Ex-aluno: Nicolas Eilers Smith Santana O céu é o limite Com frequência, a diretora Myriam Tricate se encontra com ex-alunos e suas famílias, às vezes mesmo por acaso, em situações cotidianas. Em uma dessas ocasiões, Myriam conversou com a mãe do ex-aluno Nicolas Santana e se surpreendeu. É que ela contou à Myriam do sonho de Nicolas, que voltou ao ITA como parte do sonho de se tornar um engenheiro aeroespacial. “Sempre pensei que meus alunos iam voar alto, mas não imaginava o quanto”, brinca Myriam, que logo convidou Nicolas para uma visita ao <strong>Magno</strong> e para uma entrevista para a <strong>Revista</strong> do Colégio. Nicolas prontamente se animou, pois também queria rever sua Escola. E foi assim que este piloto alegre, que esbanja simpatia e simplicidade, passeou pela Escola onde estudou. Não se trata de sonho de criança. Nicolas estava no Ensino Médio quando descobriu que um tio fazia parte dos quadros da Aeronáutica. Até então, ele não tinha pensado nessa carreira, e sentiu que esta seria sua vida. Saiu do Colégio <strong>Magno</strong> no 2º ano do Ensino Médio, depois de prestar concurso para a Escola Preparatória de Cadetes do Ar, em Barbacena. Quem passa pela Academia da Força Aérea sai com graduação em Ciências Aeronáuticas e já habilitado a voar, optando entre helicóptero, aviões de caça ou de transporte. No caso de Nicolas, a escolha foi pelo transporte. Mais uma vez, a opção foi pelo estudo: passou mais um ano em Fortaleza, desta vez para aprender técnicas como lançamento de cargas e paraquedistas. De lá foi para Manaus, justamente pelo desafio de pilotar os aviões Brasília e Bandeirante em áreas remotas, nos confins da floresta. Depois de seis anos na capital do Amazonas, o piloto resolveu perseguir outro sonho: graduar-se engenheiro na área espacial. Para isso precisaria voltar à graduação e, mais, cursar uma das instituições de ensino superior mais conceituadas e exigentes do país – o ITA. Para quem sonha alto, tudo é possível: estudando sozinho, Nicolas foi aprovado em 2014 e, em mais um ano, quer se formar. Nicolas se vê contribuindo para desenvolver o setor aeroespacial nacional, trabalhando no programa brasileiro – e, depois, quem sabe, construindo uma ponte para chegar ao sonho de todo piloto aeroespacial: a Nasa. Vontade e base para isso não faltam. Nicolas chegou ao <strong>Magno</strong> ainda criança, no Jardim II, e só saiu para dar início à sua jornada militar. Da Escola, só boas lembranças. “O <strong>Magno</strong> me marcou muito, tenho contato com meus amigos até hoje”, conta. Foi essa passagem pelo <strong>Magno</strong> que, a seu ver, construiu as bases acadêmicas para seu crescimento. Mas não só pelo aspecto dos estudos. Entre tantos interesses, Nicolas tinha um em especial: os esportes. “Aprendi a valorizar o esporte, e isso faz toda a diferença nas escolas militares, pois a disciplina e os valores esportivos são muito importantes na Academia”, explica. Além dos aspectos ligados ao trabalho em grupo e à construção de relacionamentos, para Nicolas os esportes têm a ver com honra, disciplina e conduta. A maior lição de todas, no entanto, foi aprender o valor da disciplina. “Nada se perde, o esforço que fazemos hoje será colhido em algum momento da vida”, ensina. Pai de Dmitri e Agnes, Nicolas hoje mora em São José dos Campos com sua esposa, também piloto como ele, enquanto sonha alto com um futuro muito promissor. Neste caso, literalmente o céu é o limite. 86
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