mundo e acontece<br />
anualmente em janeiro, em Nova York (EUA). A<br />
cada edição, centenas de brasileiros (e de interessados<br />
no segmento do mundo todo) se deslocam<br />
até os Estados Unidos para ouvir especialistas<br />
falando sobre as tendências do ano para o<br />
mercado; conhecer novas tecnologias; descobrir<br />
cases de sucesso inspiradores; e muito mais.<br />
Por apenas R$ 49,90 + frete você compra uma agenda e recebe outra totalmente<br />
grátis! São duas Agendas <strong>VendaMais</strong> pelo preço de uma!<br />
Uma para você e outra para seu colega. Ou para aquela pessoa especial. Ou<br />
para presentear um cliente. Pelo preço de um jantar, você pode se aprimorar profissionalmente,<br />
administrar seu tempo, sua meta e sua carteira de clientes.<br />
Além de ajudar no seu planejamento, a Agenda <strong>VendaMais</strong> 2018 traz um<br />
rico conteúdo sobre vendas consultivas de alta performance, e reúne tudo o que<br />
você espera de uma agenda pensada para profissionais de vendas:<br />
1 Bastante espaço para fazer anotações.<br />
1 Mensagens especiais que o inspiram a vender mais e melhor.<br />
1 Área para registrar suas metas mensais.<br />
1 Lembrete de que metade do mês já passou (para ajudá-lo a focar nas metas).<br />
1 E muito mais!<br />
Aproveite! bit.ly/promo-agendavm<br />
Saiba mais: vendas@vendamais.com.br<br />
VM TECH 2: Tecnologia em vendas<br />
descomplicada<br />
Na <strong>VendaMais</strong> de janeiro/fevereiro,<br />
apresentamos a VM TECH, nossa<br />
nova revista <strong>digital</strong> bimestral que se<br />
propõe a apresentar o que há de mais<br />
atual em termos de tecnologia para auxiliar<br />
as suas vendas, antecipar tendências<br />
e ajudar a sua empresa a utilizar e<br />
criar novos produtos, serviços e soluções.<br />
O lançamento foi um sucesso, e a<br />
segunda edição já saiu do forno! Estes<br />
são alguns dos destaques:<br />
1. BlueLab lança robô 3.0: tecnologia<br />
visa agilizar atendimento em call<br />
center.<br />
2. Geofusion: líder em geomarketing<br />
sinaliza como cortar custos e vender<br />
mais.<br />
3. AllStrategy: empresa cria mapas<br />
estratégicos para auxiliar na gestão<br />
e organização empresarial.<br />
4. upLexis: utilize a força do big data<br />
na tomada de suas decisões.<br />
Bacana, não?<br />
Quem assina a <strong>VendaMais</strong> tem<br />
acesso gratuito à VM TECH. Para isso,<br />
basta entrar na Área do Assinante (assinantes.vendamais.com.br).<br />
Não assinantes<br />
podem adquirir exemplares<br />
avulsos por R$ 9,90 ou fazer a assinatura<br />
anual por R$ 49,90. Acesse bit.ly/<br />
vmtech-2 e saiba mais!<br />
No dia 7 de fevereiro, menos de um mês<br />
depois da realização da NRF deste ano, os especialistas<br />
do grupo GS& Gouvêa de Souza – que<br />
este ano levou uma delegação de 380 participantes<br />
para a Big Apple – e convidados compartilharam<br />
seus principais aprendizados e insights<br />
com um seleto público no Retail Trends pós NRF.<br />
Os assuntos em destaque foram:<br />
1 O que esperar da economia em 2018.<br />
1 Lab-It: A cultura de laboratório como mecanismo<br />
de inovação sustentável.<br />
1 Realidade virtual: transformando a experiência<br />
de compra e inovando nos canais de<br />
venda e de relacionamento.<br />
1 Data business: dados que geram negócios 汅<br />
1 O futuro do varejo.<br />
Nossa equipe esteve lá e, na próxima edição<br />
da <strong>VendaMais</strong>, conta para você o que descobriu<br />
de melhor em um dia intenso de palestras, debates<br />
e muita informação!<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 11
ON-LINE<br />
POR Francine Pereira<br />
5 tendências de<br />
consumo para<br />
acompanhar<br />
em 2018<br />
Anualmente, a TrendWatching, empresa líder em pesquisas<br />
de consumo e mercado, lança um relatório com as<br />
tendências que devem impulsionar as principais transformações<br />
na interação entre marcas e seus públicos. De acordo<br />
com o estudo mais recente, estas são as cinco principais<br />
tendências que irão moldar o comportamento do consumidor<br />
em 2018:<br />
1 A-commerce<br />
A tendência a-commerce (automated commerce – ou “comércio<br />
automático”, em tradução livre) aponta que, cada vez<br />
mais, os consumidores demandarão conveniência e personalização<br />
na hora de comprar, utilizando sistemas inteligentes<br />
e que automatizam tarefas do processo de compra – tais<br />
como pesquisar, negociar, pagar e configurar a entrega do<br />
produto ou serviço.<br />
Por exemplo:<br />
Na China, uma loja da rede de fast food KFC está testando<br />
o sistema “Sorria para pagar”, em que o cliente<br />
realiza o pagamento por meio de um sistema que reconhece<br />
o rosto de cada consumidor.<br />
2 Assistência ao desenvolvimento<br />
De acordo com o estudo da TrendWatching, os consumidores<br />
atuais esperam que as marcas os ajudem na transição para<br />
a vida adulta. A nova geração quer que as empresas terceirizem<br />
atividades diárias ou os ajudem a definir e alcançar<br />
objetivos pessoais.<br />
Por exemplo:<br />
Blue Apron é uma empresa que oferece aos recém-<br />
-adultos a possibilidade de criar uma variedade de<br />
pratos saborosos e saudáveis. O serviço entrega os<br />
ingredientes (pré-preparados) para determinados pratos,<br />
com a instrução de como cozinhá-los.<br />
3 Companheiros virtuais<br />
Outra tendência identificada na análise<br />
da TrendWatching é o fortalecimento<br />
da relação entre pessoas e assistentes<br />
virtuais. Estudos indicam, por exemplo,<br />
que até 2020 as pessoas devem conversar<br />
mais com chatbots do que com<br />
seus próprios cônjuges.<br />
Por exemplo:<br />
Replika é um aplicativo que tem o<br />
objetivo de se tornar o seu “clone<br />
virtual”. Por meio de interações<br />
com o usuário, a ferramenta cria<br />
uma personalidade <strong>digital</strong> alinhada<br />
aos seus gostos e preferências.<br />
4 Tolerância pós-venda<br />
Cada vez mais os clientes vão exigir<br />
que as marcas tenham tolerância e os<br />
ajudem a reavaliar suas decisões. Para<br />
conquistar a lealdade dos consumidores<br />
atuais, é preciso atender necessidades<br />
e preferências deles em<br />
todas as etapas – inclusive no pós-<br />
-venda, adaptando produtos e serviços<br />
de acordo com suas novas prioridades<br />
e desejos.<br />
Por exemplo:<br />
RYU é uma marca de roupas e acessórios<br />
fitness. Para ajudar seu público,<br />
a empresa oferece uma condição<br />
especial para clientes que perderam<br />
peso ou ganharam massa muscular<br />
fazendo exercícios: eles podem comprar<br />
novas peças no tamanho correto<br />
com 50% de desconto.<br />
5 Glass Box – a transparência da marca<br />
Em um mundo tão conectado como o<br />
atual, as ações internas da empresa se<br />
refletem rapidamente no mercado e<br />
nos clientes. Os consumidores estão<br />
observando o tempo todo os valores,<br />
as ações e os relacionamentos das marcas<br />
– e tomando decisões baseadas no<br />
que podem observar.<br />
Por exemplo:<br />
A marca de roupas Everlane tem a<br />
proposta de oferecer peças de qualidade,<br />
feitas com condições de trabalho<br />
justas, e com preço acessível.<br />
Quando o cliente compra da marca,<br />
ele sabe exatamente quais são os<br />
custos distribuídos na peça – materiais,<br />
mão de obra, transporte etc.<br />
12<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
vendamais.com.br<br />
A aquisição da revista <strong>VendaMais</strong> dá direito ao acesso do conteúdo exclusivo<br />
do site <strong>VendaMais</strong> (www.vendamais.com.br). Se você é assinante, basta<br />
digitar seu e-mail e sua senha. Caso tenha adquirido a revista nas bancas,<br />
digite o login “banca” e a palavra-chave “WEB”, válida apenas para os meses<br />
de MARÇO e ABRIL.<br />
Não existe mais<br />
off-line x on-line –<br />
existe um processo<br />
de compra conectado<br />
Os consumidores estão cada vez<br />
mais curiosos e exigentes na hora<br />
de comprar. Isso significa que, antes de<br />
cada decisão de compra – seja ela B2C<br />
ou B2B –, muitas pesquisas são feitas.<br />
E, na maioria dos casos, essa investigação<br />
acontece na internet.<br />
1 Para se ter uma ideia, estudos da<br />
Google apontam que a busca pela<br />
expressão “os melhores” – relacionada<br />
a diversos produtos – cresceu<br />
80% nos últimos dois anos.<br />
E engana-se quem pensa que essa<br />
apuração on-line acontece apenas com<br />
produtos e serviços mais caros, como<br />
eletrodomésticos ou softwares, por<br />
exemplo. Até mesmo na hora de comprar<br />
itens de menor valor (pasta de<br />
dente, hidratante, louças etc.) os consumidores<br />
estão buscando pelos itens<br />
mais bem recomendados na web.<br />
1 Além disso, um estudo da consultoria<br />
BCG apontou que a internet<br />
influencia mais de 50% das compras<br />
efetuadas em lojas físicas<br />
pelos consumidores conectados.<br />
Ou seja, mesmo que sua empresa<br />
não venda pela internet, as informações<br />
na web influenciarão diretamente a<br />
decisão do seu cliente. Por isso, é cada<br />
vez mais importante pensar em processos<br />
de vendas que conectem o mundo<br />
on-line e o off-line.<br />
Para saber mais sobre as pesquisas, acesse<br />
bit.ly/pesquisaonoff e bit.ly/pesquisaonoff2<br />
Tendências de vendas para 2018<br />
A<br />
pós conversar com gestores comerciais, representantes e vendedores de<br />
diversos segmentos, a HubSpot, uma das maiores empresas de tecnologia<br />
para vendas, reuniu algumas das principais tendências para o mundo das vendas<br />
em 2018. São elas:<br />
1 Prospecção por vídeos<br />
Em vez de abordar o prospect por e-mail, você já pensou em enviar um vídeo?<br />
Essa é uma maneira muito mais dinâmica e pessoal de entrar em contato com<br />
possíveis clientes. Nessa etapa da venda, o vídeo aumenta o engajamento e também<br />
serve como um diferencial para sua marca.<br />
1 Treinamento intensivo na área de qualificação de leads<br />
Ao mesmo tempo em que o uso da tecnologia tem facilitado a captação de novos<br />
clientes, a concorrência também está muito mais acirrada. Por isso, ter profissionais<br />
com alto nível conhecimento na área de qualificação de leads será um diferencial<br />
em 2018.<br />
1 Aplicativos de mensagens instantâneas<br />
Estudos mostram que as pessoas passam mais tempo em aplicativos como Messenger<br />
ou WhatsApp do que em outras redes sociais. Por isso, é inevitável que<br />
profissionais de venda passem a utilizar essas ferramentas para entrar em contato<br />
com prospects e clientes.<br />
Confira mais previsões (em inglês) na página da HubSpot:<br />
bit.ly/tendencias-vendas-hubspot<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 13
MANUAL DO LÍDER<br />
Por Francine Pereira<br />
Duas dicas para desenvolver<br />
líderes internamente<br />
“L<br />
íderes fortes fazem uma empresa forte.” Por mais simples que essa afirmação<br />
possa parecer, o que há por trás dela tem um grau de complexidade elevado.<br />
Afinal, encontrar os profissionais certos para assumir cargos de gestão muitas vezes<br />
é um grande desafio. Por isso é tão importante desenvolver líderes internamente.<br />
“Mas como fazer isso?”, você pode perguntar. Quem responde é Bernard<br />
Banks, pesquisador na área de liderança. Baseando-se em seus estudos e na<br />
experiência de mais de 25 anos no departamento de ciências comportamentais<br />
e liderança da Academia Militar dos Estados Unidos, Banks revela duas formas<br />
de desenvolver novos líderes. São elas:<br />
1 – Prepare líderes antes de promover líderes<br />
O que acontece na maioria dos casos: um profissional tem uma ótima performance<br />
em um determinado cargo – que não é de liderança –, e, como recompensa, é<br />
promovido, virando gestor “da noite para o dia”.<br />
Para Banks, esse não é o caminho ideal. Na visão do especialista, as organizações<br />
deveriam fazer seus colaboradores percorrerem um caminho mais “consciente”,<br />
colocando a liderança como objetivo final do plano de carreira.<br />
Para colocar essa ideia em prática, é possível, por exemplo, possibilitar que<br />
diferentes profissionais assumam cargos temporários de liderança enquanto os<br />
gestores oficiais estiverem ausentes (em vez de colocar outro líder no lugar). Assim,<br />
será possível avaliar a performance desses profissionais enquanto eles desempenham<br />
papéis de liderança e, ainda, identificar novos talentos dentro da equipe.<br />
2 – Aposte em todo mundo<br />
A maioria das empresas direciona seus investimentos no<br />
desenvolvimento de lideranças a determinados profissionais<br />
que parecem estar mais aptos a liderar uma equipe.<br />
Banks não acredita nessa estratégia. Para ele, o<br />
ideal é investir no desenvolvimento de todos os profissionais.<br />
Ele ressalta que é possível fazer investimentos mais<br />
significativos em alguns colaboradores que se destacam,<br />
mas sem deixar de dar oportunidades de crescimentos<br />
para todos – possibilitando que eles tenham diferentes<br />
experiências e aprendizados. “Na Academia Militar, eu<br />
costumava dar diferentes responsabilidades para os profissionais<br />
todos os dias, com o objetivo de expandir a experiência<br />
deles. Passar a um profissional júnior uma tarefa<br />
que geralmente seria feita por alguém com dois anos a<br />
mais de experiência que ele é uma ótima maneira de acelerar<br />
seu crescimento”, indica Banks.<br />
O especialista ressalta ainda que, além de desenvolver<br />
a equipe, essa é uma forma de aumentar a retenção de talentos,<br />
pois os profissionais se sentem mais motivados e<br />
reconhecidos.<br />
14<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
Os fatores mais<br />
importantes para o<br />
sucesso da sua equipe<br />
Com o objetivo de entender o que forma uma equipe de<br />
sucesso, a Google passou anos analisando times de<br />
diferentes organizações. Os pesquisadores descobriram que<br />
mais do que quem faz parte de um time, a maneira como as<br />
pessoas trabalham em conjunto e interagem entre si é o que<br />
determina o nível de efetividade de uma equipe.<br />
Entre os fatores mais importantes para o sucesso de<br />
um time, destacam-se, em ordem de importância:<br />
Segurança psicológica<br />
É quando o profissional sente segurança para assumir determinados<br />
riscos, por acreditar que os colegas o apoiarão,<br />
que não vão rir dele ou colocá-lo para baixo.<br />
Confiabilidade<br />
Se refere à confiança que os profissionais têm nos outros<br />
membros da equipe. Eles sabem que podem contar com os<br />
colegas para conseguir alcançar bons resultados, entregando<br />
as tarefas em dia e com qualidade.<br />
Estrutura e clareza<br />
Os membros da equipe possuem expectativas reais sobre a<br />
sua contribuição para o trabalho do time como um todo e<br />
entendem com clareza o seu papel dentro da equipe.<br />
Significado<br />
Ter um propósito forte também é um fator importante para<br />
a efetividade da equipe. Esse significado pode ser pessoal e<br />
variar – segurança financeira, suporte à família, ajudar outras<br />
pessoas etc.<br />
Quer saber mais sobre a pesquisa da Google e ter acesso<br />
a materiais que podem ajudá-lo a trabalhar essas questões<br />
em sua equipe comercial? Acesse esta página (em inglês):<br />
bit.ly/time-sucesso-google<br />
Quando o líder deve<br />
decidir e quando deve<br />
delegar uma decisão?<br />
E<br />
m algumas empresas, todas as decisões são tomadas<br />
pelos líderes. Até mesmo as pequenas resoluções<br />
precisam da palavra final dos gestores. Mas será que<br />
isso é sempre necessário?<br />
De acordo com Victoria Medvec, especialista em<br />
decisões estratégicas e em negociação, essa situação<br />
pode acontecer por dois motivos:<br />
1. O líder é centralizador, e exige que tudo passe pela<br />
sua aprovação.<br />
2. Os profissionais não têm autoconfiança suficiente<br />
para tomar uma decisão, e continuam a terceirizar<br />
a responsabilidade para o gestor.<br />
Na opinião de Victoria, de uma maneira ou de outra,<br />
todos saem perdendo. Por um lado, o líder acaba gastando<br />
tempo demais para tomar decisões relacionadas<br />
a projetos em que, muitas vezes, ele não está envolvido<br />
diretamente, e sobre os quais não tem informações suficiente.<br />
Por outro, os profissionais não desenvolvem<br />
habilidades de assumir riscos e tomar decisões.<br />
Além disso, ela destaca que as decisões escaladas<br />
tendem a ser mais propensas a erros, pois as pessoas<br />
que tomam a decisão não têm todos os dados necessários<br />
para decidir. “Uma empresa bem administrada<br />
tem as pessoas certas, focadas nos riscos certos. O<br />
ideal é o CEO e o conselho de administração só tomarem<br />
decisões no ponto extremo de um contínuo de risco,<br />
deixando decisões de risco médio e baixo para as pessoas<br />
em níveis mais baixos da escada corporativa”,<br />
analisa Victoria.<br />
Como as decisões são distribuídas na sua empresa?<br />
2 Se você é um líder executivo, precisa avaliar se não<br />
está centralizando demais as decisões, investindo<br />
seu tempo em deliberações que deveriam ser realizadas<br />
pelas pessoas que você contratou para cuidar<br />
dessas questões.<br />
2 Se você é um profissional ou gerente que sempre<br />
