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Hackathon
internacional na
Fenasucro 2020
Página 8
OPINIÃO
A logística dos combustíveis no Brasil
Projeções de aumento da demanda tornam urgentes
projetos que garantam o futuro do abastecimento
ADRIANO PIRES (*)
Alogística dos combustíveis
no Brasil tem
uma importância pouco
conhecida pela
maior parte da sociedade. Não
deixar faltar combustíveis num
país de grandes dimensões
continentais e onde fontes renováveis
como o etanol e o
biodiesel convivem com gasolina
e diesel no atendimento
dos consumidores é uma tarefa
altamente complexa. Hoje o
País ocupa a 7.ª posição do
ranking de maiores consumidores
de derivados de petróleo
do mundo.
Os combustíveis fósseis têm a
maior participação na matriz
de transportes do País
(69,4%), mas a participação
das fontes renováveis é crescente.
Em 2019, para atender
à demanda por combustíveis,
foram colocados no mercado
65 milhões de metros cúbicos
(m³). Deste total, 37% de gasolina
A e 63% de óleo diesel e
24,9 milhões de m³ de etanol
hidratado. Pela legislação atual,
para a venda ao consumidor
final é obrigatória a mistura de
27% de etanol anidro à gasolina
A e de 11% de biodiesel ao
óleo diesel. É sempre bom
lembrar o pioneirismo do Brasil
no uso de biocombustíveis no
setor de transporte.
No Brasil, as regiões produtoras
de biocombustíveis se concentram
no centro do País, enquanto
a produção e a importação
de derivados de petróleo
ocorre na costa, por causa da
localização das refinarias e dos
portos. Isso para suprir uma
demanda que se concentra em
mais de 50% nos Estados de
São Paulo, Rio de Janeiro, Minas
Gerais e Paraná. Para atender
a esse desafio, o País tem
uma grande dependência do
modal rodoviário. A rede de
dutos e ferrovias do Brasil ainda
é bem reduzida: enquanto a
malha americana é de 294 mil
km, a brasileira é de apenas 31
mil km; e o conjunto de oleodutos
de transporte do Brasil é
composto por cerca de 8 mil
km, enquanto os EUA possuem
335 mil km.
Os terminais são uma infraestrutura
essencial para a importação
de combustíveis. Usados
para armazenagem e, também,
para a mistura de biocombustíveis
com derivados
de petróleo, os terminais otimizam
a logística de transporte
ao se posicionarem perto da
demanda. No Brasil atualmente
existe um déficit de terminais,
ocasionando uma ineficiência
logística cujo custo é, hoje, estimado
em R$ 2,6 bilhões por
ano.
Sem a existência dos terminais
em pontos estratégicos, o volume
de biocombustíveis percorre
um caminho muito maior
para a realização da mistura,
antes de ser colocado à disposição
para o consumo final.
Em Brasília, por exemplo, pela
falta de um terminal, a mistura
é realizada num porto, ampliando
a distância percorrida
em cerca de 921 km. Neste
caso, o biocombustível produzido
em usinas localizadas em
Goiás é levado ao Porto de
Santos (SP), para a mistura ao
combustível fóssil, e só a partir
daí se faz a distribuição aos
postos.
É evidente a necessidade de
ampliação da infraestrutura de
movimentação de combustíveis
no Brasil, sobretudo os
dutos, terminais, ferrovias e
cabotagem. Esse tipo de expansão
reduzirá significativamente
o custo do abastecimento,
por serem alternativas
mais econômicas do que o
transporte rodoviário.
É evidente a necessidade de ampliação da infraestrutura
de movimentação de combustíveis no Brasil, sobretudo
os dutos, terminais, ferrovias e cabotagem.
As projeções de aumento da
demanda de combustíveis tornam
urgente a necessidade de
projetos para a garantia do futuro
do abastecimento de
combustíveis. Para tanto, é
preciso tornar o setor atrativo
para os investimentos, por
meio de estabilidade regulatória
e segurança jurídica.
Porém não é isso o que estamos
vendo e assistindo. Ao
contrário, declarações de que
haveria um passeio de combustíveis
pelo Brasil, demonizando
o papel das distribuidoras,
vão acabar comprometendo
o abastecimento em todo
o País. As soluções apresentadas,
como a venda direta
de etanol das usinas para os
postos, das refinarias para os
postos; Transportador-Revendedor-Retalhista
(TRR) vendendo
direto para os postos; e
postos importando diretamente,
não reduzirão os preços dos
combustíveis e vão comprometer
a segurança de abastecimento,
a qualidade dos produtos
e fazer aumentar a sonegação.
