Jornal Paraná Março 2019
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Tecnologia revoluciona<br />
o agronegócio<br />
Página 5 a 7
OPINIÃO<br />
Escolha e economia<br />
Tecnologia flex-fuel rapidamente se consolidou no Brasil e está presente<br />
em 46% das motocicletas e 96% dos automóveis novos comercializados<br />
Luciano Rodrigues (*)<br />
Omercado brasileiro de<br />
combustíveis leves<br />
apresenta característica<br />
única no mundo.<br />
Não há outro país com uma<br />
frota de quase 5 milhões de<br />
motocicletas e 30 milhões de<br />
veículos aptos a utilizarem<br />
qualquer combinação entre gasolina<br />
e etanol hidratado. Lançada<br />
em março de 2003, a tecnologia<br />
flex-fuel rapidamente se<br />
consolidou no Brasil e hoje está<br />
presente em 46% das motocicletas<br />
e 96% dos automóveis<br />
novos comercializados domesticamente.<br />
Associa-se a essa singularidade,<br />
o pioneirismo brasileiro no<br />
desenvolvimento e uso do etanol<br />
combustível, com vasta experiência<br />
na produção, além de<br />
logística de distribuição e infraestrutura<br />
que garantem a<br />
oferta do biocombustível nos<br />
postos revendedores em todo<br />
o território nacional.<br />
Essas características oferecem<br />
ao consumidor brasileiro uma<br />
opção privilegiada: a possibilidade<br />
de escolher o combustível<br />
desejado a cada abastecimento,<br />
dependendo do preço relativo<br />
dos produtos e de suas preferências.<br />
Trata-se de uma condição<br />
que não encontra paralelo<br />
em nenhuma outra nação do<br />
globo.<br />
A possibilidade de escolha garante<br />
maior competição e, a<br />
partir de mecanismos de mercado,<br />
reduz o risco de preço<br />
dos combustíveis aos proprietários<br />
de veículos flexíveis. Essa<br />
condição oferece uma proteção<br />
estrutural ao consumidor<br />
diante das variações no valor<br />
da gasolina.<br />
Os preços do etanol e da gasolina<br />
no mercado doméstico são<br />
determinados por inúmeros fatores<br />
inerentes às particularidades<br />
de cada setor. No caso do<br />
etanol, se destacam a estrutura<br />
produtiva pulverizada e competitiva,<br />
o maior tempo de resposta<br />
da oferta, o impacto de<br />
fatores climáticos e biológicos<br />
na produção, a sazonalidade da<br />
oferta durante os períodos de<br />
safra e entressafra, entre outros<br />
aspectos presentes nos mercados<br />
de commodities agrícolas.<br />
A gasolina, por sua vez, apresenta<br />
valor definido a partir de<br />
uma estrutura altamente concentrada,<br />
com influência das<br />
mudanças na taxa de câmbio e<br />
nas condições no mercado internacional<br />
de petróleo, especialmente<br />
após a nova política<br />
de preços praticada domesticamente.<br />
É nesse contexto complexo,<br />
com múltiplos fatores interrelacionados<br />
determinando os preços<br />
dos produtos, que o<br />
consumidor nacional pode<br />
aproveitar as variações nos valores<br />
de bomba para auferir<br />
economia em seus gastos com<br />
combustíveis. Aproveitando-se<br />
dessa dinâmica, o proprietário<br />
de veículo flex pode optar pelo<br />
No acumulado desde 2003, a<br />
economia advinda da presença<br />
do etanol no mercado nacional<br />
alcançou quase R$ 65 bilhões.<br />
biocombustível toda vez que o<br />
preço relativo entre hidratado e<br />
gasolina for inferior ao diferencial<br />
de rendimento dos dois<br />
produtos.<br />
Com efeito, em 2018 a liberdade<br />
de escolha do combustível<br />
propiciou uma economia<br />
próxima de R$ 6,5 bilhões aos<br />
consumidores brasileiros. Essa<br />
estimativa considera o menor<br />
gasto por quilômetro rodado<br />
toda vez que o preço do etanol<br />
hidratado se situa abaixo de<br />
73% do valor praticado para a<br />
gasolina - estudos de campo<br />
indicam que esse percentual<br />
reflete o diferencial médio rendimento<br />
dos combustíveis na<br />
frota nacional operando em<br />
condições reais.<br />
Em 14 das 27 unidades da Federação,<br />
os consumidores locais<br />
usufruíram desses ganhos,<br />
com destaque para os<br />
Estados de São Paulo, Minas<br />
Gerais, Goiás, Mato Grosso e<br />
<strong>Paraná</strong>, que concentraram 98%<br />
da economia total. Cabe mencionar<br />
que esses estados representam<br />
55% da frota de veículos<br />
