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A planta da Sé liga-se a uma tradição gótica mendicante,
com planta de cruz latina, com a orientação
litúrgica leste-oeste. O que chama mais a atenção
da parte exterior é a sua torre sineira, visível em
toda a cidade do Funchal, com cinquenta e cinco
metros de altura, a terminar com o belíssimo coruchéu
piramidal revestido de azulejos sevilhanos.
Podemos destacar no seu interior “manuelino” o
sacrário de prata oferecido pelo Rei D. Manuel I, os
tetos mudéjares que neste momento estão a ser
restaurados numa grande obra de conservação e
restauro e que serão, em breve, inaugurados e o
altar-mor com o cadeiral dos cónegos e retábulo. O
retábulo é constituído por cinco corpos, dispostos
em três andares e rematado superiormente por um
sobrecéu com francas afinidades com o do cadeiral,
tendo ao centro as armas de D. Manuel, ladeadas
por duas esferas armilares. O corpo central do
políptico terá sido ocupado, inicialmente, por três
conjuntos escultóricos, dos quais resta, in loco,
somente o sacrário, no corpo inferior. O corpo intermédio
está ocupado, neste início de milénio, por
uma monumental imagem da N.ª Sr.ª da Assunção
ou da Conceição, de uma oficina continental do
séc. XVIII e o registo superior foi, entretanto, preenchido
com um crucifixo, em memória do Calvário
desaparecido. O conjunto das 12 pinturas a óleo,
ao gosto flamengo, encontra-se dividido de acordo
com as orientações iconográficas religiosas então
seguidas: o primeiro registo, com cenas do Antigo
Testamento e da Paixão de Cristo; o registo médio,
com temática mariana, evocação do orago da Sé
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