Revista TOP Marchador - Especial Marcha Picada #02
Revista lançada em julho de 2018 Tudo sobre o Mangalarga Marchador e Marcha Picada www.topmarchador.com
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Tudo sobre o Mangalarga Marchador e Marcha Picada
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TÉCNICA<br />
Estimativas de crescimento para o cavalo Mangalarga <strong><strong>Marcha</strong>dor</strong><br />
com foco em animais de alto<br />
desempenho esportivo de <strong>Marcha</strong> <strong>Picada</strong><br />
O<br />
cavalo Mangalarga <strong><strong>Marcha</strong>dor</strong> é<br />
apresentado em exposições a partir<br />
dos 12 meses de idade, sendo para<br />
isso, muitas vezes, submetido a intenso regime<br />
de treinamento, confinamento e manejo. O desconhecimento<br />
sobre práticas adequadas à criação<br />
destes animais, especialmente as relativas às<br />
necessidades específicas de cada faixa etária,<br />
pode estar afetando o crescimento, e em alguns<br />
casos, o bem-estar destes equinos.<br />
Alguns padrões de conformação, como medidas<br />
morfométricas de altura na cernelha, altura<br />
na garupa, comprimento do corpo, comprimento<br />
da cabeça, perímetro torácico e perímetro da<br />
canela podem sugerir certo grau de desenvolvimento<br />
do equino, no entanto, ainda carecemos<br />
de dados atuais sobre curvas de crescimento da<br />
raça, principalmente, que estejam de acordo<br />
com a realidade totalmente diversa de cada<br />
região do Brasil. Esta diversidade regional pode<br />
ser um dos fatores determinantes ao crescimento<br />
destes animais, juntamente com o tipo de<br />
seleção (genética), com o manejo e com a alimentação,<br />
sendo esta última ainda mais importante<br />
quando ocorre no primeiro ano de vida do<br />
potro (a).<br />
De forma geral, potras tendem a ter um crescimento<br />
ligeiramente mais rápido do que os<br />
potros em seu primeiro ano de vida. Apesar de<br />
termos poucos trabalhos com curvas de crescimento<br />
estes já demonstraram que em animais<br />
da raça Mangalarga <strong><strong>Marcha</strong>dor</strong> os machos crescem<br />
em altura de cernelha 88% do seu tamanho<br />
total, enquanto as fêmeas chegam a 90% deste<br />
crescimento, ambos no primeiro ano de vida<br />
(CABRAL et al.,2004); ou seja, até os 12 meses<br />
de idade. Estes dados apesar de regionais (RJ) e<br />
de não terem levado em consideração o tipo de<br />
marcha, o que poderia, ou não, estar influenciando<br />
ligeiramente em algum resultado, já servem<br />
de norte para um melhor cuidado na infância<br />
do cavalo.<br />
Uma avaliação de ganho estimado de altura<br />
de cernelha entorno de 90% no primeiro ano de<br />
vida acontece também para outras raças equinas.<br />
E deve servir de alerta aos criadores, principalmente<br />
para a forma de manejo e nutrição<br />
que virá a ser dispensada a estes animais nesses<br />
primeiros 12 meses de vida. Além disso, trabalhos<br />
com raças diversas também sugerem que o<br />
confinamento excessivo (baias), em animais em<br />
crescimento, propicia problemas articulares /<br />
ortopédicos, entre outros, mas isso é apenas um<br />
alerta, pois este é outro tema extenso que ficará<br />
para uma próxima oportunidade.<br />
Por que meu cavalo não cresce?<br />
Já que os potros crescem aproximadamente<br />
90% em 12 meses, precisamos lembrar que a<br />
partir dos 13 meses estaremos trabalhando apenas<br />
com 10% do potencial de crescimento deste<br />
animal, e dessa forma, muitos deixarão de atingir<br />
altura de registro desejada por descuidos em<br />
nutrição e manejo na “primeira infância”, ou<br />
seja, até um ano de idade. Não havendo, na<br />
maioria das vezes, ganho compensatório ou<br />
medicação que seja suficiente para reparar o<br />
que foi perdido no primeiro ano de vida.<br />
Outras formas de predizer maturidade:<br />
Pela arcada dentária é possível estabelecer a<br />
idade aproximada do cavalo e tem sido uma<br />
metodologia muito utilizada para definir a maturidade<br />
do organismo, onde o final das trocas<br />
dentarias (mudas) ocorre “em torno” dos cinco<br />
anos de idade, onde o cavalo é considerado<br />
popularmente de “boca cheia” (ou seja, só teríamos<br />
dentes permanentes) e assim se “tornaria<br />
adulto”.<br />
Já outros pesquisadores sugerem que a maturidade<br />
do equino possa ser avaliada também<br />
subjetivamente pelo peso, altura e composição<br />
corporal o que traria a nós a prerrogativa de tentar<br />
“antecipar” tal maturidade, avaliando o “tipo<br />
corporal” de determinado cavalo individualmente,<br />
e assim antecipar o treinamento.<br />
Muitas raças equinas, como o Puro Sangue de<br />
Corrida por exemplo, utilizam padrões prédeterminados<br />
para avaliação de maturidade<br />
óssea e de desenvolvimento, com fins de destinação<br />
desses equinos para atividades esportivas.<br />
O mais comum é o estudo radiográfico sobre o<br />
“fechamento” (ossificação) das cartilagens epifisárias.<br />
Este método é considerado até o presente<br />
momento, à campo, como mais preciso neste<br />
tipo de avaliação.<br />
Como regra geral, pode-se dizer que as placas<br />
de crescimento epifisárias dos ossos distais<br />
(longe do tronco- corpo do cavalo) se ossificam<br />
antes dos proximais, o que significa que o potro<br />
Ossificação dos cavalos de forma geral: As regiões em preto correspondem a média dos locais que já não mais crescem<br />
longitudinalmente a partir de cada idade na maioria das raças (não estão sendo avaliados costelas e cabeça)<br />
CAVALO COM 1 ANOS CAVALO COM 2 ANOS CAVALO COM 3 ANOS CAVALO COM 4 ANOS CAVALO COM 5 ANOS<br />
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