espera a palavra final do gestor, será que não está<br />
na hora de começar a assumir a responsabilidade<br />
pelas suas decisões? Isso vai ajudá-lo a evoluir profissionalmente.<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 15
s /Por João Guilherme Brotto<br />
Você já pensou em se aliar<br />
a concorrentes?<br />
Conheça a<br />
metodologia que<br />
sugere que você<br />
se una até a<br />
concorrentes<br />
para vender mais<br />
e entenda por<br />
que essa pode ser<br />
uma excelente<br />
ideia para o seu<br />
negócio<br />
Você já parou para pensar sobre como é difícil<br />
ir a um supermercado com um determinado<br />
objetivo e voltar para casa apenas<br />
com o que planejava comprar inicialmente?<br />
São tantas marcas e opções, que é natural perdermos<br />
o foco e comprarmos algo a mais.<br />
Pode-se dizer o mesmo a respeito dos shopping<br />
centers. Imagine que você vai a um para comprar um<br />
tênis de corrida, mas, ao passar em frente a uma livraria,<br />
lembra-se de um livro que havia tempo que<br />
queria ler. Ou vê algo interessante em uma vitrine<br />
qualquer e acaba entrando naquela loja que nem sabia<br />
que existia. Ao fim do passeio, a fome bate e a praça<br />
de alimentação é um caminho natural. E na loja de<br />
tênis, além do que precisava, você acaba levando<br />
também uma meia – porque não dá para usar o tênis<br />
sem meia, certo? Não é bem assim que funciona?<br />
Algo curioso a respeito tanto de supermercados<br />
quanto de shoppings é que, em um<br />
mesmo espaço físico, é possível<br />
encontrar diversos concorrentes<br />
– o que é ótimo para o cliente. E,<br />
acredite, para as empresas, também!<br />
Levando isso em consideração,<br />
responda: você já pensou<br />
em se aliar a concorrentes ou<br />
empresas que têm o mesmo público-alvo<br />
que o seu para somar<br />
forças, ampliar seu mercado e,<br />
naturalmente, vender mais?<br />
Isso é o que defende Andrew M.<br />
Davis, autor do livro Brandscaping<br />
– unleashing the power of partnerships<br />
(Brandscaping – O poder das parcerias<br />
para gerar demanda, em uma tradução<br />
livre), ainda não publicado no<br />
16<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
Brasil. “É mais do que uma estratégia<br />
de marketing de conteúdo ou<br />
redes sociais. É uma metodologia<br />
de marketing que possibilita considerar<br />
o conteúdo como um ativo<br />
em vez de tratá-lo como um custo’’,<br />
explica o autor.<br />
O conceito na prática<br />
No livro, Davis apresenta vários<br />
exemplos de parcerias que resultaram<br />
em grandes sucessos, mas<br />
também comenta a respeito de<br />
oportunidades perdidas. É uma<br />
dessas histórias que contamos aqui<br />
para que você entenda a ideia e<br />
reflita sobre essa possibilidade.<br />
Em 2003, na época do lançamento<br />
da animação Procurando<br />
Nemo, da Disney Pixar, houve um<br />
boom global nas vendas do peixe<br />
palhaço (o mesmo que é retratado<br />
no desenho). Com base nesse fato,<br />
Davis propõe uma reflexão sobre<br />
como vários mercados poderiam<br />
ter se aproveitado disso... “Existem<br />
mais de 8.700 pet shops nos Estados<br />
Unidos. Se cada uma dessas empresas<br />
disponibilizasse uma verba<br />
de mil dólares, mais de 8,7 milhões<br />
de dólares seriam arrecadados.<br />
Mesmo esse valor sendo de apenas<br />
10% do custo de uma das produções<br />
de maior sucesso da história da<br />
Disney Pixar, o valor serviria, com<br />
sobras, para que a associação do<br />
setor contratasse uma produtora<br />
para criar uma websérie para o<br />
YouTube dedicada a promover seu<br />
mercado. Isso causaria um impacto<br />
positivo para todos os players do<br />
setor. O seriado teria um orçamento<br />
semanal de 163 mil dólares, durante<br />
um ano. Eles poderiam criar<br />
um programa de altíssima qualidade,<br />
visando entreter e educar<br />
crianças sobre personagens similares<br />
ao Nemo. Seria um projeto de<br />
conteúdo direcionado aos animais<br />
e produtos que as lojas desejam<br />
vender”, sugere o autor.<br />
Imagine, ainda, se o fabricante de aquários,<br />
o produtor de ração para peixes, o criador<br />
e os pet shops investissem, em conjunto,<br />
para aumentar a demanda de peixes domésticos?<br />
E se eles pensassem mais na<br />
coletividade e menos como marcas individuais?<br />
Os resultados não poderiam ser<br />
potencializados para todos? Mas, claro,<br />
isso não passou pela cabeça de nenhum<br />
dos possíveis parceiros.<br />
Qual é sua maior preocupação?<br />
Na visão de Davis, o problema é<br />
que enquanto os empresários estão<br />
muito preocupados quanto a estarem<br />
vendendo mais que os concorrentes,<br />
cada vez menos pessoas<br />
desejam comprar peixes. “Se seu<br />
mercado está encolhendo e seu<br />
market share permanece o mesmo,<br />
você está ganhando menos dinheiro.<br />
Você pode tentar convencer seus<br />
clientes a comprarem de você e não<br />
do seu concorrente, mas isso custa<br />
caro e pode ser extremamente difícil.<br />
Por outro lado, você pode focar<br />
em fazer com que mais pessoas<br />
se interessem em comprar peixes.<br />
Se seu mercado está crescendo,<br />
mesmo que seu market share permaneça<br />
o mesmo, você fatalmente<br />
venderá mais”, explica.<br />
Seu objetivo, portanto, deve ser<br />
criar oportunidades de longo prazo<br />
para aumentar o tamanho do<br />
mercado, e não pensar em como<br />
ganhar clientes dos concorrentes.<br />
Como tornar isso possível?<br />
Para começar a transformar essa<br />
ideia em possibilidade, pergunte-se:<br />
1 Que produtos/serviços seus<br />
clientes compram antes e depois<br />
dos seus? Como você pode se<br />
aproximar das empresas que<br />
fornecem esses produtos/serviços<br />
para fazer parcerias como<br />
a sugerida no mercado de peixes<br />
domésticos?<br />
1 Quais são as principais fontes de<br />
informação que seus clientes<br />
consomem regularmente? Como<br />
você pode desenvolver parcerias<br />
com esses produtores de conteúdo<br />
para que eles gerem demanda<br />
para o que você vende?<br />
1 O que vale mais: um investimento<br />
esporádico em publicidade ou<br />
uma estratégia de conteúdo para<br />
educar seus clientes e desenvolver<br />
seu mercado no longo<br />
prazo?<br />
1 O que seu departamento de marketing<br />
pode deixar de fazer agora<br />
para se dedicar a criar algo de<br />
maior valor?<br />
Para pensar<br />
Milhões de famílias que assistiram<br />
a Procurando Nemo acabaram em<br />
pet shops comprando peixes, aquários,<br />
ração etc. Quanto mais as pessoas<br />
comprarem de empresas que<br />
complementam o que você vende,<br />
maior será seu potencial de venda.<br />
O marketing de conteúdo ou<br />
marketing educacional tem um<br />
enorme potencial de gerar demanda,<br />
desenvolver mercados e fidelizar<br />
clientes. Para ter sucesso com<br />
parcerias nesse sentido, você precisa<br />
pensar como a mente por trás<br />
de um shopping center. Eles são<br />
criteriosamente formatados para<br />
gerar demanda para todos que estão<br />
lá dentro. Se todo seu mercado,<br />
incluindo fornecedores, clientes e<br />
concorrentes, estivessem dentro<br />
de um shopping, que empresas<br />
fariam parte dele? Como você promoveria<br />
o shopping visando o bem<br />
de todos?<br />
Essas são as reflexões que você<br />
precisa fazer se quiser usar o poder<br />
das parcerias para vender mais e<br />
melhor. Pense nisso, tenha ideias,<br />
una-se a quem pode lhe ajudar e<br />
venda mais!<br />
Reportagem publicada originalmente na <strong>VendaMais</strong><br />
de setembro de 2015<br />
“[Brandscaping]<br />
É mais do que<br />
uma estratégia<br />
de marketing<br />
de conteúdo<br />
ou redes<br />
sociais. É uma<br />
metodologia<br />
de marketing<br />
que possibilita<br />
considerar o<br />
conteúdo como<br />
um ativo em vez<br />
de tratá-lo como<br />
um custo.”<br />
(Andrew M. Davis)<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 17
Superlíder / Por Francine Pereira /<br />
Arquivo Pessoal<br />
18<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
Liderar pelo exemplo,<br />
inspirar de verdade<br />
Conheça a história de uma superlíder que acredita que o conhecimento e a autoavaliação são<br />
fundamentais para sua própria evolução profissional e para o crescimento de todos à sua<br />
volta, e inspire-se para cuidar da sua carreira, ao mesmo tempo em que gerencia uma equipe<br />
ma das principais missões de um líder de equipe comercial é inspirar<br />
seus vendedores. Afinal, é papel dos gestores ajudar os profissionais<br />
da linha de frente a superar adversidades e atingir os resultados esperados,<br />
e, por isso, eles acabam servindo como espelho para todos<br />
que fazem parte do time.<br />
O problema é que, ao ocupar cargos de liderança, alguns profissionais<br />
passam a se considerar “sabe-tudo”. Esses acreditam que, por<br />
comandar uma equipe, já adquiriram todos os conhecimentos necessários<br />
para desempenhar suas funções da melhor maneira possível,<br />
como consequência, deixam de se preocupar com a sua própria capacitação.<br />
Mas, acredite: ser um líder que se posiciona como alguém que<br />
ainda está em desenvolvimento pode ser muito mais inspirador. Afinal,<br />
a visão de quem é comandado por esse tipo de profissional, passa<br />
a ser: “se até meu gestor não se acomoda e está sempre buscando<br />
mais conhecimento, por que eu não deveria fazer o mesmo?”, o que<br />
dá início a um círculo virtuoso de capacitação que pode fazer toda a<br />
diferença no sucesso individual de cada vendedor e, também, da<br />
equipe como um todo. É a velha história da liderança pelo exemplo…<br />
É por isso que a forma de liderar de Sandra Silva Corrêa Côrtes,<br />
diretora proprietária da Casa Auxiliadora Materiais de Construção<br />
de Caratinga (MG), é tão inspiradora. Apesar de comandar equipes há 26 anos, a<br />
empresária não deixa de buscar conhecimento para si e para os profissionais com<br />
quem trabalha, e sempre se preocupa em estar presente nas mais diversas áreas de<br />
sua empresa, o que faz com que seus resultados – e os das suas equipes – sejam cada<br />
dia melhores.<br />
Para entender como essa busca contínua por conhecimento funciona na prática e<br />
descobrir lições que servem tanto para líderes (e futuros líderes), como para vendedores,<br />
conversamos com Sandra. O resultado desse bate-papo você confere agora. Leia e<br />
inspire-se a buscar entender seus pontos fortes e fracos (e também os dos membros da<br />
sua equipe), estudar e apoiar a capacitação contínua de seus liderados. Isso fará diferença<br />
na sua vida, na sua carreira e no desempenho da sua equipe.<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 19
“Eu sou do tempo<br />
em que se dizia<br />
que era preciso<br />
‘colocar a<br />
mão na massa’,<br />
‘sentir na pele’<br />
para, então,<br />
poder liderar<br />
qualquer coisa.<br />
Para mim, sem<br />
conhecer o<br />
segmento em que<br />
quer atuar, você<br />
nunca será um<br />
bom gestor. Ou<br />
seja, acredito<br />
que, antes de<br />
tudo, é preciso<br />
conhecer o que<br />
você quer fazer<br />
e ser.”<br />
Os valores fundamentais da liderança<br />
desta superlíder<br />
A história da Casa Auxiliadora Materiais de Construção<br />
de Caratinga (MG) começou a ser contada<br />
há 26 anos. Na época, Sandra tinha apenas dois<br />
funcionários; hoje, ela gerencia uma equipe de 40<br />
profissionais – 15 na área de vendas, 13 no setor<br />
administrativo e 12 no departamento de entregas.<br />
Filha de empresários do mesmo ramo, Sandra<br />
acredita que o segredo para alcançar o sucesso na<br />
gestão de um negócio é conhecer a fundo o seu<br />
mercado. “Eu sou do tempo em que se dizia que era<br />
preciso ‘colocar a mão na massa’, ‘sentir na pele’<br />
para, então, poder liderar qualquer coisa. Para mim,<br />
sem conhecer o segmento em que quer atuar, você<br />
nunca será um bom gestor. Ou seja, acredito que,<br />
antes de tudo, é preciso conhecer o que você quer<br />
fazer e ser”, destaca.<br />
Mas mesmo o maior conhecedor do seu mercado<br />
de atuação do mundo não consegue prever – e<br />
evitar – catástrofes. Por isso mesmo, além de ser<br />
um case de sucesso, essa também é uma história<br />
de superação. Ao longo de sua trajetória, a empresa<br />
comandada por Sandra enfrentou duas enchentes<br />
e um incêndio. Mas graças à união e à determinação<br />
de toda a equipe, foi possível dar a volta por<br />
cima. Hoje, todos colhem, juntos, os frutos dos<br />
esforços das últimas décadas.<br />
Aliás, esse trabalho em conjunto é, na opinião<br />
de Sandra, um dos motivos que faz a Casa Auxiliadora<br />
Materiais de Construção de Caratinga (MG)<br />
ter tanto sucesso. Com base em sua própria história,<br />
ela aponta que acredita que o líder precisa atuar<br />
lado a lado com os profissionais e mostrar, no dia<br />
a dia, que está à disposição da equipe para ajudá-la<br />
a evoluir.<br />
Segundo ela, essa união não apenas facilita o<br />
trabalho, como também é fonte de motivação para<br />
os colaboradores, o que a deixa muito orgulhosa.<br />
“O que mais me motiva é saber que todos os profissionais<br />
da equipe – tanto no setor administrativo,<br />
como na área de vendas – estão seriamente<br />
envolvidos com os objetivos da empresa. Isso faz<br />
com que eu me sinta realizada e feliz, pois é maravilhoso<br />
saber que somos uma equipe e que temos<br />
valores e comprometimento com o que fazemos”,<br />
salienta. Sandra revela ainda que, como líder, sua<br />
postura mistura determinação, verdade, envolvimento<br />
com o negócio e com os colaboradores, flexibilidade<br />
e abertura para novas ideias que agreguem<br />
valor e conhecimento.<br />
Campanhas de vendas fazem parte da rotina da equipe comercial da Casa Auxiliadora<br />
Materiais de Construção de Caratinga (MG)<br />
E celebrações também! Afinal, equipes bem lideradas sempre têm motivos para comemorar!<br />
Isso porque, na visão de Sandra, o líder de sucesso<br />
é aquele que consegue aceitar novas ideias e<br />
conhecimentos e nunca se acomoda quando o assunto<br />
é aprendizado. “Se você não evoluir com o<br />
mundo, fica engessado, estacionado, e, se não evolui,<br />
não cresce em nada. A cabeça tem que funcionar”,<br />
aconselha.<br />
A importância da busca pelo conhecimento<br />
Assinante da <strong>VendaMais</strong> há mais de 15 anos,<br />
Sandra conta que a revista é uma parceira importante<br />
na sua busca constante por desenvolvimento<br />
20<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
profissional. “A <strong>VendaMais</strong> tem sido um grande<br />
instrumento em minha vida de empresária, pois é<br />
nela que me oriento e busco conhecimento. Acredito<br />
que a abertura para o novo tem que estar no<br />
DNA da administração. Procurar meios de desenvolver<br />
a inovação depende muito da visão que<br />
você tem como gestor”, declara.<br />
Segundo a gestora, ela utiliza o conteúdo das<br />
edições da publicação para aplicar melhorias na<br />
sua gestão e nos processos comerciais da empresa.<br />
Um exemplo de atividade nesse sentido são os seminários<br />
internos, realizados na empresa com<br />
base nas informações da publicação. Funciona assim:<br />
1 Uma vez por mês, durante o ano todo, os colaboradores<br />
são divididos em equipes de três<br />
membros.<br />
1 Sandra escolhe um tema – retirado da edição<br />
vigente da revista <strong>VendaMais</strong> –, e os grupos<br />
ministram palestras sobre esse conteúdo específico.<br />
Durante as apresentações, eles precisam<br />
utilizar dinâmicas e vídeos como material de<br />
suporte.<br />
1 A equipe que ministra a palestra ganha um<br />
prêmio no final.<br />
Autoavaliação também é um importante<br />
aprendizado<br />
Quer saber mais sobre<br />
o GEC e conhecer<br />
outros cursos oferecidos<br />
pelo Instituto<br />
<strong>VendaMais</strong>? Acesse<br />
institutovendamais.<br />
com.br.<br />
Pensando no próprio desenvolvimento,<br />
recentemente, Sandra<br />
concluiu o curso on-line Gestão<br />
de Equipes Comerciais (GEC),<br />
promovido pelo Instituto <strong>VendaMais</strong><br />
e ministrado por Raul<br />
Candeloro – diretor da <strong>VendaMais</strong><br />
e especialista em alta<br />
performance em vendas. Junto com a gestora,<br />
participaram do treinamento outras profissionais<br />
da empresa – uma gerente, uma arquiteta e uma<br />
compradora. “Vi no curso uma maneira de abrir<br />
a minha visão e o meu conhecimento, uma oportunidade<br />
de me movimentar, mexer a equipe e as<br />
ideias. Decidi envolver outros profissionais da<br />
empresa pelo fato de que se pensarmos e analisarmos<br />
juntos cada módulo, o treinamento agregaria<br />
para todos, dentro do segmento de cada um”,<br />
explica.<br />
A empresária destaca que um dos principais<br />
aprendizados do curso foi o incentivo à autoavaliação<br />
– tanto dela, como gestora, como dos próprios<br />
colaboradores. “Acredito que quando você<br />
mesmo se questiona e pensa, você é capaz de<br />
mudar certos comportamentos e, assim, evoluir.<br />
O GEC contribuiu muito para tomarmos consciência<br />
do que precisava ser melhorado e também<br />
do que estamos fazendo corretamente. Precisamos<br />
