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Jornal Paraná Julho 2019

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Fenasucro<br />

discute<br />

bioenergia<br />

em agosto<br />

Página 4


OPINIÃO<br />

Sustentabilidade para manter a liderança<br />

O consumidor mudou. Ele quer saber o que está comendo e se o meio ambiente é respeitado<br />

JOSÉ ROBERTO MENDONÇA<br />

DE BARROS (*)<br />

Aagricultura continua<br />

sendo um dos poucos<br />

setores relevantes com<br />

uma dinâmica robusta<br />

de crescimento. Este tem sido<br />

baseado, antes de tudo, na ciência,<br />

no conhecimento e na tecnologia,<br />

que, em interação com<br />

as pessoas e o meio ambiente<br />

produz sistematicamente, e há<br />

muito tempo, uma elevação da<br />

produção e da produtividade,<br />

com queda secular de preços<br />

que beneficiam o consumidor<br />

brasileiro e o mercado global.<br />

Mesmo na quase depressão em<br />

que vivemos, o dinamismo persiste,<br />

e a nova agenda de produção<br />

já está definida: a agricultura<br />

de precisão e novas técnicas<br />

para melhoria das variedades. Ela<br />

é o equivalente da Indústria 4.0<br />

no setor primário. Lá está um<br />

conjunto de tecnologias digitais<br />

que, utilizadas em sistemas que<br />

integram grandes bases de dados,<br />

máquinas e pessoas, levam<br />

a uma otimização de recursos<br />

num grau muito maior do que se<br />

suspeitava.<br />

A utilização de dados de clima<br />

em tempo real permite planejar e<br />

executar atividades de plantio,<br />

tratos culturais, irrigação, colheita<br />

e pós-colheita. Por exemplo, na<br />

formação do canavial, as máquinas<br />

comandadas por GPS dão<br />

uma precisão tal nas linhas que<br />

é possível plantar até 2% a mais<br />

de mudas por hectare. Na colheita,<br />

a máquina e o caminhão<br />

que recolhem a cana operam autônomos.<br />

O motorista do caminhão<br />

só retoma o volante na hora<br />

de ir para a usina.<br />

Nos tratos culturais é cada vez<br />

mais utilizado o Controle Integrado<br />

de Pragas, um conjunto de<br />

técnicas que engloba desde a<br />

contagem de invasores por<br />

metro linear de cultura e armadilhas<br />

até o controle biológico (feito<br />

pela criação de inimigos naturais<br />

das pragas) e o uso conjunto de<br />

biodefensivos e químicos.<br />

Finalmente, a utilização de sensores<br />

nas máquinas permite aplicar<br />

defensivos apenas nas<br />

plantas que assim necessitem, o<br />

que diminui o uso dos elementos<br />

ativos em até 50%! A intensa discussão<br />

que se trava em torno de<br />

“venenos” vai ficar menor. Esse<br />

debate já tem data para terminar.<br />

As mesmas técnicas estão<br />

sendo usadas no manejo da irrigação<br />

(com forte redução do<br />

uso de água) e na pecuária. Por<br />

exemplo, com sensores nos cochos<br />

pode-se repor apenas a<br />

quantidade de alimento que está<br />

sendo efetivamente ingerida<br />

pelos animais, otimizando a engorda.<br />

Na produção leiteira já se<br />

usa a robotização da ordenha.<br />

Em todos esses casos há elevação<br />

da produtividade e redução<br />

de custos, tornando mais competitiva<br />

a produção nacional. No<br />

quesito terra, além de mais precisão<br />

nos tratos culturais, vale<br />

mencionar a atenção com a qualidade,<br />

desde as técnicas tradicionais<br />

de terraceamento, plantio<br />

em nível, rotação de culturas e<br />

vazio sanitário até o crescente<br />

uso de condicionadores de solo,<br />