Não existe passeio de combustíveis
no Brasil. O que existe
é uma configuração de portfólio
de produtos com alto
grau de movimentação de biocombustíveis
e de fósseis que
coloca o Brasil na pole position
de matriz energética mais limpa
do planeta.
(*) Diretor do CBIE – Centro
Brasileiro de Infraestrutura
2
Jornal Paraná
RETOMADA
Colheita inicia no Paraná
em safra mais açucareira
O estado sempre foi mais vocacionado para a produção da
commodity e os preços este ano indicam a volta à tendência tradicional
Omês de março marca
a tradicional retomada
mais cedo da
colheita de cana-deaçúcar
no Paraná. A expectativa
é de que pelo menos cinco
unidades industriais do setor
sucroenergético comecem a
moer cana no mês. O início oficial
da safra 2020/21, entretanto,
só ocorre a partir de 1º
abril. Tudo que for colhido no
mês será computado como da
safra 2019/20.
As usinas e destilarias paranaenses
paralisaram suas atividades
para manutenção industrial
em meados de dezembro
do ano passado, mas a
perspectiva, segundo o presidente
da Alcopar, Miguel Tranin,
é de que o Paraná encerre
a safra com a moagem de
34.135.547 toneladas de cana,
dentro da previsão inicial.
Os dados ainda são preliminares,
uma vez que nem todas as
19 indústrias em atividade no
Estado entregaram seus levantamentos,
mas Tranin acredita
que a próxima safra não deve
superar o ciclo que está sendo
finalizado, ficando os números
entre 33 a 34 milhões de toneladas
de cana, aproximadamente
2 milhões de toneladas
de açúcar e cerca de 1 bilhão
de litros de etanol hidratado e
500 milhões de anidro.
A princípio, a Alcopar vinha trabalhado
com a possibilidade
de uma safra menor, uma vez
que as lavouras de cana sofreram
muito com os períodos de
estiagem durante 2019, que
atrasaram o seu desenvolvimento,
afetando também as
previsões de produtividade.
Com um bom início do período
de chuvas, que têm ocorrido
de forma abundante no Estado,
entretanto, o cenário deve ser
alterado, avalia Tranin.
Na próxima safra, diferente do
que ocorreu no período 2019/
20, onde a safra, não só no Estado,
mas em todo o Centro-
Sul, foi mais alcooleira, com
recorde de produção de etanol,
a percepção da Alcopar é de
um ano com “muito mais açúcar”
- mais ainda se a gasolina
se mantiver competitiva sobre
o etanol. O estado sempre foi
mais vocacionado para a produção
da commodity e os preços
este ano indicam a volta à
tendência tradicional. A mesma
tendência tem se verificado
em todo o Centro-Sul, onde
analistas e agentes do mercado
apostam em uma safra
mais açucareira.
“Devido a forte elevação dos
preços do açúcar no mercado
externo, verificada no período
outubro/19 a fevereiro/20,
acompanhada da elevação da
taxa de câmbio, pudemos observar
preços de açúcar de exportação
remunerando melhor
o produtor que o etanol. Tal fato
não acontecia no Centro-Sul
Pelo menos cinco usinas começaram a colher em março
desde novembro/17”, apontou
Julio Maria Borges, sócio-diretor
da JOB Economia e Planejamento.
Por conta de preços acima de
R$ 1.400/tonelada, observouse
fixação recorde de açúcar da
safra 2020/21, com as usinas
aproveitando também o câmbio.
As exportações de açúcar
cresceram 55,8% em janeiro
de 2020, atingindo US$ 470,25
milhões. Enquanto isso, as de
etanol caíram 21,0%, com valor
de US$ 43,07 milhões.
Mas se a intenção de produzir
mais e exportar mais açúcar
ocorrer no Brasil (cerca de 10
milhões de toneladas) e na
União Europeia (potencial de
aumento de 2 milhões de toneladas),
“o deficit mundial de
açúcar previsto para 2020/21
desaparece e teremos superávit.
E os preços internacionais
vão recuar ao longo de 2020”,
alertou Borges.
