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RETOMADA
Colheita inicia no Paraná
em safra mais açucareira
O estado sempre foi mais vocacionado para a produção da
commodity e os preços este ano indicam a volta à tendência tradicional
Omês de março marca
a tradicional retomada
mais cedo da
colheita de cana-deaçúcar
no Paraná. A expectativa
é de que pelo menos cinco
unidades industriais do setor
sucroenergético comecem a
moer cana no mês. O início oficial
da safra 2020/21, entretanto,
só ocorre a partir de 1º
abril. Tudo que for colhido no
mês será computado como da
safra 2019/20.
As usinas e destilarias paranaenses
paralisaram suas atividades
para manutenção industrial
em meados de dezembro
do ano passado, mas a
perspectiva, segundo o presidente
da Alcopar, Miguel Tranin,
é de que o Paraná encerre
a safra com a moagem de
34.135.547 toneladas de cana,
dentro da previsão inicial.
Os dados ainda são preliminares,
uma vez que nem todas as
19 indústrias em atividade no
Estado entregaram seus levantamentos,
mas Tranin acredita
que a próxima safra não deve
superar o ciclo que está sendo
finalizado, ficando os números
entre 33 a 34 milhões de toneladas
de cana, aproximadamente
2 milhões de toneladas
de açúcar e cerca de 1 bilhão
de litros de etanol hidratado e
500 milhões de anidro.
A princípio, a Alcopar vinha trabalhado
com a possibilidade
de uma safra menor, uma vez
que as lavouras de cana sofreram
muito com os períodos de
estiagem durante 2019, que
atrasaram o seu desenvolvimento,
afetando também as
previsões de produtividade.
Com um bom início do período
de chuvas, que têm ocorrido
de forma abundante no Estado,
entretanto, o cenário deve ser
alterado, avalia Tranin.
Na próxima safra, diferente do
que ocorreu no período 2019/
20, onde a safra, não só no Estado,
mas em todo o Centro-
Sul, foi mais alcooleira, com
recorde de produção de etanol,
a percepção da Alcopar é de
um ano com “muito mais açúcar”
- mais ainda se a gasolina
se mantiver competitiva sobre
o etanol. O estado sempre foi
mais vocacionado para a produção
da commodity e os preços
este ano indicam a volta à
tendência tradicional. A mesma
tendência tem se verificado
em todo o Centro-Sul, onde
analistas e agentes do mercado
apostam em uma safra
mais açucareira.
“Devido a forte elevação dos
preços do açúcar no mercado
externo, verificada no período
outubro/19 a fevereiro/20,
acompanhada da elevação da
taxa de câmbio, pudemos observar
preços de açúcar de exportação
remunerando melhor
o produtor que o etanol. Tal fato
não acontecia no Centro-Sul
Pelo menos cinco usinas começaram a colher em março
desde novembro/17”, apontou
Julio Maria Borges, sócio-diretor
da JOB Economia e Planejamento.
Por conta de preços acima de
R$ 1.400/tonelada, observouse
fixação recorde de açúcar da
safra 2020/21, com as usinas
aproveitando também o câmbio.
As exportações de açúcar
cresceram 55,8% em janeiro
de 2020, atingindo US$ 470,25
milhões. Enquanto isso, as de
etanol caíram 21,0%, com valor
de US$ 43,07 milhões.
Mas se a intenção de produzir
mais e exportar mais açúcar
ocorrer no Brasil (cerca de 10
milhões de toneladas) e na
União Europeia (potencial de
aumento de 2 milhões de toneladas),
“o deficit mundial de
açúcar previsto para 2020/21
desaparece e teremos superávit.
E os preços internacionais
vão recuar ao longo de 2020”,
alertou Borges.
O Brasil como maior exportador
mundial de açúcar e uma
grande flexibilidade na produção
de açúcar e etanol, tornouse
um regulador do mercado
internacional de açúcar e qualquer
mudança no mix de produção
pode afetar muito os
preços do açúcar pelo mundo
afora.
Jornal Paraná 3