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A Gazeta de Cuiabá - MT - Abert

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19/09/2011<br />

1ª Edição<br />

STJ anula provas obtidas pela PF em investigação sobre filho <strong>de</strong> Sarney<br />

Ministros da 6ª Turma consi<strong>de</strong>raram ilegais as interceptações telefônicas dos envolvidos<br />

em[br]supostas irregularida<strong>de</strong>s; empresário chegou a ser indiciado por lavagem <strong>de</strong> dinheiro,<br />

tráfico <strong>de</strong> influência e formação <strong>de</strong> quadrilha<br />

18 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2011 | 0h 00<br />

Mariângela Galucci/BRASÍLIA - O Estado <strong>de</strong> S.Paulo<br />

O Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça (STJ) anulou as provas colhidas durante a Operação Boi<br />

Barrica, da Polícia Fe<strong>de</strong>ral, que investigou suspeitas <strong>de</strong> crimes cometidos por integrantes da<br />

família do presi<strong>de</strong>nte do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Os ministros da 6ª Turma do STJ<br />

consi<strong>de</strong>raram ilegais interceptações telefônicas feitas durante as investigações.<br />

Revelações sobre a Boi Barrica, feitas pelo Estado em 2009, levaram a Justiça a <strong>de</strong>cretar<br />

censura ao jornal, acolhendo pedido do empresário Fernando Sarney, filho do senador.<br />

Com a anulação das interceptações ficam comprometidas outras provas obtidas<br />

posteriormente, resultantes <strong>de</strong> quebras <strong>de</strong> sigilo bancário e fiscal. Volta praticamente à estaca<br />

zero a apuração <strong>de</strong> uma suposta re<strong>de</strong> <strong>de</strong> crimes cometidos pelo grupo a partir <strong>de</strong> um saque <strong>de</strong><br />

R$ 2 milhões em espécie às vésperas da eleição <strong>de</strong> 2006 e registrado como movimentação<br />

atípica pelo Conselho <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Financeiras (Coaf). Na época, Roseana<br />

Sarney era candidata ao governo do Maranhão.<br />

Com as escutas e informações sobre movimentação financeira, a PF abriu cinco inquéritos e<br />

apontou indícios <strong>de</strong> tráfico <strong>de</strong> influência no governo fe<strong>de</strong>ral, formação <strong>de</strong> quadrilha, <strong>de</strong>svio e<br />

lavagem <strong>de</strong> dinheiro.<br />

Em julho <strong>de</strong> 2009, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> seis horas <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimento na Superintendência da PF em São<br />

Luís, o empresário Fernando José Macieira Sarney, filho do presi<strong>de</strong>nte do Senado, chegou a<br />

ser indiciado por lavagem <strong>de</strong> dinheiro, tráfico <strong>de</strong> influência e formação <strong>de</strong> quadrilha.<br />

Prece<strong>de</strong>ntes. O STJ tomou a <strong>de</strong>cisão ao analisar um pedido <strong>de</strong> João Odilon Soares,<br />

funcionário do grupo Mirante <strong>de</strong> comunicação, que pertence à família Sarney. Soares também<br />

foi investigado na Operação Boi Barrica.<br />

Para conseguir anular as provas, o advogado Eduardo Ferrão baseou-se em <strong>de</strong>cisões<br />

anteriores tomadas pelo STJ e pelo Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral (STF).<br />

Em uma <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>cisões recentes, o STJ anulou as provas da Operação Satiagraha, que<br />

investigou suspeitas <strong>de</strong> corrupção envolvendo o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. Na<br />

ocasião, os ministros da 5ª Turma do tribunal concluíram que foi ilegal a participação <strong>de</strong><br />

integrantes da Agência Nacional <strong>de</strong> Inteligência (Abin) nas investigações.<br />

"Os prece<strong>de</strong>ntes do STF e do STJ enten<strong>de</strong>m que as <strong>de</strong>cisões judiciais que autorizam<br />

interceptação têm <strong>de</strong> ser rigorosamente fundamentadas", disse Ferrão ao Estado. "O STJ falou<br />

q-ue está nulo porque (a investigação) não respeitou a Constituição Fe<strong>de</strong>ral e a lei."<br />

Devassa. Segundo o advogado, as <strong>de</strong>cisões judiciais não foram fundamentadas. "Eles não<br />

indicavam quais eram as suspeitas. E as interceptações foram prorrogadas por 18 vezes.<br />

Foram 200 dias <strong>de</strong> bisbilhotagem, foi uma <strong>de</strong>vassa", afirmou.<br />

Ferrão também reclamou que a operação afetou pessoas que não estavam sob investigação,

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