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Angahy: o primeiro <strong>Marchador</strong> registrado<br />
Desde que foi aberto o primeiro Livro de<br />
Registro de animais da ABCCMM, em 1949, foram<br />
inscritos mais de 600 mil exemplares da raça. De<br />
acordo com o Livro de Registro Definitivo de<br />
Machos da entidade, MM3, aberto em 1949, o primeiro<br />
registro pertence ao <strong>Marchador</strong> chamado<br />
Angahy, realizado em __ de outubro de 1950. De<br />
pelagem Castanha, o exemplar foi batizado com o<br />
mesmo nome da propriedade onde que nascera,<br />
no ano de 1941. A Fazenda Angaí, localizada na<br />
cidade de Cruzília (MG), pertencia ao criador<br />
Adeodato dos Reis Meirelles, um dos sócios fundadores<br />
da ABCCMM em 1949.<br />
Posteriormente, Angahy deixou o Sul de<br />
Minas e foi para a cidade de Passa Tempo, na<br />
região Oeste de Minas Gerais, mais precisamente<br />
para a propriedade do equinocultor Bolívar<br />
de Andrade. No final da década de 50, Angahy,<br />
novamente, mudou de casa. Em 1º de junho de<br />
1959, foi comunicada a transferência de propriedade:<br />
Angahy passava a pertencer, então, ao<br />
fazendeiro Américo Moacyr de Oliveira, do afixo<br />
Casa Branca, também em Passa Tempo.<br />
Na Fazenda Casa Branca, Angahy teve quatro<br />
filhos, três machos e uma fêmea. Do cruzamento<br />
com Casa Branca Albanesa, nasceu Casa<br />
Branca Augaluff II. Com a matriz Casa Branca<br />
Antilha, foi pai de Casa Branca Cadilac. Já com a<br />
égua Casa Branca Concertina, foi progenitor de<br />
Casa Branca Caribe. A única fêmea entre seus<br />
sucessores nasceu do cruzamento com Maria<br />
Bonita SG e foi batizada como Viola Alvorada.<br />
A resenha de Angahy está no primeiro Livro<br />
de Registro da ABCCMM – MM3, que foi fechado<br />
em 9 de fevereiro de 1982 e encontra-se<br />
exposto para visitação no Museu do Mangalarga<br />
<strong>Marchador</strong>, na cidade de Cruzília, município<br />
mineiro tido como o berço da raça.<br />
Sereia: a primeira fêmea registrada<br />
na raça Mangalarga<br />
Registrada no primeiro Livro Aberto da raça,<br />
MM4, em 28 de outubro de 1950, Sereia foi a primeira<br />
fêmea cadastrada no Mangalarga<br />
<strong>Marchador</strong>. A égua nasceu em 18 de setembro<br />
de 1947 e foi documentada aos quatro anos de<br />
idade. Passou toda sua vida na Fazenda Capão<br />
da Cana, localizada na cidade de Mateus Leme,<br />
região metropolitana de Belo Horizonte (MG). A<br />
propriedade pertencia ao criador Francisco Silva<br />
Serra Negra, um dos sócios fundadores da<br />
ABCCMM no ano de 1949.<br />
Na resenha é possível ver algumas observações<br />
do técnico responsável, como, por exemplo,<br />
a pelagem, descrita pelo profissional como<br />
Tordilha Queimada, a medida de 1,67 cm de<br />
tórax ou o temperamento, classificado como<br />
muito bom. Sereia foi mãe de uma única filha,<br />
AF Samoa, fruto do cruzamento com o garanhão<br />
AF Nobre, da Fazenda Fortaleza, em Nova<br />
Odessa, São Paulo.<br />
Bastante comum na raça, a denominação<br />
Sereia aparece em um total de 542 registros<br />
(nome ou sobrenome). Destes, em 476 documentos,<br />
Sereia é o nome principal. Algumas,<br />
inclusive, figuram como campeãs das competições<br />
oficiais da raça.<br />
O PRIMEIRO PRESIDENTE<br />
O primeiro criador a ocupar a presidência<br />
da ABCCMM foi Moacyr Rezende,<br />
que liderou a instituição durante os primeiros<br />
sete anos, de 1949 a 1956. Em<br />
24 de outubro de 1950, Moacyr Rezende,<br />
convocou Assembleia Extraordinária<br />
para discutir e oficializar o Padrão<br />
Racial do Mangalarga <strong>Marchador</strong>.<br />
Ainda em outubro, dessa vez no dia 27,<br />
houve reunião para aperfeiçoamento do<br />
Regulamento do Registro Genealógico<br />
da raça. O cadastro dos primeiros exemplares<br />
ocorreu durante a XVII Exposição<br />
Nacional de Animais e Produtos Derivados,<br />
realizada no Parque da Gameleira,<br />
no mesmo ano.<br />
Na mesma época também se definiu a<br />
marca oficial para a identificação dos<br />
animais aprovados para registro. Em<br />
forma de ferradura e com um M maiúsculo<br />
no seu interior, o carimbo proposto<br />
por Joaquim Fernandes Braga, identifica,<br />
até os dias de hoje, os animais da raça<br />
Mangalarga <strong>Marchador</strong>.<br />
Quando encerrou a gestão, em 1956,<br />
Moacyr Rezende deixou o plantel da entidade<br />
com 355 animais registrados.<br />
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