Jornal Cocamar Dezembro 2016
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
45 | <strong>Jornal</strong> de Serviço <strong>Cocamar</strong><br />
ENTREVISTA<br />
Quem protege o solo,<br />
dorme sossegado<br />
Pesquisador da Embrapa, Júlio Franchini, diz em entrevista ao <strong>Jornal</strong> <strong>Cocamar</strong><br />
que muita gente está fazendo um plantio direto “meia boca”. Por Marly Aires<br />
Durante o Encontro de Produtores sobre Manejo<br />
e Conservação do Solo, promovido pelo Instituto<br />
Emater e Sindicato Rural no dia 25 de novembro<br />
em São Jorge do Ivaí (PR), o especialista<br />
Júlio Franchini, da Embrapa, falou sobre este<br />
assunto em entrevista ao <strong>Jornal</strong> <strong>Cocamar</strong>.<br />
JORNAL COCAMAR – Ao planejar o plantio da safra,<br />
qual a primeira coisa que o produtor deve fazer?<br />
FRANCHINI - A primeira coisa que o produtor tem<br />
que fazer é proteger o solo. E não só proteger das chuvas<br />
que normalmente ocorrem, mas estar preparado<br />
também para aquelas grandes tempestades. Nesse caso,<br />
se ele não estiver com o solo devidamente protegido,<br />
pode ver o trabalho realizado ao longo de anos ser<br />
arrastado para os rios.<br />
Neste ano, vimos que a erosão voltou com força em<br />
algumas regiões. Nesse caso, quais os prejuízos que os<br />
produtores têm?<br />
Recuperar a cicatriz deixada pela erosão é até relativamente<br />
fácil. Passa uma grade e pronto. Mas o que se<br />
perdeu em fertilidade do solo e matéria orgânica, que<br />
foi para o rio, isso leva muito tempo. O tráfego de máquinas<br />
e o sistema adotado por muitos agricultores, favorecem<br />
a erosão. O milho proporciona um bom volume<br />
de palha, mas não uma boa cobertura.<br />
Recuperar a cicatriz deixada pela erosão<br />
é até relativamente fácil. Mas o que se<br />
perdeu em fertilidade do solo e matéria<br />
orgânica, que foi para o rio, isso leva<br />
muito tempo”