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De 25 a 31 de agosto de 2019<br />

A VOZ DO VALE<br />

Página 3<br />

Prefeito afirma que TCE apontou excesso de<br />

gastos com a saúde, porém relatório aponta falhas<br />

Em entrevista concedida<br />

ao Jornal da Paulista,<br />

que vai ao ar pela Rádio<br />

Paulista FM (99.5) na sexta-feira,<br />

dia 30 de agosto,<br />

o prefeito de Avaré, Jô<br />

Silvestre, falou sobre os<br />

apontamentos de irregularidades<br />

que teriam sido cometidas<br />

em 2017 e 2018,<br />

nos dois primeiros anos de<br />

sua administração.<br />

Durante a entrevista,<br />

Silvestre disse que alguns<br />

apontamentos do Tribunal<br />

de Contas do Estado de São<br />

Paulo (TCE/SP) eram devido<br />

ao excesso de gastos<br />

da Prefeitura com a saúde<br />

do município. “Alguns<br />

apontamentos do Tribunal<br />

de Contas foi de gasto excessivo<br />

na saúde, mas eu<br />

prefiro gastar com saúde<br />

do que com outras coisas.<br />

O tribunal está apontando<br />

que o prefeito Jô (Silvestre)<br />

está gastando muito<br />

com saúde, mas nós temos<br />

que gastar com saúde e estamos<br />

gastando o que era<br />

para outros prefeitos da região<br />

estar gastando”, disse.<br />

Os membros da Comissão<br />

Parlamentar de Inquérito<br />

(CPI) da Divida Ativa<br />

se reuniram, na quarta-feira,<br />

dia 28 de agosto, para traçar<br />

o caminho que será seguido<br />

nas investigações sobre possíveis<br />

desfalques nos cofres<br />

da Prefeitura de Avaré.<br />

Segundo informações<br />

apuradas pelo A Voz do<br />

Vale, a comissão solicitou<br />

diversos documentos<br />

de vários setores da<br />

Prefeitura, como: do Departamento<br />

de Análise e<br />

Conferência (DAC), do<br />

setor que faz lançamentos<br />

de dívidas, Contabilidade<br />

e Tesouraria.<br />

Informações dão conta<br />

ainda que somente após<br />

a análise de toda a documentação<br />

é que os membros<br />

da comissão deverão<br />

Porém, nos relatórios<br />

de 2017 e 2018, o TCE<br />

alerta sobre as más condições<br />

de várias unidades<br />

básicas da saúde. Segundo<br />

o relatório das contas<br />

do 1º quadrimestre de<br />

2018, foram detectadas<br />

fragilidades, com destaque<br />

para a necessidade<br />

de reparos nas unidades<br />

de saúde do município.<br />

Os agentes do TCE<br />

destacaram que durante a<br />

fiscalização as unidades<br />

de saúde, verificaram a<br />

“precariedade dos prédios<br />

visitados e das condições<br />

de atendimento à<br />

população”, ou seja, por<br />

falta de investimento.<br />

O relatório apontou<br />

ainda o prédio do Centro<br />

Especializado em Recuperação<br />

(CER) construído<br />

integralmente com<br />

recursos federais no valor<br />

de quase R$ 2,5 milhões,<br />

“encontra-se sem utilização<br />

desde o término da<br />

obra em 23/11/2016, o<br />

que caracteriza violação<br />

dos princípios da indisponibilidade<br />

dos bens públicos<br />

e da eficiência”.<br />

No relatório do segundo<br />

quadrimestre de<br />

2018, o Tribunal de Contas<br />

verificou os mesmos<br />

problemas do início do<br />

ano, como falta de investimento<br />

nos prédios dos<br />

postos de saúde e irregularidades<br />

constatadas nas<br />

farmácias das unidades<br />

de saúde do município.<br />

No documento os fiscais<br />

destacam que durante<br />

fiscalização, “havia unidades<br />

de saúde que necessitavam<br />

de reparos (conserto<br />

de janelas, rachaduras, infiltrações,<br />

fiação elétrica,<br />

substituição de azulejos<br />

danificados, entre outros)<br />

em dezembro de 2017”.<br />

