LAB 01 - "Experimentação do cotidiano pela arte"
Experimentos texto-visuais: cultura, arte e moda.
Experimentos texto-visuais: cultura, arte e moda.
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
\\CIBORGUE_
CIBERFEMINISMO_
CIBERCULTURA||
46 47
TEXTO> VICTORIA VIANNA
Com o acontecimento da pandemia mundial, a qual ainda
estamos vivendo, o uso de aparelhos eletrônicos, da
internet e das redes sociais cresceu de forma abrupta.
Mais do que nunca, tivemos que nos adaptar, dentro de determinados
contextos sociais, a exercer através de meios eletrônicos
praticamente tudo que fazíamos fora de casa, das coisas
mais básicas, como conversar e ver amigos, até trabalhar e/
ou estudar. Solidificando e reconstruindo a relação humano-
-digital e presenciando um desenvolvimento ainda mais acelerado
da cibercultura, já muito presente na nossa realidade.
A cibercultura se desenvolve principalmente a partir da década de
1980, com o avanço da internet e a criação do computador pessoal
(1981), tendo origens anteriores a esse período, mas é nesse
momento que ela começa a se consolidar devido ao maior acesso
e a maior quantidade de conteúdos digitais, gerando maiores
trocas entre os usuários. Em 1985, a filósofa e bióloga Donna
Haraway escreve o Manifesto Ciborgue (versão final lançada em
1991), no qual ela discorre sobre a crise identitária dos movimentos
sociais, principalmente o feminismo, devido ao que ela chama
de “política de identidade”, abordando a relação e influência da
ciência e da tecnologia sobre as relações sociais no século XX.
A partir desse manifesto, surge o conceito de ciberfeminismo,
cunhado pela primeira vez em 1991 pelo coletivo feminino australiano
VNS Matrix, que se auto proclamaram “ciberfeministas”
através do Manifesto Ciberfeminista, elaborado por elas e
inspirado no manifesto ciborgue de Haraway. Apesar da filósofa
não ter usado o termo ciberfeminismo, seus estudos e teorias
foram incorporados por diferentes grupos a partir da análise do
feminismo em relação às novas tecnologias e meios de comunicação,
propondo a organização dentro da rede e a apropriação
como forma de ativismo político presente nos estudos de Donna.