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Revista TOP Marchador #59

Revista TOP Marchador #59 Julho/2019

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Julho/2019

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artigo<br />

<br />

<br />

Por: Ricardo L. Casiuch<br />

Faz. Campos do Pinhão –<br />

Pindamonhangaba (SP)<br />

Oinício do contato com o cavalo Mangalarga<br />

<strong>Marchador</strong> se deu nos primeiros anos da<br />

década 70, quando seu pai – Mathusalem<br />

Boris Casiuch (sócio nº 0748-0 da ABCCMM) – adquiriu<br />

uma área rural em Sacra Família do Tinguá (RJ).<br />

Essa área tinha o nome de Sítio do Cavalo Doido e,<br />

coincidentemente, era localizada próximo de grandes<br />

criatórios que naquele momento estavam evoluindo na<br />

raça Mangalarga Machador, tais como a Fazenda<br />

Paraíso, do Dr. Hélio Belo Cavalcanti (Criatório ‘HB’); o<br />

Sítio Jequitibá, de D. Maria Irene Reis (Criatório<br />

‘Jequitibá’); e o Sítio Areté, de José Joaquim Schmidt<br />

(Criatório ‘Tinguá’). Próximo a Sacra Família do Tinguá<br />

localizava-se também o célebre Criatório ‘Gironda’, do<br />

afamado Júlio Avelino de Oliveira & filhos, o qual exercia,<br />

já naquele tempo, muita influência na região.<br />

Nas verdes serras fluminenses, Ricardo iniciou o<br />

convívio com os cavalos, e todos os finais de semana ia<br />

para o haras. Seu pai adquiriu algumas éguas por volta<br />

de 1973/74, sendo que algumas vieram da Usina<br />

Barcellos - Fazenda do Palacete, que se situa na cidade<br />

de Campos (RJ), sendo todas essas matrizes descendentes<br />

de Gás Canadá e Herdade Cosmo (Seta Caxias x<br />

Herdade Tiroleza). E mais algumas éguas foram adquiridas<br />

ali em Sacra Família do Tinguá, do amigo Dr. Hélio<br />

Bello Cavalcanti, descendentes de Caxambu Folião<br />

(Caxambu Cobre x Caxambu Regata).<br />

Por volta desses primeiros anos da década de 70,<br />

Casiuch foi pela primeira vez ao Sul de Minas e, de pronto,<br />

conheceu o criador José Márcio Carvalho Leite, dono<br />

do sufixo ‘Caxambu’, que se tornou, ao longo dos tempos,<br />

um de seus mestres na raça Mangalarga <strong>Marchador</strong>.<br />

Conheceu também o criador Francisco Walder Ferreira,<br />

da Fazenda Araújo, em Minduri (MG) – Criatório ‘Ara’,<br />

que também lhe passou sólidos ensinamentos. Casiuch,<br />

naquele momento, lá adquiriu um potro tordilho, que<br />

logo se tornou reprodutor no ‘Cavalo Doido’ – o Ara<br />

Cirimbó (Ara Teatro x Ara Maringá) – Campeão Estadual<br />

de Marcha – Cordeiro (RJ) – 1981.<br />

Ainda na década de 70, nos seus primeiros anos de<br />

contato com a raça Mangalarga <strong>Marchador</strong>, aos finais de<br />

semana, Ricardo sempre procurou viajar e distinguir<br />

criatórios da região da Zona da Mata, do Rio de Janeiro,<br />

ou da região do Sul de Minas e, assim, veio a conhecer<br />

de perto reprodutores e éguas que se tornaram marcantes,<br />

verdadeiros ícones da raça, os quais apelidou de<br />

‘cavalos da galeria de cima’, tais como Trevo da<br />

Gironda, Atrevido da Gironda, Herdade Cadillac,<br />

Herdade Jupiá, Tabatinga Predileto, Ara Valsa e<br />

Herdade Música, entre outros. Desta forma, foi lentamente<br />

absorvendo conhecimento crítico para formar o<br />

seu ideal do cavalo Mangalarga <strong>Marchador</strong>.<br />

Ao se formar engenheiro agrônomo na Universidade<br />

Federal Rural do Rio de Janeiro (Km 47), Casiuch trabalhou<br />

no campo, para empresas do segmento de<br />

defensivos agrícolas, e ali manteve contato próximo<br />

com diversos criadores. Em uma de suas visitas aos<br />

haras próximos do interior do Rio e da Zona da Mata,<br />

recebeu o convite de um diretor da ABCCMM para se<br />

tornar técnico de registro da entidade, pois era uma<br />

pessoa sempre presente em exposições agropecuárias<br />

e tinha bastante contato com criadores da raça, além de<br />

já participar da organização dos eventos agropecuários<br />

fluminenses ao lado do mestre Mário Ribeiro Estrêla. O<br />

então presidente da ABCCMM, Dr. Aristides Mário<br />

Rache Ferreira, realizou o convite formal a Ricardo,<br />

que, a partir daí, matriculou-se no curso para ingressar<br />

oficialmente como técnico de registro genealógico da<br />

entidade. Isso ocorreu por volta de 1984.<br />

Nesse mesmo ano de 1984, Casiuch realizou seu primeiro<br />

leilão como comentarista de leilões, trabalhando<br />

com a interpretação das genealogias e andamentos dos<br />

animais, sempre no intuito de melhorar a informação e<br />

intensificar a venda dos lotes que estavam no pregão,<br />

tendo atingido, em muitos desses eventos, o aproveitamento<br />

de 100% de venda, com recordes de preços e<br />

