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Revista TOP Marchador #59

Revista TOP Marchador #59 Julho/2019

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Julho/2019

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Algumas gramíneas indicadas para<br />

formação de pasto para equinos:<br />

Dentre as gramíneas tropicais, as do gênero<br />

Cynodon têm-se destacado devido ao elevado<br />

potencial produtivo, alto valor nutritivo. São<br />

excelentes para produção de feno por apresentar<br />

alta proporção de folhas, colmos finos e alta<br />

velocidade de secagem. Como as demais gramíneas<br />

tropicais, apresentam fotossíntese máxima<br />

ao redor de 30 – 35ºC e têm crescimento limitado<br />

quando as temperaturas mínimas são inferiores<br />

a 15ºC. Dentre as gramíneas do genero<br />

Cynodon indicadas para equinos destaca-se as<br />

variedades Tifton 85, Coast -Cross e Vaqueiro.<br />

Tifton-85: É um híbrido de crescimento estolonífero<br />

e rizomatoso, apresentando colmos e<br />

folhas maiores do que o Coast-cross e resistência<br />

a baixas temperaturas. Os rizomas funcionam<br />

como reserva de nutrientes e água, conferindo<br />

certa resistência à seca. Possui alta produtividade,<br />

chegando a 22 ton de MS/ha. A limitação<br />

está na formação das pastagens, pois é propagado<br />

por mudas, o que onera os custos com<br />

mão de obra. A plantação deve ser somente em<br />

solos bem molhados. No plantio em sulcos, a<br />

distância entre as mudas é de 50 cm, e profundidade<br />

de 5 a 15 cm, para solos argilosos e arenosos,<br />

respectivamente<br />

Coast-cross: Gramínea perene estolonífera,<br />

não rizomatosa, com folhas pilosas. Apresenta<br />

boa produção de matéria seca menor que a do<br />

Tifton 85 (17 ton/ha), boa resistência ao pisoteio<br />

e ao frio, desenvolvendo-se em temperaturas<br />

de até 5 oC. Além disso, possui alta tolerância<br />

a pragas e doenças. Multiplica-se por mudas<br />

e apresenta rápido crescimento, responde bem<br />

a adubação, possui ótima palatabilidade.<br />

Vaqueiro: A cultivar Vaqueiro é uma mistura<br />

de cultivares de C. dactylon cv. CD90160 e cv.<br />

Mirage, desenvolvida nos EUA. É uma planta<br />

resistente ao frio, secas e veranicos. Dados dos<br />

EUA em anos de baixa pluviosidade ela produz<br />

até 30% a mais do que os híbridos estéreis<br />

Tifton 85 e Coastcross. O grande diferencial da<br />

Vaqueiro entre as outras cultivares de bermuda<br />

é o plantio por sementes. Isto facilita muito,<br />

pois a implantação pode ser totalmente mecanizada.<br />

Existem poucos estudos realizados com<br />

esta gramínea, pois foi introduzida recentemente<br />

no Brasil, mas em geral tem apresentado bons<br />

resultados para equinos, sendo muito palatavel<br />

e não apresenta oxalato.<br />

Estrela-africana: Embora seja do gênero<br />

Cynodon, as estrelas possuem menor aceitabilidade<br />

pelos equinos, sendo que a apenas a estrela<br />

de talo branco é palatavel e a de talo roxo não<br />

é aceita pelos equinos. Possui crescimento estolonífero,<br />

adapatada a solos de média a alta fertilidade<br />

e a propagação geralmente é feita por<br />

mudas). Possui boa tolerância ao período seco.<br />

Grama batatais: A grama batatais, ou grama<br />

forquilha, possui hábito de crescimento estolonífero<br />

(porte de até 20 cm), com presença de<br />

rizomas curtos, lâminas foliares planas, pilosas,<br />

numerosas e agrupadas na base do colmo. É de<br />

boa palatabilidade para os equinos, tolerante a<br />

solos ácidos e à seca, mas devido a baixa produtividade<br />

(4-6 ton/ha), mesmo com adubação,<br />

seu uso é limitado. Se propaga por sementes ou<br />

mudas ou ainda por placas, quando usada para<br />

