Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em Portugal
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Por Jos<strong>é</strong> Aranda da Silva<br />
ANÁLISE<br />
os ganhos <strong>em</strong> saúde que hoje colocam<br />
o nosso sist<strong>em</strong>a de saúde nos lugares<br />
cimeiros entre os países mais desenvolvidos.<br />
Ao contrário do que acontece<br />
noutros setores, <strong>na</strong> área da saúde são<br />
mensuráveis os ganhos obtidos como investimentos<br />
públicos efetuados ao longo<br />
destes anos.<br />
As novas fases da construção Europeia<br />
<strong>na</strong> área do medicamento criaram<br />
novos desafios e colocam as questões do<br />
medicamento num novo patamar que<br />
t<strong>em</strong> de ter <strong>em</strong> conta o desenvolvimento<br />
da investigação de novas soluções terapêuticas<br />
<strong>na</strong> Europa; a necessidade de<br />
melhorar o conhecimento dos padrões<br />
de consumo; a utilização de metodologia<br />
científica <strong>na</strong> avaliação das novas<br />
tecnologias e a criação de um sist<strong>em</strong>a<br />
de informação eficiente e útil para as<br />
autoridades, consumidores e parceiros<br />
económicos. Não basta colocar medicamentos<br />
seguros e eficazes no mercado,<br />
<strong>é</strong> necessário assegurar que a sua prescrição<br />
seja adequada às indicações terapêuticas<br />
aprovadas e a sua utilização<br />
seja segura e conte com a adesão dos<br />
doentes aos tratamentos. O desenvolvimento<br />
de estudos sobre a utilização dos<br />
medicamentos e o seguimento farmacoterapêutico<br />
dos doentes t<strong>em</strong> de ser uma<br />
prioridade dos sist<strong>em</strong>as de saúde. Estudos<br />
robustos provam que, muitas vezes,<br />
os custos associados à mortalidade e<br />
morbilidade, por incorreta utilização<br />
dos medicamentos, são superiores aos<br />
custos da terapêutica instituída, pois<br />
n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre um diagnóstico correto,<br />
prescrição e dispensa adequados correspond<strong>em</strong><br />
a uma correta utilização do<br />
medicamento por parte do doente.<br />
Não <strong>é</strong> socialmente e economicamente<br />
aceitável que novas tecnologias, que implicaram<br />
enormes investimentos <strong>na</strong> investigação<br />
e desenvolvimento, sejam mal<br />
utilizadas s<strong>em</strong> benefício para o doente,<br />
envolvam riscos desnecessários e constituam<br />
desperdício económico para a<br />
sociedade.<br />
O desenvolvimento da rede EUnetHTA<br />
e a articulação com a avaliação económica<br />
do medicamento <strong>é</strong> um passo importante<br />
para que se ajust<strong>em</strong> as estruturas<br />
europeias aos novos desafios.<br />
Os ministros da Saúde da União Europeia<br />
têm tomado posição sobre a necessidade<br />
de se avaliar a efetividade das<br />
tecnologias de forma a garantir a sustentabilidade<br />
dos Sist<strong>em</strong>as de Saúde.<br />
É um imperativo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l desenvolverse<br />
um sist<strong>em</strong>a de avaliação de tecnologias<br />
da saúde, com intervenção de peritos<br />
qualificados e independentes, <strong>na</strong>s áreas<br />
da avaliação terapêutica, económica e<br />
epid<strong>em</strong>iológica, com processos transparentes<br />
e auditáveis, sendo uma garantia<br />
para que exista equidade no acesso às<br />
novas tecnologias e se tom<strong>em</strong> decisões<br />
políticas que não ponham <strong>em</strong> causa a<br />
sustentabilidade do SNS.<br />
Como medida recente regista-se a<br />
aprovação pelo Conselho de Ministros da<br />
“Estrat<strong>é</strong>gia Nacio<strong>na</strong>l do Medicamento e<br />
Produtos de Saúde 2016-2020” (Resolução<br />
do Conselho de Ministros nº56/2016<br />
de 13 outubro de 2016).<br />
A existência de uma autoridade reguladora<br />
com massa crítica reconhecida<br />
cientificamente e independente, não<br />
condicio<strong>na</strong>da pelos ciclos políticos,<br />
com fi<strong>na</strong>nciamento assegurado pela<br />
cobrança de taxas de comercialização<br />
<strong>é</strong> indispensável para que tais objetivos<br />
sejam atingidos.<br />
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