Foram apontados também<br />

que “nem todas as unidades<br />

de saúde possuem<br />

sala de vacinação com<br />

funcionamento em 5 dias<br />

da semana”, que algumas<br />

unidades “não possuem<br />

alvará de funcionamento<br />

da Vigilância Sanitária”<br />

e o Auto de Vistoria do<br />

Corpo de Bombeiros.<br />

Na Unidade de Saúde<br />

da Família (USF) Carlos<br />

Bandeira, foram verificadas<br />

algumas falhas,<br />

como a falta de portas no<br />

compartimento de lixo.<br />

O prédio possuía sinais<br />

de infiltração, em vários<br />

pontos do imóvel. Foi verificado<br />

ainda mau cheiro<br />

na sala de distribuição<br />

de leite e nos banheiros,<br />

bem como a falta de higienização<br />

nas salas de<br />

curativo e de vacinação.<br />

Também foram encontrados<br />

problemas na USF<br />

João de Carvalho, UBS<br />

Jardim Brasil e na USF<br />

Antonio Luiz Noronha.<br />

As falhas e irregularidades<br />

constatadas pelo<br />

Tribunal de Contas nos<br />

relatórios de 2017 e 2018<br />

contradizem o que o prefeito<br />

disse na entrevista,<br />

onde destacou que havia<br />

apontamentos sobre o excesso<br />

de gastos na saúde.<br />

OUTROS ASSUNTOS<br />

– Ainda durante a entrevista,<br />

Jô Silvestre revelou que<br />

vai abrir uma farmácia 24<br />

horas na cidade. “Vamos<br />

abrir a farmácia 24 horas.<br />

Não sou da área da saúde,<br />

mas estou fazendo um trabalho<br />

que deveria ser feito<br />

há muito tempo”.<br />

Ele também falou da<br />

entrega do Pronto Socorro<br />

e do Ambulatório Médico<br />

de Especialidades (Ame),<br />

porém os recursos foram<br />

conquistados na administração<br />

de Rogélio Barcheti<br />

e de Poio Novaes. “Entregamos<br />

um Pronto Socorro<br />

modelo, onde Avaré está<br />

atendendo a toda a região<br />

e em breve teremos o Ame<br />

(Ambulatório Médico de<br />

Especialidades)”.<br />

Silvestre também falou<br />

sobre um viaduto que<br />

deverá ser construído nas<br />

Terras de São José, com<br />

acesso direto para a Brabância.<br />

“Esse pontilhão vai<br />

acabar com os transtornos<br />

da população que tem que<br />

acessar a rodovia, fazer o<br />

contorno para ter acesso<br />

aos demais bairros”.<br />

Ainda durante a entrevista<br />

ele falou sobre a<br />

pavimentação do Jardim<br />

Califórnia, que deverá ser<br />

iniciada nas próximas semanas.<br />

“Fomos eleitos<br />

para fazer o melhor possível,<br />

as coisas tem acontecido.<br />

Confesso que no<br />

primeiro ano estava muito<br />

nervoso e tenso, diante<br />

de muitos problemas que<br />

encontramos muitas coisas<br />

para resolver e foi um<br />

primeiro ano muito complicado,<br />

muitas dívidas e<br />

tivemos que arcar muita<br />

coisa de outros governos.<br />

Já em 2018 melhorou e<br />

nesse terceiro ano temos a<br />

pavimentação do Jardim<br />

Califórnia, onde faz mais<br />

de 20 anos que está nessa<br />

situação sem asfalto, o<br />

Terras de São José também<br />

sem asfalto, o Arenão<br />

também que ficou<br />

mais de 10 anos parado”.<br />

Sobre as obras paradas<br />

no município, Jô Silvestre<br />

colocou a “culpas”<br />

nas empreiteiras, que não<br />

estariam cumprindo com<br />

os cronogramas.<br />

Membros da CPI da Divida Ativa se reúnem e definem inicio dos trabalhos<br />

definir quem serão ouvidos<br />

nas oitivas.<br />

Os membros da CPI<br />

da Divida Ativa foram<br />

definidos durante sessão<br />

ordinária da Câmara, realizada<br />

na segunda-feira,<br />

dia 26 de agosto. O presidente<br />

da comissão é o<br />

vereador Flávio Zandoná.<br />

Já o petista Ernesto<br />

