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2014_Luzes-ApostoloPulchrum

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<strong>Luzes</strong> da Civilização Cristã<br />

-se o grau de risco, que passa a ser muito menor do que o<br />

dos barquinhos de Colombo ou de Pedro Álvares Cabral.<br />

No barco, é uma beleza ver o homem flutuar sobre as<br />

incertezas dos mares e rumar para um alto ponto distante.<br />

E esta também é a pulcritude do cavaleiro, quando dá<br />

um grande salto a cavalo.<br />

Mas o cavaleiro tem uma vantagem sobre o marinheiro:<br />

aquele orienta uma coisa viva, mutável, cuja vitalidade<br />

e mutabilidade são governadas por ele. A vitalidade<br />

do cavalo depende de uma espécie de domínio, que eu<br />

chamaria de psicológico, do cavaleiro sobre o cavalo.<br />

O cavaleiro muito ousado dá ousadia ao cavalo; ele<br />

pesa sobre o cavalo, mas ajuda-o a carregar o peso. O cavaleiro<br />

e o cavalo formam, por assim dizer, uma só ousadia,<br />

uma só força, e participam de um só voo.<br />

Nessa fotografia, vemos o que é este voo do cavalo<br />

e, por cima dele, o voo do cavaleiro, de onde vem<br />

a impressão de que quase tudo ali é a alma do cavaleiro.<br />

O cavalo constitui uma massa viva maior do que<br />

o cavaleiro, mas este, porque tem vida humana, possui<br />

mais domínio do que o cavalo. Também o corpo<br />

do cavaleiro ocupa uma matéria viva maior do que<br />

sua cabeça, mas esta tem a direção e, por causa disso,<br />

vale mais do que o corpo. Assim, a parte menor,<br />

onde cintila a inteligência, tem a responsabilidade e<br />

a glória pelo todo.<br />

Faço notar alguns pormenores realmente admiráveis.<br />

Temos três elementos: dois que constituem o cenário,<br />

e um representado pelo cavalo e cavaleiro.<br />

Poder-se-ia dizer que são o contexto e o texto.<br />

O céu da Andaluzia 2 é exatamente assim. Não há,<br />

portanto, embelezamento por meio de efeitos fotográficos.<br />

Se devêssemos imaginar o céu da eternidade,<br />

uma das ideias mais próximas seria essa.<br />

Considerem o campo, a terra. É curioso, mas todas<br />

as coisas têm uma adequação própria. Sou entusiasta<br />

da grama inglesa, cor de esmeralda. Realmente<br />

é uma coisa admirável! Entretanto, se aqui houvesse<br />

essa grama, não daria certo. Essa vegetaçãozinha<br />

tem exatamente a altura que deveria ter; não<br />

deveria ser um chão raso, mas também não poderia<br />

ser uma grande vegetação. Precisava ser assim, para<br />

que, entre este solo e este céu azul, se realizasse este<br />

grande feito, fruto da força de alma.<br />

Analisemos o cavalo. Ele está numa posição em<br />

que a luz bate nele com uma beleza perfeita, e o ilumina<br />

como talvez um artista não pudesse ter imaginado<br />

a iluminação. Notem como as formas do animal<br />

ficam evidenciadas, a musculatura, toda a força de corpo<br />

que faz dele uma espécie de avião de vida, posto nos<br />

ares.<br />

À vista dessa luz, pergunta-se: este é um céu matutino<br />

ou vespertino? A indagação tem certo interesse, porque<br />

em função da resposta pode-se interpretar melhor a cena.<br />

Esta fica mais bonita imaginada de manhã ou à tarde?<br />

Tenho a impressão de que é o céu da manhã. Há uma<br />

vitalidade matutina, uma alegria da natureza toda que<br />

desperta, causando a impressão de existir qualquer coisa<br />

de um desígnio de Deus realizado, no momento em<br />

que o Sol acaba de nascer, as luzes enxotaram as trevas<br />

da noite e o dia começa a dominar tudo. Então o Sol sobe,<br />

o cavalo e o cavaleiro sobem também. Há, portanto,<br />

Duas ascensões simultâneas<br />

Dr. Plinio durante a conferência de 3/11/1990<br />

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