O Brasil como maior exportador
mundial de açúcar e uma
grande flexibilidade na produção
de açúcar e etanol, tornouse
um regulador do mercado
internacional de açúcar e qualquer
mudança no mix de produção
pode afetar muito os
preços do açúcar pelo mundo
afora.
Jornal Paraná 3
PRESERVAÇÃO
Alto Alegre investe
em sustentabilidade
Projetos mostram preocupação da usina com o meio ambiente, do
plantio ao produto final, além de ações de conscientização e preservação
Apreocupação com o
meio ambiente está
presente em todas as
fases de produção da
Usina Alto Alegre, que desde
sua fundação atua de forma
responsável, adequando processos
produtivos para a preservação
do meio ambiente.
Do plantio ao produto final,
todos os processos são rigorosamente
acompanhados por
uma equipe especializada
atenta a possíveis impactos
ambientais, além de seguir os
mais rígidos padrões de qualidade.
A usina é composta de
três unidades fabris no Paraná:
em Colorado, Santo Inácio e
Florestópolis, e a Unidade Floresta,
no estado de São Paulo,
além da Unidade Central, também
no estado vizinho.
Esta preocupação com o meio
ambiente também é visível por
meio da política de reaproveitamento
da empresa, uma vez
que nada é desperdiçado durante
a produção do açúcar ou
do etanol. O bagaço da cana é
utilizado como matéria prima
para a produção de energia
elétrica, a torta de filtro é utilizada
para adubar a terra e toda
a água é reaproveitada durante
o processo.
A Alto Alegre também tem a
consciência de que a preservação
do meio ambiente é responsabilidade
de cada indivíduo,
e que as grandes empresas
neste processo têm a
tarefa não só de adequar todos
os seus processos produtivos,
mas de orientar toda a sua
força de trabalho para a preservação
do meio ambiente,
tanto quando inseridos na empresa,
como também em suas
atividades diárias.
Dentro da usina isto é realizado
por meio do Projeto Reciclar,
instalado em três unidades.
O objetivo é reduzir o
volume de lixo produzido e incentivar
a reciclagem. Em todas
as áreas das unidades foram
colocadas lixeiras com
coleta seletiva, e constantemente
os trabalhadores são
submetidos a treinamentos
sobre como separar este lixo.
Além disso, resíduos da produção
como galhos e folhas,
são reutilizados como adubo
no período de plantio.
Também, a Política Ambiental
da usina estabelece as principais
ações desenvolvidas internamente,
e ressalta a contribuição
da empresa no processo
de conscientização de
toda a comunidade de que é
preciso reverter o processo de
destruição do meio ambiente.
Cumprindo as diretrizes estabelecidas
pela sua Política
Ambiental, a usina desenvolveu
o projeto Mais Verde, que
consiste no plantio de mudas
em áreas antes devastadas e
que são escolhidas geralmente
próximas às áreas de atuação
da Alto Alegre. Em 2007,
a usina cumpriu sua meta e
200 mil mudas de árvores nativas
foram plantadas em uma
área de 120 hectares.
Além disso, com o objetivo de
ensinar a importância da preservação
do meio ambiente
desde a infância, a Usina Alto
Alegre criou programas ambientais
junto à comunidade
para auxiliar no processo de
conscientização de toda a sociedade,
começando por um
trabalho realizado com crianças
do 5º ano do ensino fundamental
das escolas municipais
localizadas no entorno
das unidades industriais, o
Projeto Plantando Verde e Colhendo
Vida. Além de palestras,
brincadeiras educativas e
concurso de redação sobre os
assuntos debatidos, com direito
a prêmios, todas as
crianças são levadas para
uma área de reflorestamento,
onde cada uma delas planta
sua árvore, e os autores das
melhores redações recebem
os seus prêmios.
Para dar suporte e continuidade
aos projetos “Plantando
Verde e Colhendo Vida” e
A capacidade instalada de produção das quatro unidades
industriais é de 10,8 milhões de toneladas de cana
“Mais Verde” a empresa criou
seu próprio viveiro, mantendo
uma equipe altamente especializada
na produção de mudas
e no planejamento e implantação
de viveiros. São
mais de 80 espécies e mais de
600 mil mudas já produzidas.
A Unidade Floresta da Usina
Alto Alegre também já teve
seus créditos de carbono certificados
pela Organização das
Nações Unidas (ONU) e desta
forma já tem contribuído para
a preservação do meio ambiente.
