Luís Carlos Fim do Carnaval Parece que o recesso parlamentar terminou no dia primeiro deste mês. Parece, porque nossos ilustres congressistas somente recomeçarão seus trabalhos de verdade depois do carnaval, pois, como eles mesmos dizem, sempre é preciso continuar a ter contato com seus eleitores e nada melhor do que isso senão participar das festas em seus redutos ou, como se dizia antigamente, currais eleitorais. Ainda mais quando não se desconhece que as eleições municipais deste ano deverão ser disputadíssimas, principalmente pela falta de dinheiro que as empresas não poderão mais patrocinar e eles terão de apoiar seus candidatos para que estes depois os apoiem também, quando, por sua vez, forem candidatos novamente, como é o costume, ao Senado, à Câmara dos Deputados e às assembleias estaduais. Mas o povo também tem o direito de brincar enquanto ainda pode, pois ele já sabe que a crise político-econômica, sem falar da ética, continuará brava e então é a sua última oportunidade para tentar esquecê-la. E quando esta crônica for publicada os foliões ainda estarão de ressaca — com exceção daquelas pessoas mais recatadas que preferiram optar por um retiro espiritual — e não se darão conta B<strong>ED</strong>RAN Sociólogo e articulista da Revista Comércio & Indústria de Araraquara dos problemas que terão de enfrentar. Aliás, carnaval é isso mesmo: três dias de puro esquecimento quando se tecem as loas a Momo, a Vênus e a Baco. Como naqueles versos de Manoel Bandeira em Bacanal: “QUERO BEBER! Cantar asneiras / No esto brutal das bebedeiras / Que tudo emborca e faz em caco... / Evoé Baco! // Lá se me parte a alma levada / No torvelim da mascarada, / A gargalhar em doudo assomo... / Evoé Momo! // Lacem-na toda, multicores, / As serpentinas dos amores, / Cobras de lívidos venenos... / Evoé Vênus! // Se perguntarem: Que mais queres, / Além de versos e mulheres?... / — Vinhos!... o vinho que é o meu fraco!... // O alfanje rútilo da lua / Por degolar a nuca nua / Que me alucina e que eu não domo! / Evoé Momo! // A Lira etérea, a grande Lira!... / Por que eu extático desfira / Em seu louvor versos obscenos. / Evoé Vênus!”. (Carnaval – 1918), in Editora Nova Aguilar, 1996. Mas o carnaval mudou ou mudei eu? Ambos, evidentemente. No carnaval do passado, brincava-se tanto na rua, quanto no corso, como nos salões dos clubes. Pulava-se para valer. E todo mundo conhecia as letras das músicas dos grandes compositores como Noel Rosa, Joubert de Carvalho, Ary Barroso, David Nasser, Lamartine Babo, Benedito Lacerda e até mesmo as do Chico Buarque de Holanda. Tudo parecia ser muito ingênuo, puro, sem malícia. Parecia, pois muitas das letras das marchas eram dúbias, maliciosas, de duplo sentido, pois exaltavam a carne, o sexo. E isso desde a sua origem, com o “Zé Corso na 9 de Julho nos anos 50 arrastava multidão até altas horas da noite 70 Tela da artista plástica araraquarense Sônia Maria Marques simbolizando as escadarias do Clube Araraquarense e o fim de uma noite de carnaval Pereira” e o “Abre Alas”, nos fins do século 19. Quantos romances não começavam e não terminavam nos três dias de Momo? E todas as letras das marchas eram decoradas, “O Pé de Anjo”, “Dá Nela”, “Prá Você Gostar de Mim”, “Com que Roupa”, “AEIOU”, “O Teu Cabelo Não Nega”, das décadas de 20 e 30; “Mamãe Eu Quero”, “Camisa Listrada” e até as mais recentes das décadas de 40, 50 e 60, “Tomara Que Chova”, “Lata d’água”, “Confete”, “Noite dos Mascarados”, “Tristeza”. Mas também havia as marchas que criticavam os governantes da época. Como terão sido neste ano? Será que brincarão a favor do impeachment? Pois já não se fazem mais carnavais como os de antigamente. Uma chatice apreciar (?) os desfiles das escolas de samba pela TV, pura monotonia, tudo para inglês (turista) ver, principalmente no Rio de Janeiro. E na Bahia então, com os trios elétricos e nos clubes ainda existentes, tocam-se de tudo, menos marchas. De uma pobreza franciscana! O que ainda resta — ainda bem! — é o povo brincando nas ruas nas pequenas e médias cidades: espontâneo, livre, crítico. Pelo menos por enquanto. Porque, depois, não haverá mais brincadeiras nas passeatas que virão por aí... Evoé Momo, Evoé Baco, Evoé Vênus!
Novo complexo da São Francisco Saúde oferece proteção 24 horas aos beneficiários de Araraquara. Responsável técnico: Dr. José Carlos Lucheti Barcelos CRM nº 81.223 ANS - Nº 30209-1 O Pronto-Atendimento construído pela São Francisco Saúde já está à disposição dos beneficiários do plano e vem reforçar a rede própria local, que já conta com uma clínica para consultas eletivas em mais de 20 especialidades médicas. Em amplas instalações, de quase 1.000m 2 de área e modernos equipamentos, o Pronto- Atendimento oferece estrutura e equipe médica à disposição 24 horas por dia, inclusive finais de semana e feriados. O novo prédio conta com salas de recepção, emergência, curativos, procedimentos, imobilização gessada, observação masculina, feminina e infantil, medicação, inalação, Raio-X, laboratório, infraestrutura de suporte e consultórios médicos. saúde Unidade de Pronto-Atendimento de Araraquara: Rua 9 de Julho, nº 5 - Centro (Via Expressa) 71 0800 777 90 70 saofrancisco.com.br
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