Albuquerque é o relator<br />

e a vereadora Marialva<br />

Biazon membro. Nenhum<br />

vereador da base apresentou<br />

nomes para participar<br />

das investigações.<br />

A nova comissão de investigação<br />

foi instaurada<br />

uma semana após a Câmara<br />

ter arquivado a CPI instalada<br />

em março e que foi<br />

barrada pela Prefeitura por<br />

meio de liminar concedida<br />

pelo poder judiciário.<br />

Como a primeira CPI foi<br />

barrada devido a não definição<br />

de um período concreto<br />

em que, supostamente, teriam<br />

ocorrido os desfalques<br />

aos cofres públicos, essa<br />

nova comissão vai analisar<br />

se irregularidades teriam<br />

ocorrido durante 2017 e<br />

2018, ou seja, nos dois primeiros<br />

anos da administração<br />

do prefeito Jô Silvestre.<br />

ENTENDA – As investigações<br />

tiveram início<br />

em agosto de 2018, após<br />

o Tribunal de Contas do<br />

Estado de São Paulo ter<br />

apontado um déficit de<br />

quase R$ 2 milhões referente<br />

a impostos. Uma empresa<br />

de transporte público<br />

teria sido beneficiada pelo<br />

suposto “equívoco”.<br />

O dinheiro seria de impostos<br />

de empresas que<br />

não estariam sendo recolhidos.<br />

Uma sindicância já<br />

havia apontado lançamentos<br />

incorretos nas dívidas<br />

provenientes de Imposto<br />

Sobre Serviços de Qualquer<br />

Natureza (ISSQN)<br />

envolvendo uma empresa<br />

de transporte local.<br />

Após o apontamento do<br />

TCE, o prefeito Jô Silvestre<br />

determinou que uma<br />

sindicância fosse instaurada<br />

para investigar os fatos.<br />

O relatório final apontou<br />

possíveis falhas. Diante<br />

dos fatos o chefe do executivo<br />

encaminhou o documento<br />

à Câmara solicitando<br />

providências.<br />

A pedido do presidente<br />

da Casa de Leis, o vereador<br />

Toninho da Lorsa, foi<br />

instaurada uma comissão<br />

mista fosse instaurada.<br />

Após resistência da Prefeitura,<br />

nomes do executivo<br />

foram indicados pelo prefeito<br />

municipal.<br />

A Comissão Mista foi<br />

composta pelos vereadores:<br />

Francisco Barreto<br />

(presidente), Flávio Zandoná<br />

(relator) e Marialva<br />

Biazon (membro), além<br />

dos servidores da Prefeitura:<br />

Ana Cláudia Curiati Vilem<br />

(procuradora do município),<br />

Aline Aparecida<br />

Andrades Massei Colela e<br />

Heloisa Bruno Dalcim.<br />

O relatório final desta<br />

comissão, que somente foi<br />

assinada pelos parlamentares,<br />

opinou por pedir uma<br />

CPI para apurar fatos mais<br />

profundos. O relator ainda<br />

solicitou que cópias do relatório<br />

fossem encaminhadas<br />

ao Tribunal de Contas<br />

e ao Ministério Público.<br />

Segundo o líder do prefeito<br />

no legislativo, vereador<br />

Coronel Morelli, Jô Silvestre<br />

já teria contratado uma<br />

empresa para realizar uma<br />

auditoria para analisar o<br />

que realmente aconteceu,<br />

se foi um erro do sistema<br />

ou de algum servidor.<br />

Informações dão conta<br />

que a Prefeitura deverá<br />

tentar barrar essa nova<br />

CPI com um novo pedido<br />

de liminar. Na última<br />

semana a Prefeitura foi<br />

questionada sobre a nova<br />

CPI. Na oportunidade, o<br />

executivo destacou que<br />

a Procuradoria Geral do<br />

Município está analisando<br />

o caso para uma possível<br />

ação judicial com<br />

o intuito de barrar essa<br />

nova comissão.<br />

Com decisão do STJ, Marialva não corre riscos de perder o mandato de vereadora<br />

Segundo o Superior Tribunal de Justiça, perda de função só atinge cargo ocupado durante prática ilícita<br />