Os créditos de carbono
são “certificados” estabelecidos
pelo Protocolo de Kyoto e
emitidos por empresas ambientalmente
responsáveis que
conseguiram reduzir a emissão
de gás carbônico no ambiente,
por meio de formas alternativas
de geração de energia.
Como estes certificados
podem ser comercializados, é
uma forma de compensação
das empresas poluentes pelas
não poluentes, uma estratégia
para redução da poluição em
todo o mundo.
Atualmente, a Alto Alegre tem
capacidade instalada para processar,
aproximadamente 10,8
milhões de toneladas de cana
por safra, e consequentemente
produzir 11,6 milhões de
sacas de açúcar cristal branco,
9,2 milhões de sacas de
açúcar VHP, 100 mil sacas de
açúcar demerara, 5,4 milhões
de sacas de açúcar refinado
amorfo, 140 milhões de litros
de etanol hidratado carburante
e 140 milhões de litros de etanol
anidro carburante, e cogerar
418 MWh de energia
elétrica.
4
Jornal Paraná
COMBUSTÍVEL
Mistura de biodiesel chega a 12%
O Brasil é o segundo maior produtor e consumidor de biodiesel
no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos
Desde o dia 1º de março,
a mistura de biodiesel
no diesel comercializado
no País
passou a ser de, no mínimo,
12%. A legislação brasileira
prevê que a mistura obrigatória
de biodiesel avance um ponto
percentual ao ano, até alcançar
o B15 (15% de biodiesel em
2023). Esses aumentos devem
ocorrer sempre no dia 1 de
março de cada ano.
Com produção e consumo de 7
bilhões de litros projetados para
2020, o Brasil ocupa a segunda
posição como maior produtor e
consumidor de biodiesel no
mundo, ficando atrás apenas
dos Estados Unidos, onde é
possível encontrar até B20 (diesel
com 20% de biodiesel) nos
postos. A Indonésia disputa o
segundo lugar com o Brasil, e
já fala em usar B40.
De acordo com o presidente da
União Brasileira do Biodiesel e
Bioquerosene (Ubrabio), Juan
Diego Ferrés, o biodiesel representa
o equilíbrio. “Equilibra as
emissões de carbono, que há
centenas de anos se acumulam
na atmosfera pelo uso dos combustíveis
fósseis. Equilibra também
a exploração dos potenciais
brasileiros, reduzindo importação
de combustível e fortalecendo
a indústria”, destaca.
Com o uso de 7 bilhões de litros
de biodiesel este ano, o Brasil
deve reduzir a emissão de cerca
de 13.3 milhões de toneladas
de CO2. “É como se plantássemos
105 milhões de árvores, o
suficiente para ocupar 980 mil
campos de futebol (700 mil
hectares). As vantagens de
usarmos cada vez mais biodiesel
são inúmeras. Estamos reduzindo
a poluição que sai do
escapamento dos ônibus e caminhões
e ao mesmo tempo
garantindo estabilidade no preço
do diesel. Além disso, o biodiesel
é o combustível do desenvolvimento,
porque fortalece
a economia e a indústria
nacional”, acrescenta Ferrés.
Outro ponto importante é a qualidade.
Nos últimos dois anos, o
Brasil realizou o maior programa
de testes do mundo para validação
do uso de misturas de biodiesel
até 20% em motores a
diesel. Esse programa foi coordenado
pelo Ministério de Minas
e Energia, com participação dos
produtores de biodiesel e da indústria
automotiva. Como resultado,
hoje, o produto tem uma
especificação ainda mais rigorosa,
que aumentou seu tempo
de prateleira, saindo das usinas
com uma “validade” maior.
Jornal Paraná 5
DOIS
PONTOS
Créditos de carbono
Consumo
Cada vez mais próximo de
entrar em operação, o programa
RenovaBio conta com
34 produtores nacionais de
biocombustíveis autorizados
pela Agência Nacional de Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP) a emitir créditos
de descarbonização
(CBIOs). Outras 204 usinas
estão com pedidos de certificação
em análise junto à
agência, 85 em fase final.
Com isso, o programa caminha
para a sua última etapa,
aguardando sua entrada no
mercado financeiro. O Ministério
de Minas e Energia
(MME) está em negociação
com instituições financeiras
interessadas em realizar a escrituração
dos CBios.
