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COVERAGE | BUILDING THE FUTURE
mento, que a IA vai criar mais empregos que
substitui, ou que simplesmente nos vai tornar
mais eficientes.
Para Vasco Pedro, a inteligência artificial vai
mais além – vai tornar o trabalho mais humano.
NARROW AI E HUMAN AUGMENTATION
Quando falamos em IA, o que a maioria das
pessoas pensa é uma réplica da mente humana,
que ainda é tecnologicamente impossível.
Aquilo a que nos referimos atualmente
como IA é a denominada como “Narrow AI”,
a aplicação de técnicas de machine learning
a problemas e tarefas altamente específicos.
Através da deteção de padrões em grandes volumes
de dados, a Narrow AI permite associar
resultados a um grande número de variáveis
com relações extremamente complexas entre
si. Isto significa que, para alcançar um nível
de exatidão aceitável, qualquer aplicação de
inteligência artificial tem de ser restrita a uma
única tarefa.
“É por isto que estamos a ver impacto em
áreas altamente específicas, como atendimento
ao cliente e reconhecimento de imagens”, explica
Vasco Pedro.
Adicionalmente, acrescenta, nenhum sistema
de IA verdadeiramente eficaz é autossuficiente.
“A IA é muito boa a aprender rapidamente
como realizar tarefas numa área muito específica,
mas requer enormes quantidades de dados
para treinar”, refere o CEO. “É por isso que os
casos em que a inteligência artificial funciona
realmente bem são aqueles em que existe uma
interação entre o machine learning e o chamado
“human in the loop” (...), em que há um humano
envolvido, ou a gerir um processo com
a assistência da IA, ou a monitorizar e gerar
dados para treinar a aplicação”.
E aqui, finalmente, entra o conceito de human
augmentation. A grande maioria das aplicações
de inteligência artificial no presente e no
futuro próximo consistem na automação de
tarefas repetitivas que constituem parte do trabalho
das pessoas, não a sua totalidade.
“As coisas aborrecidas e repetitivas que fazemos
hoje em dia vão ser automatizadas, e isto
vai libertar as pessoas para serem mais criati-
- Vasco Pedro, CEO e fundador da Unbabel -
vas e para terem mais tempo para investir em
atividades humanas,” explica Vasco Pedro.
Interações sociais complexas, criatividade,
subjetividade, interpretação de nuances – tudo
isto se mantém no domínio exclusivamente
humano e é indispensável para grande parte
das funções que as pessoas representam nas
empresas.
Um exemplo já utilizado – e que continuará
a crescer nos próximos anos – é o apoio ao
cliente. A fase de triagem é totalmente automatizada
através de sistemas hierárquicos, o
que poupa nos recursos humanos, mas gera
ITInsight 22