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JJ MCAVOY-NUNCA ME DEIXE

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Fechando os olhos, balancei a cabeça.<br />

— Tá bom.<br />

— Você sabe o que eu quero, né? É melhor não fazer errado, ou vou... —<br />

disse ele pausadamente até parar de falar.<br />

Eu tentei animar nossa conversa, embora soubesse que não faria muita<br />

diferença.<br />

— Jogar meu Nintendo na piscina de novo?<br />

Ele sorriu, e eu vi o quanto seus dentes estavam sujos e amarelos.<br />

— Isso é o que você ganha por quebrar minha bicicleta.<br />

— Teve um recall dela mais tarde, então você devia me agradecer.<br />

Ele fez cara feia.<br />

— Não me coloque de terno no caixão... Isso nunca... Melhor ainda, me<br />

deixe pelado.<br />

— Ah, e que tal não? A última vez que eu te ver, não será pelado em um<br />

caixão — respondi, tentando ignorar meu sofrimento.<br />

—Tudo bem, mas eu quero...<br />

— Você quer tulipas vermelhas e brancas de hastes longas, radiantes e<br />

frescas, como as que a mamãe usou no dela. Na recepção, não importa a<br />

quantidade de amigos famosos da família que virão, só preciso me certificar de<br />

que não sirvam aquele maldito caviar. Além disso, devo usar apenas fotos<br />

espontâneas suas, porque são sempre as melhores. Melhor ainda, aquela em que<br />

estava em sua Harley. Não quer se parecer com um engomado de terno. E, por<br />

último, mas não menos importante, não devo ficar bravo ou nervoso com isso e<br />

servir bebidas alcoólicas. Só porque nós temos problema, não significa que todo<br />

mundo deveria deixar de se divertir, certo? Você gosta da ideia das pessoas<br />

contando histórias a seu respeito com as taças erguidas — recitei as palavras que<br />

ele me disse meses atrás, palavra por palavra. — Ainda não sei se a sua memória<br />

fotográfica é legal ou assustadora. — Eu ia dizer mais alguma coisa, mas me<br />

levantei para pegar a bacia ao seu lado quando ele começou a tossir sangue de<br />

novo.<br />

— Ahh... Urh — Ele segurou meu ombro enquanto engasgava em<br />

agonia.<br />

— Preciso de ajuda aqui! — chamei a enfermeira, que já vinha com a<br />

morfina.<br />

— Por que eu não consegui parar? — lamentou, sangue escorrendo de<br />

seu lábio. A enfermeira pegou a bacia da minha mão e o limpou com uma toalha,<br />

enxugando suavemente seus lábios rachados. — Eu sinto muito, Dorian. Muito<br />

mesmo.<br />

Não pisquei para segurar as lágrimas dessa vez, apenas as deixei cair,

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