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capela real. A ligação à realeza ostenta-se nos
símbolos da magnificente nave de abóbada ogival:
a cruz da Ordem de Cristo e os emblemas dos reis
fundadores, D. João II e D. Manuel I.
A sua traça arquitectónica gótico-manuelina está
bem patente nas ameias e torres das fachadas
bem como no pórtico principal e na abóbada que
evidencia a espiritualidade do lugar. A extensa nave
do templo, é ladeada por dez capelas, compostas
por retábulos de talha dourada e policromada
(século XVIII) e de estuques (século XIX). O retábulo
actual da capela-mor é da segunda metade
do século XVIII, em mármores alentejanos. Nele
se expõem as grandes imagens de São Francisco
e São Domingos, como era hábito nas igrejas
franciscanas. Nos alçados da capela estão duas
belíssimas janelas marmóreas renascentistas, de
onde a Família Real assistia aos ofícios religiosos
(no século XVI).
Data dos séculos XVI-XVII a construção da Capela
dos Ossos, edificada no primitivo dormitório dos
frades. A sua construção partiu da iniciativa de
três frades franciscanos como espaço de reflexão
sobre o carácter efémero e transitório da vida.
Emblemática é a frase que domina o frontispício
da capela: “Nós, ossos que aqui estamos, pelos
vossos esperamos!” A persuasão que este lugar
exerce nos visitantes tornou-o um dos ex-libris
mais relevantes da cidade de Évora.
Fruto das recentes obras de requalificação que
abrangeram todos os domínios, desde o reforço
da estrutura ao restauro integral das obras de arte,
foi recuperado o espaço do antigo dormitório dos
frades onde está patente uma magnífica exposição
de arte sacra. As galerias superiores foram também
recuperadas para uma exposição de presépios,
cedida para o efeito pelo General Canha da
Silva. Do seu terraço acessível, pode disfrutar-se
duma luminosa vista sobre a cidade.
Segundo uma tradição consistente, aqui está
sepultado, em lugar incerto, o primeiro dramaturgo
português, Gil Vicente (1536).
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