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Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em Portugal

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ineficiências no sist<strong>em</strong>a, a integração<br />

de lacu<strong>na</strong>s com consequente redução<br />

da despesa t<strong>em</strong> limites.<br />

Já se atingiram esses limites?<br />

É s<strong>em</strong>pre possível maximizar a eficiência,<br />

<strong>é</strong> esse esforço que t<strong>em</strong>os feito quando estabelec<strong>em</strong>os<br />

metas a cumprir nos contratos-programa<br />

com os hospitais e cuidados<br />

de saúde primários. É o aumento da<br />

eficiência que visámos quando decidimos<br />

avançar com os projetos de autonomia de<br />

gestão, que preve<strong>em</strong> ganhos de eficiência<br />

já <strong>em</strong> 2019, que não passam ape<strong>na</strong>s pela<br />

redução da despesa. Reduzir ineficiências<br />

está longe de significar ape<strong>na</strong>s cortes <strong>na</strong><br />

despesa, uma vez que estes planos inclu<strong>em</strong><br />

projetos de investimento e de melhoria<br />

de resultados. Passa tamb<strong>é</strong>m por<br />

ajustar e melhorar o atual panorama dos<br />

sist<strong>em</strong>as de informação. Independent<strong>em</strong>ente<br />

disso, sab<strong>em</strong>os tamb<strong>é</strong>m que <strong>é</strong> utópico<br />

querer reduzir a ineficiência a 0.<br />

As dívidas <strong>em</strong> atraso aos fornecedores,<br />

têm como causa a desorçamentação<br />

crónica ou há mais “culpados”<br />

pela situação?<br />

As causas das dívidas são multifatoriais.<br />

T<strong>em</strong> havido um esforço para aumentar os<br />

orçamentos <strong>na</strong> saúde e isso t<strong>em</strong> sido evidente<br />

nesta legislatura, mesmo sabendo<br />

que os valores não são os que todos gostaríamos.<br />

Adicio<strong>na</strong>lmente t<strong>em</strong>os injetado<br />

fundos regularmente para garantir que<br />

as dívidas <strong>em</strong> atraso sejam reduzidas e<br />

fiqu<strong>em</strong> <strong>em</strong> valores historicamente baixos<br />

no fi<strong>na</strong>l do ano. Mas repare: n<strong>em</strong> tudo<br />

passa por colocar mais dinheiro no sist<strong>em</strong>a.<br />

Robustecer a organização do SNS<br />

continua a ser uma prioridade, que se<br />

manterá nos próximos anos.<br />

As dívidas aos fornecedores têm tamb<strong>é</strong>m<br />

muito a ver com a pressão que estes faz<strong>em</strong><br />

junto dos organismos do Estado. E neste<br />

leque refiro-me a fornecedores como as<br />

<strong>em</strong>presas farmacêuticas, que vend<strong>em</strong> normalmente<br />

a última geração de produtos a<br />

preços muito elevados.<br />

Vimos há dias que há hospitais que<br />

pagam <strong>em</strong> 10 dias enquanto outros<br />

pagam <strong>em</strong> mais de um ano. Como<br />

se explicam estas divergências tão<br />

acentuadas? É um probl<strong>em</strong>a de gestão?<br />

Claro que sim. Há diferenças porque há<br />

diferenças de gestão. Há hospitais b<strong>em</strong><br />

geridos e hospitais menos b<strong>em</strong> geridos. É<br />

no sentido de aproximar as várias realidades<br />

de gestão que estamos a desenvolver<br />

o referido programa de autonomia de<br />

gestão, alargando-a <strong>na</strong>s unidades melhor<br />

geridas, podendo contratar recursos humanos<br />

com regras muito mais flexíveis, e<br />

ajudando os que têm maiores dificuldades<br />

a superá-las e a caminhar para esse<br />

ideal de maior autonomia.<br />

O mercado do medicamento <strong>é</strong> singular,<br />

dado ser o único <strong>em</strong> que qu<strong>em</strong> escolhe<br />

não paga, qu<strong>em</strong> paga não toma e qu<strong>em</strong><br />

toma não escolhe n<strong>em</strong> paga. De que<br />

forma esta singularidade <strong>é</strong> responsável<br />

pela atual situação de dívida?<br />

É verdade que o mercado <strong>é</strong> singular, mas<br />

a situação de dívida t<strong>em</strong> bastante mais<br />

a ver com preços e a sua subida muito<br />

elevada. Sabe quantos medicamentos<br />

recomendou para aprovação a Agência<br />

Europeia do Medicamento (EMA) no<br />

ano passado? 84, dos quais 42 eram<br />

substâncias que ainda não existiam no<br />

mercado, entre eles medicamentos para<br />

doenças raras e terapias avançadas. E não<br />

estamos a incluir aqui os dispositivos m<strong>é</strong>dicos.<br />

São produtos novos que colocam<br />

grande pressão sobre os sist<strong>em</strong>as de saúde,<br />

porque comportam por vezes custos<br />

que rondam o meio milhão por doente.<br />

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