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no meio, segurou-se fortemente nas bordas da canoa e olhou para Henrique,
cheio de admiração. Com toda calma, Henrique havia depositado o remo
quebrado no fundo e com o outro impelia a canoa para longe da margem. Ela
começou a deslizar rio abaixo e Eduardo sentiu o coração dar um salto dentro do
peito. Pensou coisas horríveis nesse momento: «E se Henrique perdesse aquele
remo? E se não soubessem voltar? E se o rio enchesse mais?»
Estava muito arrependido e teve vontade de gritar: «Henrique, vamos
voltar, eu não quero ir». Mas não teve coragem. Ficou quietinho, equilibrando-se
com as duas mãos e olhando o rio que corria, majestoso e tranqüilo. Henrique
sabia mesmo remar; fez a canoa deslizar sempre ao lado da margem, de modo
que quase podiam segurar os galhos das árvores que pendiam sobre a água.
Eduardo começou a achar bonito e Henrique disse:
— Devem ser seis horas agora; o sol está começando a esquentar.
E se Henrique perdesse aquele
remo?
E se não soubessem voltar?
E se o rio enchesse mais?