Guia boas práticas para o uso eficiente da água no setor Olivícola
Water Matters
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Formas de<br />
gestão <strong>da</strong><br />
rega <strong>no</strong> olival<br />
45<br />
Estudo sobre<br />
as tendências<br />
do Comércio<br />
Tradicional<br />
na Região<br />
Quadro 11 – Efeitos do deficit hídrico <strong>no</strong>s processos de crescimento e produção do<br />
olival (Orgaz e Fereres, 2001).<br />
PROCESSO<br />
Crescimento vegetativo<br />
Desenvolvimento <strong>da</strong>s<br />
gemas florais<br />
Floração<br />
Vingamento dos frutos<br />
Crescimento inicial dos<br />
frutos<br />
Crescimento posterior<br />
dos frutos<br />
Acumulação de azeite<br />
PERÍODO<br />
Todo o a<strong>no</strong><br />
Fevereiro - Abril<br />
Maio<br />
Maio - Junho<br />
Junho - Julho<br />
Agosto - até à colheita<br />
Julho - Novembro<br />
EFEITO DO DEFICIT HÍDRICO<br />
Redução do crescimento, e do número de<br />
flores <strong>no</strong> a<strong>no</strong> seguinte<br />
Redução do número de flores; aborto ovárico<br />
Redução <strong>da</strong> fecun<strong>da</strong>ção<br />
Aumento na alternância <strong>da</strong>s produções<br />
Diminuição do tamanho dos frutos (me<strong>no</strong>r<br />
número de células por fruto)<br />
Diminuição do tamanho dos frutos (me<strong>no</strong>r<br />
tamanho <strong>da</strong>s células dos frutos)<br />
Diminuição do teor de azeite por fruto<br />
Quadro 12 – Componentes <strong>da</strong> produção em diferentes mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de rega<br />
deficitária, num olival na região de Jaén (Espanha), com varie<strong>da</strong>de “Picual”<br />
<strong>no</strong> período 1992-1998 (Pastor et al, 1999).<br />
Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de<br />
de rega<br />
Rega<br />
aplica<strong>da</strong><br />
(mm/a<strong>no</strong>)<br />
Peso do<br />
fruto<br />
(g)<br />
Número de<br />
frutos<br />
(x1000)<br />
Produção de<br />
azeitona<br />
(kg/ha)<br />
Rendimento<br />
em azeite<br />
(%)<br />
Produção de azeite<br />
Kg/ha<br />
% <strong>da</strong><br />
ETmáx<br />
Sequeiro 0 2.69 21 4128 20.0 835 43<br />
80 l/árvore 150 3.90 31 8048 22.0 1771 92<br />
120 l/árvore 200 3.93 35 8856 22.0 1950 101<br />
ETmáx 320 4.19 33 8688 22.2 1931 100<br />
Os modelos referidos anteriormente (CROPWAT e ISAREG) apesar de permitirem fazer, com base <strong>no</strong><br />
balanço hídrico do solo, a gestão <strong>da</strong> rega de acordo com critérios <strong>da</strong> sua oportuni<strong>da</strong>de e dotação, não<br />
estão habilitados a simular o comportamento <strong>da</strong> cultura com diferentes estratégias de aplicação de<br />
<strong>água</strong> e determinar o seu rendimento final. Deve-se ter presente que o rendimento de uma cultura é<br />
influenciado por múltiplos processos agro-biológicos, interatuando em alguns casos entre si, pelo que<br />
a sua simulação pode resultar bastante complexa. A representação destes sistemas, com o objetivo<br />
<strong>da</strong> sua simulação, é <strong>no</strong>rmalmente simplifica<strong>da</strong>, <strong>da</strong>ndo lugar a modelos ain<strong>da</strong> assim suficientemente<br />
rigorosos, ao terem em conta o solo e as suas interações com a fisiologia <strong>da</strong> planta e a climatologia<br />
(Steduto et al, 2009). O modelo AQUACROP (FAO, 2018c) é um dos modelos, de entre outros, que é<br />
capaz de simular a resposta <strong>da</strong>s culturas à aplicação de <strong>água</strong> ao ter incorpora<strong>da</strong> uma equação <strong>água</strong>produção<br />
resolvi<strong>da</strong> de forma dinâmica ao longo do ciclo de crescimento <strong>da</strong>s culturas, ou seja, considera<br />
a maior ou me<strong>no</strong>r importância <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de <strong>água</strong> nas diferentes fases do seu ciclo; a Figura 48<br />
mostra o aspeto do menu principal do programa AQUACROP, com as diferentes categorias de <strong>da</strong>dos<br />
a fornecer ao modelo. O balanço de <strong>água</strong> <strong>no</strong> solo é calculado diariamente, incluindo os processos<br />
de infiltração, escoamento superficial, percolação profun<strong>da</strong>, ascensão capilar <strong>da</strong> <strong>água</strong>, absorção<br />
de <strong>água</strong> pelas plantas, evaporação e transpiração (Steduto et al, 2012). O programa AQUACROP foi<br />
concebido <strong>para</strong> ser aplicado preferencialmente em culturas arvenses anuais, estando o seu espetro