O consumo de etanol hidratado no Brasil em 2019 teve alta
de 16,2% na comparação com o ano anterior ante uma
queda de 0,56% no consumo de gasolina, segundo a ANP.
A alta no consumo de etanol ocorreu em grande parte, pelo
ganho de competitividade em relação à gasolina e graças a
uma safra recorde de cana. Foram consumidos no país 22,5
bilhões de litros de etanol hidratado em 2019, ante 19,4 bilhões
em 2018. Já o consumo de gasolina C caiu de 38,4
bilhões para 38, 2 bilhões de litros no mesmo período. O
etanol anidro, misturado à gasolina, acompanhou a queda
de 0,56%. Com isso, o etanol total (soma do anidro ao hidratado)
registrou alta de 10,38%, passando de 29,8 bilhões
para 32,9 bilhões de litros. O consumo total de combustíveis
no Brasil teve alta de 2,89% em 2019 na comparação com
2018 - aumentou de 136 bilhões para 140 bilhões de litros.
Venda direta
A ANP trabalha com a perspectiva
de publicar em meados
de julho a resolução que prevê
a possibilidade de produtores
de etanol atuarem como um
agente comercializador e serem
habilitados para a venda
direta, sem que sejam submetidos
a exigências feitas para
distribuidores. Atualmente a
medida ainda está em estudo
na agência e precisará passar
por consulta pública. Hoje o
produtor já poderia constituir
uma distribuidora, porém os
requisitos envolvem capital de
R$ 4,5 milhões e estoques mínimos,
uma exigência maior
do que nessa figura do agente
comercializador.
Há previsão de novo episódio
de La Niña no segundo semestre
do ano, diz a agência federal
dos Estados Unidos, um
dos Centros Nacionais de Previsão
Ambiental e fazem parte
do Serviço Meteorológico Nacional
da Administração Nacional
Oceânica e Atmosférica. O
momento ainda passa por um
verão com neutralidade climática,
sem El Niño ou La Niña
em todo o hemisfério Sul e
existe um viés positivo das
temperaturas na superfície do
La Niña
oceano Pacífico Equatorial,
mas, as projeções para o trimestre
junho, julho e agosto já
indicam uma enorme área de
resfriamento em todo o oceano
Pacífico Equatorial. A probabilidade
é de 90% para um resfriamento
do oceano e de 70%
a 80% da configuração total de
um La Niña. Este cenário favorece
de imediato a safra americana
e traz preocupações
para o Sul do Brasil, onde o
risco de estiagens aumenta
para a safra de verão 2020/21.
Resíduo agrícola
A biomassa de resíduos agrícolas,
como o bagaço da cana,
pode dar origem a produtos
químicos finos de alto valor que
servem de insumo para a fabricação
de cosméticos, alimentos,
fármacos e outros. Esses
compostos de origem vegetal
têm potencial para substituir
parte do que é produzido hoje
pela indústria petroquímica,
mas, para que isso aconteça, é
preciso desenvolver tecnologias
competitivas para sua obtenção.
Um grupo de pesquisadores
do Brasil e do Reino Unido
avançou nessa direção ao criar
uma rota biotecnológica simplificada
para transformar o bagaço
da cana em compostos
com aplicação industrial. Agora,
os cientistas buscam parceiros
interessados em tornar a tecnologia
viável comercialmente.
Perda
Considerado um dos ‘pais’ do
Programa Nacional do Álcool
(Proálcool), morreu dia 21/2,
em Ribeirão Preto, São Paulo,
o empresário rural e usineiro
paulista Eduardo Diniz Junqueira,
aos 94 anos. Junqueira
foi fundador e dirigente
da Associação Brasileira de
Agronegócio (Abag), que
transformou Ribeirão Preto na
“capital do agronegócio” brasileiro.
Também participou da
criação da Unica. Nascido em
Seca
Pior seca em 40 anos devasta
plantações de cana na Tailândia,
o que reduziu a produção
em 50% em áreas da
maior região de cultivo no
nordeste do país. Estima-se a
safra de cana em 78 milhões
de toneladas, abaixo dos 130
milhões de toneladas do ano
passado. A produção de açúcar
deve ser de 8,5 milhões a
8,8 milhões de toneladas este
ano, com exportações em
torno de 6 milhões de toneladas.
Segundo o Ministério do
Comércio, no ano passado as
exportações somaram 9,7
milhões de toneladas.