paisagismo.<br />

Capim gordura: O capim gordura ou meloso é<br />

nativo no Brasil, possui boa adaptação aos solos<br />

ácidos e pobres em fertilidade, mas não suporta<br />

pisoteio e possui baixa resistência a seca e inundações.<br />

É considerado muitas vezes como planta<br />

daninha, mas é de boa aceitabilidade para<br />

equinos e possui baixo teor de oxalato, devendo<br />

ser preservado nos haras. Assim como a grama<br />

batatais, o capim gordura possui baixa a média<br />

produtividade por ha (5-10 ton/ha).<br />

Capim andropógon: Possui hábito de crescimento<br />

cespitoso e boa aceitabilidade pelos<br />

equinos. Por ter baixa concentração de oxalato<br />

(Rosa et al, 1993), mesmo sendo de crescimento<br />

cespitoso, é indicado para equinos em grandes<br />

áreas onde torna-se necessário o plantio por<br />

semente. É pouco exigente em fertilidade do<br />

solo, tolerante à seca, se propaga por sementes<br />

(10 a 15 kg/ha) e tem média a alta produtividade,<br />

podendo chegar a 18 ton MS/ha. O pastejo<br />

deve ser inciado quando as plantas alcançam<br />

entre 1,0 e 1,2 m de altura, podendo ser rebaixadas<br />

até 30 a 40 cm.<br />

Capim jaraguá: O capim jaraguá possui hábito<br />

de crescimento cespitoso, mas possui boa palatabilidade<br />

para os equinos e baixo teor de oxalato.<br />

É adaptado a solos de baixa fertilidade e sua<br />

propagação é por sementes (8 a 10 kg/ha). A<br />

produtividade chega a 10 ton MS/ha, sendo que<br />

90% é produzido durante as águas, daí o motivo<br />

de também ser chamado de capim provisório. O<br />

pastejo deve iniciar quando as plantas atingirem<br />

ente 60 e 80 cm de altura, pois rapidamente<br />

amadurecem e tornam-se fibrosas e o rebaixamento<br />

não deve ultrapassar 15 cm. Se forem<br />

usados para os equinos deve-se manter baixa<br />

lotação devido ao seu crescimento cespitoso.<br />

Considerações finais<br />

Existem diversas gramíneas disponíveis para<br />

formação de pastagens, mas devem ser escolhidas<br />

as que são adequadas às particularidades<br />

dos equinos e às condições edafoclimáticas da<br />

região em questão. Devido à grande participação<br />

dos volumosos na dieta dos equinos é<br />

importante investir na escolha, formação e<br />

manutenção de pastagens visando alcançar<br />

sucesso do programa nutricional, o que vai<br />

reverter em redução nos custos da criação.<br />

Referências Bibliográficas<br />

ANDRADE; L.C.; REZENDE, A.S.C.; SILVA, R.H.P.; NAVES, J.;<br />

MARUCH, S. Biodisponibilidade gastrointestinal de cálcio em<br />

forrageiras utilizadas na alimetação de equídeos em regiões<br />

tropicais. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO LATINOAMERI-<br />

CANA DE PRODUÇÃO ANIMAL, 24. Anais... Puerto Varas,<br />

Chile. 2015. p. 292.<br />

CARVALHO, R.T.S.; HADDAD, C.M.O. Pastagens e alimentação<br />

de equinos. ed Globo, Rio de Janeiro, 1987. 85 p.<br />

G1 Notícias. Cavalos morrem em Tangará da Serra (MT)<br />

com fungo em capim Massai. 2014. Disponível em:<br />

.<br />

Acessado em 11 jun. 2019.<br />

ROSA, B.; FICHTNER, S. S. Avaliação do conteúdo de ácido<br />

oxálico no capim andropogon (Andropogon gayanus var. bisquamulatos<br />

cv. Planaltina.) em diferentes idades de corte.<br />

Anais da Escola de Agronomia e Veterinária da Universidade<br />

Federal de Goiás. v. 23. p. 119-127, jan/dez, 1993.<br />

(*) Médica Veterinária, Professora Titular do<br />

Departamento de Zootecnia da UFMG<br />

(**) Zootecnista, Doutor em Zootecnia<br />

(***) Professora adjunta do departamento de zootecnia<br />

da Universidade Federal de Lavras<br />

(****) Doutoranda do Programa de Pos Graduacao<br />

em Zootecnia - Escola de Veterinaria/ UFMG<br />

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