Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em Portugal
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Por Miguel Maria Mauritti<br />
ENTREVISTA<br />
João Almeida Lopes, Presidente<br />
da APIFARMA<br />
Inovação não <strong>é</strong><br />
custo, <strong>é</strong> investimento<br />
lucrativo<br />
Tudo o que cria dificuldade de acesso dos cidadãos<br />
à saúde pode comprometer os bons resultados <strong>em</strong> saúde<br />
e inviabiliza uma boa utilização dos recursos de todos.<br />
Com uma dívida superior a 700<br />
milhões de euros, dos quais 491<br />
de dívida vencida o Serviço Nacio<strong>na</strong>l<br />
de Saúde necessita com urgência<br />
de “instituir uma cultura de pagamento<br />
“a t<strong>em</strong>po e horas”, como defende a Diretiva<br />
Europeia dos Atrasos de Pagamento,<br />
sob pe<strong>na</strong> de gerar nova dívida. <strong>Qu<strong>em</strong></strong> o<br />
diz <strong>é</strong> João Almeida Lopes, Presidente da<br />
Associação Portuguesa da <strong>Indústria</strong> <strong>Farmacêutica</strong><br />
(APIFARMA), <strong>em</strong> entrevista<br />
exclusiva ao Jor<strong>na</strong>l Económico. Para o<br />
dirigente, a questão s<strong>em</strong>pre presente do<br />
custo elevado da inovação não faz sentido.<br />
Isto porque, afirma, não <strong>é</strong> uma despesa,<br />
mas um “um investimento que reduz<br />
os encargos com despesas de saúde e despesas<br />
sociais. Um investimento que salva<br />
vidas e que permite que as pessoas continu<strong>em</strong><br />
a contribuir para a sociedade”.<br />
O Preço dos medicamentos terá<br />
“inevitavelmente” que subir, referiu<br />
numa entrevista recente. Como se<br />
explica essa necessidade?<br />
Exist<strong>em</strong> medicamentos com uma degradação<br />
de preços tal que acabam por desaparecer<br />
das prateleiras das farmácias.<br />
Este aumento de preços não pode ser generalizado,<br />
mas sim nos escalões de preços<br />
mais baixos.<br />
Quando maior for a diferença entre os preços<br />
praticados <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> e outros países<br />
maior será o apelo da cadeia logística para<br />
a exportação. Esta <strong>é</strong> uma questão de sus-<br />
tentabilidade e de encontrar equilíbrios.<br />
Tudo o que cria dificuldade de acesso<br />
dos cidadãos à saúde pode comprometer<br />
os bons resultados <strong>em</strong> saúde e inviabiliza<br />
uma boa utilização dos recursos de todos.<br />
Como se explica o atual panorama de<br />
dificuldades que viv<strong>em</strong> as farmácias<br />
portuguesas?<br />
Nenhum agente da cadeia de valor do<br />
medicamento ficou imune às exigências<br />
do período de assistência fi<strong>na</strong>nceira. A<br />
generalidade das farmácias, sobretudo as<br />
de peque<strong>na</strong> dimensão e mais afastadas dos<br />
centros de decisão, foi muito atingida quer<br />
pela diminuição de preços quer pelas alterações<br />
de margens de lucro. É o próprio<br />
Minist<strong>é</strong>rio da Saúde que reconhece que<br />
50% do esforço de ajustamento realizado<br />
entre 2011 e 2014 corresponde ao contributo<br />
da cadeia de valor do medicamento.<br />
É preciso recordar que o reajuste de<br />
“<br />
Nenhum agente da<br />
cadeia de valor do<br />
medicamento ficou<br />
imune às exigências<br />
do período de<br />
assistência fi<strong>na</strong>nceira<br />
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