Irrigação
Segundo estudo da Agência
Nacional das Águas, a fertirrigação,
feita exclusivamente
com água de reuso (vinhaça e
águas residuárias), está presente
em 79,5% da área irrigada
de cana no Brasil, o que
equivale a 2,9 milhões de hectares
ou 29,1% da área total de
canaviais (11,2 milhões de
hectares). Já as áreas que recebem
a irrigação, apenas
com água ou consorciada com
água de reuso, ocupam 749
mil hectares (6,7% dos canaviais
brasileiros).
Morro Agudo, no interior, filho
de famílias tradicionais - Junqueira,
de Minas Gerais, e Almeida
Prado, de São Paulo –
tornou-se um dos pioneiros
no cultivo de soja na região
norte do Estado.
6
Jornal Paraná
AGO
Nova Produtiva realiza
sua assembleia em março
O ciclo de pré-assembleias teve como objetivo informar sobre as ações
estratégicas, os resultados em 2019, além dos projetos e metas para 2020
Em março, em Astorga,
acontece na Cooperativa
Agroindustrial Nova
Produtiva sua Assembleia
Geral Ordinária e Assembleia
Extraordinária, encerrando
o ciclo de pré-assembleias
realizadas nos meses de
novembro e dezembro nas unidades
de Astorga, Ângulo, Colorado,
Iguaraçu, Lobato, Pitangueiras,
Sabáudia e Santa
Fé. Ao todo participaram cerca
de 1.300 pessoas entre cooperados,
funcionários da NO-
VA, equipe técnica, gerentes,
membros dos conselhos fiscais
e administrativos, além de
autoridades e de toda diretoria.
Dentre os objetivos das pré-assembleias
estava o de aproximar
a diretoria da NOVA junto
ao quadro social para informar
aos cooperados sobre as
ações estratégicas desenvolvidas
e os resultados da cooperativa
em 2019, além dos projetos
e metas para 2020.
O diretor presidente da cooperativa
Tácito Octaviano Barduzzi
Júnior relatou as melhorias
realizadas na agroindústria
de etanol e explicou
sobre as mudanças previstas
para o ano de 2020. Barduzzi
apontou que o fortalecimento
do sistema cooperativo depende
de esforços humanos e
tecnológicos, garantindo assim
a sustentabilidade dos negócios
para cooperados e cooperativa.
Já o diretor vice-presidente
Waldenir Romani apresentou
aos cooperados os números
da área de grãos e insumos
realizados no ano de 2019,
mostrando a evolução do faturamento
geral da cooperativa e
as metas para 2020. Romani
enalteceu a confiança e parceria
dos cooperados para com
a Nova Produtiva, salientando
o foco do trabalho técnico/operacional
em promover maior
produtividade, garantindo assim
os melhores resultados
para todos.
Inovatec 2020 supera expectativas
A Nova Produtiva, através de
sua diretoria, também agradeceu
e enalteceu as grandes
conquistas por meio das relações
profissionais e de amizade
no ano de 2019.
Com o objetivo de apresentar
novas tecnologias a seus cooperados,
a Cooperativa Agroindustrial
Nova Produtiva, realizou
no dia 31 de janeiro o evento
Inovatec 2020, no campo
demonstrativo da unidade de
Pitangueiras, superando expectativas
tanto de público quanto
em volume de negócios. O Inovatec
2020 contou com 22 estandes
de fornecedores de insumos
agrícolas e a cooperativa
de crédito Sicredi.
O evento trouxe pela primeira
vez um balcão de negócios, onde
os cooperados, junto aos
seus técnicos, realizaram negócios
com vantagens competitivas.
Segundo o gerente do
departamento técnico e comercial
de bens e fornecimento,
Idair Marion Júnior, foi uma experiência
positiva que surpreendeu
as expectativas.
Para o diretor vice-presidente
da Nova, Waldenir Romani, o
Inovatec vem ao encontro à necessidade
de propagar a tecnologia
existente no campo para
os cooperados e contribuir para
o aperfeiçoamento da área técnica
da cooperativa, gerando
mais resultados nos negócios
agrícolas.
“Este ano criamos um evento
para atender nossos cooperados
de forma abrangente. Nossos
fornecedores parceiros vieram
com ótima estrutura e
prontos para oferecer o melhor.
