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Igreja de São Pedro – Palmela
A Igreja de São Pedro e a Igreja de Santa Maria do
Castelo têm tido um papel primordial na génese da
Vila de Palmela, sede da Ordem de Santiago entre
os séculos XII e XIX (1834), data da extinção das
Ordens Religiosas em Portugal.
Edifício já mencionado em documento de 1412,
a actual igreja de São Pedro em Palmela sofreu
grandemente com diversas ocorrências ao longo
dos séculos.
Em 1713 um grande incêndio provoca grandes
estragos, dando origem a uma campanha decorativa
ainda hoje bem presente. As paredes são
forradas quase na totalidade a azulejo, destacando-se
os painéis seriados de padrão de “tapete” do
séc. XVIII, com albardas e figuras de gosto joanino
na sacristia e os painéis historiados com a vida de
São Pedro no corpo da igreja, com molduras que
ajudam a criar a fantasia própria do barroco, na
qual se quer envolver os fiéis que rezam. Apesar de
não identificado o seu autor, estima-se que esteja
entre os anos 1730 e 1740.
O terramoto de 1755 teve grande impacto em
Palmela, sendo a Igreja de Santa Maria do Castelo
datada de grande ruína, irreparável até aos nossos
dias, e a Igreja de São Pedro, de danos, sobretudo
na zona da capela-mor, procedendo-se a novas
remodelações, dando origem às grandes telas, hoje
aí presentes. Por esta razão aquilo que hoje contemplamos
é uma construção edificada pós-terramoto,
em planta basilical clássica, com fachada
axial ladeada por duas torres sineiras simétricas,
coroadas por cúpulas bulbosas.
No seu interior predomina o barroco-rococó e o
neoclássico, ainda que se note a traça maneirista
subjacente. As três naves, individualizadas por colunas
são cobertas por um formoso tecto de madeira
pintado em trompe-l’oeil, com a intenção de eliminar
as fronteiras e sugerir o infinito para a qual a igreja
peregrina que o contempla se encaminha.
Nos altares barrocos predomina a estrutura e
decoração neoclássica, com a presença de elementos
como como a asa de morcego, elementos
vegetalistas e concheados soltos, com elementos
justapostos à estrutura; talha onde se assiste à
absorção de elementos neoclássicos, imitação da
policromia e a textura dos mármores acentuadamente
rococó.
Destacam-se algumas esculturas de grande importância,
como São Tiago Maior, provavelmente da
génese da Igreja, São Jerónimo, escultura de um
Santo não identificado, em pedra, de proveniência
provável da Igreja de Santa Maria, entre outros.