biofertilizantes e produtos que<br />

elevam a atividade microbiana,<br />

permitindo raízes mais profundas<br />

e maior resistência à seca.<br />

Nesse âmbito há uma verdadeira<br />

revolução em marcha: a Indigo<br />

tem um banco enorme de bactérias<br />

e fungos, com os quais<br />

prepara misturas específicas que<br />

envolvem as sementes e que resultam<br />

em maior produção por<br />

Pela própria sustentabilidade e<br />

pelo fato de o agronegócio brasileiro<br />

hoje ser global, é uma grande<br />

bobagem atropelar o meio ambiente.<br />

área.Finalmente, continua avançando<br />

velozmente a utilização da<br />

integração de sistemas, agricultura,<br />

pastagens e florestas (ILPF),<br />

com efeitos marcantes na sustentabilidade,<br />

na proteção de<br />

nascentes e no bem-estar animal.<br />

Esse conjunto de novas tecnologias,<br />

associadas a procedimentos<br />

já largamente utilizados,<br />

como plantio direto na palha, está<br />

resultando numa agricultura muito<br />

mais sustentável e rastreável.<br />

Críticas tradicionais vão desaparecendo.<br />

Nos anos 70, dizia-se,<br />

sem nenhuma base<br />

científica, que fertilizantes químicos<br />

estragavam a terra, tema<br />

que acabou deixado de lado por<br />

ser falso. Mais recentemente<br />

muita energia se gastou com o<br />

tema dos organismos geneticamente<br />

modificados, já em uso<br />

havia décadas. Milhões de pessoas<br />

em todo mundo consumiram<br />

esses produtos sem um<br />

único caso de problemas. Agora,<br />

com a técnica de edição genética<br />

já em pleno uso, esse<br />

debate desapareceu.<br />

Os novos sistemas de controle<br />

de pragas vão também colocar a<br />

questão do “veneno” numa perspectiva<br />

adequada. É preciso observar<br />

que o desenvolvimento da<br />

tecnologia é uma eterna corrida<br />

de resolver problemas sucessivos,<br />

cujo resultado é que mais<br />

gente come mais barato, além de<br />

produtos de melhor qualidade. O<br />

crescimento da duração da vida<br />

não ocorreria sem uma elevação<br />

sistemática da produção de alimentos.<br />

Ao lado da aceleração da melhoria<br />

tecnológica, é preciso, entretanto,<br />

deixar para trás pautas<br />

regressivas. Falo aqui dos sucessivos<br />

programas de refinanciamento<br />

de dívidas (Refis) e de<br />

mais prazo para fazer o Cadastro<br />

Rural, que tem de ser aprimorado<br />

e passar para as fases mais<br />

avançadas da lei. Aliás, o Cadastro<br />

Rural tem de ser o norte do<br />

setor. As áreas de preservação<br />

têm de ser totalmente respeitadas,<br />

assim como a grilagem da<br />

terra e o desmatamento ilegal<br />

devem ter fim.<br />

É preciso aceitar que o consumidor,<br />

no mundo inteiro, mudou.<br />

Ele quer saber o que está comendo,<br />

como e onde foi produzido<br />

e se o meio ambiente é<br />

respeitado. É o mesmo no nosso<br />

País. Pela própria sustentabilidade<br />

e pelo fato de o agronegócio<br />

brasileiro hoje ser global, é<br />

uma grande bobagem atropelar<br />

o meio ambiente. A liderança do<br />

setor, seus representantes e o<br />

governo têm de ter isso em<br />

mente.<br />

(*) Economista e sócio da MB<br />

Associados.<br />

2<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


SAFRA <strong>2019</strong>/20<br />

<strong>Paraná</strong> já colheu 30% do esperado<br />

Expectativa é de repetir os números do ciclo anterior, com 34,936 milhões de toneladas<br />

de cana, 2,094 milhões de toneladas de açúcar e 1,572 bilhão de litros de etanol<br />

Com cerca de 30% da<br />

safra colhida até o dia<br />

16 de junho, a safra<br />

de cana-de-açúcar<br />

do <strong>Paraná</strong> avançou bem com<br />

o clima mais seco entre maio<br />

e junho somando, no acumulado,<br />

10.428.466 toneladas<br />

esmagadas das 34.935.547<br />

toneladas esperadas na safra<br />

<strong>2019</strong>/20. No comparativo com<br />

a safra passada, entretanto, a<br />

moagem de cana ainda é 1,6%<br />

menor que a do mesmo período<br />

no ano passado, quando já<br />

tinham sido processadas<br />

10.598.907 toneladas.<br />

Tranin também avalia que apesar<br />

do bom volume de chuvas<br />

ocorrido no início do ano, os<br />

canaviais têm apresentado<br />

uma recuperação menor do<br />

que o esperado inicialmente,<br />

mostrando ainda sentirem o<br />

efeito da seca que prejudicou<br />

sensivelmente as lavouras no<br />

ano passado, além da falta de<br />

renovação dos canaviais. O<br />

presidente da Alcopar diz que<br />

tem crescido o movimento de<br />

renovação das lavouras de<br />

cana entre as usinas paranaenses,<br />

mas o percentual ainda<br />

está abaixo do necessário, que<br />

é de 20% do total no ano.<br />

O presidente da Alcopar, Miguel<br />

Tranin explica que apesar<br />

do outono e inverno deste ano<br />

estarem sendo menos chuvosos<br />

do que os do ano passado,<br />

daí o ritmo um pouco mais intenso<br />

da colheita neste período,<br />

os trabalhos começaram<br />

mais tarde este ano, fazendo<br />

com que os números apresentados<br />

ainda sejam um pouco<br />

menores do que no mesmo<br />

período do ano passado.<br />

Tudo isso tem afetado também<br />

a qualidade da matéria-prima.<br />

A quantidade de Açúcares Totais<br />

Recuperáveis (ATR) por tonelada<br />

de cana no acumulado<br />

da safra <strong>2019</strong>/20 ficou 2,8%<br />

abaixo do valor observado na<br />

safra 2018/19, totalizando<br />

128,19 kg de ATR/t de cana,<br />

contra 131,92 kg ATR observados<br />

na safra passada. “A<br />

cana está mais pobre em açúcar,<br />

mas a expectativa é que os<br />

números melhorem até o final<br />

da safra”, comenta Tranin.<br />

A produção de açúcar totalizou<br />

573.272 toneladas até o dia 16<br />

de junho, 0,6% a menos que<br />

no ano passado no mesmo período.<br />

De acordo com as estimativas<br />

da Alcopar, o <strong>Paraná</strong><br />

deve fechar a safra com<br />

2.094.176 toneladas de açúcar,<br />

números semelhantes a da<br />

safra passada, assim como na<br />

produção de etanol.<br />

Até a primeira quinzena de<br />

junho foram industrializados<br />

430,559 milhões de litros de<br />

etanol total,7,1% a menos que<br />

no mesmo período da safra<br />

passada, sendo 127,4 milhões<br />

Tendência de safra alcooleira no Centro-Sul<br />

A moagem pelas unidades produtoras<br />

da região Centro-Sul<br />

do Brasil alcançou desde o início<br />

da safra <strong>2019</strong>/20 até 16 de<br />

junho, 170,81 milhões de toneladas,<br />

contra 178,11 milhões<br />

de toneladas até o mesmo período<br />

do ciclo anterior.<br />

“Apesar do clima seco observado<br />

nas últimas semanas, a<br />

moagem da safra ainda continua<br />

atrasada em mais de 7 milhões<br />

de toneladas”, explica<br />

Antonio de Padua Rodrigues,<br />

direto técnico da União da Indústria<br />

de Cana-de-Açúcar<br />

(UNICA). Em relação ao número<br />

de unidades em safra,<br />

251 estavam em operação no<br />

Centro-Sul, contra 259 até a<br />

mesma data de 2018.<br />

Sobre a produtividade agrícola,<br />

dados preliminares do Centro de<br />

Tecnologia Canavieira (CTC) indicam<br />

queda de 2,16% do rendimento<br />

agrícola, caindo de<br />

89,69 toneladas por hectare colhido<br />

em 2018, para 87,75 toneladas<br />

por hectare no início de<br />

junho deste ano. Também, a<br />

quantidade de Açúcares Totais<br />

Recuperáveis (ATR) alcançou<br />

121,13 kg por tonelada de cana,<br />

4,04% inferior aos 126,23 kg<br />

de ATR por tonelada observados<br />

no mesmo período de 2018.<br />

Para Rodrigues, “o início de safra<br />

mais chuvoso deve comprometer<br />

a concentração de<br />

açúcares na planta e, ao final<br />

da safra <strong>2019</strong>/2020, resultar<br />

em um indicador com queda<br />

de pelo menos 3 kg de ATR por<br />

tonelada em relação ao verificado<br />

no último ciclo”.<br />

A produção de açúcar, no acumulado<br />

da atual safra, atingiu<br />

6,71 milhões de toneladas,<br />

frente a 7,49 milhões de toneladas<br />

em <strong>2019</strong>. Já a produção<br />

acumulada de etanol totalizou<br />

8,29 bilhões de litros, dos<br />

quais 5,87 bilhões de litros de<br />

etanol hidratado e 2,42 bilhões<br />

de litros de etanol anidro.<br />

Para o diretor da UNICA, “os<br />

números desta quinzena retratam<br />

a tendência já observada<br />

anteriormente, com safra mais<br />

alcooleira diante das atuais<br />

de litros de anidro e 303,15 milhões<br />

de litros de hidratado. A<br />

expectativa é fechar a safra com<br />

uma produção de 1,572 bilhão<br />

de litros de etanol sendo 1,065<br />

bilhão de litros de hidratado e<br />

506,9 milhões de litros de anidro,<br />

finalizando novamente com<br />

uma safra mais alcooleira.<br />

condições de mercado. Com<br />

cerca de 30% da cana-de-açúcar<br />

da safra processada até o<br />

momento, já temos uma retração<br />

na produção de açúcar de<br />

quase 800 mil toneladas”, concluiu.<br />

A produção de etanol de milho<br />

alcançou 49,19 milhões de litros<br />

nos primeiros quinze dias<br />

de junho. Se o ritmo observado<br />

até o momento for mantido, a<br />

produção final da safra <strong>2019</strong>/<br />

20 poderá superar 1,2 bilhão<br />

de litros.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3


EVENTO<br />

Feira será de 20 a 23 de agosto<br />

Em sua 27ª edição, em Sertãozinho/SP, amplia sua visão<br />

de mercado com destaque para o setor de bioenergia<br />

AFenasucro & Agrocana,<br />

a maior feira do<br />

mundo exclusivamente<br />

voltada ao setor sucroenergético,<br />

acontecerá de<br />

20 a 23 de agosto em Sertãozinho/SP<br />

- um dos principais<br />

polos da indústria sucroenergética<br />

e de produção de canade-açúcar.<br />

bemos considerável aumento<br />

dos investimentos em cogeração<br />

de energia e na renovação<br />

tecnológica das usinas, mostrando<br />

que o setor vive um<br />

bom momento, isso já vem se<br />

refletindo diretamente nos resultados<br />

comerciais da feira<br />

deste ano”, explica o diretor<br />

Paulo Montabone.<br />

Além de sua vocação na geração<br />

de conhecimento e oportunidade<br />

de atualização para os<br />

profissionais do mercado, a<br />

feira apresentará soluções e<br />

conteúdos voltados para bioenergia<br />

se consolidando também<br />

como vitrine do setor,<br />

seguindo a tendência mundial<br />

de sustentabilidade. Através do<br />

tema “Renovando seus negócios”,<br />

a feira mostra como o<br />

setor oferece diversas possibilidades<br />

dentro de sua cadeia de<br />

produção.<br />

“É um ano em que o otimismo<br />

está predominando no mercado<br />

e as expectativas são<br />

muito positivas. O RenovaBio já<br />

mostrou sua força para os negócios<br />

deste mercado. Perce-<br />

Para o presidente do Ceise Br,<br />

Luis Carlos Jorge, a notícia de<br />

que o governo federal autorizou<br />

o setor de biocombustíveis a<br />

expedir debêntures incentivadas<br />

e captar recursos, visando<br />

impulsionar o Renovabio, reforça<br />

o cenário mais positivo<br />

para toda a cadeia da cana.<br />

“Mais do que ampliação e renovação<br />

dos canaviais, e das<br />

reformas e aquisição de equipamentos<br />

para aumento de<br />

produtividade e eficiência por<br />

parte das usinas, a medida poderá<br />

ainda abranger investimentos<br />

em infraestrutura e<br />

logística”, aponta.<br />

Segundo o Relatório sobre<br />

Mercado de Energias Renováveis<br />

2018, da Agência Internacional<br />

de Energia (AIE), o Brasil<br />

é o país que apresenta a matriz<br />

energética menos poluente<br />

entre os grandes consumidores<br />

globais de energia, sendo a<br />

nação com maior participação<br />

de fontes renováveis.<br />

O estudo aponta ainda que o<br />

país deverá somar quase 45%<br />

de fontes renováveis no consumo<br />

final de energia em<br />

2023, principalmente em função<br />

da bioenergia - nos transportes<br />

e na indústria e da hidroeletricidade,<br />

no setor elétrico.<br />

Atualmente, esse percentual<br />

corresponde a 43%.<br />

Já o relatório divulgado pela Câmara<br />

de Comercialização de<br />

Energia Elétrica mostra que, em<br />

julho de 2018, devido à safra da<br />

cana, a biomassa chegou a representar<br />

7.8% da energia da<br />

matriz energética brasileira.<br />

“Esses dados destacam a relevância<br />

da bioenergia na matriz<br />

energética brasileira e mostram<br />

que o país e nosso setor têm<br />

feito as escolhas certas, através<br />

de leis claras e com previsibilidade,<br />

como é o caso do<br />

Renovabio”, afirma Montabone.<br />

“A bioenergia está entrando em<br />

um novo ciclo e o setor vem se<br />

preparando para isso, com responsabilidade<br />

e planejamento,<br />

o que poderá fazer da feira termômetro<br />

principal da tão esperada<br />

retomada”, reforça Jorge.<br />

Destaques da feira<br />

A Fenasucro & Agrocana trará<br />

como um dos destaques deste<br />

ano a produção de energia<br />

a partir da biomassa e a produção<br />

do etanol à base de<br />

milho, mercado que vem<br />

avançando no Brasil. Segundo<br />

estimativas da União Nacional<br />

do Etanol de Milho, a produção<br />

apresentará aumento de<br />

67% em relação ao último<br />

ano.<br />

Além da indústria de biodiesel<br />

e energia renovável, a feira<br />

também apresentará as principais<br />

soluções e inovações<br />

para os setores de Alimentos<br />

e Bebidas, Papel e Celulose e<br />

Transporte e Logística. “Esse<br />

último tem um papel fundamental<br />

já que corresponde a<br />

cerca de 30% do custo final<br />

do produto. Por isso, neste<br />

ano, iremos abordar os novos<br />

desafios para o mercado, como<br />

a redução de custos através<br />

da logística integrada e<br />

avançada”, explica Montabone.<br />

Estão confirmadas as rodadas<br />

de negócios nacionais e internacionais<br />

que visam incentivar<br />

e impulsionar a geração de<br />

negócios dentro do evento.<br />

Em 2018, mais de 700 reuniões<br />

- tanto envolvendo compradores<br />

estrangeiros como<br />

nacionais - foram realizadas<br />

com este foco.<br />

A 27ª edição da feira contará<br />

com representantes de 100%<br />

das usinas do Brasil e de outros<br />

43 países, além de mais<br />

de 1.000 marcas expositoras<br />

com apresentação de cerca<br />

de 3 mil produtos. A expectativa<br />

é receber aproximadamente<br />

39 mil visitantes compradores<br />

no evento, que devem<br />

movimentar por volta de<br />

R$ 4 bilhões em negócios fechados<br />

ao longo do ano.<br />

Nesta edição, mais uma vez,<br />

a geração de conhecimento é<br />

um dos focos principais.<br />

Mais de 350 horas de conteúdo<br />

estão confirmadas e<br />

acontecerão nas Arenas de<br />

Conteúdo espalhadas pelo<br />

evento. “Um dos pilares mais<br />

fortes da feira são os eventos<br />

de conteúdo e, mais uma vez,<br />

teremos uma agenda diversificada<br />

para atualização dos<br />

profissionais da cadeia bioenergética”,<br />

afirma Montabone.<br />

Realizada pelo CEISE Br (Centro<br />

Nacional das Indústrias do<br />

Setor Sucroenergético e Biocombustíveis)<br />

e organizada<br />

pela Reed Exhibitions Alcantara<br />

Machado, a feira acontece<br />

no Centro Empresarial<br />

Zanini, em Sertãozinho.<br />

4<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


CONHECIMENTO<br />

Syngenta promove Dia de Campo em Paranavaí<br />

Objetivo é transmitir informação<br />

técnica de qualidade para<br />

extrair o máximo potencial das<br />

lavouras de cana-de-açúcar<br />

Com o objetivo de<br />

transmitir informação<br />

técnica de qualidade<br />

aos profissionais<br />

agrícolas do setor sucroenergético<br />

do <strong>Paraná</strong>, para<br />

que as usinas alcancem novos<br />

patamares produtivos em<br />

seus canaviais, é que a Syngenta<br />

realizou, nos dias 25 e<br />

26 de junho mais uma edição<br />

de seu Dia de Campo, na Estação<br />

Experimental de Paranavaí<br />

da Universidade Federal do<br />

<strong>Paraná</strong> (UFPR)/ Rede Interuniversitária<br />

para Desenvolvimento<br />

do Setor Sucroenergético<br />

(Ridesa).<br />

No evento, diretores e agrônomos<br />

das usinas participaram de<br />

um circuito técnico, com um<br />

time de pesquisadores e especialistas<br />

prontos para compartilhar<br />

dicas de manejo, desde o<br />

plantio até a colheita de cana-deaçúcar,<br />

e onde foi apresentado<br />

todo o pacote tecnológico oferecido<br />

pela Syngenta, além dos resultados<br />

de trabalhos técnicos<br />

no campo e do compartilhamento<br />

de experiências e conteúdos<br />

sobre o que há de mais<br />

moderno em termos de tecnologia<br />

e soluções para o campo.<br />

“O que buscamos é discutir<br />

com o pessoal das usinas o<br />

desafio de alcançar os mais<br />

altos patamares de produtividade<br />

através do portifólio completo<br />

de proteção de cultivos.<br />

No dia de campo eles podem<br />

conferir na prática soluções<br />

para produzir mais e melhor<br />

por muito mais tempo, extraindo<br />

o máximo potencial dos<br />

cultivos”, afirmou Adriano<br />

Mastro, da Syngenta. Entre as<br />

novidades debatidas estava o<br />

Plene Emerald - as sementes de<br />

cana da Syngenta - canaviais pilotos<br />

implantados em algumas<br />

unidades serão colhidos pela<br />

primeira vez este ano.<br />

O Dia de Campo Syngenta é um<br />

programa anual da empresa que<br />

oferece informações para produtores<br />

e distribuidores internos,<br />

com estruturas específicas e demonstrações<br />

práticas sobre as<br />

soluções da companhia para o<br />

manejo adequado na lavoura. Ao<br />

longo do ano, são promovidos<br />

diversos eventos, em diversas<br />

regiões do Brasil, para produtores<br />

de cana-de-açúcar, soja,<br />

milho verão, trigo, arroz, feijão,<br />

café e amendoim.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 5


COMUNIDADE<br />

Sementinhas do Futuro<br />

reúne 700 estudantes<br />

Crianças aprendem sobre<br />

preservação e respeito ao<br />

meio ambiente na BSBIOS<br />

Despertar a consciência<br />

ambiental é esse<br />

o intuito de se comemorar,<br />

todos os anos,<br />

o ‘Dia Mundial do Meio Ambiente’.<br />

E, é também com essa<br />

finalidade que a BSBIOS realiza,<br />

pelo quinto ano consecutivo, o<br />

Programa Sementinhas do Futuro.<br />

De 10 à 14 de junho cerca<br />

de 700 estudantes, do quarto<br />

ano do ensino fundamental, de<br />

13 escolas da rede pública e<br />

privada visitam a empresa e<br />

são estimulados a desenvolver<br />

a consciência ambiental em<br />

uma atividade extra classe.<br />

A atividade oportuniza em sua<br />

programação visita a unidade<br />

industrial, explanação sobre a<br />

transformação do grão de soja<br />

e da gordura animal em biodiesel<br />

e ainda expõe ações de preservação<br />

da natureza. E, para<br />

ilustrar de forma lúdica todo o<br />

conteúdo apresentado, os estudantes<br />

assistem a uma peça<br />

de teatro “O Sumiço da Consciência”,<br />

com o Grupo Ritornelo.<br />

“Acreditamos que as crianças<br />

são disseminadoras do conhecimento<br />

e, replicarão em suas<br />

casas, no seu dia-a-dia, as<br />

boas práticas de preservação<br />

ambiental,” destacou o presidente<br />

da Companhia, Erasmo<br />

Carlos Battistella, que acrescentou<br />

que com orientação<br />

vamos ter adultos mais conscientes<br />

e responsáveis e, como<br />

resultado um mundo mais limpo<br />

e acolhedor.<br />

A aluna da Escola Municipal<br />

Coronel Sebastião Rocha, Gabriela<br />

Joaquim, de 11 anos, falou<br />

sobre o passeio. “Eu gostei<br />

dessa empresa, eu gostei da<br />

indústria, é muito legal aqui. Eu<br />

aprendi que todos devem ajudar<br />

a cuidar do meio ambiente.<br />

Eu agora vou reciclar latinhas,<br />

cascas de bananas, garrafas,<br />

papéis, e vou fazer brinquedos<br />

com o lixo reciclável”, disse<br />

Gabriela.<br />

A estudante Tuane Carvalho, de<br />

10 anos, da Escola Municipal<br />

Guaraci Barroso Marinho contou<br />

que aprendeu a cuidar do<br />

meio ambiente. “Eu aprendi<br />

que é possível reciclar e reutilizar<br />

os materiais, como copos<br />

e as garrafas. Precisamos cuidar<br />

do ar, para ele ficar limpo<br />

para respirar,” falou Tuane.<br />

A professora Nara Fátima Cavalcanti,<br />

da Escola Estadual Nicolau<br />

de Araújo Vergueiro<br />

destacou a importância do programa.<br />

“A BSBIOS está de parabéns,<br />

pois nos oportuniza<br />

trabalhar o tema meio ambiente<br />

fazendo a relação da teoria<br />

com a prática. Acreditamos<br />

que essas práticas são muito<br />

Palestras, peça<br />

de teatro e muita<br />

conscientização<br />

importantes para as crianças,<br />

agradecemos muito o convite,”<br />

pontuou a professora.<br />

A BSBIOS possuiu duas unidades<br />

industriais: em Passo Fundo,<br />

Rio Grande do Sul, e em<br />

Marialva, <strong>Paraná</strong>.<br />

6<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


DOIS<br />

PONTOS<br />

O governo federal concedeu<br />

R$ 85,1 bilhões em subsídios<br />

à produção e ao consumo de<br />

combustíveis fósseis em<br />

2018, segundo estudo do Instituto<br />

de Estudos Socioeconômicos.<br />

O levantamento considera<br />

petróleo, carvão mineral e<br />

gás natural. A cifra abrange recursos<br />

que saíram diretamente<br />

do Orçamento da União para<br />

incentivar o setor (R$ 11,8 bilhões,<br />

ou 14%) e também<br />

quantias que o governo deixou<br />

de arrecadar em impostos, devido<br />

a regimes de tributação<br />

especiais e programas de isenção.<br />

O valor equivale a mais de<br />

1% do Produto Interno Bruto<br />

Segundo dados da Unica,<br />

entre março de 2003 a fevereiro<br />

de <strong>2019</strong>, o consumo de<br />

etanol reduziu as emissões de<br />

gases causadores de efeito<br />

estufa em 535 milhões de toneladas<br />

de CO 2 eq*. Para atingir<br />

a mesma economia de<br />

CO 2 seria preciso plantar quase<br />

4 bilhões de árvores nos<br />

próximos 20 anos. Quando<br />

avaliado o ciclo de vida completo<br />

do etanol, proporciona<br />

uma redução de 90% da<br />

emissão de GEE em relação à<br />

gasolina. Além disso, reduz<br />

Subsídios<br />

Ambiente<br />

do país no ano passado (de R$<br />

6,8 bilhões), a 2,8 vezes o orçamento<br />

do Bolsa Família (R$<br />

30 bilhões) e 2 vezes o total de<br />

recursos disponíveis para o<br />

seguro-desemprego (R$ 40,6<br />

bilhões). Os subsídios ao consumo<br />

de combustíveis fósseis,<br />

tanto para transporte como<br />

para geração de energia, representam<br />

uma grande despesa<br />

para os cofres públicos, distorcem<br />

o sistema de preços, não<br />

levam em conta os elevados<br />

custos ambientais e sociais<br />

associados ao seu uso e dificultam<br />

a busca de alternativas<br />

e a expansão da energia<br />

verde.<br />

significativamente a emissão<br />

de vários poluentes, como os<br />

óxidos de enxofre (em cerca<br />

de 90% em relação à gasolina,<br />

em cerca de 99% em relação<br />

ao diesel S500 e em<br />

cerca de 50% em relação ao<br />

diesel S10), o monóxido de<br />

carbono e praticamente zera a<br />

dispersão de partículas, poluente<br />

muito agressivo para a<br />

saúde, bem como a de hidrocarbonetos<br />

tóxicos. Outra<br />

vantagem do etanol é que se<br />

trata de um produto de baixa<br />

toxidez e biodegradável.<br />

Debêntures<br />

Mercado<br />

O Ministério de Minas e Energia<br />

regulamentou o processo de<br />

enquadramento de projetos<br />

prioritários no setor de petróleo,<br />

gás natural e biocombustíveis<br />

para emissão de debêntures incentivadas,<br />

medida que contribuirá<br />

para destravar investimentos.<br />

As empresas poderão<br />

captar recursos com a isenção<br />

de impostos para investidores,<br />

o que possibilitará ampliar investimentos<br />

em projetos de implantação,<br />

ampliação, manutenção,<br />

recuperação, adequação<br />

ou modernização de empreendimentos<br />

em infraestrutura<br />

no segmento de energia. A<br />

expectativa é que a medida reforce<br />

as metas do RenovaBio<br />

com a expansão do número de<br />

usinas de biocombustíveis e,<br />

conseguintemente, aumente a<br />

oferta de etanol.<br />

Os preços internacionais do açúcar não devem apresentar<br />

recuperação no curto prazo, segundo analistas. As incertezas<br />

com relação à safra indiana e ao real volume de estoques<br />

de adoçante no país pesam sobre as cotações dos<br />

futuros da commodity. Contudo, acredita-se que se o governo<br />

indiano se curvar à pressão da Organização Mundial<br />

do Comércio para a suspensão dos subsídios, os preços<br />

mundiais provavelmente subirão. O preço deve continuar<br />

em queda, mas o mercado deve começar a voltar ao equilíbrio<br />

quando nos aproximarmos do fim de <strong>2019</strong>, estimam<br />

analistas. A perspectiva para o setor é que a safra <strong>2019</strong>/20<br />

registrará déficit no balanço global de oferta e demanda.<br />

A Câmara de Comercialização<br />

de Energia Elétrica registrou o<br />

aumento de 10% da produção<br />

de energia elétrica das usinas<br />

movidas a biomassa, no período<br />

entre 2016 e 2018. No<br />

último ano, os projetos foram<br />

responsáveis pela geração de<br />

3.007 MW médios, superando<br />

Biomassa<br />

a marca de 2.908 MW médios<br />

aferidos em 2017 e 2.718<br />

MW médios em 2016. Atualmente<br />

são 276 usinas em<br />

operação, representando 12,9<br />

GW de capacidade instalada.<br />

O bagaço de cana é a principal<br />

matéria-prima do segmento.<br />

Aviação<br />

A fabricante de aviões Boeing<br />

anunciou um investimento de<br />

US$ 1 milhão para desenvolver<br />

biocombustíveis de aviação no<br />

Brasil. Em nota, a companhia<br />

informou que a intenção é trabalhar<br />

em conjunto com comunidades<br />

envolvidas na produção<br />

de matérias-primas que<br />

podem ser utilizadas na fabricação<br />

de combustíveis considerados<br />

mais limpos. Em<br />

2018, a empresa já havia feito<br />

outro investimento no setor<br />

com o mesmo valor.<br />

CTC<br />

Inovação e transformação são<br />

duas características que marcam<br />

a história do Centro de Tecnologia<br />

Canavieira. A empresa<br />

100% nacional, com foco em<br />

pesquisa, desenvolvimento e<br />

comercialização de variedades<br />

de cana-de-açúcar, completa,<br />

em <strong>2019</strong>, 50 anos de sua fundação<br />

e celebra a capacidade<br />

de se reinventar ao longo dos<br />

anos. Em livro comemorativo à<br />

data, presidente Gustavo Leite<br />

ressalta papel central do CTC no<br />

universo da cana.<br />

Perda<br />

A cadeia produtiva canavieira<br />

perdeu uma de suas lideranças,<br />

o engenheiro agrônomo Manoel<br />

Ortolan, que ocupava os cargos<br />

de presidente da Canaoeste -<br />

Organização dos Plantadores de<br />

Cana da Região Oeste do Estado<br />

de São Paulo e da Copercana,<br />

ambas com sede em<br />

Sertãozinho. Por dois mandatos<br />

ocupou e dinamizou a estrutura<br />

da Orplana - Organização dos<br />

Plantadores da Região Centro-<br />

Sul do Brasil, entidade que ganhou<br />

voz e expressão em defesa<br />

não apenas dos fornecedores<br />

de cana das usinas, mas<br />

também como defensora de toda<br />

a cadeia produtiva do setor.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 7


CAMPANHA DO AGASALHO<br />

Santa Terezinha arrecada e<br />

distribui mais de 16 mil peças<br />

Ação desenvolvida pela<br />

empresa envolveu colaboradores,<br />

familiares e toda a comunidade<br />

Engajamento e solidariedade<br />

marcaram a<br />

Campanha do Agasalho<br />

<strong>2019</strong> realizada pela<br />

Usina Santa Terezinha. Todas<br />

as unidades produtivas, corporativo<br />

e terminal logístico se<br />

movimentaram para aquecer o<br />

inverno de muita gente. O número<br />

superou as expectativas<br />

e alcançou um total de 16.386<br />

peças de roupas e calçados e<br />

981 cobertores arrecadados.<br />

As doações beneficiaram mais<br />

de 1.500 pessoas de 28 instituições<br />

e projetos sociais em<br />

18 municípios do <strong>Paraná</strong> e<br />

Mato Grosso do Sul.<br />

conta com mais de 14 mil colaboradores<br />

nos setores agrícola,<br />

industrial e administrativo.<br />

Objetivo é<br />

disseminar a<br />

consciência solidária<br />

e espalhar calor a<br />

quem mais precisa<br />

Neste ano, uma novidade na<br />

campanha promoveu ainda<br />

mais o espírito da solidariedade<br />

entre os colaboradores,<br />

seus familiares e amigos.<br />

Quem doou um número mínimo<br />

de peças de roupas ou<br />

cobertores concorreu a prêmios<br />

especiais.<br />

Em mais uma edição, a Campanha<br />

do Agasalho conseguiu<br />

cumprir o seu principal objetivo:<br />

disseminar a consciência<br />

solidária e espalhar calor a<br />

quem mais precisa.<br />

A Usina Santa Terezinha é<br />

composta pelo corporativo e o<br />

terminal logístico - em Maringá,<br />

o terminal rodoferroviário<br />

em Paranaguá, e as onzes unidades<br />

produtivas em Iguatemi,<br />

Paranacity, Tapejara, Ivaté, Terra<br />

Rica, São Tomé, Cidade Gaúcha,<br />

Rondon, Umuarama e<br />

Moreira Sales - no <strong>Paraná</strong>, e<br />

Usina Rio <strong>Paraná</strong> - no Mato<br />

Grosso do Sul. A empresa<br />

8 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>

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