presença constante de público ávido por informações<br />

zootécnicas e de pedigrees. Em vários desses eventos,<br />

trabalhou lado a lado com famosos leiloeiros rurais, tais<br />

como Djalma Barbosa de Lima, José Ailton Pupio, João<br />

Antônio Gabriel, Heitor Lambertucci, Rodrigo Costa,<br />

Nilson Genovesi e muitos outros. De cada um deles,<br />

absorveu ensinamentos que carrega por toda a vida.<br />

No final da década de 80, Casiuch adquiriu um potro<br />

castanho, filho de Herdade Cadillac x Olinda JG, de<br />

nome Ringo HB, do Criatório ‘HB’ do Dr. Hélio Bello<br />

Cavalcanti, uma pessoa que se tornou ainda mais próxima<br />

e amiga. Hélio Bello tinha um grande carinho por<br />

Ricardo. Tornou-se seu padrinho de casamento e, por<br />

ele ter demonstrado sempre muita paixão e conhecimento<br />

sobre a raça e o cavalo Mangalarga <strong>Marchador</strong>,<br />

pediu para que ele desse continuidade ao Criatório<br />

‘HB’ quando da venda de sua propriedade e liquidação<br />

quase total de seu afamado plantel.<br />

Assim, Ricardo recebeu por herança a responsabilidade<br />

de manter, e de fazer evoluir, o sufixo ‘HB’, além<br />

de consolidar uma linha viva de coerência aos ensinamentos<br />

do Dr. Hélio Bello, tendo como meta principal<br />

preservar acesa, e bem viva, a memória do semental<br />

Herdade Cadillac (Seta Caxias x Herdade Alteza), o<br />

garanhão que fez história na raça e nesse criatório.<br />

Deste modo, Ricardo deu continuidade ao Criatório<br />

‘HB’, conduzindo os trabalhos com o cavalo<br />

Mangalarga <strong>Marchador</strong> na cidade de Pindamonhangaba<br />

(SP), tendo a tropa renovada, evoluída, e com alguns<br />

outros sangues que a sustenta, mas sempre pautada na<br />

origem de Herdade Cadillac.<br />

Ricardo Casiuch, além de criador e historiador da<br />

raça Mangalarga <strong>Marchador</strong>, tornou-se um diligente<br />

escritor, sendo seu primeiro livro, Cocheira Nobre, lançado<br />

em 1989. O segundo lançamento ocorreu em<br />

1997, com o título de O Romance da Raça, uma obra<br />

que levou seis anos para ser escrita, com muita informação,<br />

e sendo considerado uns dos bons livros de<br />

conteúdo histórico e documental da raça.<br />

Logo depois, teve a oportunidade de escrever os<br />

Anuários da Raça, sendo dois de garanhões e dois de<br />

matrizes, projetos de sucesso constituídos de valiosas e<br />

ricas informações, arquivos, histórias, todos guardados<br />

nos escaninhos e gavetas perdidas nas fazendas de criação<br />

do Sul de Minas, Zona da Mata, Norte de Minas e<br />

Alta Mogiana (em São Paulo).<br />

Dando continuidade ao seu incansável e resiliente<br />

objetivo de divulgar a história da raça Mangalarga<br />

<strong>Marchador</strong>, publicou em 2016 a obra As Costelas do<br />

Abismo e, em 2017, O Nosso Mangalarga – a raiz, os<br />

frutos e o jardim, este em coautoria com a família de<br />

Geraldo Diniz Junqueira, um volume ícone que narra a<br />

saga da família Junqueira, saindo do Sul de Minas e se<br />

transferindo para as terras inexploradas da Alta<br />

Mogiana, em São Paulo. A família Junqueira, que sempre<br />

criou cavalos no Brasil, é o embrião original das raízes<br />

da raça Mangalarga e, dessas expansões, alguns<br />

ramos migraram para a jovem raça Mangalarga<br />

<strong>Marchador</strong>.<br />

Em 2018, foi publicado o livro As Histórias das<br />

Nacionais, um outro grande projeto que narrou a história<br />

das Exposições Nacionais, hoje consideradas o<br />

maior evento da raça Mangalarga <strong>Marchador</strong>.<br />

Totalizando, foram editadas nove obras escritas, sempre<br />

com narrativas históricas e informativas, todas de<br />

caráter engrandecedor para a raça.<br />

Atualmente, Casiuch nos conta que está desenvolvendo<br />

outra profunda e importante obra, a qual será inserida<br />

no Livro das Grandes Fêmeas Mangalarga <strong>Marchador</strong><br />

– <strong>TOP</strong> MARCHADOR, que será lançada este ano, em<br />

Caxambu (MG), durante o CBM, denominada<br />

Marcha70ras, Dinastias & Heranças, versando sobre as 70<br />

matrizes mais influentes da raça Mangalarga <strong>Marchador</strong>,<br />

delineando as pilares, as históricas e as contemporâneas.<br />

Como sócio ativo – e detentor de diversas homenagens<br />

prestadas pela ABCCMM, como a de 2017 indicando-o<br />

como “Colaborador Emérito” –, decidiu, com<br />

esse histórico, dar relevo aos 70 anos de fundação da<br />

ABCCMM, sempre se impondo fiel ao padrão racial do<br />

cavalo Mangalarga <strong>Marchador</strong>.<br />

122 ■n <br />

<strong>TOP</strong> <strong>Marchador</strong>

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