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nem que seja para andar a noite inteira.
Eduardo teve uma idéia:
— Espere aqui; vou subir nesta árvore e, lá de cima, verei onde estamos.
— É mesmo. Como é que não lembramos disso antes?
Eduardo tirou o paletó e os sapatos e abraçou o tronco da árvore; subiu
até chegar aos primeiros galhos e parou quase sem fôlego; Henrique perguntou,
todo esperançado:
— Vê alguma coisa, Eduardo?
— Nada ainda. Espere, vou subir mais alto.
E desapareceu entre os galhos compridos, empurrando a folhagem para
um lado e outro. Olhou lá de cima — avistou o rio a uma certa distância; suas
águas pareciam negras sem a luz do sol brilhante sobre elas. Ouviu a voz de
Henrique lá embaixo:
— Está vendo alguma coisa, Eduardo? Estamos longe do rio? De que
lado ele fica? Veja bem.
—- Sim, estou vendo o rio.
Henrique tornou a perguntar, disfarçando a aflição:
— De que lado ele está? Veja bem. Eduardo respondeu:
— Está em todos os lados. À direita, vejo o rio; à esquerda, também vejo.
Não entendo.
Henrique pediu:
— Veja bem, Eduardo. Não avista a canoa?
— Não, nada de canoa.
— Então desça.
Eduardo desceu mais animado; calçou os sapatos e vestiu o paletó.
Falou:
— Eu acho que a gente indo por este lado, chega lá num instante.
— Então vamos.