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Eufémia ou a Igreja não paroquial da Golpilheira,
exemplos de arquitetura contemporânea que se
mostram igualmente denunciadores dessa atitude
de busca do belo, de acordo com os cânones de
cada época.
Construído a partir de um milagre atribuído à
Virgem Maria sob o título de Nossa Senhora da
Encarnação, a igreja do santuário leiriense coroa
um promontório, o que veio a ficar ainda mais
assinalado pelo escadório construído no século
XVIII, configurando a ambiência de sacromonte tão
típica dos santuários da Idade Moderna. Passada
a galilé que se mostra bem típica dos lugares
de peregrinação, a igreja mostra no seu interior
várias peças que merecem detença: a azulejaria
de padrão do século XVII, as pinturas do ciclo da
vida da Virgem, a alegoria pictórica à Imaculada
Conceição, no arco triunfal, a retabulária do século
XIX e a imagem de Nossa Senhora da Encarnação,
uma das mais belas peças da escultura devocional
neoclássica que o património nacional conhece.
Entre os bons exemplares de arquitetura do século
XX na Diocese de Leiria-Fátima, encontra-se a Igreja
de Santa Eufémia, construção datada de 1968
e assinada por João Mota Lima. Exemplo acabado
do que são as preocupações do II Concílio do
Vaticano e, bem assim, da teoria que na época os
arquitetos tomavam sobre a materialidade dos
edifícios, a igreja apresenta-se na honestidade dos
materiais (tijoleiras, cimentos, madeiras) e reveladora
dos primeiros ensaios relativos a uma nova
espacialidade no que respeita à arte de celebrar.
Mostra também este templo o cuidado em agregar
ao projeto a excelência do traço escultórico (na
fachada da igreja e no batistério) e pictórico (na tapeçaria
da Última Ceia do presbitério) de Joaquim
Correia.
Espaço transfigurado pelos cuidados da arte é
ainda a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, da
comunidade cristã da Golpilheira (Paróquia da
Batalha). Sendo uma igreja dos finais da década de
50, incaracterística do ponto de vista artístico, viu
o seu espaço interior profundamente remodelado
através do projeto de Humberto Dias e Pedro Gândara.
Os vãos do templo beneficiaram de um am-
Foto: João Alves da Cunha
Foto: Diocese de Leiria-Fátima