tomar essa consciência e, assim, o sucesso vem<br />
como consequência”, declara.<br />
Ela conta que praticamente tudo o que aprenderam<br />
no treinamento já foi aplicado, e os resultados<br />
puderam ser percebidos na prática – por ela e<br />
pelos profissionais da empresa. Entre os feedbacks<br />
dos colaboradores, Sandra ressalta que se destacam<br />
aqueles que evidenciam a diferença que o conhecimento<br />
adquirido fez no desempenho da equipe.<br />
Ao longo deste ano, Sandra destaca que ela e<br />
sua equipe continuarão a aplicar o que aprenderam<br />
no GEC, especialmente em relação ao planejamento<br />
e à roda de vendas – ferramenta do Instituto<br />
<strong>VendaMais</strong> que ensina como aprimorar os processos<br />
das diferentes etapas da venda. “O que mais me<br />
motiva é saber e confirmar aquilo que tomamos<br />
consciência. Agora, sabemos que esse conhecimento<br />
não pode ficar para trás. Temos que acreditar e<br />
seguir em frente”, conclui.<br />
INSPIRE-SE<br />
<strong>VendaMais</strong> – Quais conselhos você daria para um<br />
líder que está tendo dificuldades em fazer a equipe<br />
alcançar bons resultados? O que ele deve fazer para<br />
motivar, capacitar e inspirar os profissionais que<br />
lidera?<br />
“Acredito que um bom líder deve estar sempre focado<br />
em melhorar seu desempenho e que, para isso, precisa<br />
saber fazer uma boa autoanálise da sua performance.<br />
Nesse sentido, um bom curso pode agregar<br />
muito, fazer o líder enxergar o que é necessário para<br />
evoluir. Um líder que não busca conhecimento e que<br />
não pratica a autoavaliação, certamente não vai conseguir<br />
fazer isso na equipe dele. Para motivar e capacitar<br />
é preciso muita dedicação, empenho e determinação,<br />
mas, acima de tudo, também muita humildade<br />
para se nivelar com o outro e buscar ajudá-lo a crescer<br />
de forma consciente.”<br />
Sandra Silva Corrêa Côrtes<br />
Seja o próximo superlíder da <strong>VendaMais</strong>!<br />
Se você acha que sua história – ou a história do seu líder – merece<br />
ser contada nas páginas da <strong>VendaMais</strong>, escreva para leitor@<br />
vendamais.com.br e compartilhe sua trajetória com a gente!<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 21
Gestão em vendas<br />
J.B. Vilhena<br />
IÉ possível vender mais<br />
e lucrar mais em 2018?<br />
magino que, se você é gestor comercial, a pergunta acima lhe passou pela cabeça<br />
recentemente. Se pararmos para pensar, tivemos um bom final de ano em 2017,<br />
veio o Carnaval e agora 2018 começou para valer. A pergunta, então, passa a ser:<br />
como garantir que as vendas continuem crescendo? O que fazer perante algumas<br />
incertezas, como as eleições que se aproximam? Se você anda pensando nisso,<br />
sugiro ler este artigo até o fim.<br />
Cenário x alternativas<br />
Nas organizações com finalidade lucrativa, promover o incremento de vendas é<br />
parte dos desafios diários. Na minha experiência como consultor e coordenador<br />
do MBA em Gestão Comercial da FGV, observo que muitas empresas se contentam<br />
em aumentar as vendas, independente do custo que isso gere. Normalmente,<br />
são companhias obcecadas pelos ganhos de market share e suas consequentes implicações<br />
em termos de economias de escala. Um caminho que pode não ser o ideal para<br />
muitas organizações. Afinal, a vocação para atender a nichos em vez de amplos segmentos<br />
de mercado não é demérito.<br />
Por outro lado, dependendo do quão “alavancados” estejamos em termos de custos<br />
fixos, muitas vezes nos vemos obrigados a perseguir tenazmente o aumento dos volumes<br />
de vendas. Para isso, aceitamos praticar descontos enormes para as redes de distribuição<br />
mais importantes (quem vende<br />
para Carrefour, Amazon ou Casas<br />
Bahia sabe bem o que é isso), ou<br />
passamos a oferecer dispendiosos<br />
serviços para atrair novos clientes.<br />
Com essas estratégias, conseguimos<br />
manter os volumes por algum<br />
tempo, mas quando um concorrente<br />
passa a oferecer mais do que<br />
nós, ou cobrimos sua oferta ou<br />
vemos os clientes correrem para<br />
seus braços.<br />
Mas existem duas alternativas<br />
que permitiriam ganhos marginais<br />
expressivos nas vendas. São elas:<br />
1) Melhorar a competência<br />
dos vendedores nas<br />
negociações comerciais<br />
Parece incrível, mas a maioria dos<br />
vendedores raramente participa de<br />
treinamentos de negociação. Em<br />
parte, a culpa é deles mesmos, que<br />
acreditam que nada mais lhes pode<br />
ser ensinado e se contentam em<br />
22<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
praticar o que aprenderam na nem<br />
sempre eficaz “escola da vida”.<br />
Por outro lado, muitos gestores<br />
comerciais se sentem ameaçados<br />
quando percebem que o nível de<br />
capacitação de sua equipe aumentou.<br />
Você pode pensar que isso é<br />
um absurdo – e é mesmo –, mas a<br />
explicação está na própria forma<br />
como as empresas fazem a seleção<br />
de seus gerentes na área de vendas.<br />
Até hoje, infelizmente, os melhores<br />
vendedores costumam ser<br />
promovidos a gerentes. Cabe perguntar:<br />
se eles foram promovidos<br />
porque eram os melhores vendedores,<br />
a perda desse “status” não<br />
vai ameaçá-los?<br />
Não quero cansar você com<br />
uma série de reflexões sobre a natureza<br />
humana e a forma como<br />
lidamos com nossos medos, mas<br />
proponho aqui uma analogia. Nos<br />
antigos filmes de faroeste, os melhores<br />
pistoleiros precisavam provar<br />
continuamente sua habilidade.<br />
De que forma o faziam? Matando<br />
todos aqueles que pudessem – no<br />
momento ou no futuro – rivalizar<br />
com eles. Pense nisso.<br />
Outra questão importante<br />
quanto ao desenvolvimento das<br />
habilidades em negociações comerciais<br />
é que, no passado, a maioria<br />
dos treinamentos que se propunham<br />
a isso se limitavam a<br />
tentar “ensinar” técnicas de pressão<br />
psicológica, pressão de tempo<br />
e outros truques e falcatruas. Atualmente,<br />
há uma linha de abordagem<br />
que me parece muito mais<br />
eficaz: a da negociação colaborativa.<br />
Agindo sob esse enfoque,<br />
prefere-se valorizar os relacionamentos,<br />
muito mais do que os ganhos<br />
imediatos. Obviamente, isso<br />
não significa que nos descuidamos<br />
do processo, mas preferimos enfatizar<br />
a importância dos comportamentos<br />
e estilos durante a negociação,<br />
em vez de tentar robotizar<br />
os negociadores.<br />
2) Perder as esperanças<br />
de vender<br />
O filósofo Spinoza – provavelmente<br />
inspirado em Platão – dizia haver<br />
uma significativa diferença<br />
entre esperança e vontade. Segundo<br />
ele, esperança significa a expectativa<br />
de que alguma coisa que não<br />
depende de você (ou sobre a qual<br />
você não tenha poder) aconteça. Já<br />
a vontade representa a disposição<br />
de lançar mão de coisas que você<br />
mesmo controla a fim de obter um<br />
determinado resultado.<br />
Na visão de Spinoza, por exemplo,<br />
seria totalmente despropositado<br />
uma pessoa começar o ano com<br />
a esperança de emagrecer. Para<br />
isso, é preciso ter vontade – e fechar<br />
a boca e malhar muito, claro!<br />
Assim sendo, não adianta termos<br />
esperança de vender. É preciso<br />
que nos preparemos e tenhamos<br />
vontade de fazê-lo.<br />
Como podemos nos preparar?<br />
Em primeiro lugar, é preciso entender<br />
e aceitar que vivemos numa era<br />
em que a informação e o conhecimento<br />
compõem o capital mais<br />
importante de uma empresa. Nos<br />
últimos anos, vivemos uma indiscutível<br />
evolução e expansão do<br />
conceito de marketing, que passou<br />
a absorver novas funções, expandiu<br />
fronteiras, aproveitou-se de novas<br />
tecnologias e incorporou sucessivas<br />
inovações. Mas, por mais incrível<br />
que pareça, a maioria das empresas<br />
ainda não assumiu as rédeas do<br />
relacionamento com seus clientes.<br />
Pensemos no exemplo das companhias<br />
de seguro. Pode parecer<br />
incrível, mas a gestão do relacionamento<br />
é “terceirizada” em muitas<br />
seguradoras. Quando pergunto<br />
quem detém o histórico de relacionamento<br />
com os clientes, na maioria<br />
das vezes a resposta é: os vendedores<br />
(algumas dizem que a área<br />
financeira possui esse histórico).<br />
Mas esse é apenas um problema<br />
grave. Ao começarmos qualquer<br />
trabalho de consultoria em vendas<br />
sempre faço ao cliente algumas<br />
perguntas:<br />
1 Quanto custa cada visita feita<br />
pelo vendedor?<br />
1 As margens de contribuição de<br />
cada produto são conhecidas?<br />
1 Os clientes são alvo de uma<br />
classificação do tipo ABC, para<br />
se determinar a melhor forma<br />
de atendê-los (diretamente,<br />
por via remota, através de revendedores)?<br />
1 A equipe comercial é cobrada<br />
por outros indicadores de performance<br />
que não apenas o<br />
volume de vendas?<br />
1 Há uma preocupação em adequar<br />
o perfil do vendedor ao<br />
perfil da clientela?<br />
1 Existe alguma política sistemática<br />
de distinção entre clientes<br />
de maior valor, de maior potencial<br />
e clientes que geram<br />
margem de vendas negativas?<br />
O mais comum é o interlocutor<br />
tergiversar e procurar mudar o<br />
foco da conversa, o que mostra,<br />
para mim, que essas são empresas<br />
cheias de esperança, mas sem qualquer<br />
vontade de vender mais (não<br />
é à toa que costumeiramente ouvimos<br />
a clássica ladainha de que<br />
o mercado está em recessão, os<br />
concorrentes são desonestos e o<br />
governo não ajuda e sim atrapalha).<br />
Em suma, se você quer vender<br />
mais e obter melhores resultados<br />
financeiros ao longo de todo o ano<br />
de 2018, ficam aqui as minhas dicas:<br />
Treine suas equipes.<br />
Fortaleça a autoconfiança de<br />
seus gerentes.<br />
Perca a esperança, mas faça<br />
crescer sua vontade de ser<br />
bem-sucedido!<br />
“Não adianta<br />
termos<br />
esperança<br />
de vender.<br />
É preciso<br />
que nos<br />
preparemos<br />
e tenhamos<br />
vontade de<br />
fazê-lo.”<br />
J.B. Vilhena é coordenador<br />
acadêmico do MBA em<br />
Gestão Comercial da FGV,<br />
doutorando em Gestão de<br />
Negócios pela FGV/Rennes<br />
(França), consultor e palestrante.<br />
E-mail: jbvilhena@uol.<br />
com.br<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 23
Entrevista / Por Natasha Schiebel /<br />
Divulgação<br />
Inovação<br />
para todos<br />
inovar, pensar<br />
fora da caixa, fazer diferente!”<br />
Alguma vez na vida<br />
você já ouviu um pedido<br />
“Precisamos<br />
como esse – seja em uma<br />
reunião, em um e-mail ou até mesmo em uma conversa<br />
informal com um cliente? Provavelmente,<br />
sim, não é mesmo? O problema é que, muitas vezes,<br />
o que se segue a esse pedido é um silêncio constrangedor,<br />
que mostra que pouca gente entende o<br />
real significado de inovação – e, menos ainda, qual<br />
é o caminho que é preciso percorrer para inovar<br />
de verdade.<br />
Uma das formas de resolver isso é conhecendo<br />
empresas que têm a inovação em seu DNA e tirando<br />
das histórias delas lições que podem ser replicadas<br />
na sua realidade. Um bom ponto de partida<br />
é a 3M, multinacional que em território nacional<br />
coleciona títulos de “empresa mais inovadora do<br />
Brasil” – e o mesmo se repete em muitos dos outros<br />
países em que atua.<br />
Essa história é, aliás, o ponto de partida da Entrevista<br />
desta edição. Conversamos com Luiz Eduardo<br />
Serafim, Head de <strong>Marketing</strong> da 3M no Brasil<br />
e autor de O poder da inovação – Como alavancar a<br />
inovação na sua empresa. No bate-papo, Serafim<br />
revela o que sua empresa precisa fazer para desenvolver<br />
uma cultura de inovação, apresenta métricas<br />
que devem ser levadas em consideração na hora de<br />
avaliar uma ideia inovadora, explica como profissionais<br />
de vendas podem desenvolver uma mentalidade<br />
inovadora, compartilha insights da própria<br />
3M, e muito mais. Acompanhe!<br />
<strong>VendaMais</strong> – Como você define inovação?<br />
Luiz Eduardo Serafim – Inovação é um processo de<br />
criação de valor em que a gente sempre parte de uma<br />
ideia criativa, de uma abordagem original para solucionar<br />
um problema humano. O ciclo da inovação<br />
pressupõe impacto em resultado, por isso mesmo, só<br />
podemos chamar de inovação uma ideia que foi amadurecida<br />
com o tempo – por meio de estudos (do<br />
consumidor, do mercado, das tecnologias) – e, depois<br />
desse processo de amadurecimento, foi implementada,<br />
incorporada e adotada pelos usuários, porque<br />
essa é a evidência de que eles perceberam valor, entenderam<br />
a nova oferta como mais vantajosa do que<br />
as alternativas existentes.<br />
Um resumo disso tudo é uma definição do Fórum<br />
de Inovação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), cujo<br />
conceito é inspirado na 3M: Inovação = ideia + implementação<br />
+ resultado.<br />
Qualquer empresa pode ser inovadora ou a inovação só<br />
existe em organizações que já nasceram com o DNA<br />
inovador?<br />
Antes de mais nada, é importante ressaltar que inovação<br />
não quer dizer acertar uma grande ideia, criar<br />
um ambiente colorido, chamar um especialista para<br />
fazer uma palestra sobre o tema etc. Inovação é um<br />
sistema, uma jornada contínua, eterna, que vai precisar<br />
de constante adaptação, pois o mercado muda<br />
o tempo todo, as tecnologias evoluem, o comportamento<br />
do consumidor se transforma, o ambiente<br />
corporativo passa por mudanças e assim por diante.<br />
24<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
“Inovação é um<br />
processo de criação de<br />
valor em que a gente<br />
sempre parte de uma<br />
ideia criativa, de uma<br />
abordagem original<br />
para solucionar um<br />
problema humano.”<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 25
Então, quem entra nessa precisa entender que inovação<br />
é uma cultura; é uma jornada fascinante,<br />
mas eterna.<br />
E sim, é possível se tornar inovador sem ter o DNA<br />
da inovação!<br />
Foto: Nelson Chinalia<br />
É verdade que boa parte das empresas que a gente<br />
reconhece como as “mães” da gestão da inovação –<br />
como a 3M, a GE, a Bayer, a BASF e a IBM – são empresas<br />
químicas e de tecnologia da informação, e<br />
muitas delas foram fundadas por inventores e/ou<br />
engenheiros, e se beneficiam do fato de que desde o<br />
“elemento zero” têm a vocação de pesquisa, valorizam<br />
o conhecimento, o estudo, têm uma visão de futuro e<br />
investem em tecnologia. No entanto, vivemos em um<br />
mundo tão dinâmico e volátil que já não dá para relegar<br />
a inovação só para essas empresas. Atualmente,<br />
inovar é uma necessidade para qualquer organização<br />
– seja a padaria da esquina, o escritório de advocacia,<br />
a pequena indústria têxtil de Santa Catarina e assim<br />
por diante. Todo mundo precisa incorporar o DNA<br />
inovador ao seu trabalho. E é possível fazer isso.<br />
De maneira prática, as empresas que não têm<br />
esse DNA original precisam entender que a inovação<br />
consistente depende de uma abordagem sistêmica. É<br />
como fazer um bolo. Para tornar uma empresa inovadora<br />
é preciso incorporar vários ingredientes que<br />
se inter-relacionam e se complementam. Certamente,<br />
valorização das pessoas é a base de tudo, mas há vários<br />
outros aspectos relativos a tecnologias, processos,<br />
indicadores, e assim por diante, que precisam fazer<br />
parte dessa equação.<br />
Além disso, é fundamental entender que essa<br />
transformação só ocorre se a alta liderança estiver<br />
engajada. Esse não é o tipo de transformação que<br />
ocorre de insurgentes, de uma democracia de revolucionários<br />
que levam a mudança de baixo para cima.<br />
O negócio é “top-down”, porque a alta liderança precisa<br />
ser responsável por trazer para a cultura alguns<br />
elementos que talvez estejam faltando, como:<br />
Valorização do desenvolvimento das pessoas;<br />
Estímulo ao risco;<br />
Tolerância ao erro;<br />
Estímulo e construção das redes internas de cooperação,<br />
de colaboração – e externas também;<br />
Desenvolvimento de um mindset voltado sempre<br />
para o usuário, para o consumidor, para o<br />
mercado.<br />
“A inovação<br />
incremental<br />
não é<br />
absolutamente<br />
revolucionária,<br />
mas agrega<br />
valor, melhora,<br />
sustenta a<br />
sua empresa,<br />
o que é muito<br />
importante.”<br />
É necessária uma espécie de revolução na forma<br />
como a empresa enxerga o mundo para sair do ponto<br />
zero e se tornar um ambiente inovador. E para acontecer<br />
uma transformação completa, só mesmo com a<br />
alta liderança comprometida, engajada, criando ferramentas,<br />
instituindo a meritocracia e esse desejo de<br />
olhar para a frente, desapegando dos sucessos do passado<br />
e estimulando a empresa para modelos futuros.<br />
Em empresas inovadoras por natureza, como a 3M, o<br />
que é preciso fazer para garantir que essa cultura da<br />
inovação se perpetue?<br />
Toda empresa inovadora precisa ter uma filosofia<br />
direcionando a organização. No caso da 3M é a do<br />
foco voltado ao cliente. Já era assim em 1918 e se mantém<br />
em 2018, por meio do mantra "customer first". Isso<br />
faz muito sentido porque, como eu disse anteriormente,<br />
inovação é criação de valor, e só é possível criar<br />
valor estando muito próximo ao cliente, para entender<br />
efetivamente as necessidades dele, as experiências, as<br />
angústias, e aí pensar, com o conhecimento que a<br />
gente tem em colaboração, em como oferecer uma<br />
solução. Então, uma empresa precisa manter essa filosofia,<br />
esse mindset de foco voltado ao cliente como<br />
principal missão para se manter inovadora.<br />
26<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
Outra coisa que eu acho importante é a capacidade<br />
de desapegar dos grandes sucessos do passado e<br />
ter humildade para nunca parar de aprender. No caso<br />
do desapego, por exemplo, a 3M foi pioneira em fitas<br />
magnéticas, produto que possibilitou que programas<br />
de áudio que antes eram transmitidos apenas ao vivo,<br />
pudessem ser gravados. Mesma coisa para programas<br />
de vídeo. Mas esse tipo de coisa perdeu relevância há<br />
décadas. Como o retroprojetor, que foi um grande<br />
negócio da 3M nas escolas, nas empresas, e se tornou<br />
obsoleto por causa da evolução da tecnologia. E talvez<br />
isso aconteça com outros produtos nossos nos próximos<br />
anos. Mas como a empresa é voltada para o futuro,<br />
para o cliente, a gente sempre tem um exercício<br />
de olhar nossas competências, analisar as tendências<br />
e ver como podemos solucionar os novos problemas<br />
humanos. Então essa capacidade de desapegar de<br />
negócios que eventualmente foram sucessos e se preocupar<br />
em ler o mercado, as tendências, as tecnologias,<br />
os comportamentos é absolutamente vital para uma<br />
empresa se manter inovadora.<br />
Outro componente muito importante nessa equação<br />
é construir um ambiente de confiança. Confiança<br />
que se desperta sendo muito transparente, comunicando<br />
os objetivos da empresa, permitindo que as<br />
pessoas se expressem sem medo de sofrer retaliação,<br />
construindo um ambiente acolhedor e de cooperação.<br />
Se você me perguntar qual é o “golpe mortal” da<br />
capacidade de inovação da 3M, eu responderia que é<br />
o perfil das pessoas que constroem uma cultura colaborativa,<br />
em que todo mundo se apoia, existe troca<br />
informação e de experiência entre os colegas. Essa<br />
cultura colaborativa é o nosso grande patrimônio.<br />
intraempreendedor, aí eu ensino tudo isso para a<br />
minha equipe, minha equipe se torna líder e isso<br />
vai se alimentando e tornando um motor perpétuo.<br />
Muitos pensam que inovar tem a ver com ter uma ideia<br />
de um milhão de dólares e/ou criar algo completamente<br />
disruptivo, mas empresas como Netflix mostram que<br />
pequenas inovações em processos, quando feitas de<br />
forma constante, acabam construindo a verdadeira<br />
cultura de inovação. Nesse sentido, como olhar para a<br />
inovação de forma prática no dia a dia?<br />
Eu acho muito interessante a gente pensar a seguinte<br />
questão: inovação pressupõe um exercício anterior de<br />
planejamento, uma visão de futuro. Tem a ver com<br />
questões como:<br />
Onde a empresa deve “jogar” no futuro?<br />
Em que adjacências ela deve entrar?<br />
O que ela pode se tornar?<br />
Que novos produtos e/ou serviços ela pode incorporar<br />
no futuro?<br />
Também é fundamental garantir que as pessoas<br />
sejam estimuladas a apresentar suas ideias, a pensar<br />
diferente, a olhar de fora para dentro, pensando no<br />
usuário e em construir o futuro. Encorajar as pessoas<br />
a exercerem suas iniciativas sempre fez parte da<br />
cultura da 3M. Aqui, as pessoas são incentivadas a<br />
ter coragem, a exercer sua autonomia. Um ambiente<br />
que proporciona confiança, colaboração e esse senso<br />
de autonomia, de empreendedorismo dentro da organização<br />
é vital para fazer a empresa ser sempre<br />
inovadora.<br />
Nesse ambiente é superimportante que haja um<br />
treinamento permanente das lideranças. Eu aprendi<br />
a ter essa visão de mundo voltada para o cliente,<br />
a ler as transformações da tecnologia, a desapegar,<br />
a criar um ambiente confiável, cooperativo,<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 27
Ou seja, é preciso fazer um trabalho árduo, ter um<br />
pensamento mais forte sobre a sua visão de futuro. E<br />
todo mundo precisa estar envolvido. Assim, é possível<br />
mapear os seus alvos e encontrar oportunidades de<br />
projetos. Depois de conhecer eventuais novas categorias,<br />
novos produtos, eventualmente transformar em<br />
serviço... enfim, de definir um projeto, você vai poder<br />
alocar pessoas para estudar problemas. Inovação é<br />
isso! O pessoal às vezes acha que inovar é ter uma<br />
ideia brilhante, mas é muito arregaçar mangas, olhar<br />
para um alvo e ir lá investigar:<br />
Como aquele usuário faz isso?<br />
O que mais atrapalha?<br />
Qual gap ele tem?<br />
E aí você vai anotar, tirar um monte de conclusões<br />
e vai tentar encontrar uma solução que atenda aquela<br />
necessidade. Mas antes você precisa ter esse mapa,<br />
priorizar os projetos e alocar as pessoas para fazer o<br />
trabalho da inovação.<br />
Outra coisa que é importante pensando nessa ideia<br />
é entender que a inovação disruptiva não é a única<br />
forma de inovação. Aliás, essa é a mais difícil de<br />
acontecer, e mesmo para grandes empresas inovadoras,<br />
como a 3M e o Google, a parcela de inovações<br />
radicais é pequena. A maioria dos projetos inovadores<br />
é de inovação incremental. Mas não é por isso que<br />
eles são menos importantes. Eles têm o papel de continuar<br />
transformando a sua empresa, levando uma<br />
novidade para o mercado, satisfazendo o usuário em<br />
determinada frente, levando ao canal uma novidade,<br />
melhorando a sua margem.<br />
Ou seja, a inovação incremental não é absolutamente<br />
revolucionária, mas agrega valor, melhora,<br />
sustenta a sua empresa, o que é muito importante. E,<br />
de novo: no seu exercício de priorização, você vai<br />
colocar coisas que eventualmente são fáceis, simples,<br />
mas estão alinhadas à sua visão de futuro para os<br />
próximos anos.<br />
É preciso entender e diagnosticar o que há de<br />
errado em cada departamento, quais são as oportunidades,<br />
quais são as tendências e assim por diante.<br />
Você faz esse trabalho, aí prioriza o que dá para<br />
trabalhar – o que tem gente, o que provavelmente<br />
vai trazer mais resultado –, aloca as pessoas, define<br />
o líder daquele projeto, estimula e vai adiante para<br />
buscar o resultado. Essa é a aplicação prática da<br />
inovação.<br />
“As organizações devem escolher os indicadores que mais fazem sentido<br />
para os seus projetos. O que eu garanto é que é muito importante<br />
estabelecer KPIs claros e que mostrem o impacto real daquele<br />
esforço, daquele investimento todo em inovação. Caso contrário, se<br />
não observarem de uma forma clara o benefício da inovação para a<br />
companhia, muitas pessoas poderão questionar seu posicionamento.”<br />
Por que é importante ter métricas para avaliar a evolução<br />
de ideias inovadoras? E quais métricas você recomenda<br />
que sejam monitoradas nesse sentido?<br />
Não ter uma forma de mensurar o esforço de inovação<br />
é um grande erro. Eu já vi iniciativas interessantes se<br />
perdendo por falta de maneiras de medir a evolução<br />
do projeto. Ao mesmo tempo, como o objetivo de uma<br />
inovação é maior do que simplesmente trazer resultado<br />
no curto prazo, as métricas não precisam gerar<br />
pressão extrema, podem ser mais equilibradas.<br />
Na 3M, a questão que orienta nossas decisões é:<br />
“como se parece o sucesso dessa iniciativa?”. Ou seja,<br />
quais são os indicadores que mostram que podemos<br />
comemorar o sucesso de uma inovação e divulgá-la<br />
para a organização como um todo?<br />
Inovação pressupõe impacto em resultado. Então,<br />
os indicadores que a 3M usa há muito tempo são: o<br />
impacto na margem, nas vendas e no lucro da companhia.<br />
Isso é muito importante. Se você cria essa<br />
transformação dentro da empresa, aloca gente e recursos,<br />
faz pesquisa, mas no fim não consegue provar<br />
melhora nos seus resultados financeiros, toda essa<br />
transformação cultural é colocada em xeque. Então,<br />
o principal indicador para a 3M é a porcentagem das<br />
vendas que derivam de novos produtos e serviços.<br />
Mas é possível ter outros indicadores mais granulares<br />
também, como:<br />
1) Tipo de inovação: quanto do lucro vem de inovações<br />
radicais ou incrementais ou novas aplicações;<br />
2) Indicadores que medem a saúde de esforços<br />
da organização para buscar o resultado, como<br />
percentual de pessoas da organização treinadas<br />
em metodologias de inovação, treinamentos de<br />
criatividade de design thinking, e assim por diante;<br />
3) Número de ideias que vêm de fora da companhia,<br />
se a empresa pretende estimular muito<br />
essa questão de inovação aberta;<br />
28<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
4) Número de patentes desenvolvidas pela equipe<br />
de cientistas, se é uma empresa de pesquisa<br />
e desenvolvimento;<br />
5) Número ou percentual da equipe técnica de<br />
doutores e mestres.<br />
As organizações devem escolher os indicadores<br />
que mais fazem sentido para os seus projetos. O que<br />
eu garanto é que é muito importante estabelecer KPIs<br />
claros e que mostrem o impacto real daquele esforço,<br />
daquele investimento todo em inovação. Caso contrário,<br />
se não observarem de uma forma clara o benefício<br />
da inovação para a companhia, muitas pessoas<br />
poderão questionar seu posicionamento.<br />
Como os vendedores podem desenvolver uma mentalidade<br />
inovadora?<br />
Na 3M, a gente sempre estimula que os vendedores<br />
tenham a visão que a gente espera de todo empreendedor:<br />
de olhar para fora, identificar as oportunidades,<br />
aprender a fazer uma leitura do que está acontecendo<br />
no mercado, nas outras empresas, nos concorrentes<br />
e, a partir disso, conseguir trazer uma oportunidade,<br />
um projeto para a companhia desenvolver – pode ser<br />
um novo produto, um novo serviço, uma nova forma<br />
de passar informação e assim por diante.<br />
Por exemplo: se, durante o planejamento de território,<br />
o vendedor consegue organizar melhor seu<br />
dia, o que faz com que ele seja mais produtivo e assertivo<br />
no seu trabalho, isso é uma mudança inovadora.<br />
Se dentro de uma empresa em que ele costuma<br />
visitar apenas uma determinada pessoa, certa vez<br />
acaba conseguindo expandir a visão e identificar que<br />
há mais contatos relevantes, passando a se conectar<br />
com outras pessoas que têm outros papéis de influenciar<br />
a decisão de compra e o relacionamento, isso<br />
será uma inovação. Se ele consegue imaginar uma<br />
forma mais efetiva de aumentar a percepção de valor<br />
do cliente – fazer algum tipo de evento, criar um<br />
workshop de cocriação, levar o cliente à matriz, ou<br />
qualquer outra atividade que não é o seu padrão, não<br />
é a sua rotina – e que no final vai impactar na percepção<br />
do cliente e trazer novas oportunidades que<br />
serão convertidas em negócios, isso é uma inovação.<br />
Nesse sentido, é nosso dever estimular que a equipe<br />
de vendas pratique essa visão de mundo, que busque<br />
identificar novas oportunidades olhando para a<br />
sua rotina procurando notar pontos que podem ser<br />
diferentes, melhores, sempre com a visão de que resultados<br />
isso traz para a atividade.<br />
Quais são suas dicas para quem quer inovar e não sabe<br />
como começar?<br />
Eu resumiria minhas dicas a três:<br />
Nunca deixe de lado suas crenças, suas causas.<br />
Trabalhe vislumbrando o futuro.<br />
Estabeleça conexões com pessoas de diferentes<br />
tribos.<br />
Explico.<br />
É muito difícil inovar estando apático, desempenhando<br />
uma função que te faz querer que o tempo<br />
passe rápido. Para inovar, é preciso fazer coisas que<br />
estejam conectadas com o seu objetivo, com o seu<br />
propósito e com as pessoas com quem você convive.<br />
Afinal, você só vai criar coisas diferentes e jogar<br />
aquela energia que fará a diferença no mundo se você<br />
se conectar com áreas de seu interesse, com focos<br />
que têm uma conexão muito íntima com a sua essência.<br />
Faz toda a diferença quando você se conecta com<br />
uma organização que tem valores com os quais você<br />
se identifica, se você está estudando coisas que te<br />
entusiasmam muito e fazem você ter mais vontade<br />
de se dedicar àquele universo.<br />
Além disso, obviamente é muito interessante estar<br />
com o radar ligado ao que está acontecendo hoje e<br />
desenvolver uma capacidade de leitura do mercado.<br />
Assim, você conseguirá identificar grandes transformações<br />
em modelos de negócio, em tecnologias, e se<br />
você tiver sede de saber e de conexão, provavelmente<br />
conseguirá identificar oportunidades interessantes<br />
para investir, para se dedicar.<br />
Por último, estabeleça redes de conexões variadas,<br />
porque essa conexão vai propiciar novo conhecimento,<br />
novas oportunidades de investimento, de trabalho,<br />
de parcerias, de sociedades. Hoje a gente faz pouca<br />
coisa sozinho e vai ser cada vez mais assim. Por isso<br />
é muito interessante trabalhar sempre aberto à colaboração.<br />
Isso fará a diferença no futuro!<br />
Saiba mais<br />
Livro: O poder da inovação – Como alavancar<br />
a inovação na sua empresa<br />
Autor: Luiz Eduardo Serafim<br />
Editora: Saraiva<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 29
Pequenas gigantes / Por Corey Blake, traduzido por Brasílio Andrade Neto* /<br />
divulgação<br />
Valores e<br />
propósitos –<br />
Afinal, por que<br />
sua empresa<br />
está aqui?<br />
Fundei a Round Table Companies<br />
com o objetivo de ajudar empresas<br />
a contarem suas histórias por<br />
meio do storytelling. No entanto,<br />
logo entendi que havia um grande<br />
problema: muitos dos meus<br />
prospects não tinham ideia do que<br />
seus negócios representavam, de<br />
quais eram seus valores. E se nem<br />
a empresa conhece seu valor e<br />
seu propósito, como pode passá-<br />
-los para o cliente?<br />
Deixe-me contar uma história que ilustra bem<br />
um cenário comum. Recentemente, trabalhei com<br />
uma empresa de tecnologia. Eram 16 líderes que<br />
me apresentaram uma grande lista de valores, vinda<br />
de uma votação entre seus mil funcionários. Era<br />
algo que chamo tecnicamente de lixo. Palavras e<br />
expressões que ficam muito bem emolduradas na<br />
parede, mas que não unem ou incentivam ninguém<br />
em volta delas.<br />
Conheça o trabalho da<br />
empresa acessando<br />
roundtablecompanies.<br />
com.<br />
Storytelling já foi tema<br />
de reportagem da <strong>VendaMais</strong>.<br />
Na edição de<br />
março/abril de 2017,<br />
revelamos o caminho<br />
que você precisa percorrer<br />
para aprender a<br />
contar “histórias que<br />
vendem”. Para ler,<br />
acesse bit.ly/histo<br />
riasquevendem.<br />
30<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
Peguei os 16 diretores e propus um desafio: que<br />
eles escrevessem o que os motiva, qual a força que<br />
os faz seguir em frente, e reduzissem o sentimento<br />
a uma palavra. A ideia era que esquecessem a empresa<br />
um pouco, ali falaríamos das pessoas por trás<br />
dos profissionais. Eliminei de cara sete palavras,<br />
por serem sinônimos. Entreguei as nove restantes<br />
para os participantes e pedi que se esforçassem,<br />
por dez minutos, para encurtar a lista para cinco.<br />
Terminamos com:<br />
1 Perseverança.<br />
1 Sonhos.<br />
1 Percepção.<br />
1 Pessoas.<br />
1 Autenticidade.<br />
A partir daí, passamos para a história por trás<br />
de cada palavra.<br />
Aquele que escolheu “perseverança”, contou que<br />
sobreviveu a um câncer quando criança, e por isso<br />
sentiu que perdeu o direito de desistir. Quem disse<br />
“pessoas”, explicou que passou um tempo servindo<br />
nas Forças Armadas, o que lhe deu um senso de<br />
responsabilidade para com todos a sua volta. E<br />
assim por diante.<br />
Dessa forma, todos contribuíram com suas histórias,<br />
e acabamos com definições verdadeiras de<br />
cada palavra. Não gastei tempo discutindo o sentido<br />
de cada termo, fiz eles arrancarem da alma o<br />
que aquelas palavras significavam para cada um,<br />
e, assim, os valores daquele grupo foram sendo<br />
costurados. Daí para descobrir os valores da empresa<br />
foi fácil.<br />
Você também tem a obrigação de tirar “da alma”<br />
os valores da sua organização. Eles definem o ritmo<br />
da empresa, demonstram o que importa para você<br />
e atraem clientes, colaboradores e investidores. Uma<br />
vez que você entende os valores que movem as<br />
pessoas envolvidas no seu negócio, você consegue<br />
dar o passo seguinte e se perguntar: “O que nossa<br />
empresa nasceu para fazer?”. Quer saber como<br />
descobrir os valores que podem iluminar seu caminho<br />
até o propósito? Siga a leitura deste artigo.<br />
A seguir, sugiro um roteiro que pode ajudá-lo nessa<br />
missão.<br />
Primeiro passo: Encontro<br />
Reúna as pessoas mais influentes do seu time (não<br />
são as pessoas de que você naturalmente mais gosta,<br />
mas aquelas que fazem a diferença, os líderes naturais)<br />
Corey Blake<br />
“Você quer criar uma cultura em que as pessoas assumam<br />
riscos para manter seu propósito, certo? Então, precisa começar<br />
a celebrar não apenas as vitórias, mas também as tentativas.<br />
Afinal, se você só celebrar as vitórias, pode criar uma equipe<br />
com medo de tentar fazer coisas novas. E, até que todos se<br />
acostumem a aplicar os princípios no cotidiano, é normal que as<br />
coisas não deem certo.”<br />
e dedique um dia a descobrir seus valores. Em um<br />
local neutro e longe da empresa, onde possam relaxar<br />
e falar sem medo, sigam estes passos:<br />
Comece o dia com alguma atividade que una o<br />
grupo. Pode ser um jogo, uma brincadeira de<br />
salão – como aquela em que se cola uma etiqueta<br />
na testa e tenta-se adivinhar o que está lá, ou<br />
aquela em que cada um escreve cinco palavras<br />
de uma história e passa para o outro escrever<br />
mais cinco, entre outras. Depois que todos estiverem<br />
confortáveis entre si, é hora de concentrar-se<br />
no serviço.<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 31
Vale meditar, respirar, rezar. Peça que todos<br />
pensem na resposta à pergunta “por que estou<br />
nesse mundo?”. De preferência, façam esse<br />
exercício de olhos fechados, para que o contato<br />
visual não deixe ninguém tímido ou ressabiado.<br />
Diga que é muito importante ser honesto,<br />
não importa se a resposta pareça arrogante,<br />
nem nada.<br />
Dê três minutos para cada um escrever sua<br />
resposta. De novo, se for possível que o façam<br />
em um ambiente onde um não olhe o outro,<br />
melhor.<br />
Depois, dê mais um minuto para cada um pensar<br />
e escrever cinco adjetivos que representem<br />
sua resposta.<br />
A seguir, mais 30 segundos para escolher os<br />
dois adjetivos mais importantes, aqueles sem<br />
os quais a pessoa não pode viver. Os outros três<br />
devem ser eliminados.<br />
Peça para cada um escolher apenas um dos dois<br />
adjetivos, e dizê-lo em voz alta. Anote cada um<br />
deles em um quadro ou flip-chart. Não deixe<br />
ninguém de fora.<br />
Então, tente reduzir a lista para cinco palavras.<br />
Corte sinônimos e palavras repetidas, peça que<br />
o grupo decida quais as mais significativas. Sim,<br />
dos 435 mil verbetes que constam no Aurélio<br />
Online, você só vai precisar de cinco!<br />
Uma vez que tenha as cinco, peça ao grupo para<br />
escolher a que consideram mais importante.<br />
Peça que as pessoas que escolheram aquela palavra<br />
(e seus sinônimos descartados) contem o<br />
motivo por tê-lo feito.<br />
Preste atenção na linguagem corporal. Pergunte<br />
o motivo de a pessoa ter ficado entusiasmada<br />
(ou, ao contrário, receosa), extraia o máximo de<br />
cada história.<br />
Anote as palavras mais fortes de cada história<br />
sobre cada palavra.<br />
Utilizando o que anotou, tente criar uma definição<br />
do grupo para cada uma das cinco palavras<br />
originais.<br />
Escolha seus princípios – duas das cinco palavras<br />
serão seus princípios-guia.<br />
Mude a pergunta – Agora, é “por que nós estamos<br />
aqui?”. O objetivo é entender qual é o significado<br />
daquele grupo, qual é o significado da<br />
sua empresa.<br />
Pense como seu cliente. Que desconforto, que<br />
dor o seu cliente sente e somente a sua empresa<br />
pode resolver? E qual é o inverso daquela dor?<br />
O que lhe daria prazer, satisfação?<br />
Defina esses atributos únicos da sua empresa<br />
da forma mais objetiva possível.<br />
Apliquei esse exercício aqui na Round Table, e<br />
foi isso que conseguimos:<br />
Princípios-guia: amor e brilhantismo.<br />
A dor que solucionamos: não ser visto pelo<br />
mundo, sentir-se ignorado.<br />
O outro lado da dor: visibilidade.<br />
Nossos pontos fortes: contar histórias, provocar<br />
transformação, ser fonte de expressão artística.<br />
Segundo passo: O propósito<br />
Se você fez tudo certo, agora tem um propósito<br />
para sua empresa que pode servir para inspirar a<br />
todos. Basta preencher as lacunas:<br />
“Através dos princípios de<br />
e<br />
, nós usamos nossos<br />
pontos fortes:<br />
e<br />
para tirar nossos<br />
clientes da<br />
e dar a eles<br />
”<br />
Agora vem a grande questão: como garantir que<br />
isso não fique apenas na parede?<br />
Terceiro passo: Colocar seus valores em ação<br />
Consistência é tudo. Para evitar que seu propósito<br />
se torne apenas mais uma frase na parede,<br />
você precisará seguir um rigoroso plano que consiste<br />
em:<br />
32<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
1) Liderar pelo exemplo.<br />
Se você deixa os valores da sua empresa de lado<br />
sempre que acha conveniente, pode esperar que sua<br />
equipe logo fará o mesmo. Quanto mais você se<br />
manter fiel a seus valores, mais seus funcionários<br />
estarão dispostos a segui-lo. Portanto, a cada decisão,<br />
pergunte-se se ela fere algum dos valores e<br />
princípios definidos. Isso é ainda mais importante<br />
em decisões difíceis – vale a pena sacrificar a qualidade<br />
para ganhar um contrato?<br />
2) Celebrar as tentativas.<br />
Você quer criar uma cultura em que as pessoas<br />
assumam riscos para manter seu propósito, certo?<br />
Então, precisa começar a celebrar não apenas as<br />
vitórias, mas também as tentativas. Afinal, se você<br />
só celebrar as vitórias, pode criar uma equipe com<br />
medo de tentar fazer coisas novas. E, até que todos<br />
se acostumem a aplicar os princípios no cotidiano,<br />
é normal que as coisas não deem certo.<br />
3) Dividir suas histórias.<br />
Durante reuniões, peça para os participantes relatarem<br />
suas histórias de uso dos princípios da empresa.<br />
Novamente, lidere pelo exemplo. Conte sobre<br />
seus sucessos e sobre tentativas que não deram<br />
certo, mas que mostraram que você se manteve fiel<br />
ao que a empresa representa. Peça que outros façam<br />
o mesmo, até que todos tenham consciência da<br />
importância dos princípios e de fazer com que eles<br />
aconteçam na prática.<br />
4) Usar seus embaixadores.<br />
Aquelas pessoas que participaram da reunião para<br />
escolher as palavras são as embaixadoras natas<br />
dos princípios da sua empresa. Elas sabem de cor<br />
e salteado o que cada termo na sua declaração de<br />
princípios significa, e muito provavelmente estão<br />
empolgadas para transmitir esse conhecimento<br />
– afinal, depois de tanto esforço, aquela frase é<br />
como um filhotinho coletivo. Permita que façam<br />
isso. Faça com que os embaixadores da visão sejam<br />
os responsáveis por treinar as outras pessoas da<br />
empresa. Para isso, separe um tempo para que<br />
possam aplicar pequenas sessões de coaching individuais<br />
para profissionais que não entenderam<br />
algum detalhe. Use a energia de sua equipe de<br />
várias maneiras.<br />
“Não esqueça que uma pessoa jurídica<br />
também é, de certa forma, um organismo vivo,<br />
que respira e que passa por várias mudanças.<br />
Não deixe passar algum valor adicional que<br />
tenha surgido em sua organização só porque<br />
você acha que já definiu seu propósito e,<br />
portanto, pode pensar em outras coisas. Ele<br />
é a maneira como a empresa interage com<br />
o mundo a sua volta. É algo a sempre ser<br />
pensado.”<br />
Quarto passo: evolua<br />
Permita que seu propósito continue a evoluir. Essa<br />
é uma consequência lógica do crescimento de sua<br />
organização e dos desafios que ela enfrenta a cada<br />
dia. E, enquanto o seu propósito pode permanecer<br />
relativamente intocado, a articulação, o modo como<br />
ele é aplicado no dia a dia, vai se tornar mais profundo.<br />
Não esqueça que uma pessoa jurídica também<br />
é, de certa forma, um organismo vivo, que respira<br />
e que passa por várias mudanças. Não deixe passar<br />
algum valor adicional que tenha surgido em sua<br />
organização só porque você acha que já definiu seu<br />
propósito e, portanto, pode pensar em outras coisas.<br />
Ele é a maneira como a empresa interage com o<br />
mundo a sua volta. É algo a sempre ser pensado.<br />
Esta reportagem foi publicada originalmente no blog<br />
da Comunidade Small Giants (blog.smallgiants.org),<br />
em inglês. A tradução, feita por Brasílio Andrade Neto,<br />
foi autorizada.<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 33
CAPA<br />
34<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
<strong>Marketing</strong> <strong>digital</strong> na prática<br />
Neil Patel, um dos 10 melhores profissionais de marketing do<br />
mundo segundo a revista Forbes, apresenta um guia completo<br />
para revolucionar o marketing <strong>digital</strong> da sua empresa.<br />
Acredite: isso vai ajudá-lo a vender (muito) mais!<br />
Teimosia. Essa é uma palavra que<br />
precisa passar longe do seu vocabulário<br />
se você quiser se destacar<br />
em vendas. Afinal, no dia<br />
a dia da área comercial, é preciso estar<br />
sempre pronto para rever conceitos, estratégias,<br />
formas de se relacionar com o<br />
cliente e assim por diante.<br />
Nesse universo de transformações<br />
contínuas e aceleradas, uma das que mais<br />
se destacaram recentemente foi a ascensão<br />
do marketing <strong>digital</strong> como ferramenta<br />
de prospecção de clientes, relacionamento,<br />
pós-venda... enfim, de vendas<br />
mesmo! O que pode causar estranhamento<br />
para alguns profissionais da “velha<br />
guarda”, é verdade, mas que merece<br />
a atenção de quem deseja se manter relevante<br />
no futuro.<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 35
Sabendo disso e pensando<br />
em ajudá-lo a entender<br />
melhor esse novo mundo<br />
de vendas, construir uma<br />
presença <strong>digital</strong> sólida e se<br />
preparar para o que vem<br />
por aí, trouxemos um convidado<br />
especial para falar<br />
sobre marketing <strong>digital</strong> nesta<br />
edição: Neil Patel.<br />
Britânico com raízes indianas,<br />
Patel coleciona condecorações.<br />
O Wall Street<br />
Journal o considerou um<br />
dos principais influenciadores<br />
da web; para a revista<br />
Forbes, ele é um dos dez<br />
melhores profissionais de<br />
marketing on-line; a Entrepeneur<br />
Magazine considera<br />
que a empresa que Patel comanda<br />
é uma das cem mais<br />
brilhantes do mundo; o Presidente<br />
Obama o incluiu em<br />
uma lista de Top 100 empreendedores<br />
com menos de 30<br />
anos; seu livro Hustle, ainda<br />
sem tradução no Brasil, é<br />
um best-seller nos Estados<br />
Unidos; e assim por diante.<br />
Neste artigo exclusivo<br />
para a <strong>VendaMais</strong>, Patel<br />
fala sobre os erros que vê as<br />
empresas cometendo quando<br />
o assunto é marketing<br />
<strong>digital</strong>, apresenta estratégias<br />
que você precisa conhecer,<br />
revela como webmarketing<br />
e vendas se relacionam e<br />
muito mais. Acompanhe,<br />
aprenda e aprimore sua estratégia<br />
online. Você só tem<br />
a ganhar!<br />
8 erros comuns<br />
quando o assunto é<br />
marketing <strong>digital</strong><br />
Por Neil Patel<br />
Muito empreendedores acham que<br />
o marketing <strong>digital</strong> é um ambiente<br />
rápido e acessível para ficar rico. É<br />
como se fosse a “Hollywood” dos<br />
empreendedores, com uma vida<br />
glamorosa, em que bastam alguns<br />
comandos para que o dinheiro apareça<br />
na conta. Infelizmente, não é<br />
bem por aí. Quando empreendedores<br />
vivem o mundo de marketing<br />
<strong>digital</strong>, começam a mudar seu ponto<br />
de vista. <strong>Marketing</strong> <strong>digital</strong> é algo<br />
que toma tempo, investimento<br />
e conhecimento. Se for feito de maneira<br />
errada, pode levar a problemas<br />
sérios, que irão limitar – e muito<br />
– seus esforços. Nesse sentido, estes<br />
são alguns erros cometidos frequentemente<br />
pelas empresas:<br />
1) Desconhecer o público-alvo<br />
Todo mundo sabe que, para vender<br />
no ambiente off-line, é necessário<br />
conhecer o público para o qual será<br />
oferecido o serviço ou produto. No<br />
on-line é a mesma coisa! No entanto,<br />
muitos parecem esquecer e perdem<br />
o foco. No que diz respeito ao<br />
sucesso do marketing <strong>digital</strong>, o<br />
elemento-chave é conhecer o consumidor<br />
que você está tentando<br />
alcançar. Algumas perguntas devem<br />
ser feitas para identificar a persona<br />
do negócio on-line: para quem seus<br />
produtos foram projetados e como<br />
esse público será alcançado? Não é<br />
o empreendedor que irá responder,<br />
mas sim os clientes. E as perguntas<br />
terão respostas após muita pesquisa<br />
junto a diversos públicos.<br />
2) Plano de Negócios<br />
Empresas grandes fazem isso quando<br />
lançam um produto no mercado.<br />
Mas as pequenas e médias,<br />
principalmente brasileiras, ignoram<br />
essa etapa na hora de construir<br />
um negócio, especialmente no ambiente<br />
on-line.<br />
O plano de negócios deve ser<br />
feito dentro de objetivos e metas a<br />
serem alcançadas em determinado<br />
espaço de tempo, como:<br />
Receita x produto x tempo;<br />
Quantidade de usuários ativos;<br />
Leads qualificados;<br />
Custo de aquisição;<br />
Lifetime value do cliente;<br />
Lista de quantas impressões<br />
devem ser geradas;<br />
Número de seguidores que o<br />
seu negócio deve atingir nas<br />
redes sociais;<br />
Como você espera alcançar esses<br />
resultados.<br />
O documento deve conter também<br />
prazos específicos para atingir<br />
cada fase do crescimento do<br />
negócio, que permitirão acompanhar<br />
o progresso e fazer ajustes<br />
na estratégia, baseados nas tendências<br />
de mercado. E digo mais:<br />
uma empresa com um bom plano<br />
de negócios pode atrair investidores<br />
e até mesmo ser vendida<br />
mais facilmente.<br />
3) Ignorar mentores<br />
É compreensível que o empreendedor<br />
seja o principal entusiasta de<br />
seu negócio. O que não é aceitável<br />
36<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
nos dias de hoje, principalmente<br />
na internet, é acreditar estar sempre<br />
certo e não buscar ajuda de<br />
pessoas mais experientes.<br />
Muitos empreendedores ingênuos<br />
acreditam que apenas o seu<br />
conhecimento pessoal e recurso<br />
humano disponível são suficientes<br />
para alcançar o sucesso de um negócio.<br />
Persistir nesse pensamento<br />
e não procurar ajuda de mentores<br />
experientes pode levar ao fracasso<br />
ou gerar perda muito tempo e dinheiro<br />
por erros que poderiam ser<br />
evitados. Hoje, muitos conteúdos<br />
de grandes mentores são gratuitos,<br />
e o empreendedor pode se beneficiar<br />
disso. Mas a relação direta com<br />
um mentor ainda é mais proveitosa.<br />
Claro que existem cursos pagos,<br />
mas usar esse recurso varia de<br />
acordo com a necessidade de cada<br />
um e, mesmo assim, para pagar por<br />
um curso ou mentoria é preciso<br />
muito cuidado. Na dúvida, siga<br />
esses especialistas nas redes e invista<br />
de acordo com a confiança<br />
gerada pelos conteúdos oferecidos.<br />
4) Falta de empatia com<br />
plataformas<br />
É absolutamente essencial estar<br />
familiarizado com as plataformas.<br />
Novidades surgem o tempo todo,<br />
portanto, esteja sempre atualizado<br />
com as tendências e veja o que cada<br />
plataforma, aplicativo ou tecnologia<br />
tem a oferecer. Novamente, a<br />
recomendação de mentores pode<br />
ajudar a selecionar qual é a melhor<br />
para seu negócio. Não tenha vergonha<br />
de pedir ou contratar ajuda.<br />
5) Confiança cega em marketing de<br />
automação<br />
Graças a alguns aplicativos e softwares,<br />
atualmente é muito mais<br />
fácil utilizar a internet para fins<br />
comerciais. É possível criar um<br />
site com poucas ferramentas, fazer<br />
edição de fotos e textos nas redes<br />
sociais sem a necessidade de estar<br />
on-line, e até mesmo fazer uma<br />
análise de visualizações do site<br />
com apenas um clique.<br />
Entretanto, não podemos confiar<br />
100% na automação. Lembre-se:<br />
se você automatizar algo de forma<br />
errada, maximizará o seu erro. É<br />
preciso testar e ficar atento aos<br />
resultados. Além disso, o público<br />
pode mudar a forma de pensar e<br />
de interpretar a sua automação<br />
— nesse momento, é essencial que<br />
você tenha pessoas para observar<br />
isso e alterar a automação. Só automatize<br />
aquilo que você já viu que<br />
está dando resultados positivos.<br />
Automatizar coisas que você tem<br />
dúvida pode gerar uma catástrofe<br />
irreparável ao seu negócio.<br />
6) Falta de interação com o público<br />
nas redes<br />
Interagir com o público ajuda muito<br />
a criar empatia e entender o que<br />
eles precisam, além de mostrar ao<br />
cliente que você está disponível<br />
para responder dúvidas, críticas ou<br />
conduzir o serviço.<br />
7) Falta de análise de dados<br />
A análise de dados digitais é um<br />
campo complicado, mas é essencial<br />
no marketing <strong>digital</strong>. A ferramenta<br />
mais popular para isso<br />
é o Google Analytics, mas existem<br />
muitas outras, como Crazy Egg,<br />
que analisa o comportamento do<br />
usuário no site, filma a navegação<br />
e mostra o mapa de calor das áreas<br />
mais clicadas e até aonde o<br />
usuário usou a barra de rolagem.<br />
Entretanto, raramente compreensível.<br />
Mas só assim será possível<br />
acompanhar o sucesso dos<br />
esforços da marca em ações de<br />
marketing. Analisar dados é essencial<br />
para o crescimento do seu<br />
negócio.<br />
8) Confiar apenas em canais digitais<br />
Um grande erro cometido por novos<br />
empresários é depender da<br />
internet para fazer tudo em termos<br />
de marketing. É necessário unificar<br />
as campanhas on-line e off-<br />
-line. Para isso, você pode contar<br />
com a ajuda de ações de assessoria<br />
de imprensa, relações públicas,<br />
feiras e eventos relacionados à<br />
indústria. Assim é possível garantir<br />
que o negócio permaneça na<br />
cabeça dos clientes, onde quer que<br />
eles estejam.<br />
Webmarketing<br />
e vendas<br />
Erros analisados e deixados longe<br />
da sua empresa, chega a hora de<br />
pensar no que fazer para garantir<br />
que suas ações de marketing <strong>digital</strong><br />
sejam eficientes.<br />
Sempre vou insistir que a forma<br />
de vender mudou. Não dá mais<br />
apenas para adjetivar produtos e<br />
criar superpromoções. O mercado<br />
quer mais! Quer o vendedor ou<br />
marca como curador. Nesse sentido,<br />
o seu site é parte do processo<br />
de vendas, e seu conteúdo vai ajudar<br />
o cliente a tomar decisão. Aliás,<br />
essa curadoria não ajuda somente<br />
a vender, mas também a<br />
mostrar quais necessidades determinado<br />
produto pode resolver. Por<br />
meio de um bom marketing de<br />
conteúdo e estratégias de SEO, a<br />
empresa mostra que entende do<br />
que está falando.<br />
A força de vendas deve entrar<br />
em ação depois que potenciais compradores<br />
forem identificados. Os<br />
leads mais qualificados devem ser<br />
entregues aos vendedores, que têm<br />
o papel de ser consultores que ajudam<br />
o cliente. No mercado atual,<br />
a venda é uma consequência natural<br />
de um processo de educação.<br />
“On-line ou<br />
off-line, o<br />
consumidor<br />
quer resolver<br />
um problema ou<br />
realizar um<br />
sonho. Desejo e<br />
necessidade<br />
são os gatilhos<br />
que movem o<br />
consumo. Onde<br />
ele vai comprar<br />
é uma questão<br />
de escolha.”<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 37
“Por meio de<br />
um bom<br />
marketing de<br />
conteúdo e<br />
estratégias de<br />
SEO, a empresa<br />
mostra que<br />
entende do que<br />
está falando.”<br />
Se a sua força de vendas entender<br />
isso, tudo vai fluir melhor, e você<br />
vai vender mais.<br />
Neste sentido, é importante<br />
dizer que os conceitos do marketing<br />
tradicional continuam funcionando<br />
na web. Afinal, a essência<br />
do marketing é a mesma: on-<br />
-line ou off-line, o consumidor quer<br />
resolver um problema ou realizar<br />
um sonho. Desejo e necessidade<br />
são os gatilhos que movem o consumo.<br />
Onde ele vai comprar é uma<br />
questão de escolha.<br />
O fato é que o consumidor mudou,<br />
mas as estratégias de marketing<br />
tradicional ainda funcionam<br />
muito bem, apenas precisaram<br />
passar por algumas adaptações.<br />
Assim, os 4Ps (Produto, Preço, Praça<br />
e Promoção) do marketing tradicional<br />
continuam mais ativos do<br />
que nunca, pois, sem essas estratégias,<br />
nenhuma ação conseguiria<br />
obter sucesso no mercado. Ao mesmo<br />
tempo, várias ações de PDV,<br />
por exemplo, hoje em dia têm algum<br />
tipo de integração com sites promocionais,<br />
cadastros via landing<br />
page etc., o que mostra que as empresas<br />
estão observando que a internet<br />
e os meios digitais completam<br />
suas ações.<br />
Dentro do ambiente virtual,<br />
podemos destacar as principais<br />
estratégias de marketing, que são<br />
novas ou tiveram que se adaptar:<br />
SEO (search engine optimization).<br />
Posicionamento da marca<br />
nas buscas orgânicas do<br />
Google. Essa estratégia é fundamental<br />
para criar autoridade<br />
da sua marca em buscas relacionadas<br />
aos seus produtos,<br />
serviços ou ao universo do seu<br />
mercado. Estar bem posicionado<br />
para diversas buscas vai<br />
gerar um resultado impressionante<br />
para sua marca e infinitas<br />
possibilidade de negócio.<br />
Essa é uma estratégia-chave<br />
para quem quer crescer e dominar<br />
o seu mercado.<br />
PPC (pay per click). É uma<br />
estratégia que gera tráfego pago,<br />
segmentado por palavras<br />
relacionadas ao seu negócio. É<br />
uma alternativa cara para quem<br />
quer aparecer no Google. Você<br />
também pode usar o PPC no<br />
Facebook, por exemplo.<br />
E-mail marketing. Essa é<br />
umas das três principais estratégias<br />
de marketing on-line<br />
para atrair clientes para o site<br />
da empresa. Ao contrário do<br />
que muitos acham, quando você<br />
tem um bom conteúdo e uma<br />
lista de contatos como potenciais<br />
clientes, pode elevar drasticamente<br />
a taxa de conversão.<br />
<strong>Marketing</strong> de conteúdo. É<br />
uma estratégia de longo prazo,<br />
baseada na construção de um<br />
forte relacionamento com os<br />
clientes, conseguido através do<br />
fornecimento de conteúdo valioso,<br />
consistente e altamente<br />
relevante para eles. Recomendo<br />
fortemente você investir nisso.<br />
Inbound marketing. A estratégia<br />
não é vender um produto<br />
“goela abaixo”, mas sim educar<br />
o cliente durante a jornada de<br />
compra, transformando-o em<br />
embaixador da marca. A ideia<br />
é mostrar ao mercado que a<br />
necessidade existe, ensiná-lo a<br />
respeito dela e se firmar como<br />
autoridade no assunto.<br />
Outbound marketing. Essa é<br />
uma forma mais ativa e “agressiva”<br />
de atrair clientes. É como<br />
mala direta, telemarketing,<br />
mail-blast etc., em marketing<br />
tradicional. A estratégia funciona,<br />
mas acaba tendo efeito<br />
contrário e espantando os clientes<br />
quando é usada de forma<br />
exagerada. Não costumo recomendar,<br />
mas existem empresas<br />
que estão satisfeitas com os<br />
resultados.<br />
Cabe a você analisar todas<br />
essas opções, buscar exemplos de<br />
empresas que utilizam essas estratégias<br />
cotidianamente para<br />
analisar o que elas fazem e decidir<br />
quais são as ideais para a sua<br />
realidade. Mas não ache que você<br />
precisa fazer tudo sozinho.<br />
Trabalho em equipe é fundamental<br />
para fazer o marketing <strong>digital</strong><br />
decolar!<br />
Outbound marketing<br />
x inside sales<br />
Embora muitos ainda confundam<br />
as estratégias de outbound com<br />
inside sales, existe um abismo de<br />
distância entre os dois termos. O<br />
meu ponto de vista é que o outbound<br />
está perdendo cada vez mais espaço,<br />
principalmente nos EUA e na<br />
Europa. A forma agressiva de vender<br />
para clientes já é obsoleta.<br />
Já o inside sales acaba sendo<br />
uma nova forma de vendas, usando<br />
estratégias de marketing durante<br />
a jornada do consumidor. Com<br />
certeza, o inside sales irá se popularizar<br />
ainda mais nos próximos<br />
anos, principalmente no Brasil,<br />
onde o termo não é tão conhecido<br />
e as estratégias estão amadurecendo.<br />
Eu recomendo que as empresas<br />
que possuem um processo<br />
de venda consultivo e mais complexo<br />
invistam em estratégias de<br />
inside sales para vender mais.<br />
As empresas que utilizam as<br />
duas estratégias podem aproveitar<br />
do conteúdo gerado pelo inside sales<br />
para ajudar as estratégias de<br />
outbound. Além disso, as dúvidas e<br />
objeções identificadas pela estratégia<br />
de outbound podem ser matéria-prima<br />
para construção de<br />
novos ativos no inside sales. Entendeu?<br />
As duas estratégias podem<br />
se beneficiar mutuamente, e quando<br />
bem trabalhadas, vão ajudar o<br />
negócio a vender mais!<br />
38<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
Ferramentas e<br />
tendências<br />
Existem tantas ferramentas por<br />
aí que seria impossível listar cada<br />
uma e fazer uma crítica. Mas o que<br />
é evidente é que as mais eficientes<br />
são aquelas que trazem dados analíticos<br />
sobre seu negócio. Pelo simples<br />
fato de que elas ajudam a eliminar<br />
as “opiniões”.<br />
Para mim, uma opinião é um<br />
ponto de vista pessoal cheio de<br />
preconceitos. Isso não vale de nada<br />
para a condução de um negócio.<br />
Todo mundo pode ter uma opinião<br />
sobre alguma decisão, mas se ela<br />
não estiver acompanhada de dados,<br />
para mim ela não serve. Se você<br />
me disser que eu preciso mudar o<br />
botão principal da minha página<br />
sem me mostrar dados, eu não vou<br />
ouvir. Agora, se você disser que<br />
90% das pessoas clicaram mais no<br />
novo botão que você criou, e esse<br />
número veio de um teste feito, aí<br />
sim eu vou ouvir. Consegue perceber<br />
como isso faz diferença? Não<br />
é mais uma opinião, é uma análise.<br />
Sobre novas tendências, o nosso<br />
conselho é sempre estar atento<br />
aos grandes autores de conteúdo<br />
sobre o marketing <strong>digital</strong> e tradicional.<br />
Essas pessoas frequentemente<br />
compartilham experiências<br />
com experimentos que possivelmente<br />
podem virar tendências. Vou<br />
citar cinco tendências que estão<br />
saltando aos meus olhos:<br />
a) A cada ano que passa a concorrência<br />
– em todos os mercados<br />
– aumenta! Isso é importante<br />
especialmente para<br />
quem investe em anúncios, pois<br />
eu posso afirmar que os custos<br />
vão aumentar. Então, tenha isso<br />
em mente e prepare seu orçamento.<br />
b) Com o aumento do custo por<br />
anúncios, as empresas vão<br />
procurar uma forma de gerar<br />
audiência fiel em canais que<br />
não precisem necessariamente<br />
pagar para conseguir<br />
resultados. Veremos mais conteúdos<br />
sendo criados para educar<br />
os prospects e clientes, e<br />
isso vai ajudar muito.<br />
c) Empresas criarão pequenos<br />
produtos on-line para aumentar<br />
a sua receita. Por<br />
exemplo: se você tem um serviço<br />
de consultoria, pode pegar<br />
uma pequena parte do seu negócio<br />
e fazer disso um produto<br />
<strong>digital</strong> e vender on-line. Isso<br />
vai ajudá-lo a ter um produto<br />
mais barato que seja de entrada<br />
para criar mais clientes. Depois,<br />
você poderá fazer upsells<br />
com esses clientes.<br />
d) Crescimento de produção de<br />
vídeos para vários propósitos:<br />
anúncios, conteúdos educativos<br />
e até mesmo central de ajuda.<br />
e) Atendimento à distância<br />
com auxílio de tecnologias<br />
(Skype e webinários) vai ajudar<br />
muitas empresas a aumentar<br />
sua carteira de clientes<br />
e também atender melhor<br />
os clientes atuais.<br />
Além disso, não se esqueça de<br />
considerar adaptar o seu site para<br />
dispositivos móveis. Sim, isso já<br />
não é mais tendência, mas muitas<br />
empresas não possuem sites amigáveis<br />
e preparados para dispositivos<br />
como smartphones e tablets.<br />
Então, fique com essa dica final<br />
como um lembrete, e não como<br />
uma tendência. Você vai ver muitos<br />
clientes novos vindos através do<br />
celular. Aproveite!<br />
“As empresas estão observando que<br />
a internet e os meios digitais<br />
completam suas ações.”<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 39
“No mercado<br />
atual, a<br />
venda é uma<br />
consequência<br />
natural de um<br />
processo de<br />
educação. Se a<br />
sua força de<br />
vendas entender<br />
isso, tudo vai<br />
fluir melhor e<br />
você vai vender<br />
mais.”<br />
Convencendo<br />
veteranos a<br />
abraçarem e<br />
utilizarem as novas<br />
tecnologias<br />
De modo geral, quando se trata de<br />
marketing <strong>digital</strong>, as empresas brasileiras<br />
estão alguns anos atrás das<br />
empresas dos EUA, da Europa e da<br />
Ásia. Quando falamos exclusivamente<br />
das pequenas, as que são<br />
prestadoras de serviços ou comércios<br />
locais, praticamente não existe<br />
comparação. A maioria, no mundo,<br />
acaba sendo resistente. E é isso<br />
que quero quebrar, apresentando<br />
conteúdos que atinjam pequenos,<br />
médios e grandes empresários. É<br />
só por meio de informação e experiências<br />
que a gente consegue romper<br />
barreiras. Por isso, recomendo<br />
duas dicas práticas:<br />
1) Mostre cases internacionais<br />
e nacionais, propondo que<br />
a sua empresa deva experimentar<br />
o mesmo caminho.<br />
Apresente uma proposta que<br />
contenha: objetivos, prazos,<br />
investimentos necessários, indicadores<br />
de sucesso.<br />
2) Peça um pequeno investimento<br />
e um pequeno espaço<br />
para fazer testes controlados.<br />
Após os testes, mostre<br />
resultados. Combinadas, essas<br />
duas ações podem gerar uma<br />
explosão de insights e ideias e<br />
comprovar para os veteranos<br />
que você estava certo e que<br />
eles devem continuar investindo<br />
no caminho novo que<br />
você sugeriu.<br />
Como disse anteriormente,<br />
quando você faz isso, você coloca<br />
as opiniões de lado e comprova que<br />
as ações podem funcionar. Agora,<br />
se mesmo depois de mostrar cases<br />
e resultados com experimentos<br />
você não conseguir causar a mudança<br />
que deseja/necessita fazer,<br />
só restam duas alternativas:<br />
1) Tente novamente, até você<br />
achar quem não tem mais jeito.<br />
2) Saia logo dessa empresa e procure<br />
um lugar em que essas<br />
ideias fazem sentido, são aceitas<br />
e aplicadas, pois as empresas<br />
com pensamento antigo vão<br />
ficar para trás e morrer. Não<br />
dá para se conformar com um<br />
ambiente que não toma decisões<br />
baseadas em dados e está condizente<br />
com realidades ultrapassadas.<br />
Para pensar: Na hora de<br />
fazer o planejamento,<br />
como calcular<br />
orçamento/budget para a<br />
área de webmarketing?<br />
Existem especialistas que dizem<br />
para destinar 10% do budget para<br />
redes sociais e investir o outro<br />
montante em outras ações on-line.<br />
Eu discordo. Acredito que é possível<br />
investir 50% em conteúdo (vídeos,<br />
e-books, artigos etc.), ações<br />
em redes sociais (branding, engajamento)<br />
e SEO (ferramentas, link<br />
building, onpage), e os outros 50%<br />
podem ser divididos em estratégias<br />
para gerar tráfego pago.<br />
Mas o grande X da questão é<br />
entender qual canal traz mais resultado.<br />
É necessário adaptar seu<br />
orçamento de acordo com o canal<br />
que traz mais clientes, aumentando<br />
seu investimento nesse canal<br />
e diminuindo o investimento nos<br />
canais que não geram vendas.<br />
Separe também um pequeno<br />
investimento para testes. De preferência,<br />
faça isso com profissionais<br />
que entendem do assunto.<br />
Indicadores de<br />
performance<br />
Por fim, chegamos às métricas de<br />
sucesso. A internet é um lugar de<br />
constantes mudanças, e uma<br />
grande estratégia hoje pode não<br />
ser a melhor amanhã. O melhor<br />
a fazer é executar uma estratégia,<br />
entregar conteúdo que tenha valor<br />
e tentar manter as métricas<br />
em ordem mês após mês. Os indicadores<br />
que eu mais costumo<br />
usar são estes:<br />
Tráfego. É a métrica mais importante<br />
porque possibilita tudo<br />
que vem depois: engajamento<br />
e conversão. Não é apenas o<br />
tráfego em si que é importante,<br />
mas o monitoramento de visitantes<br />
dentro do site, seja em<br />
sessões (várias vezes) ou visitas<br />
(uma vez por mês, por exemplo).<br />
No momento da análise é importante<br />
fazer um comparativo<br />
e identificar o que deu certo e<br />
errado, elencando as ações daquele<br />
período.<br />
Ranking. Embora não seja<br />
uma métrica, por não ser possível<br />
fazer cálculos, é o melhor<br />
indicador para mostrar como<br />
está a performance da empresa<br />
nas buscas. O posicionamento<br />
no ranking de busca mostra<br />
como o Google “vê” a empresa.<br />
Se o Google gostar e fizer muitas<br />
referências, está sendo bem<br />
executado.<br />
Tempo de permanência no<br />
site. Há 15 anos, quando os<br />
sites eram estáticos e não possuíam<br />
quase nada de conteúdo,<br />
quando um visitante ficava<br />
mais de dois minutos na página<br />
era como se fosse a conquista<br />
de um título mundial. Hoje,<br />
com a presença maçante de<br />
conteúdos relevantes nos sites,<br />
dois minutos é sinal de tristeza.<br />
40<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
“Não dá para se conformar com um ambiente que não toma<br />
decisões baseadas em dados e está condizente com realidades<br />
ultrapassadas.”<br />
Quanto mais tempo o usuário<br />
estiver dentro do site, mais<br />
chances de convertê-lo. Muitos<br />
sites de conteúdo têm usado<br />
uma ferramenta que mostra<br />
para o leitor quanto tempo ele<br />
irá demorar para ler post “x”.<br />
Geralmente é logo no início do<br />
texto. Ao cruzar o tempo de<br />
leitura x o tempo médio de permanência<br />
via analytics, é possível<br />
identificar se o conteúdo<br />
tem agradado os leitores, mantendo<br />
engajamento, ou simplesmente<br />
está lá para marcar<br />
presença.<br />
Páginas por visita. Quando<br />
um post linka outra página, o<br />
tempo de permanência do visitante<br />
no site tende a aumentar.<br />
E isso mostra o engajamento.<br />
Muitos usam essa estratégia<br />
na hora de efetuar uma venda.<br />
Jogam iscas e conteúdos nos<br />
posts para direcionar direto<br />
para a venda de um produto.<br />
Ao analisar essa métrica, é<br />
possível definir como fazer a<br />
abordagem correta.<br />
Visitantes que retornam. A<br />
relação de visitantes retornantes<br />
e o total de visitantes é<br />
uma métrica-chave para responder<br />
à pergunta: “O meu<br />
conteúdo é bom o suficiente<br />
para as pessoas voltarem novamente?”.<br />
O Google Analytics<br />
tem uma opção em seu painel<br />
para avaliar o percentual de<br />
novas sessões.<br />
Compartilhamento social.<br />
Um ótimo conteúdo é aquele<br />
que entrega valor. Quando algo<br />
assim é oferecido, a tendência<br />
é que as pessoas queiram<br />
compartilhar. Ao fazer isso,<br />
elas dizem para sua rede: “Isso<br />
tem valor, vocês deveriam dar<br />
uma olhada”. O compartilhamento<br />
é uma métrica importante<br />
pois é uma oportunidade<br />
para o conteúdo sair da sua<br />
audiência e alcançar uma nova<br />
rede de pessoas. A vantagem<br />
de ter os botões de compartilhamento<br />
que aparecem à medida<br />
que as pessoas leem (dentro<br />
do site) é que eles podem<br />
capitalizar no momento em<br />
que o conteúdo é tão bom que<br />
deve ser compartilhado.<br />
Cliques de plataformas sociais.<br />
Os “cliques em postagem”<br />
referem-se a quando as pessoas<br />
fazem qualquer coisa, como<br />
expandir para ler comentários,<br />
clicar para ver a imagem na<br />
janela de visualização ou clicar<br />
"play" em um vídeo. É uma<br />
ótima métrica para identificar<br />
o engajamento.<br />
Links externos. A quantidade<br />
de links externos que seu<br />
site recebe é um fator importante<br />
para seu posicionamento<br />
orgânico. Por isso, invista<br />
em link building. Contrate especialistas<br />
em fazer links usando<br />
técnicas permitidas pelo<br />
Google e evite black-hat (técnicas<br />
que tentam burlar o algoritmo<br />
do Google).<br />
E assim você tem um panorama<br />
de como o marketing <strong>digital</strong> e suas<br />
ferramentas podem ser úteis para<br />
o seu dia a dia em vendas, e pode<br />
iniciar sua trajetória rumo a um<br />
processo de vendas mais moderno,<br />
eficiente e atualizado. Dessa forma,<br />
o futuro promete ser mais promissor.<br />
E aí, vai investir nesse caminho?<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 41
Vida de vendedor<br />
Thiago Concer<br />
O cliente quer comprar,<br />
só você não percebeu!<br />
Conheça sete sinais que mostram que o cliente tem interesse em fechar a compra com<br />
você e passe a reconhecê-los no seu dia a dia. Isso vai ajudá-lo a vender mais!<br />
Depois de observar<br />
milhares de<br />
vendas sendo<br />
perdidas por<br />
detalhes, de ver<br />
muito dinheiro<br />
vo a ndo d a s<br />
mãos de vendedores<br />
simplesmente<br />
porque eles não enxergavam<br />
os sinais de compra que o<br />
cliente estava emitindo, e de observar<br />
uma venda acabar não<br />
acontecendo – apesar dos sinais<br />
evidentes de que ela já estava<br />
feita, precisava somente de um<br />
“empurrãozinho” do vendedor<br />
– resolvi escrever este artigo.<br />
Para começar, vamos falar<br />
logo do maior sinal de interesse:<br />
o que podemos chamar de “interrogatório”!<br />
Quando alguém começa a perguntar<br />
sobre seu produto/serviço/<br />
solução, demonstra que quer comprar,<br />
mas ainda tem dúvidas, receios,<br />
e precisa da sua ajuda para<br />
decidir. Seu papel é responder<br />
todas as perguntas com calma e<br />
levar o interrogatório até o fechamento.<br />
Por outro lado, a falta de questionamentos<br />
no processo de venda<br />
é muito ruim. Aliás, eu sempre<br />
digo que o pior cliente é aquele<br />
que, enquanto você fala sobre o<br />
produto e sobre a empresa, responde<br />
dizendo que seu produto<br />
é excelente, que tudo está maravilhoso,<br />
que sua empresa é<br />
diferenciada... e no fim, dispara:<br />
“mas não quero comprar”.<br />
Mas há outros sinais de interesse<br />
além do clássico interrogatório.<br />
As pessoas interessadas<br />
em comprar demonstram isso de<br />
formas variadas; cabe a nós, vendedores,<br />
saber identificar esses<br />
sinais porque, acredite: em situações<br />
assim, o cliente praticamente<br />
pede para comprar, mas<br />
a gente não percebe! Siga a leitura<br />
e entenda do que eu estou<br />
falando.<br />
O cliente evidentemente quer<br />
comprar – só você não percebeu<br />
– quando...<br />
1 . Mexe demais no produto ou<br />
no catálogo, procurando informações<br />
que sanem suas<br />
dúvidas.<br />
2 . Questiona sobre formas de<br />
pagamento – ou se você pode<br />
dar desconto.<br />
3 . Pergunta sobre alguém que já<br />
comprou – ou sobre garantias.<br />
4 . Reclama que está caro.<br />
5 . Quer entender quais são as<br />
diferenças entre o seu produto<br />
e o oferecido por seu concorrente.<br />
6. Começa a concordar com você.<br />
Por exemplo: “Verdade,<br />
isso realmente ajuda”, ou<br />
“Nossa, passo por isso toda<br />
vez”.<br />
7 . Quer saber a sua opinião. Por<br />
exemplo: “Mas você acha mesmo<br />
isso?”, “Mas e se meu marido<br />
não gostar?”, “Entre esses<br />
dois, qual você escolheria?”.<br />
E esses são apenas alguns sinais<br />
de interesse que seu prospect/<br />
cliente pode emitir. Nessa lista,<br />
é possível incluir também questionamentos<br />
sobre o tempo de<br />
entrega, perguntas a respeito de<br />
coisas sobre as quais você já havia<br />
falado, comentários sobre<br />
problemas com fornecedores, e<br />
assim por diante.<br />
Enfim, veja que muitas vezes<br />
o cliente está com uma dúvida<br />
pequena ou não tem dúvida, mas<br />
é um cliente mais cauteloso e<br />
precisa de muita segurança para<br />
fechar.<br />
Depois de entender esses sinais<br />
de compra, fica mais fácil<br />
conduzir seu cliente ao fechamento,<br />
não é mesmo? Cabe a você não<br />
ter medo de encaminhar o processo<br />
para o fim. Peça a compra!<br />
Afinal, essa é sua missão como<br />
vendedor. Como diria um dos<br />
maiores treinadores do mundo<br />
em vendas, o americano Grant<br />
Cardone, “only closers make big<br />
money”. Ou seja, só quem é “fechador”<br />
por natureza ganha muito<br />
dinheiro!<br />
Pra cima, guerreiro/guerreira!<br />
Sucesso, boas vendas e, lembre-se<br />
sempre: tenha orgulho de<br />
ser vendedor. Essa é a profissão<br />
que move mundo e move as empresas!<br />
“Quando<br />
alguém<br />
começa a<br />
perguntar<br />
sobre seu<br />
produto/<br />
serviço/<br />
solução,<br />
demonstra<br />
que quer<br />
comprar,<br />
mas ainda<br />
tem dúvidas,<br />
receios, e<br />
precisa da<br />
sua ajuda<br />
para decidir.”<br />
Thiago Concer é sócio-fundador<br />
do IEV (Instituto de<br />
Especialização em Vendas),<br />
a maior escola de vendas do<br />
Brasil, líder do movimento<br />
#OrgulhoDeSerVendedor e<br />
um dos palestrantes de vendas<br />
mais contratados do<br />
Brasil.<br />
Visite: www.thiagoconcer.<br />
com.br<br />
42<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 43
Especial Copa do Mundo / Por Brasílio Andrade Neto<br />
11 lições do futebol<br />
para as suas vendas<br />
44<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
Futebol. Esporte bretão. Ludopédio.<br />
Paixão nacional. A mais importante<br />
das coisas dentre as menos importantes.<br />
E um dos maiores negócios<br />
do planeta.<br />
Sim, existem muitas e muitas<br />
reservas quanto ao órgão máximo<br />
do esporte, a FIFA, mas vamos deixar isso de lado<br />
aqui e nos fixar na seleção de exemplos do futebol<br />
que podem fazer a diferença na sua empresa e mudar<br />
os rumos do (seu) jogo em 2018.<br />
1) Mapeie as prioridades<br />
Cada vez mais times grandes brasileiros colocam jogadores<br />
juniores para disputar os campeonatos estaduais,<br />
enquanto preparam adequadamente seus principais<br />
craques para as competições que mais importam.<br />
É verdade que nem sempre as torcidas aprovam<br />
essa estratégia, mas o calendário é estafante e há<br />
muito dinheiro envolvido na estrela do time para<br />
arriscar uma contusão em um campo com grama<br />
malcuidada, cheio de buracos.<br />
Você também precisa escolher direito em quais<br />
“campeonatos” dar o seu melhor. Principalmente<br />
no começo do ano, quando o que não falta são planos<br />
e projetos para sua empresa e equipe de vendas.<br />
Para isso, comece anotando seus projetos em<br />
um grande papel ou em um quadro branco/flipchart.<br />
Veja quais têm passos similares, que podem ser<br />
combinados. Escolha o mais importante (tenha<br />
alguma métrica mensurável para isso. Potencial de<br />
lucro maior? Aumento na prospecção?) e veja quanto<br />
tempo deve ser dedicado a ele. Depois, veja quais<br />
projetos podem ocupar melhor o tempo restante.<br />
Os outros entram quando os primeiros forem acabando<br />
e sendo colocados em prática.<br />
2) Não se esqueça do futuro<br />
Não é à toa que a Copa São Paulo de Futebol Júnior,<br />
a Copinha, faz tanto sucesso. Nenhum time de futebol<br />
pode se dar ao luxo de não preparar a próxima<br />
geração de craques. Infelizmente, porém, o<br />
mesmo não acontece com empresários e gerentes<br />
de vendas. Muitas vezes esses profissionais ficam<br />
tão envoltos com o agora, com os incêndios que<br />
precisam apagar, que esquecem que parte de suas<br />
funções é preparar a empresa para o amanhã. Tenha<br />
certeza de saber que empresa você quer, pelo menos,<br />
em seis meses e um ano, e planeje as ações que vão<br />
ajudá-lo a chegar lá.<br />
3) Ouça<br />
Se existe uma companhia bem brasileira para os<br />
jogos de futebol são os programas de mesa redonda,<br />
em que jornalistas, ex-jogadores e palpiteiros em<br />
geral analisam os jogos da rodada, escolhem os<br />
destaques, e dizem quem errou e por quê. Muitos<br />
técnicos não gostam dessas opiniões, sem saber que<br />
têm a chance de receber de graça o que é pago no<br />
mundo empresarial: coaching e mentoria.<br />
Certo, os especialistas da TV não passam dias<br />
com cada time antes de emitir opiniões, mas a<br />
lição é clara: você precisa ouvir o que os outros<br />
têm a dizer sobre a sua empresa. E não precisa<br />
ser um coach profissional. Escute seus funcionários,<br />
seus superiores, faça pesquisa com clientes.<br />
Vale até seus conhecidos fora do trabalho. Se precisar<br />
de alternativas, não custa perguntar a quem<br />
você confia: “em uma situação assim e assim, o<br />
que você faria?”.<br />
4) Una a empresa<br />
Certa vez, Luiz Fernando Veríssimo fez uma tira<br />
em que um torcedor conversava com outro. O diálogo<br />
era mais ou menos assim:<br />
— No nosso time, a defesa é europeia e o ataque,<br />
sul-americano.<br />
— Está tão bom assim?<br />
— Não, parece que há um oceano entre eles.<br />
Isso é muito comum em empresas. O gerente<br />
esquece essa função de “meio-de-campo” e, muitas<br />
vezes, apenas acha que entende o que a diretoria<br />
quer, ou que sabe exatamente o que a equipe de<br />
vendas está fazendo.<br />
Não deixe isso acontecer na sua empresa. Pelo<br />
menos uma vez por mês, sente com seus subordinados<br />
para saber o que eles pensam. Outro<br />
dia, sente com seu líder ou pares. Acertem as<br />
arestas e continuem com a certeza de que todo<br />
mundo joga no mesmo time.<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 45
5) Valorize o comprometimento<br />
Voltemos aos programas de mesa-redonda. O que<br />
geralmente mais elogiam em um jogador? A gana, a<br />
vontade de vencer, o coração na ponta da chuteira.<br />
Por outro lado, existem muitos bons jogadores que<br />
são criticados por serem “burocráticos” e não apresentar<br />
essas características, esse comprometimento.<br />
Quem está comprometido em sua empresa se<br />
recusa a deixar-se abalar por vendas perdidas,<br />
reconhece a lição aprendida e segue em frente.<br />
Mostre a sua equipe que sua empresa recompensa<br />
isso; que não é preciso ter medo de tentar, de fazer<br />
aquele “algo mais”, mesmo que isso não dê resultados<br />
na primeira ou segunda tentativa. Suas palavras e<br />
ações devem valorizar a motivação e o compromisso.<br />
6) Valorize a integridade<br />
O “cai-cai”, aquele jogador que simula falta após falta,<br />
parecendo mais preocupado em ganhar um prêmio<br />
de melhor ator sempre que um adversário se encontra<br />
a menos de dois metros do que realmente armar<br />
uma jogada, é um cara sempre muito criticado.<br />
Da mesma forma, a integridade, a honestidade<br />
é importante para o sucesso de sua equipe de vendas.<br />
E esse valor não deveria nem estar em pauta.<br />
Deveria estar entranhado em qualquer profissional.<br />
Não, não significa ser um santo – isso é impossível.<br />
Todos falhamos no teste da integridade alguma<br />
vezes. A chave é reconhecer que você fez algo<br />
errado, tentar consertar, assumir as consequências,<br />
e só então recomeçar. Assim, quando as vitórias<br />
vierem, serão muito mais doces, pois você saberá<br />
que mereceu 100% delas.<br />
Não ignore nem “deixe para lá” qualquer falha<br />
de ética na sua equipe. Deixe claro que a equipe<br />
recompensa a tentativa, o erro, as coisas novas,<br />
desde que os limites da ética e da missão, da visão<br />
e dos valores da empresa não sejam ultrapassados.<br />
7) Abrace a tecnologia<br />
O futebol é talvez o único dos esportes que hesita<br />
em abraçar tecnologias que melhorem o espetáculo.<br />
A FIFA se orgulha por ter regras “imutáveis”;<br />
assim, tecnologias que ajudam os árbitros – como<br />
sensores nas bolas e acréscimo de mais juízes – são<br />
testadas aqui e ali, e logo abandonadas. Os clubes,<br />
porém, não têm vergonha nenhuma de buscar os<br />
melhores equipamentos de treino, novas tecnologias<br />
para fazer os jogadores se recuperarem mais rápido<br />
após cada jogo, e assim por diante.<br />
Da mesma forma, não há motivos para sua empresa<br />
não adotar tecnologias que diminuam o tempo<br />
que a equipe de vendas gasta com burocracias e outras<br />
atividades paralelas, e aumentem seu tempo em frente<br />
do cliente. Lugar de vendedor é fazendo negócios,<br />
descobrindo novas oportunidades, vendendo.<br />
Deixe os computadores fazerem o máximo possível<br />
das ações repetitivas de escritório.<br />
8) Valorize sua equipe,<br />
não seus craques<br />
Vez por outra surge uma equipe que encanta o mundo<br />
do futebol. Assim foi a Holanda do carrossel<br />
holandês de 1974, a Chapecoense antes da tragédia<br />
aérea, e tantas outras. Essas equipes têm em comum<br />
o fato de apostarem no grupo, no modo de jogar, e<br />
não em um jogador fora-de-série. Uma forma de pensar<br />
que cada vez mais deverá estar presente em vendas.<br />
Mais e mais empresas estão entendendo que vender<br />
é coisa para equipes. Troca de experiências, reuniões<br />
para refinar o perfil do cliente ideal, entre outras<br />
atividades, podem ser muito lucrativas para sua empresa.<br />
Estimule esse auxílio mútuo, talvez até com<br />
uma comissão a ser paga se o time atingir sua<br />
meta, além da cota individual.<br />
9) Seja consistente<br />
Sei que é doloroso, mas precisamos falar sobre a<br />
Copa do Mundo de 2014. No último campeonato<br />
mundial, a seleção brasileira teve boas atuações,<br />
mostrou seu futebol... até o jogo com a Alemanha.<br />
Por outro lado, a seleção de 1994 era criticada por<br />
“jogar feio”, mas a bola do adversário raramente<br />
chegava até Taffarel. Fomos campeões!<br />
Da mesma forma, sua equipe de vendas deve<br />
buscar a consistência. Não é todo dia que se fecha<br />
uma venda gigante, mas todo dia é possível prospectar<br />
dois novos clientes, todos os dias dá para<br />
conversar com clientes inativos, todos os dias<br />
46<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
pode-se atualizar os contatos com as empresas de<br />
sua carteira, e assim por diante. Não é o mais bonito<br />
dos jogos, mas é o que garante resultados no<br />
final do mês.<br />
10) Reconheça<br />
Técnicos de futebol não recebem medalhas; quando<br />
muito, ganham dos jogadores um banho de isotônico<br />
ou de água gelada. Não precisamos falar sobre a necessidade<br />
de reconhecer sua equipe. Mas a liderança<br />
geralmente não tem tal reconhecimento, então faça-<br />
-o você mesmo. Se fizer algo que sabe ser digno<br />
de nota, recompense-se, dê-se um pequeno presente,<br />
tire uma folga. A cada vitória celebrada,<br />
você se incentiva mais para os próximos passos.<br />
11) Expanda<br />
A Copa do Mundo da Fifa está ali, ali com as Olimpíadas<br />
em dinheiro e negócios gerados. E, quando<br />
você tem algo que gera muita renda, quer multiplicar<br />
aquele negócio. E a FIFA é um exemplo de como<br />
se fazer isso.<br />
Até a década de 1980, por exemplo, havia a Copa<br />
do Mundo Juvenil. Hoje, temos as versões Sub-20<br />
e Sub-17. Pega-se um produto e transforma-se em<br />
dois. Fora a Copa das Confederações, o Mundial de<br />
Clubes, quase todos com suas versões feminina e<br />
masculina.<br />
Mas a Copa do Mundo masculina continua a<br />
ser o principal e mais lucrativo produto. A solução,<br />
então, é aumentá-la. A partir de 2026, em vez de 32,<br />
serão 48 times, divididos de forma que a equipe<br />
campeã continue tendo que jogar apenas sete partidas<br />
nos mesmos 32 dias de hoje. Apenas um jogo<br />
a mais do que era, digamos, em 1958 na Suécia,<br />
onde Garrincha vaticinou: “Campeonatinho mixuruca.<br />
Não tem nem segundo turno”.<br />
Quarenta e oito países parece ser o limite. São<br />
48 campos de treinamento, hotéis, toda infraestrutura.<br />
Ainda assim, a FIFA conseguiu aumentar<br />
o número de seleções participantes. O país sede<br />
tem vaga garantida, as eliminatórias continuam,<br />
e assim 46 vagas são preenchidas. As duas restantes<br />
virão de um torneio play-off com seis seleções:<br />
uma de cada confederação, menos a UEFA (Europa),<br />
e mais uma vindo da confederação do país-<br />
-sede. Essa mini-copa será disputada no país sede<br />
da Copa e atrairá mais visitantes, mais anunciantes,<br />
mais tudo.<br />
Da mesma forma, você deve ganhar mais<br />
espaço no bolso do seu cliente. Com o aumento<br />
da concorrência na maioria dos mercados, é bem<br />
mais econômico oferecer mais para o mesmo cliente<br />
do que buscar outros. Você já deve ter visto esse<br />
conceito por aí como “share of pocket” ou “share of<br />
wallet”. Em vez de buscar uma maior fatia do mercado,<br />
uma empresa optaria por uma maior fatia na<br />
carteira de cada cliente.<br />
E não se trata de simplesmente lançar novos<br />
produtos ou serviços. Antes de tentar ampliar o que<br />
você oferece a seus clientes, é bom checar o quanto<br />
eles são fiéis a você, e incluir a concorrência na<br />
equação. Por exemplo: uma padaria pode receber<br />
ótimas nota nos quesitos qualidade de produto e<br />
atendimento, mas se perguntar “então, nós somos a<br />
sua primeira opção para comprar pão?”, pode descobrir<br />
que a maioria dos clientes prefere ir a outro<br />
estabelecimento, que fica mais perto de suas casas.<br />
Então, melhorar o atendimento não atrairia<br />
mais clientes: a padaria já tem grandes notas nesse<br />
aspecto. Baixar o preço também teria muito pouca<br />
influência, uma vez que os clientes escolheram<br />
localização como o fator determinante. Como, então,<br />
fazer com que os clientes eventuais comprem<br />
mais? Que tal oferecer um serviço de entrega de<br />
alguns itens? Assim, as pessoas que já gostam da<br />
qualidade do empreendimento vão superar a objeção<br />
da distância e aumentar a frequência de compra<br />
naquela padaria.<br />
E isso vale para qualquer tipo de produto ou<br />
serviço. Uma empresa de limpeza e vigilância, por<br />
exemplo, pode descobrir que o cliente acha um<br />
concorrente mais bem-equipado. Antes de sair<br />
comprando todo tipo de item para seus funcionários,<br />
pode perguntar o que ele quer dizer com “bem-<br />
-equipado”. Na maioria das vezes, refere-se à aparência:<br />
carros chamativos e uniformes de aparência<br />
militar. Nesse caso, basta adesivar os carros e mudar<br />
os uniformes, e assim por diante.<br />
Na hora de tentar ampliar seu share of pocket, o<br />
importante é não tratar sua empresa como se ela<br />
estivesse sozinha em um vácuo: leve em conta os<br />
concorrentes, por que seus clientes os preferem e<br />
em que circunstância.<br />
Boas lições, não é mesmo? Agora você pode<br />
assistir aos jogos da Copa do Mundo com um olhar<br />
diferente. Que tal?<br />
“Sua equipe<br />
de vendas<br />
deve buscar a<br />
consistência.<br />
Não é todo<br />
dia que se<br />
fecha uma<br />
venda gigante,<br />
mas todo dia<br />
é possível<br />
prospectar dois<br />
novos clientes,<br />
todos os dias dá<br />
para conversar<br />
com clientes<br />
inativos, todos<br />
os dias pode-se<br />
atualizar os<br />
contatos com<br />
as empresas de<br />
sua carteira,<br />
e assim por<br />
diante. Não é<br />
o mais bonito<br />
dos jogos, mas é<br />
o que garante<br />
resultados no<br />
final do mês.”<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 47
Direto das Soluções <strong>VendaMais</strong><br />
Marcelo Caetano<br />
Faturamento<br />
é vaidade, lucro<br />
é sanidade<br />
Certa vez ouvi de um cliente a frase que escolhi<br />
como título para este artigo. Acredito ser uma<br />
boa hora para tocarmos nesse assunto.<br />
A economia dá alguns sinais de melhora e<br />
vemos muitas empresas empolgadas com esses<br />
espasmos de crescimento. Digo espasmos porque,<br />
por uma série de fatores que não vêm ao caso<br />
aqui, ainda temos dúvida sobre a consistência<br />
desse processo. Mas o fato é que alguns sinais<br />
de melhoria já surgem no horizonte...<br />
Um dos principais aprendizados que tivemos<br />
no último ciclo de crescimento foi com os clientes<br />
que venderam muito e ganharam pouco, e<br />
pior, assumiram que é preciso sacrificar margem<br />
para crescer. Isso não é verdade.<br />
É claro que crescer muito custa caro. É preciso ampliar equipe, comprar<br />
equipamentos, investir em estrutura, ter mais estoque etc. Durante<br />
a aplicação de nossos processos de PEC (Planejamento Estratégico<br />
Comercial) nos clientes, vejo que as empresas querem crescer, mas não<br />
contabilizam o custo que isso terá, e orçam de maneira subdimensionada<br />
tais investimentos. E não estou falando apenas de empresas, isso<br />
também acontece com representantes comerciais. A previsão de crescimento<br />
nunca vem acompanhada de uma previsão clara de aumento de<br />
custos ou de atividades diferenciadas para atingir esse objetivo. Vamos,<br />
então, falar sobre crescer com rentabilidade.<br />
Recentemente, durante uma palestra para representantes comerciais<br />
de uma grande empresa, o presidente me confidenciou que no ano passado<br />
a empresa cresceu pouco, mas fez um reajuste de preço de 17%<br />
acima da inflação. Uma atitude muito corajosa. Eles vinham perdendo<br />
margem ano após ano, e o processo estava se tornando insustentável.<br />
Quando você perde margem e cresce muito, o crescimento mascara a<br />
ineficiência e consome ainda mais recursos. Mas quando o crescimento<br />
se torna mais lento, aí sim a empresa passa a ter um grande problema<br />
que fica escancarado. Por isso digo sempre que o<br />
crescimento cega para as ineficiências.<br />
Tal empresa chegou então num momento de decisão:<br />
queria continuar crescendo em dois dígitos ao ano<br />
ou recuperar margem? E aí surgiu o reajuste de 17%,<br />
que fez a empresa quadruplicar o lucro! Isso mesmo,<br />
o resultado melhorou em quatro vezes – ainda que as<br />
vendas não tenham atingido a meta. Será que valeu a<br />
pena o reajuste de preço? Claro que sim!<br />
Na prática<br />
Para garantir o aumento de margem e maximizar<br />
seus resultados, sua empresa pode utilizar ferramentas<br />
tais como o ganho de eficiência operacional ou de<br />
análises mais estratégicas. No primeiro caso, estamos<br />
falando de tornar-se mais eficiente gerando mais<br />
resultado com pouco mais de investimento de energia,<br />
tempo e dinheiro (ou às vezes fazendo o mesmo esforço<br />
nesses três quesitos). Vamos lá para um exemplo:<br />
quando uma empresa, vendedor ou representante<br />
decide que vai investir seu tempo para ampliar a<br />
venda de mix, segue os seguintes passos:<br />
1 Analisa o mix médio dos clientes atuais (Quantos<br />
SKUs vendo por cliente?);<br />
1 Divide esse resultado por cliente, usando uma<br />
planilha;<br />
1 Analisa o potencial do cliente;<br />
1 Planeja melhor sua visita, baseado nos potenciais<br />
e lacunas do cliente;<br />
1 Lê artigos e participa de cursos sobre venda de<br />
mix de produtos.<br />
48<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018
A partir daqui, abre-se uma grande possibilidade<br />
de vender mais mix!<br />
Veja que, para que isso aconteça, o custo para<br />
chegar ao cliente é o mesmo, mas você vai ganhar<br />
mais. Isso é um exemplo de ganho de eficiência<br />
operacional! Nos últimos anos as empresas buscaram<br />
muito a eficiência operacional cortando custos, mas<br />
a maioria já chegou no limite desse processo, é hora<br />
de fazer melhor.<br />
Em segundo, temos as ações estratégicas que<br />
podem levar ao aumento de margem. Ao fazer o<br />
reajuste de preço, você pode reposicionar sua empresa<br />
no mercado, e, para isso, é preciso ter suportes<br />
que sustentem esse aumento de valor, além de<br />
diferenciais que façam valer a pena pagar mais<br />
para ter seus produtos ou serviços. Caso contrário,<br />
o reajuste torna-se insustentável.<br />
No livro Lucro a partir do core business, Chris<br />
Zook fala sobre as alternativas para expandir sua<br />
rentabilidade dentro do seu núcleo de conhecimento.<br />
Particularmente, gosto muito dessa teoria e<br />
desse desafio. Veja algumas maneiras de fazer isso<br />
acontecer:<br />
1) Expandir ao longo da cadeia de valor (Por<br />
exemplo: um distribuidor de bebidas abrir lojas<br />
próprias)<br />
A Luxótica, dona de várias marcas – como Oakley,<br />
Rayban, entre outras – entrou no Brasil com a rede<br />
de lojas Sunglass, e quando fez esse movimento,<br />
todo o mercado (as outras óticas) continuou a vender<br />
sua marca. Recentemente, adquiriu a Óticas Carol.<br />
Observe que se trata de um movimento arriscado e<br />
agressivo, em busca de melhores resultados: eles se<br />
aproximaram do consumidor final e agregaram a<br />
margem do varejo.<br />
2) Crescer com novos produtos<br />
Este é o segundo ponto como sua empresa pode<br />
crescer em produtos, ou seja, crescer em mix, para<br />
aproveitar melhor os clientes que já são atendidos<br />
por você. Mix é estratégia, mas mais importante<br />
que lançar produtos, é sabe trabalhar a venda desses<br />
lançamentos.<br />
3) Prestar serviços e cobrar por eles<br />
Muitas empresas prestam serviços, mas não cobram<br />
por eles – e perdem dinheiro com isso. No meu livro<br />
Chega de desconto, cito uma loja de aquários que<br />
descobriu que muitas pessoas desistiam dos aquários<br />
porque ou tinham preguiça de limpá-los, ou não<br />
sabiam como fazer a limpeza. Sabendo disso, o dono<br />
da loja montou uma empresa que faz manutenção<br />
e limpeza de aquários, e atualmente tem aproximadamente<br />
3 mil aquários entre seus clientes. Hoje ele<br />
já lucra mais com a venda dos serviços do que com<br />
a venda dos produtos.<br />
4) Usar novos canais de venda ou distribuição<br />
Nem todos os seus clientes querem ou podem ser<br />
atendidos com uma visita pessoal, pois custa muito<br />
caro. Telefone, WhatsApp, reposição automática de<br />
estoque... há outras formas de vender. Estude-as!<br />
5) Descobrir novos segmentos ou nichos,<br />
por vezes dentro dos nichos atuais<br />
No livro Como fazer milhões com vendas diretas, Michael<br />
Malaghan cita um caso muito interessante no<br />
qual vendia toalhas de papel para lanchonetes e<br />
notou que grandes famílias também poderiam ser<br />
atendidas pela empresa, fazendo reposição semanal<br />
dos produtos. Isso fez com que ele criasse uma estratégia<br />
para atender esse nicho de mercado, que<br />
era gigantesco – muito maior que as lanchonetes e<br />
restaurantes que atendia antes, inclusive.<br />
O que você precisa pensar<br />
O fato é que não podemos perder nunca o foco na<br />
última linha, no resultado final, no lucro. A condução<br />
comercial que você dá para a empresa pode<br />
levá-la para uma viagem ao mundo das vendas e do<br />
ego, com grande crescimento; ou para o mundo do<br />
lucro, o mundo da razão. O ideal é que esses dois<br />
lados andem juntos, mais vendas e mais lucro. Nunca<br />
deixe o lucro para depois, pois esse dia pode<br />
nunca chegar! O dia do lucro é hoje!<br />
Marcelo Caetano é sócio-diretor da <strong>VendaMais</strong><br />
e autor dos livros Vendedor fiel, cliente fiel e<br />
Chega de desconto!<br />
E-mail: caetano@vendamais.com.br<br />
“Para garantir<br />
o aumento<br />
de margem e<br />
maximizar seus<br />
resultados,<br />
sua empresa<br />
pode usar<br />
ferramentas tais<br />
como o ganho<br />
de eficiência<br />
operacional ou<br />
de análises mais<br />
estratégicas.”<br />
vendamais.com.br - MARÇO-ABRIL 2018 49
ATÉ MAIS / da redação<br />
Desafio:<br />
Excelência nos passos da venda<br />
Por melhor vendedor<br />
que você seja, pode<br />
ser que ainda cometa<br />
alguns erros em<br />
determinados passos<br />
da venda. É normal,<br />
por exemplo,<br />
que alguns profissionais prospectem<br />
melhor do que outros;<br />
que o levantamento de necessidades<br />
que você faz seja mais completo<br />
do que o que o seu colega<br />
coloca em prática; que o índice<br />
de fechamento do campeão de<br />
vendas da sua empresa seja um<br />
pouco maior que o seu; e assim<br />
por diante. Mas isso não significa<br />
que deve ser sempre assim.<br />
Pelo contrário. Você pode trabalhar<br />
para melhorar seu desempenho<br />
nos passos da venda em<br />
que não se destaca tanto.<br />
Sabendo disso e pensando em<br />
ajudá-lo nessa missão, apresentamos<br />
a seguir um desafio que<br />
tem o objetivo de conduzi-lo à<br />
excelência nos passos da venda.<br />
Na prática<br />
1) Liste as etapas da venda em<br />
que você precisa melhorar seu<br />
desempenho.<br />
2) Crie um plano de ação para<br />
melhorar seus resultados. A<br />
tabela acima é um excelente<br />
ponto de partida. Preencha-a<br />
detalhando muito bem os<br />
campos. Essas questões são a<br />
base das mudanças que você<br />
precisará fazer para cumprir<br />
o desafio.<br />
Etapa da<br />
venda em que<br />
eu preciso<br />
melhorar:<br />
Para melhorar,<br />
o que eu<br />
preciso mudar,<br />
especificamente,<br />
na minha conduta<br />
ou no meu<br />
comportamento?<br />
3) Deixe essa tabela em local<br />
visível, para poder consultá-la<br />
sempre. Isso o ajudará a manter<br />
o foco na evolução.<br />
4) Coloque suas ideias em prática,<br />
trabalhe diariamente<br />
para evoluir nossos passos da<br />
venda de sua escolha e veja<br />
os resultados surgirem.<br />
5) Concluiu o primeiro desafio<br />
e sabe que precisa melhorar<br />
em outro aspecto? Reinicie<br />
esse processo e, aos poucos,<br />
domine todos os passos da<br />
venda. Você só tem a ganhar!<br />
Mãos à obra!<br />
Data de início do desafio:<br />
/ /<br />
Data de conclusão do desafio:<br />
/ /<br />
Aprendizados para não esquecer<br />
jamais:<br />
O que você fez, na prática,<br />
para mudar e melhorar seu desempenho<br />
nas áreas deficientes?<br />
O que eu preciso<br />
aprender para<br />
melhorar?<br />
Quem/o que pode<br />
me ajudar, dando<br />
dicas, sugestões<br />
ou orientações<br />
para melhorar?<br />
(gerente,<br />
colegas, amigos,<br />
treinamentos,<br />
livros etc.)<br />
Com quais<br />
clientes<br />
vou testar a<br />
mudança (no<br />
mínimo cinco)?<br />
A que você atribui o sucesso<br />
– ou o fracasso – desse desafio?<br />
Você conseguiu perceber algum<br />
avanço em relação ao que<br />
precisava melhorar e que o ajudará<br />
a vender mais e melhor?<br />
Com base na experiência que<br />
teve com esse desafio, registre<br />
abaixo quais foram os avanços<br />
que fez e qual foi a grande lição<br />
que tirou de tudo isso.<br />
Gostou da ideia de se desafiar e quer<br />
conhecer outros desafios de vendas?<br />
Leia Desafios de Vendas: Os 30 maiores<br />
desafios de vendas e 90 ferramentas para<br />
você superá-los, livro escrito por Raul<br />
Candeloro e Marlus Jungton. Saiba mais<br />
e garanta o seu exemplar acessando<br />
bit.ly/desafiosdevendas.<br />
Quanto eu<br />
posso vender a<br />
mais (em R$),<br />
se conseguir<br />
melhorar nessa<br />
dificuldade?<br />
50<br />
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Qualquer dia<br />
Qualquer dia pode ser especial,<br />
se você quiser que<br />
seja. Qualquer trabalho<br />
pode ser agradável e motivador,<br />
se você trabalhar<br />
como se fosse. Qualquer<br />
lugar pode ser um belo<br />
lugar para se estar, qualquer<br />
situação pode ser<br />
uma oportunidade emocionante<br />
– quando você<br />
quiser que seja.<br />
Em vez de ficar preso ao<br />
que é, dedique-se a criar<br />
o que pode ser. O que você<br />
recebe da vida é insignificante<br />
em comparação<br />
ao que você pode fazer<br />
com aquilo. O dia pode estar<br />
chuvoso, você pode ter<br />
pouco dinheiro na conta,<br />
mas nada disso tem o poder<br />
de detê-lo na realização<br />
do seu destino.<br />
Tem gente demais reclamando<br />
sem parar sobre o<br />
que a vida oferece. O melhor<br />
que se pode almejar<br />
num caso desses é alguém<br />
com paciência para ouvir.<br />
Felizmente, existem também<br />
pessoas focando não<br />
no que lhes foi dado, mas<br />
sim na melhor forma de<br />
utilizar o que receberam.<br />
A utilização constante e<br />
persistente de recursos<br />
medíocres acaba sempre<br />
trazendo muito mais resultado<br />
do que o desperdício<br />
rápido de riquezas<br />
impressionantes. Não importa<br />
quais sejam as vantagens<br />
aparentes que os<br />
outros tenham, lembre-se<br />
disto: você tem você. Vencedores<br />
não vencem porque<br />
alguém lhes deu permissão,<br />
mas porque decidiram<br />
vencer.<br />
Ralph Marston<br />
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