leves no País e apresentam<br />
uma política tributária que<br />
reconhece os benefícios sociais,<br />
econômicos e ambientais<br />
dos biocombustíveis.<br />
No acumulado desde 2003, a<br />
economia advinda da presença<br />
do etanol no mercado nacional<br />
alcançou quase R$ 65 bilhões.<br />
Esse montante equivale a 1% do<br />
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro<br />
que deixou de ser gasto<br />
com a compra de combustível<br />
e foi empregado na aquisição de<br />
outros produtos, com efeito<br />
multiplicador significativo na ativação<br />
da economia nacional.<br />
Esses números evidenciam a<br />
importância da preservação e<br />
consolidação do etanol na matriz<br />
nacional, com economia<br />
expressiva aos consumidores<br />
de combustíveis, além dos já<br />
conhecidos efeitos positivos na<br />
geração de empregos, na interiorização<br />
do desenvolvimento,<br />
na redução dos gastos com<br />
saúde pública, na redução do<br />
déficit na balança comercial<br />
dos derivados e na mitigação<br />
das emissões de gases causadores<br />
do efeito estufa.<br />
(*) Gerente de Economia e Análise<br />
Setorial da União da Indústria<br />
da Cana-de-Açúcar (UNICA).<br />
Coautor: José Guilherme de Oliveira<br />
Belon - analista econômico<br />
2<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
SAFRA<br />
Coopcana inicia a colheita no <strong>Paraná</strong><br />
A previsão, entretanto, é que<br />
a maior parte das indústrias<br />
só esteja em operação a<br />
partir de abril<br />
Repetindo o feito do<br />
ano passado, a cooperativa<br />
Coopcana,<br />
de Paraíso do Norte<br />
(PR), foi a primeira a iniciar a<br />
colheita de cana-de-açúcar no<br />
Estado, no último dia 18 de<br />
fevereiro, estratégia que vem<br />
adotando há alguns anos. O<br />
<strong>Paraná</strong> tem por tradição antecipar<br />
a retomada das operações<br />
antes do período instituído<br />
pelo governo federal como<br />
o de abertura do novo ano<br />
safra, em 1 de abril. Toda a<br />
produção antes disso é computada<br />
ainda como da safra<br />
anterior.<br />
Até o final de dezembro,<br />
quando todas as unidades produtoras<br />
já estavam paralisadas,<br />
por causa da entressafra,<br />
o montante de matéria- prima<br />
esmagada na safra 2018/19<br />
somava 34,711 milhões de toneladas,<br />
contra 36,483 milhões<br />
do ciclo anterior. 2017/<br />
18, quase 5% a menos. Neste<br />
As usinas e destilarias do Centro-Sul<br />
do Brasil, principal polo<br />
canavieiro do país, podem<br />
postergar o início da próxima<br />
safra de cana-de-açúcar na região<br />
devido aos elevados estoques<br />
de etanol, além dos problemas<br />
climáticos que atrapalharam<br />
o desenvolvimento das<br />
plantas. A falta de espaço para<br />
armazenamento limitaria as<br />
operações, segundo especialistas<br />
do setor.<br />
A safra <strong>2019</strong>/20 inicia oficialmente<br />
em abril na região, e a<br />
expectativa é de que o setor<br />
período, até o dia 31 de março,<br />
a expectativa da Alcopar é<br />
moer mais 1 milhão de toneladas<br />
de cana, no mínimo.<br />
A previsão, entretanto, é que a<br />
maior parte das indústrias só<br />
esteja em operação a partir de<br />
abril, afirma o presidente da<br />
Alcopar, Miguel Tranin. Além<br />
da Coopcana, só mais seis<br />
unidades pretendem iniciar os<br />
trabalhos em março. Tranin<br />
explica que isso ocorre devido<br />
à falta de cana bisada, que<br />
sobra de um ano para o outro<br />
no campo, e dos problemas<br />
climáticos, como prolongados<br />
períodos de seca no final do<br />
ano passado e início deste,<br />
que afetaram produtividade<br />
dos canaviais nas regiões noroeste<br />
e norte do Estado.<br />
A Alcopar ainda não finalizou<br />
sua estimativa da safra <strong>2019</strong>/<br />
20, mas, nos últimos anos, o<br />
volume colhido na safra anterior<br />
tem sido o indicativo da<br />
sucroenergético mantenha o<br />
foco na fabricação de etanol, já<br />
que o biocombustível tem sido<br />
mais bem remunerado que o<br />
açúcar. Por conta desse mix<br />
mais alcooleiro, segundo o Ministério<br />
da Agricultura, as unidades<br />
produtoras do Centro-<br />
Sul detinham cerca de 6 bilhões<br />
de litros estocados até 1º<br />
de fevereiro, 25% a mais em<br />
