Revista TOP Marchador #59

tel conta com aproximadamente 150 animais.
Ricardo então foi convidado a integrar o Núcleo
da Bahia, onde permaneceu por 19 anos consecutivos
fomentando a raça na região. Passou a frequentar
ainda um grupo de criadores bastante ativos na
raça, que promoviam encontros familiares para falar
de cavalos, integrar as famílias. Bons e vários amigos
que ele guarda na memória (Sylberto, Cândido,
Marconi, Martinho e Juracy) e no coração.
Saudoso, Ricardo lembra dessa época com
muito entusiasmo.
“Éramos criadores de verdade, com tempo para
planejar o nosso cavalo, sem a necessidade ou o
desejo que se vê hoje de comercializar acima de
tudo. Era a paixão pela raça, em sua essência, que
comandava as ações.”
Muitas dificuldades foram enfrentadas pelo simples
desconhecimento do meio. Entretanto, a troca
de experiência era farta, uma vez que o desejo era
se formar criador, estudar cruzamentos, fazer cavalo
bom. Não havia o estímulo comercial que vemos
hoje. Criadores, árbitros e técnicos compartilhavam
seus conhecimentos. O que é fundamental
para se prosperar no meio, como conta o criador.
Atualmente a principal motivação vem da filha
Adriana (veterinária), da esposa Marjorie e do amigo
e veterinário do haras, Fernando Teixeira. Conta com
quatro profissionais, que fazem parte da equipe do
Haras Salvador, destacando-se Rodrigo. Fizeram
parte também dessa trajetória, Gazo e Léo, hoje profissionais
reconhecidos na raça e que possuem CTE
próprio. O haras está retomando os trabalhos nas
pistas, mas a busca principal está na formação de
indivíduos que se identifiquem com as diretrizes de
Ricardo Andrade na raça. Animais premiados estão
na base da tropa Salvador, como os campeões Torino
Marimbá, Ideal T’iorito, Patuá do Salvador, El
Salvador Tandy, Estanho Cavaru-Retã, Fantoche GG
e RG Tenerife, entre os machos, e Farofa do Salvador,
Nevada do Salvador, Japaratuba Fragata, Inajá do
Oiteiro e Livone ES, entre as fêmeas
Para Ricardo, matrizes e garanhões precisam ser
avaliados de forma completa para alavancarem um
criatório. A busca pela marcha perfeita deve ser
considerada, mas outros pontos não podem ficar
de fora, como as características que fazem do animal
um cavalo completo.
“Nos últimos anos, quando analisamos um
Campeão de Marcha e um Campeão da Raça, na
marcha percebemos uma diferença pequena. Já
quando o assunto é a morfologia, o desequilíbrio
é evidente. Precisamos de equilíbrio.”
Outro ponto ressaltado por Ricardo é a necessidade
de se disciplinar o excessivo número de leilões
disponibilizados hoje em todas as plataformas de
vendas. Para ele, é preciso ter mais critério para se
alcançar a valorização do cavalo. Com o volume de
oferta aumentado, é natural que o contrário ocorra.
“Discrepâncias nos julgamentos, principalmente
no que diz respeito às exposições especializadas,
também precisam ser corrigidas. Algumas vezes os
resultados assustam o entendimento dos criadores.”
Para a Nacional, Ricardo Andrade vai com
Vingadora do Salvador, cria da casa, em condomínio
com Haras Iburá e Cedro da Serra. Espera ver a jovem
égua fazer bonito na pista da Gameleira! Torce também
para diversos outros animais, especialmente
aqueles de criatórios parceiros, Haras São Jorge,
Cedro da Serra, Diton, A3, AP e Itaparica, etc, da Bahia.
“A Nacional da raça é uma exposição onde aprendemos
muito se nos mantivermos bem atentos à
pista. É um verdadeiro intensivo com oferta de muito
conhecimento. Quem aproveita essa oportunidade
sai de lá com muito mais bagagem do que chegou!”
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