A condenação à perda do<br />

cargo em casos de improbidade<br />

administrativa só pode<br />

atingir a função ocupada<br />

durante o cometimento dos<br />

atos ilegais, e não na data do<br />

trânsito em julgado da sentença.<br />

A tese foi reafirmada<br />

pela 1ª Turma do Superior<br />

Tribunal de Justiça ao acolher<br />

parcialmente recurso<br />

especial do ex-presidente da<br />

Câmara Municipal de Teresópolis<br />

(RJ) Carlos César<br />

Gomes e, por maioria de<br />

votos, estabelecer que a perda<br />

de função pública decorrente<br />

de sua condenação por<br />

improbidade seja limitada<br />

ao cargo de vereador — posição<br />

ocupada pelo réu na<br />

época do cometimento do<br />

ato ilícito — ou à suplência<br />

parlamentar.<br />

Na ação, o Ministério<br />

Público do Rio de Janeiro<br />

alegou que o vereador,<br />

ao exercer o cargo de presidente<br />

da Câmara, teria<br />

nomeado para cargos em<br />

comissão parentes de outros<br />

vereadores, desrespeitando<br />

princípios como os<br />

da legalidade e da moralidade<br />

pública. Além disso,<br />

as nomeações teriam sido<br />

feitas para funções não<br />

vinculadas a chefia ou assessoramento,<br />

e em alguns<br />

casos as pessoas nomeadas<br />

não cumpriam o horário de<br />

trabalho, gerando prejuízo<br />

aos cofres públicos.<br />

Em primeiro grau, o ex-<br />

-parlamentar foi condenado,<br />

entre outras sanções,<br />

à perda da função pública<br />

que estivesse exercendo<br />

no momento do trânsito<br />

em julgado da sentença.<br />

A condenação foi mantida<br />

pelo Tribunal de Justiça do<br />

Rio de Janeiro.<br />

No voto que foi acompanhado<br />

pela maioria da 1ª<br />

Turma do STJ, o ministro<br />

Gurgel de Faria citou jurisprudência<br />

do tribunal no<br />

sentido de que as normas<br />

que descrevem infrações<br />

administrativas e fixam<br />

penalidades constituem<br />

matéria de legalidade estrita,<br />

não podendo sofrer<br />

interpretação extensiva.<br />

Dessa forma, destacou<br />

o ministro, a sanção de perda<br />

de função pública prevista<br />

pelo artigo 12 da Lei<br />

8.429/92 não pode atingir<br />

cargo público diferente daquele<br />

ocupado pelo agente<br />

ao praticar a conduta ilícita.<br />

“No caso, a implementação<br />

da perda do cargo<br />

poderá ser levada a efeito<br />

caso o recorrente venha<br />

a exercer outro mandato<br />

como vereador (no momento<br />

do trânsito em julgado),<br />

mas, se for outro o<br />

cargo por ele ocupado (no<br />

referido momento), não”,<br />

concluiu o ministro ao acolher<br />

parcialmente o recurso<br />

especial do ex-vereador.<br />

MARIALVA - A decisão<br />

é idêntica ao caso de<br />

Marialva Biazon que foi<br />

condenada, entre outras sanções,<br />

à perda da função pública<br />

por suposto acúmulo<br />

de cargos. Ela foi denunciada<br />

devido ao fato de ter sido<br />

nomeada Diretora de Saúde<br />

de Itatinga, enquanto trabalhava<br />

na Secretaria Estadual<br />

de Meio Ambiente.<br />

Os horários para trabalhar<br />

em ambos os locais seria<br />

incompatível. Além de<br />

ser condenada a perda da<br />

função publica, ela também<br />

terá que devolver os valores<br />

recebidos enquanto atuava<br />

como diretora de Saúde de<br />

Itatinga. Marialva impetrou<br />

dois recursos no TJ, mas<br />

ambos foram rejeitados. Ela<br />

está recorrendo ao STJ.<br />

OUTRA CONDENA-<br />

ÇÃO - Em abril deste ano,<br />

a 7ª Câmara de Direito Criminal<br />

do Tribunal de Justiça<br />

do Estado de São Paulo (TJ/<br />

SP) manteve em partes uma<br />

condenação em primeira<br />

instância contra a vereadora<br />

Marialva Biazon por falsidade<br />

ideológica.<br />

Segundo decisão unânime<br />

proferida nesta quarta-<br />

-feira, dia 10 de abril, os<br />

desembargadores do TJ,<br />

Fernando Simão, Alberto<br />

Anderson Filho e Freitas<br />

Filho analisaram o recurso<br />

impetrado pela vereadora<br />

contra uma condenação<br />

que ocorreu em 2014 pelo<br />

Fórum de Avaré.<br />

Após analisar o recurso,<br />

os magistrados proferiram<br />

a sentença, destacando<br />

que a ré, Marialva<br />

Biazon fica “definitivamente<br />

condenada à pena<br />

de um ano de reclusão,<br />

em regime aberto, e pagamento<br />

de 10 dias-multa”.<br />

Porém a pena privativa<br />

foi substituída por uma<br />

restritiva de direitos, consistente<br />

em prestação de<br />

serviços à comunidade,<br />

pelo prazo de um ano.<br />

Na sentença em primeiro<br />

grau o juiz determinou<br />

que o Tribunal Regional<br />

Eleitoral (TRE) fosse comunicado<br />

para as devidas<br />

providências. Como o<br />

caso está em segredo de<br />

justiça, os detalhes sobre a<br />

condenação por falsidade<br />

ideológica não foram disponibilizadas.<br />

Ambos os<br />

casos ocorreram enquanto<br />

ela não estava como vereadora<br />

e, com isso, não<br />

deverá perder o mandato<br />

na atual legislatura.

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