relação ao ano anterior - 2,4<br />
bilhões de litros de anidro e 3,6<br />
bilhões, de hidratado.<br />
próxima, repetindo os números,<br />
normalmente. O canavial<br />
continua envelhecido e o percentual<br />
de renovação ficou<br />
aquém do considerado ideal.<br />
Se a demanda não for suficiente<br />
para desovar esses estoques<br />
na intensidade necessária,<br />
segundo a consultoria INTL<br />
FC Stone, as usinas terão que<br />
lidar com o problema de tancagem.<br />
“As usinas podem optar<br />
por um mix mais açucareiro no<br />
começo da safra ou por atrasar<br />
o início da colheita", disse o<br />
analista Matheus Costa, citando<br />
ser possível que os estoques<br />
de passagem da safra<br />
2018/19 superem o recorde<br />
observado na virada de 2014/<br />
15, da ordem de 2,4 bilhões de<br />
litros.<br />
Segundo dados da União da<br />
Diante das baixas cotações do<br />
açúcar no mercado internacional<br />
em 2018, as unidades<br />
direcionaram suas atividades<br />
para priorizar a produção de<br />
etanol, que somou 1,558 bilhão<br />
de litros no total de anidro<br />
e hidratado, um acréscimo<br />
de 26,7% no <strong>Paraná</strong>, em<br />
comparação ao ano anterior,<br />
que fechou em 1,229 bilhão<br />
de litros. Do total, 500,721<br />
milhões de litros foram de etanol<br />
anidro e 1,058 bilhão de litros<br />
de hidratado. Já o montante<br />
de açúcar foi de 2,092<br />
milhões de toneladas, 28% a<br />
menos em igual período,<br />
quando chegou a 2,912 milhões<br />
de toneladas.<br />
Sobra etanol e falta chuva<br />
Indústria de Cana-de-Açúcar<br />
(Unica), a comercialização total<br />
de etanol anidro e hidratado<br />
por usinas do Centro-Sul, nos<br />
mercados interno e externo,<br />
vem girando em torno de 2,5<br />
bilhões de litros ao mês.<br />
A perspectiva é de que os estoques<br />
de etanol sigam elevados.<br />
A consequência disso<br />
são os preços do biocombustível,<br />
que em meados de fevereiro<br />
foi de R$ 1,58 por litro<br />
para o hidratado e de<br />
R$1,6976 para o anidro, quedas<br />
de 13,8% e 12,8% na<br />
Até o dia 31 de<br />
março, a expectativa<br />
da Alcopar é moer<br />
mais 1 milhão de<br />
toneladas de cana<br />
comparação anual, respectivamente,<br />
segundo o Centro de<br />
Estudos Avançados em Economia<br />
Aplicada (Cepea), da<br />
Esalq/USP.<br />
No Estado de São Paulo, a paridade<br />
de cotações entre etanol<br />
e gasolina segue abaixo<br />
dos 70%, mesmo na entressafra,<br />
quando a menor produção<br />
no Centro-Sul leva o preço<br />
do álcool a ultrapassar esse<br />
percentual a partir do qual<br />
a gasolina é considerada mais<br />
atrativa por sua eficiência<br />
energética maior.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3
EXPECTATIVA<br />
Mercado global de açúcar começa a virar<br />
Os sinais são de redução do<br />
superávit global, mas um dos<br />
principais aspectos que dificulta<br />
a recuperação de preços é o<br />
estoque volumoso<br />
Após dois anos de preços<br />
baixos, o mercado<br />
global de açúcar<br />
deve começar a virar<br />
a página na avaliação da<br />
Kingsman, unidade da S&P<br />
Global Platts, que projeta que<br />
o mercado enfrentará a primeira<br />
escassez em três anos<br />
na safra que começa em outubro.<br />
A produção será 3,7 milhões<br />
de toneladas inferiores<br />
ao consumo, revertendo o superávit<br />
de quantidade semelhante<br />
desta temporada. Números<br />
semelhantes foram estimados<br />
pela Datagro, um déficit<br />
de 3,05 milhões de toneladas<br />
na safra atual e de 8,94<br />
milhões de toneladas em<br />
<strong>2019</strong>-2020.<br />
Para a consultoria INTL<br />
FCStone, o balanço deve<br />
também sair da situação de<br />
superávit registrado na safra<br />
global 2017/18 para déficit -<br />
projetado em 700 mil de toneladas<br />
para a temporada<br />
2018/19. "Os estoques globais<br />
devem voltar a se retrair,<br />
abrindo espaço para a valorização<br />
do açúcar", informa<br />
o analista João Paulo Botelho.<br />
O déficit é puxado por uma<br />
forte quebra de safra de beterraba<br />
na Europa, e queda na<br />
produção na Índia e na Tailândia,<br />
em virtude de problemas<br />
climáticos, aliados à redução<br />
na área plantada, no caso da<br />
Tailândia, sem contar a redução<br />
na safra brasileira.<br />