Espero que nossos cooperados
tenham aproveitado esse dia
para conhecer o que há de mais
moderno em termos de tecnologia
e principalmente em realizar
bons negócios”, concluiu.
Jornal Paraná 7
EVENTO
Fenasucro 2020 terá
hackathon internacional
O “Canathon”, inédito no setor de bioenergia, envolverá gênios de
diversas áreas em busca de soluções sustentáveis e inovadoras
AFenasucro 2020 será
o palco do primeiro
hackathon internacional
voltado para o setor
de bioenergia. A ação chamada
de Canathon acontecerá
por 3 dias consecutivos durante
a feira, envolvendo até 20
equipes que buscarão soluções
sustentáveis e inovadoras para
as demandas apresentadas
pelas empresas do setor.
Os organizadores do evento
destacam que a proposta é estimular
a busca por projetos
que promovam o melhor aproveitamento
e eficiência da bioenergia.
“A Fenasucro é a maior
feira de bionergia do mundo,
por isto, sempre buscamos
conceitos, discussões e soluções
inéditas que possam ser
aplicadas na prática e impactar
o setor. O Canathon é uma inovação
que temos certeza trará
projetos efetivos neste sentido”,
afirma Paulo Montabone,
diretor da feira.
Em um espaço que será construído
dentro do evento, os estudiosos,
cientistas e empreendedores
selecionados se
reunirão em três dias (num
Hackaton, normalmente não há
intervalo nem para o descanso
noturno) para criar novas ideias
e apresentar para o mercado e
investidores. O Canathon será
realizado em parceria com a
Think Lab Brasil.
Ouvir, Pensar, Agir: as etapas
do Canathon começam nas
usinas e terminam na Fenasucro.
Primeiro, o Canathon “ouvirá”
as usinas e empresas do
setor. “A primeira etapa é exatamente
consultar o mercado e
as empresas de bioenergia
sobre quais são suas principais
demandas que precisam ser
solucionadas de forma estratégica”,
explica Marcos
Eduardo de Oliveira, da Think
Lab Brasil.
Após a consulta serão abertas
as inscrições para profissionais
e grupos interessados do mundo
inteiro, que passarão por
uma seleção. Durante o “confinamento”,
que acontecerá
dentro da própria feira, entre os
dias 19 e 21 de agosto, os participantes
trabalharão dia e noite
em busca de solucionar os
desafios propostos, com direito
a dinâmica e intervenções.
“Vamos reunir pessoas do Brasil
e do exterior que, em uma
atividade colaborativa e com
uma mentalidade nova, irão sugerir
soluções, que serão apresentadas
para uma banca formada
por especialistas do mercado”,
explica Oliveira.
Por meio do Canathon, a Fenasucro
busca expandir o potencial
estratégico do setor de
bioenergia promovendo a aproximação
de desenvolvedores
de novas tecnologias. “Esse
será o primeiro evento a fazer a
ponte entre o setor de bioenergia
e as inovações de grupos ligados
ao mercado financeiro e
de tecnologia. Essa experiência
representa uma oportunidade
de desenvolvimento estratégico
para esse mercado em expansão”,
afirma Paulo Victor da
Silva, da Think Lab Brasil.
A Fenasucro é o único evento
da América Latina a reunir inovações
e conteúdo de alto nível
técnico voltados para as indústrias
alimentos e bebidas, papel
e celulose, biodiesel, usinas de
etanol/açúcar, usinas de etanol
de milho, distribuidora e comercializadora
de energia agrícola.
Realizada pelo Ceise Br (Centro
Paulo Montabone, diretor da Fenasucro & Agrocana
Nacional das Indústrias do Setor
Sucroenergético e Biocombustíveis)
e organizada pela
Reed Exhibitions Alcantara Machado,
que possui a expertise
de 18 feiras em oito países,
tem como principal característica
ser a facilitadora da interação
entre empresas, governos,
universidades e sociedade
civil, fomentando a geração de
novos negócios, disseminando
conteúdo e conhecimento técnico
e aproximando comunidades.
A feira, que acontece entre os
dias 18 e 21 de agosto, em
Sertãozinho (SP), contará ainda
com painéis, palestras, mesas
de debates e demonstrações
técnicas permitindo um
ambiente de negócios favoráveis
para um networking qualificado,
troca de experiências e
aperfeiçoamento profissional.
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Jornal Paraná