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A Ilha Perdida - Maria Jose Dupre

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Eduardo falou:

— E a sede? Na mata você queria água. Por que não vai beber no rio?

— Tenho medo de escorregar na beira do rio; quando amanhecer, eu

bebo.

Enquanto abria o pacote do almoço, Eduardo dizia:

— Temos ainda alguns ovos cozidos, dois pedaços de lingüiça e pão.

Esquecemos a laranjada, nem comemos.

— Vamos comer então um pedaço de laranjada, o resto fica para amanhã.

— Vamos primeiro fazer a fogueira, depois comemos.

Muito animados, levantaram-se e começaram a procurar pauzinhos secos

para a fogueira. De súbito Eduardo deu um gritinho:

— Ih! Peguei numa coisa mole... Henrique sentiu um arrepio:

— Deve ser sapo, no mínimo você pegou no sapo. Por que não acende um

fósforo?

— Tenho medo de gastar os fósforos e depois não sobrar nenhum.

Devíamos ter trazido vela; o ideal seria uma lâmpada elétrica.

— Nem fale.

Eduardo acendeu um fósforo e os dois debruçaram-se para o chão

procurando pauzinhos secos à luz da chama; só viram mato verde e viçoso.

Como fazer fogo com aquelas folhas verdes? Henrique pediu:

— Acenda outro fósforo.

Eduardo acendeu e tornaram a procurar; nada. Eduardo sacudiu a mão no

ar:

— Ih! Nossa Senhora! Quase queimei o dedo. - Henrique gritou:

— Achei! Achei um pauzinho seco. Acenda outro fósforo.

O irmão acendeu outro; puseram as mãos em concha à volta da chama e

encostaram o pauzinho seco. Foi-se esse fósforo, mais outro e outro e nada de

conseguirem pegar fogo no pauzinho. Eduardo censurou choramingando:

— Esse. pau estava meio verde, vamos procurar outro... Ah! Meu Deus!

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