Mas, o déficit projetado para<br />
2018/19 ainda não é suficiente<br />
para reverter o forte aumento<br />
dos estoques na safra<br />
anterior (+9,4 milhões de toneladas).<br />
"Parte do movimento<br />
recente de alta é resultado<br />
também da expectativa de que<br />
os estoques globais de açúcar<br />
se mantenham em queda no<br />
próximo ano", estima a<br />
FCStone.<br />
Segundo os pesquisadores do<br />
Cepea (Centro de Estudos<br />
Avançados em Economia<br />
Aplicada), da Esalq/USP, o<br />
mercado vem trabalhando<br />
com perspectiva de recuperação<br />
pouco acentuada dos<br />
preços internacionais de açúcar<br />
para <strong>2019</strong>, mesmo com<br />
os sinais de redução do superávit<br />
global. E avalia que um<br />
dos principais aspectos que<br />
dificulta a recuperação de preços<br />
é justamente o estoque<br />
volumoso.<br />
As expectativas apresentadas<br />
pelo USDA indicam que um<br />
novo patamar de estoques -<br />
superior ao do período anterior,<br />
de 53 milhões de toneladas<br />
métricas, próximo de 30% da<br />
produção total - terá entrada<br />
em <strong>2019</strong>. Grande parte é composto<br />
pela Índia, que acumulou<br />
volume suficiente para compensar<br />
a redução nos estoques<br />
da China e da União<br />
Europeia.<br />
Mesmo com os preços relativamente<br />
baixos que prevaleceram<br />
em 2018, a produção global<br />
ainda não deve apresentar<br />
forte retração em <strong>2019</strong>, o que<br />
também pode influenciar os<br />
valores, aponta o Cepea. A<br />
FAO apresentou expectativa de<br />
produção recorde de 187,6<br />
milhões de toneladas para a<br />
temporada 2017/18, superior<br />
em 11% à do ano anterior.<br />
O balanço entre produção e<br />
consumo global de açúcar<br />
apresentará um segundo superávit<br />
consecutivo em <strong>2019</strong>,<br />
ainda que menos expressivo<br />
que o da temporada anterior.<br />
Em novembro/18, a Organização<br />
Internacional de Açúcar divulgou<br />
expectativa de superávit<br />
de 2,17 milhões de toneladas<br />
de açúcar e produção mundial<br />
de 180,49 milhões de toneladas.<br />
Isso, apesar da menor produção<br />
brasileira de açúcar. Na safra<br />
2018/19, o Centro-Sul do<br />
Brasil, principal região produtora<br />
do país, deve produzir o<br />
menor volume de açúcar desde<br />
2009/10. Além da menor<br />
disponibilidade de cana, há um<br />
maior direcionamento de matéria-prima<br />
para a produção de<br />
etanol.<br />
A expectativa é de que sejam<br />
produzidos 26,9 milhões de<br />
toneladas de açúcar no ciclo<br />
vigente, iniciado em abril, ante<br />
36,1 milhões em 2017/18.<br />
Com relação à produção brasileira<br />
de açúcar, prevalece a<br />
apreensão quanto à idade dos<br />
canaviais na região Centro-Sul,<br />
tendo em vista a baixa taxa de<br />
renovação e o pouco investimento<br />
em manutenção.<br />
Brasil é o fiel da balança<br />
Caso se confirme a perspectiva<br />
de recuperação nos preços<br />
do açúcar, as usinas do<br />
Centro-Sul do Brasil devem<br />
atuar como fiel da balança do<br />
mercado internacional a partir<br />
do início da safra em abril, estima<br />
Paulo Botelho, da<br />
FCStone. Isso por causa da<br />
capacidade de direcionar a<br />
matéria-prima para a produção<br />
de açúcar ou etanol, a depender<br />
da relação de preços<br />
entre os dois, e volume de<br />
produção suficiente para alterar<br />
significativamente a oferta<br />
global do produto.<br />
"É possível que a paridade<br />
entre o açúcar e o etanol no<br />
Brasil acabe limitando o potencial<br />
de alta do adoçante,<br />
uma vez que uma relação<br />
muito favorável a este pode<br />
incentivar o aumento de sua<br />
produção pelas usinas locais,<br />
reduzindo o déficit global da<br />
commodity", relata o analista.<br />
A queda no preço do etanol<br />
pode fazer com que uma parcela<br />
maior da cana brasileira<br />
seja usada para produzir açúcar.<br />
O petróleo mais barato e<br />
os grandes estoques de etanol<br />
encerraram anos de desconto<br />
no preço do açúcar em<br />
relação ao do biocombustível,<br />
diferença que em 2018 chegou<br />
a 30%.<br />
4<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
TECNOLOGIA<br />
A revolução digital no agronegócio<br />
A agricultura levou séculos para<br />
