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passarada fazia alvoroço nas árvores mais altas. Para não se perderem como no
primeiro dia, foram cortando paus e fincando-os pelo caminho para saberem
voltar quando quisessem. Andaram durante muito tempo sem encontrar nada.
Henrique de vez em quando queixava-se de canseira e de fome. Eduardo
examinava todas as árvores procurando alguma fruta, mas nada encontrava.
Assim andando, chegaram ao outro lado da ilha; nesse lugar havia uma
espécie de praia e a areia estava cheia de objetos trazidos pela enchente
durante a noite. Viram um sapato de criança, pedaços de madeira, uma garrafa.
Henrique lembrou:
— Quem sabe há até uma frigideira para fritar os ovos? Procure bem,
Eduardo.
Eduardo que se afastara um pouco, chamou Henrique com um grito:
— Venha! Depressa!
Mancando um pouco Henrique correu para perto de Eduardo; ali ao lado
do irmão erguia-se uma bananeira. Henrique olhou esperançoso, mas que
desilusão — não havia cachos de bananas, a árvore era muito nova.
— Deve haver outras, disse Eduardo. Vamos procurar.
Andaram cerca de meia hora pela prainha e encontraram mais adiante um
cacho de bananas ainda verdes. Eduardo riu com satisfação:
— De fome não morreremos. Ao menos comeremos bananas.
Henrique tirou o canivete do bolso e auxiliado por Eduardo derrubou o
cacho; eram grandes e pareciam gostosas, mas estavam ainda verdes.
— Eu como assim mesmo, disse Eduardo. Tenho muita fome...
Comeram algumas no mesmo instante e as acharam deliciosas;
resolveram levar as bananas com todo cuidado para o abrigo improvisado no
outro lado da ilha. Descansaram um pouco sobre a areia e batizaram aquela
parte da ilha com o nome de — prainha. De repente Eduardo foi ficando pálido e
pôs a mão no estômago; fez uma careta:
— Ih! Henrique, acho que estou doente. Estou sentindo umas dores no
estômago...
Henrique queixou-se: