RCIA - ED. 92 - MARÇO 2013

certo ou errado
EM 1963 A PREFEITURA NÃO SEGUIU
O TRAÇADO DE 1935 DA VIA EXPRESSA
Há 78 anos, o prefeito Heitor de Souza Pinheiro criou um projeto
para a Via Expressa, visualizando duas pistas, cada uma com
passagem para quatro veículos temendo o crescimento rápido
da cidade. Projetou a canalização dos Córregos da Servidão
e Ouro com uma vala de 18 m de abertura por 5 m de
profundidade em toda sua extensão. Subestimaram o poder
visionário do então prefeito de 35.
Via Expressa: medidas e estrutura que não conferem com o projeto original
Em 1935, o trilho que margeava o
Córrego da Servidão, a partir da UPA
recém inaugurada havia sido “batizado”
pelo então prefeito Heitor de Souza Pinheiro
como Avenida Araraquara. Na
época a população teve conhecimento do
projeto visionário do prefeito: retificação
e canalização dos Córregos da Servidão
e do Ouro, bem como a abertura de duas
ruas marginais, como realmente foi feito
- só que a partir de 1963 pelo prefeito
Benedito de Oliveira e com medidas que
não conferem com o documento original.
O relatório de Heitor de Souza Pinheiro
diz como deveria ser a Avenida
Araraquara, a largura das suas ruas e as
vantagens extraordinárias sob o ponto de
vista de urbanismo e higiene. O texto foi
publicado dois anos depois (1937) pelo
Jornal O Imparcial, quando então Pinheiro
já havia deixado o cargo por imposição
do regime político da época, movido pelo
final da Revolução de 32.
Nele o prefeito é ousado: “Nossa
terra vai se desenvolver com rapidez e
surpreenderá aos mais otimistas, pois
as estatísticas indicam que o período de
depressão econômica, em S. Paulo, está
terminando e que se inicia novo ciclo de
progresso”.
O texto mantém a ortografia dos anos
30: “O município de Araraquara é um
dos de menor densidade demográfica;
nelle ainda há terras não cultivadas, e é
mera questão de tempo seu uso mais intenso.
Só recentemente, com o cultivo
de algodão, as terras férteis, mas baixas,
começaram a dar boa renda aos seus proprietários.
Em breve chegará a vez dos
campos e cerrados, improductivos sem
adubação conveniente, serem utilisados
na agricultura, silvicultura ou pecuária,
pelas necessidades de consumo de uma
população que augmenta”.
De acordo com o prefeito, a população
do Estado duplicaria em quinze anos,