se automatizar, mas o ritmo dessa<br />
mudança vem sendo frenético<br />
nos últimos anos e tende a<br />
acelerar ainda mais<br />
Ainovação tecnológica<br />
tem transformado<br />
todos os setores<br />
da economia e<br />
da sociedade. A agricultura<br />
levou séculos para se automatizar,<br />
mas o ritmo dessa<br />
mudança vem sendo frenético<br />
nos últimos anos, e tende<br />
a acelerar ainda mais. As novas<br />
tecnologias têm um enorme<br />
potencial para mudar totalmente<br />
o agronegócio.<br />
Essa profunda mudança é<br />
algo que pode ser comparado<br />
a outras duas grandes transformações:<br />
a chamada revolução<br />
verde, na década de<br />
1950 (baseada nos modelos<br />
extensivos de produção), e da<br />
biotecnologia, nos anos<br />
1990, com a entrada das sementes<br />
transgênicas nas lavouras.<br />
Agora, na era digital,<br />
as fazendas não mais produzirão<br />
alimentos como antes.<br />
A agricultura incorporou muita<br />
tecnologia nos últimos<br />
anos. Essa tecnologia gerou<br />
dados e permitiu ao produtor<br />
avanços na produtividade.<br />
Esse é, no entanto, apenas o<br />
começo, dizem os especialistas.<br />
A era digital começa a integrar<br />
plantio, manejo e colheita,<br />
com a coleta e processamento<br />
de dados para<br />
previsões e tomada de decisão.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 5
TECNOLOGIA<br />
Plantio, manejo e colheita<br />
estarão ligados por uma<br />
rede de informações que colocará<br />
o setor no mundo de<br />
sofisticada tecnologia. O que<br />
se vive hoje é a era da agricultura<br />
de informação, e não<br />
mais a de precisão, adotada a<br />
partir dos anos 1990, ligada<br />
ao uso de equipamentos de<br />
A tecnologia já incorporada na<br />
agricultura gerou uma série de<br />
dados, mas o quebra-cabeça é<br />
como utilizá-los. O desafio é<br />
processar esses dados e, com<br />
eles, definir um padrão básico<br />
para melhorar as prescrições<br />
para o setor: melhor semente,<br />
o espaçamento ideal das plantas<br />
e a data de plantio.<br />
Entre as novas tecnologias a<br />
serem adotadas pela agricultura<br />
está a incorporação da robótica<br />
e de sensores.<br />
georreferenciamento (GPS)<br />
que permitem maior precisão<br />
nas ações das propriedades.<br />
A agricultura de informação<br />
tem um conceito mais amplo,<br />
que envolve a coleta de dados<br />
na lavoura ao utilizar uma variedade<br />
de sensores e o processamento<br />
de dados para<br />
previsões, planejamentos e<br />
tomadas de decisão.<br />
Sistemas automáticos de semeadura<br />
e controle de pragas<br />
auxiliam os agricultores a aumentar<br />
seus rendimentos e é<br />
uma alternativa para resolver<br />
os impactos da escassez de<br />
mão de obra, podendo operar<br />
24 horas por dia, 7 dias por<br />
semana, sem adoecerem,<br />
sem férias ou licenças, sem a<br />
necessidade de serem remunerados,<br />
apenas mantidos.<br />
Com essa nova tecnologia é<br />
possível dobrar área de cultivo<br />
de cana sem aumentar frota<br />
de tratores e economizar com<br />
menor uso de agroquímicos.<br />
No caso da cana, é possível<br />
obter uma radiografia por talhão,<br />
apontando a incidência<br />
de pragas, doenças e plantas<br />
daninhas, cuja dosagem e indicação<br />
do produto é calculado<br />
por algoritmo, para que<br />
aplicações sejam feitas com<br />
precisão e com economia de<br />
recursos.<br />
A Inteligência Artificial terá papel de destaque<br />
Pequenos robôs vão dar mais<br />
qualidade à atividade, e sensores<br />
devem trazer novos dados,<br />
que se somarão aos já disponíveis.<br />
Hoje há muitas soluções,<br />
mas em locais separados.<br />
Nos próximos anos, haverá<br />
"uma só casa" para abrigar<br />
essas soluções geradas<br />
pelo grande número de startups.<br />
Sem a agricultura de precisão, ninguém irá ao futuro no agro, garantem os especialistas<br />
Na revolução digital agrícola<br />
em curso, a Inteligência Artificial<br />
(AI) promete ocupar papel<br />
de destaque, com impacto em<br />
toda a cadeia do agronegócio.<br />
A Inteligência Artificial é um<br />
ramo da ciência da computação<br />
que se propõe a elaborar<br />
máquinas e sistemas inteligentes,<br />
ou seja, que sejam capazes<br />
de raciocinar, aprender,<br />
tomar decisões e resolver problemas.<br />
O nível de automação do agronegócio<br />
brasileiro é expressivo.<br />
Hoje, muitas usinas e fazendas<br />
já estão conectadas<br />
por meio de redes instaladas<br />
no campo. Com isso, das operações<br />
mecanizadas até a<br />
quantidade de chuva que cai<br />
em cada talhão, tudo pode ser<br />
monitorado em tempo real. Já<br />
é possível até mesmo rastrear<br />
toda a produção, sem nenhuma<br />
interferência humana. É<br />
cada vez mais comum encontrar<br />
operações agrícolas com<br />
centrais de monitoramento. O<br />
objetivo é gerir a operação em<br />
tempo real, antevendo desvios<br />
e reagindo rapidamente, porém,<br />
ao mesmo um tempo,<br />
quantidades massivas de dados<br />
são geradas.<br />
Na área de máquinas agrícolas,<br />
já existem tratores que funcionam<br />
sem a necessidade de<br />
um operador de carne e osso.<br />
O sistema de autodireção (telemática)<br />
já está disponível nas<br />
máquinas agrícolas atuais,<br />
mas as tecnologias autônomas<br />
levarão esses recursos a um<br />
nível muito superior. Com o<br />
uso de Inteligência Artificial,<br />
esses veículos poderão, sozinhos,<br />
decidir parar o que estiverem<br />
fazendo caso comece a<br />
chover e mudar de rota, indo<br />
para uma área seca. Todo esse<br />
processo poderá ser acompanhado<br />
remotamente pelo<br />
produtor rural ou um funcionário<br />
por meio de um smartphone.<br />
Todo esse mundo de inovação<br />
já está de alguma maneira<br />
presente no agronegócio,<br />
em maior ou menor grau.<br />
Ainda que os avanços dos últimos<br />
anos tenham sido notáveis,<br />
no entanto, a verdade é<br />
que as maiores oportunidades<br />
ainda estão por vir. E uma<br />
coisa é certa: o que todos verão<br />
nos próximos anos é o<br />
aperfeiçoamento dessas tecnologias<br />
a um ritmo extremamente<br />
veloz, e isso vai exigir<br />
dos players da agricultura digital<br />
investimentos elevados<br />
em tecnologia, inovação e<br />
preparação de equipes, além<br />
da capacidade de antecipar<br />
cenários e agilidade para se<br />
adaptar a eles.<br />
Mas nem tudo é um mar de<br />
rosas: investir em equipamentos<br />
autônomos não é barato. A<br />
tendência de toda nova tecnologia,<br />
entretanto, é se tornar<br />
mais acessível ao longo do<br />
tempo, com o surgimento de<br />
tecnologias semelhantes para<br />
lhes fazer concorrência.<br />
Há muito para ser feito na agricultura<br />
de precisão, já que a<br />
tecnologia do passado, conhecida<br />
há 40 anos, é muito mal<br />
usada. Para isso, precisa de<br />
extensão rural, técnicos no<br />
campo educando e motivando.<br />
Sem a agricultura de precisão,<br />
ninguém irá ao futuro no agro,<br />
garantem os especialistas.<br />
6<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Tecnologia disponível<br />
SENSORES - É possível<br />
monitorar os níveis de umidade,<br />
a luz do sol, a velocidade<br />
do vento e todos os outros<br />
fatores, mas à medida<br />
que os sensores ficam cada<br />
vez menores e melhores, eles<br />
podem coletar mais dados<br />
para que possamos utilizá-los<br />
na tomada de decisão sobre<br />
quando plantar, o que plantar,<br />
que correções fazer, quando<br />
colher, etc.<br />
AI E MACHINE<br />
LEARNING - Não faz<br />
sentido gerar grandes quantidades<br />
de dados que os sensores<br />
dão acesso se não for<br />
possível tirar algum sentido<br />
desses dados. É aí que entram<br />
a Inteligência Artificial<br />
(IA) e o Machine Learning. À<br />
medida que a tecnologia se<br />
torna mais e mais poderosa,<br />
ela permite processar enormes<br />
quantidades de dados<br />
que nenhum ser humano poderia<br />
entender, chegando a<br />
novas conclusões que poderiam<br />
passar batido mesmo<br />
pelo profissional mais experiente.Tomar<br />
decisões baseando-se<br />
em dados não é mais<br />
apenas a melhor prática de<br />
gestão. Em breve, será a única<br />
prática de gestão para uma<br />
empresa que quer atingir o sucesso.<br />
MODELOS E SIMU-<br />
LAÇÕES - Modelos e simulações<br />
dependem de uma<br />
combinação dos dados que<br />
são reunidos através de sensores<br />
e decifrados através de<br />
tecnologias de aprendizado e<br />
de inteligência artificial, que<br />
podem começar a identificar<br />
padrões subjacentes. Com<br />
esses três ativos à nossa disposição,<br />
é possível testar simulações<br />
avançadas em um<br />
ambiente virtual, que dão uma<br />
ideia real do que provavelmente<br />
acontecerá sob uma<br />
grande variedade de condições<br />
diferentes. Isso ajudará<br />
as empresas a escolherem o<br />
melhor curso de ação, estejam<br />
eles decidindo quando<br />
será feita a colheita ou se estão<br />
pensando em investir em<br />
algum novo equipamento.<br />
ROBÔS - À medida que a<br />
robótica se torna cada vez<br />
melhor, robôs se tornarão opções<br />
viáveis em todos os<br />
tipos de uso no mercado agro,<br />
desde a linha de produção de<br />
carne até a plantação e colheita<br />
de grãos, vegetais e frutos.<br />
O preço dos robôs despencou<br />
nos últimos anos, e<br />
tendem a cair ainda mais, o<br />
que significa que equipamentos<br />
serão cada vez mais acessíveis<br />
e novos usos poderão<br />
surgir.<br />
DRONES - O uso de<br />
drones na atividade agropecuária<br />
vem ganhando cada<br />
vez mais espaço. As usinas<br />
de cana-de-açúcar são as<br />
que mais têm demandado a<br />
tecnologia para fazer levantamentos<br />
topográficos precisos<br />
e obter os resultados rapidamente<br />
ajudando no controle<br />
de custos da propriedade.<br />
Os dados são essenciais<br />
para a colheita mecanizada.<br />
As aplicações vão<br />
desde mapeamento das lavouras<br />
até pulverização com<br />
agroquímicos. Equipados<br />
com câmeras de lentes infravermelhas<br />
e sensores dos<br />
mais variados tipos, os drones<br />
monitoram as lavouras,<br />
evidenciando falhas no plantio,<br />
estresse hídrico das<br />
plantas, incidência de pragas<br />
e doenças, déficit de nutrientes<br />
e danos ambientais, aumentando<br />
a produtividade e<br />
poupando recursos. Tradicionalmente,<br />
o produtor rural<br />
aplica defensivos em toda a<br />
fazenda para combater pragas<br />
e plantas daninhas. Com<br />
a tecnologia de monitoramento<br />
com drones, é possível<br />
identificar com precisão a<br />
área atingida. Isso representa<br />
uma economia de até 80%<br />
nos gastos com esse tipo de<br />
agroquímico. Também, drones<br />
equipados com pulverizadores<br />
já são uma realidade.<br />
Um modelo com capacidade<br />
de transporte de 10<br />
Kg de carga líquida, seja inseticida,<br />
fungicida ou outros<br />
agroquímicos, pode fazer<br />
aplicações pontuais. Outra<br />
vantagem é a redução do<br />
tempo gasto para monitorar<br />
as áreas, além de facilitar a<br />
implementação de novas<br />
áreas de cultivo e reformas<br />
de talhões.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 7
DOIS<br />
PONTOS<br />
A safra 2018/19 da cana não<br />
deixará bons resultados. Os<br />
custos totais subiram, segundo<br />
o PECEGE, em 6,9%,<br />
graças a fertilizantes, diesel<br />
e operações, estando agora<br />
em R$ 127,41 por tonelada<br />
moída. Também houve quebra<br />
de 4% na safra, e como<br />
boa parte dos custos são<br />
fixos (entre 75 a 85%), isto<br />
deteriora as margens. Estima-se<br />
que 70,8% deste custo<br />
total seja na parte agrícola.<br />
Além de menor produção,<br />
os preços não ajudaram.<br />
No caso do açúcar, foi<br />
vendido em média a R$<br />
Recorde<br />
Safra<br />
O Brasil consumiu 19,4 bilhões<br />
de litros de etanol em<br />
2018, um volume recorde<br />
nesta década e 42,1%<br />
maior do que em 2017. Os<br />
números são da Unica e da<br />
Agência Nacional do Petróleo,<br />
Gás Natural e Biocombustíveis.<br />
A expansão se<br />
deve à competitividade do<br />
hidratado diante da gasolina.<br />
Oferta maior de produto,<br />
elevação dos preços<br />
do petróleo e real desvalorizado<br />
cooperaram para esse<br />
aumento. A paridade média<br />
no Brasil atingiu 66%, a<br />
maior competitividade registrada<br />
nessa década. Em<br />
2017, era de 70,7%. O aumento<br />
no consumo de etanol<br />
elevou a participação do<br />
hidratado e do anidro para<br />
46,1% na matriz de combustíveis<br />
utilizados pela<br />
frota de veículos de passeio<br />
e de carga leve, a maior<br />
desde 2009.<br />
967,53 a tonelada quando o<br />
custo total de produção (inclui<br />
depreciação e custo de<br />
capital) é de R$ 1.288,40<br />
por tonelada. No caso do hidratado,<br />
o preço médio em<br />
2018 foi de R$ 1.771 por<br />
metro cúbico, enquanto que<br />
o custo total foi de R$ 2.065<br />
por metro cúbico. Fruto deste<br />
quadro, o último levantamento<br />
da RPA Consultoria<br />
(set/18) indica 93 usinas fechadas<br />
com uma capacidade<br />
de moagem de 99 milhões<br />
de toneladas por safra.<br />
São 21% das 443 unidades<br />
que o Brasil possui.<br />
Debêntures<br />
O governo federal estuda autorizar o setor produtivo de<br />
açúcar, etanol e bioenergia a emitir debêntures - títulos de<br />
dívida negociados no mercado - para capitalizar a área<br />
operacional das usinas. Em 2014, as companhias foram<br />
liberadas a captar recursos com esses papéis para investimentos<br />
em bens de capital, mas as áreas agrícolas e de<br />
manutenção das processadoras de cana, por exemplo, não<br />
foram atendidas. O governo avalia que R$ 16 bilhões possam<br />
ser captados com essa linha de crédito. Os principais<br />
destinos dos recursos seriam a renovação de canaviais<br />
diante da estagnação, há uma década, da produtividade<br />
das lavouras brasileiras e a produção de energia elétrica<br />
cogerada.<br />
Unica<br />
Calor<br />
O ex-deputado federal Evandro<br />
Gussi foi escolhido como<br />
o novo diretor-presidente da<br />
Unica, em substituição a Elizabeth<br />
Farina. Em nota, a entidade<br />
destacou que Gussi<br />
buscará garantir “regras claras<br />
e previsíveis” e trabalhará<br />
pelo RenovaBio, a nova política<br />
nacional de biocombustíveis,<br />
que deverá entrar em<br />
vigor a partir de 2020, e cujo<br />
projeto de lei foi de sua autoria.<br />
O ex-deputado afirmou<br />
que combaterá “práticas anticoncorrenciais<br />
contra o açúcar,<br />
a exemplo da Índia e da<br />
China”. Formado em Direito<br />
pela Faculdade Toledo de Presidente<br />
Prudente (SP), Gussi<br />
é mestre e doutor em Direito<br />
pela Universidade Federal do<br />
Rio Grande do Sul e pela Universidade<br />
de São Paulo, respectivamente.<br />
Em sua atuação<br />
pública, foi membro da<br />
Comissão de Constituição e<br />
Justiça, líder da bancada e<br />
Corregedor Parlamentar, representou<br />
a Frente Parlamentar<br />
do Biodiesel e foi integrante<br />
da Frente Parlamentar<br />
da Agricultura.<br />
O ano passado foi o quarto<br />
mais quente já registrado, segundo<br />
a Nasa e o Copernicus,<br />
serviço de Mudança Climática<br />
da União Europeia. A temperatura<br />
global média de 2018 foi<br />
0,83°C mais alta do que a média<br />
entre 1951 e 1980, de<br />
acordo com cientistas do Instituto<br />
Goddard de Estudos Espaciais.<br />
As temperaturas de<br />
2018 só perdem para as de<br />
2016, 2017 e 2015. Os últimos<br />
cinco anos foram os cinco<br />
mais quentes desde o fim<br />
do século 19. Desde 2001 tivemos<br />
18 entre os 19 anos<br />
mais quentes. , Com chances<br />
de haver El Niño, <strong>2019</strong> provavelmente<br />
também será quente.<br />
BNDES<br />
O Programa de Apoio à Renovação<br />
e Implantação de<br />
Novos Canaviais (Prorenova),<br />
do BNDES está oferecendo<br />
maior limite de financiamento,<br />
que passou de R$<br />
20 milhões para R$ 150 milhões<br />
por operação, aumento<br />
de 650%. Além disso, o<br />
BNDES segue tendo participação<br />
máxima de 80% do<br />
valor financiável do projeto,<br />
sendo que os 20% restantes<br />
devem ser preenchidos com<br />
recursos próprios das usinas.<br />
Os pedidos de financiamento<br />
devem ser enviados<br />
até 14 de junho, com reapresentações<br />
até 28 do mesmo<br />
mês, respeitando o limite orçamentário<br />
estabelecido. O<br />
volume efetivamente repassado<br />
pelo BNDES vem caindo<br />
há alguns anos.<br />
Híbrido<br />
A Toyota vai iniciar a produção<br />
do primeiro carro híbrido<br />
a etanol no último trimestre<br />
do ano. Embora não confirme<br />
oficialmente, o modelo<br />
que receberá a tecnologia,<br />
por enquanto exclusiva para<br />
o Brasil, será o Corolla fabricado<br />
na unidade de Indaiatuba<br />
(SP). A intenção é exportar<br />
a tecnologia para outros<br />
locais no mundo que<br />
usam etanol. O grupo também<br />
aguarda aval da matriz<br />
japonesa para a produção<br />
local de um utilitário-esportivo<br />
(SUV). Para isso, a empresa<br />
precisará de novos<br />
investimentos.<br />
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