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Revista COAMO - Edição 485 - Outubro/2018

Campo Mais Feminino - Mulheres provam que quando se ama o que faz, não existem empecilhos profissionais. Com garra e determinação elas fazem bonito e são exemplos no campo da produção.

Campo Mais Feminino - Mulheres provam que quando se ama o que faz, não existem empecilhos profissionais. Com garra e determinação elas fazem bonito e são exemplos no campo da produção.

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ENTREVISTA: NELSON COSTA<br />

"A PARTIR DO INÍCIO DOS ANOS DE 1980, HOUVE UM TRABALHO INTEGRADO DAS<br />

COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS E OCEPAR CRIANDO COOPERATIVAS DE CRÉDITO."<br />

atenção das cooperativas e precisam<br />

ser trabalhados. O primeiro, é<br />

a falta de mecanismos de capitalização,<br />

que sempre foi um problema.<br />

A alta dependência dos associados<br />

ao crédito e dificuldades do aporte<br />

de recursos necessários para o custeio,<br />

especialmente nas décadas de<br />

1980 e 1990, levou as cooperativas<br />

a financiar a produção mediante a<br />

concessão de adiantamentos de<br />

insumos para pagamento com a<br />

entrega da produção. Esse modelo<br />

levou a maioria das cooperativas a<br />

passar por dificuldades financeiras.<br />

No início dos anos 1980, iniciou a<br />

constituição de cooperativas de<br />

crédito para reunir a poupança dos<br />

produtores com o compromisso<br />

de financiar a produção. O projeto<br />

previa que cada cooperativa<br />

agropecuária teria uma de crédito.<br />

Essa ideia foi alterada em vista da<br />

necessidade de crescimento delas<br />

e do atendimento às exigências<br />

Nelson Costa, superintendente da Fecoopar<br />

do Banco Central, o que resultou<br />

na separação dos dois ramos. Com<br />

isso, as cooperativas de crédito se<br />

abriram para buscar novos associados<br />

e expandir as áreas de atuação.<br />

No final da década de 1990, face à<br />

necessidade de dispor de recursos<br />

para financiar a expansão das cooperativas<br />

agropecuárias, buscou-se<br />

um programa específico de recursos<br />

junto ao Governo Federal, que<br />

originou o Prodecoop, que financia<br />

a maioria dos investimentos<br />

agroindustriais do setor. Mas esses<br />

mecanismos não são suficientes e<br />

há necessidade de as cooperativas<br />

terem acesso ao mercado de debêntures<br />

(título de dívida em que o<br />

investimento se torna um empréstimo<br />

para determinada empresa) e<br />

IPO (Oferta Pública Inicial - o processo<br />

pelo qual uma empresa mercantil<br />

vende suas ações ao público<br />

pela primeira vez). Em segundo<br />

lugar, as cooperativas necessitam<br />

se inserir na transformação digital<br />

e inovação, agrupando os vários<br />

aplicativos em uma única base, visando<br />

desenvolver um “conceito”<br />

de empresa digital.<br />

RC: Como estão ocorrendo as<br />

transformações para o mercado<br />

cooperativo?<br />

Costa: Este é o terceiro ponto,<br />

pois muitas transformações estão<br />

ocorrendo no mercado, com a<br />

globalização e o retorno do protecionismo,<br />

a evolução do transporte<br />

marítimo, com navios cada vez<br />

maiores e navegação de longo<br />

curso, deslocamento da demanda<br />

para os países do Sudeste Asiático,<br />

evolução dos serviços financeiros<br />

digitais, comércio eletrônico,<br />

"O setor cooperativo<br />

tem procurado se<br />

profissionalizar, por meio<br />

das ações de capacitação<br />

proporcionadas pelo<br />

Sescoop, buscando<br />

qualificar seus profissionais<br />

para atuar em um mercado<br />

cada vez mais competitivo<br />

e globalizado."<br />

novas fontes de energia e crescimento<br />

da classe média em alguns<br />

países, como na China. Essas e<br />

outras questões, estão mudando<br />

o mercado de produtos e serviços.<br />

Atingem todos os ramos do cooperativismo,<br />

que está conseguindo<br />

se adaptar e crescer.<br />

RC: É preciso pensar em novas estratégias<br />

para o crescimento?<br />

Costa: Sim, é necessário pensar em<br />

novas estratégias para projetar seu<br />

crescimento nesse mercado, em<br />

constante e rápida mutação, com<br />

muitas opções de fornecimento de<br />

produtos e serviços competitivos e<br />

de qualidade. No ramo agropecuário,<br />

por exemplo, o mercado vem<br />

se tornando cada vez mais concentrado<br />

e exigente. Por exemplo,<br />

mais de 50% do volume de soja e<br />

10 REVISTA<br />

<strong>Outubro</strong>/<strong>2018</strong>

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